A Cabala

   

Introdução

A Árvore da Vida e suas Dez Sephirot
A Árvore da Vida e suas Dez Sephiroth

"... O fato de a Cabala exigir que seja dada atenção a todas as partes de um determinado todo faz com que ela seja um sistema ideal para influir intencionalmente sobre o desenvolvimento espiritual. Ela demonstra que existimos dentro de um sistem racional e nos fornece indicações a respeito de onde viemos e para onde vamos. Não existe a vagueza dos outros sistemas. E como as partes simbólicas do corpo humano estão relacionadas a Árvore, o mesmo acontece com diversos aspectos da alma."

Robert Wang

(obtido junto ao site "Cabala, a Árvore da Vida em 3-D": http://www.maceio.rei.br/cabala/welcome2.htm )

      A Cabala é uma tradição judaica. Ao longo do tempo, tem incorporado a tradição esotérica ocidental, como mostram as palavras Tetragramaton , Notarikon, Gematriah, e inclusive sendo mais tarde associada a diversos outros ramos das ciências ocultas, como a chamada Kabbalah Cristã, de tal modo que hoje forma um corpo de conhecimento praticamente universal.

Dentre seus mais destacados mestres judeus, podemos citar: Rabi Akiva - autor do Sepher Yetzirah; Rabi Shimeon bar Yohay - autor do Zohar, Rabi Nehuniah ben Hakanah - autor do Bahir; Rabi Moshe ben Maimon - RaMBaM - Autor da Mishné Torah, Rabis Moses de Leon, Moses Luzzato, Moses Cordovero e Isaac Luria - O Ari, todos grandes Cabalistas.


(texto obtido junto ao site Eon: http://www.eon.com.br/cia720.htm e subsequentes)

ZOHAR

O "Livro do Esplendor" é o mais completo registro de informação sobre o conhecimento e a natureza da doutrina da Cabala.

Sua primeira versão foi escrita em aramaico, e sua autoria é consensualmente atribuida ao Rabi Shimon bar Yohai. Foi traduzido para o hebraico pelo rabi Yehuda Ashlag (1886-1955) Ed. Hamassorah Meah Shearim, Jerusalem; em 21 volumes.

Desta versão, ou de outras produzidas pelos cabalistas espanhóis, foram criadas duas obras principais: uma tradução francesa em seis volumes, por Jean de Pauly, Larousse, Paris 1906; e uma tradução inglesa, abreviada em 5 volumes por H. Sperling e M. Simon, Soncino Press, London. Esta última compreende a chamada versão de Mantua, de Rom Vilna.

O Dr. J. Abelson observa em sua introdução a versão inglesa do Zohar (1931 por Harry Sperling e Maurice Simon) : "é um conjunto de tratados, textos, extratos e excertos de textos relativos a diversos períodos mas assemelhando-se todos no método de interpretação mística da Tora, bem como na desconcertante anonimidade em que estão protegidos.

Muitas de suas doutrinas são fundamentais e suplementares e podem ser também encontradas nos trechos mais antigos dos Talmuds Babilônico e Palestino, bem como farta literatura apocalítica judaica, produzida nos séculos imediatamente anteriores e posteriores à destruição do segundo Templo.

Ensaios sobre a lei judaica e interpretações bíblicas, que muitas vêzes são repetições verbais de passagens contidas nos dois textos revistos do Talmud, especulações sobre teologia, teosofia e cosmogonia, que encontram paralelo na literatura helenistica, e que em alguns casos mostram semelhanças com idéias contidas no Zend Avesta, o que levou a alguns estudiosos a situar parte do conhecimento do Zohar no Zoroastrismo.

Teorias gnósticas sobre a relação do homem com o divino, reproduções de crenças medievais concernentes a astrologia, fisiognomonia, necromancia, magia e metempsicose, que são estranhas ao espírito judaico, todos estes elementos se embaralham caóticamente no Zohar, um verdadeiro depósito de anacronismos, incongurências e surpresas"...

Para alguns autores, parte do Zohar é escrito em hebraico, parte em caldeu ou aramaico.

Sua estrutura corresponde aos cinco livros do Velho Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, usualmente referidos como Pentateuco, que foram considerados como escritura sagrada até a época de Isaias. A estes são acrescentados diversos comentários, sendo: Raya Mehemna e Tikkunai Zohar encontrados na edição da Soncino. 

A História do Zohar

Quando Roma reinava sobre Israel, o Rabi Shimon bar Yohai era discípulo do Rabi Akiva. Posteriormente a morte do Rabi Akiva, Rabi Shimon e seu filho Rabi El'azar partiram em segredo para uma caverna na montanha, onde permaneceram por treze anos, até que a morte do imperador romano permitiu que voltassem de seu isolamento.

Desde os primeiros tempos havia ensinamentos secretos do mistérios Divinos na Torah, que podiam somente interessar a poucos... que apenas algumas poucas almas iluminadas eram capazes de entender. Existiam textos, mencionados no Talmud, cuja origem remontava a séculos atrás. E o Talmud conta sobre sagas dos que trabalharam para dominar este conhecimento esotérico.

Os anos que o Rabi Shimon bar Yohai passou com seu filho na caverna, marcaram um ponto de mudança na história deste grande corpo de conhecimento escondido. Na escuridão de sua caverna, sem nenhum texto para ler, o Rabi Shimon trouxe a tona os níveis mais profundos da memória e visões armazenadas em seu inconsciente, por anos de estudo com os mestres do passado. Assim o Zohar tomou forma - um único trabalho que se tornou o texto clássico da Cabala. Em cada geração, depois disto, poucos selecionados o guardaram e estudaram até que no século XIV, na Espanha, o Zohar tornou-se conhecido para não mais ser escondido.

Muitos estudaram e compreenderam as intrigantes verdades do misticismo judeu. Mas poucos puderam fazer os outros compreenderem e ver. Para isto, o judaísmo deveria esperar por Safed, em 1500.

Lá o Rabi Moses Cordovero nasceu em 1522. E lá estudou com o Rabi Sh'lomo Alkabetz, autor de L'cha Dodi. Em tempo, a Cabala encontrou nele, o que a muito tempo era necessário, um mestre inspirado com uma pena. Os poucos trabalhos publicados representaram a mais clara apresentação, jamais antes realizada, e a luz brilhante da Cabala atingiu a Europa Ocidental e deu vida e dinâmica ao grande movimento dos Hassidim.

Ao mesmo tempo, um segundo mestre chegou a Safed: Rabi Isaac Luria, o Ari, de memória sagrada, que descobriu o Zohar e o estudou por longos anos, transmitindo-o oralmente a seus disípulos, junto com ensinamentos muito complexos para serem escritos. Mas os discípulos anotaram tanto quanto foi possível, produzindo os volumes do que agora chamamos de "seus escritos".

Estes escritos entretanto só foram revelados no século XX, quando o Rabi Ashlag abriu as portas, e trouxe a público, a nova visão, a nova consciência, das grandes verdades da Cabala. Este trabalho chama-se "Ten Luminous Emanations".

Este grande cabalista, em meio a considerável oposição dos Talmudistas frente a Cabala, na época moderna, teve como objetivo tornar a Cabala mais acessível para todos aqueles cujo desejo era o entendimento dos seus ensinamentos sublimes e esotéricos.

O trabalho do Rabi Yehuda Ashlag foi volumoso, e finalmente desanuviou o medo infundado das autoridades Talmúdicas, mostrando que a Cabala não era um tópico de estudo genérico e que somente os selecionados poderiam entrar na sua sabedoria secreta. Àqueles já espiritualmente orientados na sua busca de experimentar o Divino. Àqueles cujas necessidades não seriam satisfeitas com as visões tradicionais e dogmas estabelecidos em sua abordagem de realizar o "Mitzvot" (os mandamentos da Torah), e para os cientistas em curso de colisão com a espiritualidade. Estes agora poderiam encontrar uma força renovada no conhecimento na Cabala.

Rabi Ashlag, foi o tradutor do Zohar, para a língua hebraica, cujo resumo "An Entrance to the Zohar", analisamos a seguir.

As Dez Sephiroth e suas Limitações

Em primeiro lugar, você deve saber que todo o Zohar, incluindo as partes narrativas, consiste inteiramente das Dez Sephiroth, e das combinações destas Dez Sephiroth.

Do mesmo modo que as combinações entre as 22 letras da língua Hebraica são suficientes para nos trazer a Luz de qualquer objeto de sabedoria, similarmente, é o conjunto e combinações de conjuntos destas Dez Sephiroth que são suficientes para trazer `luz à toda a sabedoria que pode ser encontrada no Zohar.

Entretanto, existem limites ou fronteiras, sobre as quais todos devem ser cuidadosamente evitar de pisar, quando estudarem este livro:

1 - Você deve saber que existem quatro categorias de classificação racional: a) Matéria, b) Forma que está contida na matéria, c) Forma Abstrata, d) Essência.

As Dez Sephiroth devem ser similarmente classificadas, como veremos adiante. Entretanto, você deve saber que o Zohar não lida com a Essência, ou mesmo com a Forma Abstrata dos Dez Sephiroth, mas somente lida com a parte Material deles e também com a parte da Forma, enquanto estiver num estado de ser vestida pela Matéria.

2 - Você deve saber que a totalidade da existência divina que está conectada com a criação das Almas (Neshamot) e nos caminhos para sustentá-las, é para nós diferenciada por três aspectos, que consistem de: a) O Sem-Fim, abençoado seja Ele; b) O Mundo da Emanação; c) Os três Mundos de Beriah (Criação), Yetzirah (Formação) e Asiah (Realização). Entretanto, você deve saber que o Zohar lida apenas com os três Mundo de Beriah, Yetzirah e Asiah. Mas o Sem-Fim e o Mundo da Emanação (Atziluth) são tratados apenas no que diz respeito ao que estes três Mundos recebem deles, e o Zohar nunca trata com o Abençoado Sem-Fim e o Mundo da Emanação como categorias próprias.

3 - Você deve saber que em cada um dos três Mundos da Criação, Formação e Realização existem três aspectos: a) as Dez Sephiroth que constituem as linhas divinas que iluminam cada mundo, b) as Almas (Neshamot) e Espíritos (Ruhot) e Espíritos Primitivos (Nefashot) da humanidade, c) Tudo o mais que existe em cada um dos mundos e denominado sob os termos de Anjos, Paramentos e Átrios ou Salas - todos possuindo inumeráveis partes. Entretanto, você deve entender que mesmo que o Zohar explane detalhadamente todas as partes de cada mundo, os mundos principais do Zohar estão sempre centrados nos aspectos das Almas (Neshamot) humanas de cada mundo. Quando entra em explanações sobre os outros aspectos, meramente o faz para clarificar o que as Almas (Neshamot) recebem deles. Entretanto, o Zohar não devota uma única simples palavra a nada que não esteja conectado com aquilo que as Almas (Neshamot) recebem. Portanto, ao estudar o Zohar, sua mente deve estar dirigida somente ao entendimento que se refere ao recebimento da Alma (Neshamah).

Estes limites devem ser estritamente observados no estudo do Zohar.

Você já deve saber agora que existem Dez Sephiroth, que são chamadas Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), coja raíz é Kether (Coroa). Eles somam Dez, porque Tiferet inclui outras seis Sephiroth; Hesed (Misericórdia), Gevurah (Julgamento), Tiferet (Beleza), Netzah (Paciência Perpétua), Hod (Majestade) e Yesod (Fundação). Este fato deve estar sempre em mente, quando as Dez Sephiroth forem mencionadas como Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut.

Estas Dez Sephiroth geralmente incluem todos os quatro mundos da Emanação, Criação, Formação e Realização ou Ação, onde o Mundo da Emanação é a Sephirah Hokhmah, o Mundo da Criação é a Sephirah Binah, o Mundo da Formação é a Sephirah Tiferet e o Mundo da realização é a Sephirah Malkhut. Entretanto, não só estes quatro mundos contém individualmente a totalidade das Dez Sphiroth, como também a menor parte de cada mundo tambem contem a totalidade das Dez Sephiroth.


As Quatro Cores

O Zohar deu as estas Dez Sephiroth, Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut a analogia das quatro cores: branco para a Sephirah Hokhmah, vermelho para a Sephirah Binah, verde para a Sephirah Tiferet e preto para a Sephirah Malkhut.

Esta analogia pode ser entendida através do exemplo de um espelho que tem quatro planos de vidro, cada um deles colorido com uma das quatro cores. Assim quando uma luz penetra esse espelho reflete-se nos quatro planos com as quatro cores.

O mesmo ocorre com a Luz que está em todo Sephiroth, desde o topo do Mundo da Emanação até final no Mundo da Realização. Entretanto a sua divisão nas Dez Sphiroth ocorre através dos veículos, chamados de Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut, pois cada veículo é como um filtro puro através do qual a Luz Divina atravessa e que é transformado em cores diferentes: O veículo de Hokhmah, que é o Mundo da Emanação transmite uma luz branca, o que é dizer uma luz incolor. Isto é porque o veículo do Mundo da Emanação é como a Luz ela mesma, então a Luz Divina não se modifica quando o atravessa. Este é o segredo (Sod) que o Zohar afirma sobre o Mundo da Emanação: "Ele, Sua vitalidade e Sua Substância são Uma". No caso das outras Sephiroth, a Luz é modificada quando as atravessa.

Além do que foi dito acima existe uma alusão muito significativa contida na comparação do Sephiroth com as quatro cores, pois as Luzes supremas são chamadas de Sepher (livro), como está escrito: "E Ele criou o Seu mundo através de três usos de um Sepher (livro), com um Livro (Sepher), como uma escrita (Sopher) e como uma estória (Sippur)" - Sepher Yetzirah, 1,1.

Também encontramos: "E os céus deverão ser enrolados em conjunto como um livro (Sepher)" - Isaias 34:4.

A sabedoria em qualquer livro não se manifesta na sua parte branca, mas somente através da cores, digamos da tinta, pois é através desta que as letras combinadas com a sabedoria nelas contida é que alcançam o estudante.

Assim, podemos entender porque a Luz de Hokhmah, é como a parte branca do livro, ou seja, não há nada nela que possamos alcançar ou entender, no Mundo da Emanação. Este é o segredo (Sod) dos versos "E tudo o que Ele fez foi a Sabedoria (Hokhmah) - Psalms 104:24.


LINKS QUE VALEM UMA CONSULTA PARA ESTUDOS MAIS APROFUNDADOS:

CABALA - A ÁRVORE DA VIDA EM 3-D : http://www.maceio.rei.br/cabala/

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