Eça de Queirós

O Realismo naturalista chega a Portugal


Biografia

Eça de QueirósEça de Queirós (1845-1900) nasceu em Póvoa do Varzim, em Portugal. Concebido antes do casamento dos pais, só foi reconhecido oficialmente como filho já com 40 anos. Apesar de uma estréia romântica, este formado em Direito fundou o Realismo naturalista português. Não obteve sucesso como advogado e dirigiu um seminário, onde escreveu seu livro mais polêmico. Mudou-se para Havana em 1872 como cônsul, viajou aos Estados Unidos e foi morar na Inglaterra em 1873. Casou-se aos 40 anos e teve quatro filhos. Apesar de ter tido seu O Primo Basílio criticado por Machado de Assis, eles desenvolveram uma admiração mútua mais tarde. Foi o maior escritor português do século XIX.

Entre suas obras mais famosas estão Os Maias, O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Alves & Cia. e A Relíquia.


Citações

"Ela mesma se espantava de se sentir tão tranqüila. E todavia impacientava-a ter constantemente aquela idéia no espírito, impassível, com uma obstinação espectral; punha-se instintivamente a acumular as justificações (...) Rainhas mesmo tinham amantes. E ele amava-a tanto!... Seria tão fiel, tão discreto! As suas palavras eram tão cativantes, os seus beijos tão estonteadores!... E enfim que lhe havia de fazer agora? Já agora!..." O Primo Basílio

"Porque enfim fossem francos: que tinha ela? Não queria dizer mal "da pobre senhora que estava naquele horror dos Prazeres", mas a verdade é que não era uma amante chique; andava em tipóias de praça; usava meias de tear; casara com um reles indivíduo de secretaria; vivia numa casinhola; não possuía relações decentes; jogava naturalmente o quino, e andava por casa de sapatos de ourelo; não tinha espírito, não tinha toilette... Que diabo! Era um trambolho!" O Primo Basílio

" Veio-lhe então uma idéia absurda de noivo folgazão: entrar pé ante pé, ir ao quarto surpreender Lulu que, ordinariamente, àquela hora se vestia para o jantar. (...) Lulu, de robe-de-chambre branca, encostava-se, abandonada, sobre o ombro dum homem que lhe passava o braço pela cintura, contemplando-lhe o perfil com o olhar afogado em languidez. O homem era o Machado!" Alves & Cia.


1