O AMOR

O que tens, o que temos,
Que se passa conosco?
Ai, o nosso amor é uma corda dura
Que nos amarra, ferindo-nos,
E, se tentamos
Livrar-nos da ferida,
Separa-nos,
Dá outro nó e condena-nos
A viver sangrando, a queimar-nos juntos.

O que tens? Conteplo-te.
E nada encontro em ti senão dois olhos
Iguaia a todos os olhos, uma boca
Perdida entre mil bocas que beijei, mais formosas,
Um corpo igual ao sque revoltaram
Sob o meu corpo sem deixar moméria.

Tu caminhavas vazia pelo mundo
Como uma jarra cor de trigo
Sem ar, sem som, sem subtância.
Em ti procurei em vão
Fundura para os meus braços
Que sem cessar escavam sob a terra:
Sob a tua pele, sob os teusa olhos nada,
Sob o teu, duplo peito levantando apenas
Uma corrente de ordem cristalina
Que não sabe por que corre a cantar.
Porquê, porquê, porquê,
Meu amor, porquê?

Pedro Rocha

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