BOLERO

 
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Mais uma vez aquele bolero tocava
Ondas de espuma... crinas de corcel...
Aquarelas pintadas sem pincel...
Ondas de noite... sexo... sons de lava...

Mais uma vez aquele bolero soava,
Como suavam corpos num hotel...
No ar crescia o sonho de Ravel
Que aquele maestro irado interpretava...

Mais uma vez ali... ouvi bolero,
Acompanhando este meu louco beijo
E modelando, em mim, em meu desejo

Um grito ardente: "- Amor,como te quero..."
Mais uma vez meu coração bateu
Tocou bolero, amor, perto do teu...

Sir, Joaquim Saraiva

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