"PERGUNTA"

Amor, um aperguta minha
Dilacerou-se.

regressei a ti
Da incerteza coms espinhos.

Quero-te direita como
A espada ou o caminho.

Mas tu insistes
Em manter uma curva
De sombra de que não gosto.

Meu amor,
Compreende-me
Quero tudo o que é teu,
Dos olhos aos pés, às unhas,
Por dentro
Toda a claridade, que escondias.

Sou eu, meu amor,
Quem bate á tua porta.
Não é um fantasma, não é
o que um dia parou
À tua janela.
Eu deito a porta abaixo.
Eu entro na tua vida.
Venho viver a tua alma.
Tu não podes comigo.

Tens que abrir todas as portas,
Tens que obedecer-me,
Tens que abrir os olhos
Para eu os observar,
Tens que ver como ando
Com passos pesados
Por todos os caminhos
Que, cegos, me esperavam.

Não tenhas medo,
Sou eu,
Mas.
Não sou viajante nem mendigo,
Sou o teu senhor,
Aquele que esperavas,
E agora entro
na tua vida
Para não mais sair,
Amor, amor, amor,
Para ficar.

Pedro Rocha

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