"REFLEXO DOS TEMPOS"

Não vejo o meu reflexo neste espelho,
Atento a tudo, nada compreendo.
Mudam-se as drogas,
Trocam-se os sexos,
Se é verdade que estou vivo,
Então, me arrependo.

A raça humana por um fio,
Presenciando a morte da sapiência,
Mendiga à beira do grande rio.
Fazendo filas, sofrendo em ordem,
Em cada ruga a experiência,
De suportar até o que não podem.

Neste horizonte não vejo o Sol,
Apenas um cogumelo em esplendor.
Reflexos que correm, morrem,
Um clarão de luz ameaçador.
Não abro os olhos, mas testemunho
O início de um reinado de terror.

A brisa que agride o meu rosto
Não tem mais o seu perfume.
As gotas ácidas que caem do céu,
Anunciam o fim do arco-íris.
Sete cores a menos na Terra,
A natureza veste o seu negro véu.

Mas não me desperte deste sonho,
Deixe meus olhos abertos, para dentro.
Ainda ouço aqueles passos.
Posso sentir cada movimento,
Talvez o pulsar de uma nova vida,
A nuvem declarando o seu amor ao vento.

Mauricio José

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