A LEI DO CARMA
"A semeadura é livre. A colheita é obrigatória"
A palavra CARMA origina-se dos
escritos esotéricos Upanichades e, e surgiu aproximadamente nos
confins do século VII A.C., na Índia. Espiritualmente significa
a Lei da Retribuição, de Causa e Efeito, Ação
e Reação. O homem imagina e
cria as causas, e o carma ajusta os efeitos, para restabelecer o equilíbrio.
Desta forma o Carma está intimamente ligado ao livre-arbítrio,
pois se somos livres para agirmos, bem ou mal, teremos que arcar com as
conseqüências de nossos atos.
O Carma pode ser individual, familiar ou coletivo, e é a forma
pelo qual o espírito escolhe, antes de reencarnar, as provas
por que há de passar na Terra com o intuito de elevar-se
espiritualmente, reparando as faltas cometidas contra si e contra
seu próximo.
Todos os infratores das Leis Divinas
precisam recapitular suas experiências em que fracassaram, além
de assumir outras, para repararem com a dor e com as boas ações,
os efeitos do mal cometido. Não que Deus imponha o sofrimento ao
espírito, mas este, ao ver e reconhecer, através da consciência,
os seus erros, sofre e busca, nas provações de uma nova existência,
o caminho para a perfeição.
O Carma individual, ou Egocarma,
está relacionado com a vida íntima das pessoas (com o corpo
físico, o trabalho, ou doença). Podemos exemplificá-lo
através de doenças degenerativas como o câncer, que
constitui-se numa provação para o indivíduo que em
vida passada fez mau uso de seu corpo físico, excedendo-se em vícios
e paixões mundanas, distanciando-se das leis naturais, prejudicando
o seu perispírito.
Já o Carma
Familiar ou GrupoCarma, é aquele que atinge a família e os
amigos. São espíritos ligados a um mesmo corpo de prova sofrendo
resgates semelhantes. Por exemplo, um filho que desencarna na flor da idade
constitui dura prova para os familiares, que terão que se unir e
com resignação e fé, suportar a dor da perda.
O Carma coletivo ou
policarma, é um carma mais amplo, ligado à comunidade a qual
o indivíduo pertence, a cidade, o País, ou até ao
planeta. Na colonização das Américas os povos primitivos
que aqui viviam foram explorados e dizimados pelo homem branco. Seus pertences,
suas terras, sua liberdade, sua vida foram espoliadas. Sem o habitat natural,
eles reencarnaram entre nós. Inadaptados para as disciplinas da
civilização, não vacilam em agredir e matar para atender
suas necessida-des, impondo-nos assim um carma coletivo.
É comum, nos dias de hoje, ouvirmos nos meios de comunicação,
acidentes com ônibus, aviões e navios, onde uma parcela dos
passageiros é atingida e desencarna, e outras não. Dizemos
então que era a hora de uns desencarnarem e do outros não.
O que acontece é que para muitos realmente era o momento de deixarem
a terra, mas para outros constitui, no entanto, um acidente cármico
de percurso, ou seja, foram atingidos por fatores que embora ligados ao
egocarma, estavam ligados ao policarma ou carma coletivo.
Devemos ter em mente, que a apenas os fatos principais de nossa existência
são previstos; os acontecimentos secundários se originam
das circunstâncias e das conseqüências de nossas ações,
para que possamos assim, exercer o livre arbítrio. Por isso, não
devemos relacionar tudo o que nos acontece a conta de provações
cármicas. O objetivo de nossa existência é o crescimento
de nossas potencialidades, o amadurecimento de nossos sentimentos de amor,
desprendimento, amizade, justiça, aliados à razão
e a inteligência. Temos uma missão a cumprir; quanto maior
for a nossa missão, menor a provação, menos reencarnações
teremos. Se nossa missão for igual ou menor que a provação,
mais reencarnações teremos; portanto devemos trabalhar com
afinco para que os valores morais germinem em nossa consciência,
conduzindo-nos ao caminho do bem.
O carma
antes de ser o mediador de nossas ações negativas é
a oportunidade de reajuste e do fortalecimento de nossas ligações
afetivas, unindo o pai com o filho, aproximando irmão com irmão,
o indivíduo com a família, restabelecendo a harmonia entre
os entes, sob o comando da justiça infinita de Deus.
“A semeadura
é livre, a colheita obrigatória”