CIGANOS, UM POVO ANDARILHO !
A falange
cigana, que atua em nosso centro espiritualista, tem características
próprias que diferem de outros bandos de ciganos. Tais diferenças
constituem-se na forma de efetuar os trabalhos espirituais.
Como bem
sabemos, nossa Seara é de Umbanda branca, ou seja, não são
autorizados trabalhos de batuque ou magia negra. Porém, não
só estes trabalhos, pratica a falange cigana. Este povo milenar
teve origem na Índia antiga, havendo diversas lendas a respeito
da verdadeira razão que os levou a serem andarilhos. Foram obrigados
a aprender o ofício da quiromancia (leitura das mãos), astrologia
e outras sabedorias esotéricas, bem como firmarem
uma nova língua, o romanês,
para se protegerem das perseguições da época. Em suas
viagens, sempre buscando a liberdade e a paz, adquiriram respeitável
sabedoria sobre as coisas da Terra. Por isso se diz, erroneamente, que
são espíritos menos evoluídos porque trabalham muito
mais com a matéria do que com o etéreo. Muito pelo contrário,
a sabedoria cigana sempre nos surpreende trabalhando na Linha Oriental.
Este povo nos limpa os chácras (centros energéticos) e revigora
nosso corpo físico, usando a energia dos cristais e elementos da
natureza (água, fogo, terra, flora, etc), bem como de artifícios
mais palpáveis como as cartas ciganas. Pode um mentor cigano que
ajuda na Umbanda vir a trabalhar na Linha Oriental, pois a energia de trabalho
é a mesma - o que muda é a forma de manipular os fluídos
– de vez que na Umbanda há mais uma relação material,
enquanto no Oriente há um liame espiritual de energias.
A título
de curiosidade, contemos uma, entre tantas lendas ciganas: ”Quando Cristo
foi crucificado, o pior cravo, aquele que deveria ser enfiado em sua testa,
o cigano deu um jeito de sumir com ele. Cristo, então, mesmo naquele
estado de sofrimento, percebendo, sussurrou para o Cigano: - Sigam, você
e seu povo, o seu destino!. Daí porque os ciganos são protegidos
de doenças graves, sempre têm o que comer, mas para isso precisam
estar sempre caminhando. É o destino! “
POESIA: RAÇA CIGANA
Os meteoros dourados refulgem no fundo dos céus,Sungré de Arael Magnovitch
Vem! Caminhar é preciso. O infinito é
mesmo ali.
Deixe transbordar o suor. O que conta é
somente a vida.
Há mais adiante um campo com água
limpa e farta comida.
Foi na carta vinte e nove que tudo isto eu senti.
Nossas crianças (ciganas), são flores
, donas do horizonte.
Nossas Mulheres (ciganas), rainhas. Do amor doce
fonte.
Os velhos (ciganos), nossa segurança.
Minas de imenso saber.
Os homens (ciganos), muralhas serenas a nos proteger.
Cresça, melhore, evolua, você que
ainda é humano.
E um dia, quem sabe, poderá até
chegar a ser cigano.
Viverá com nossa ciência. Sorrirá
com nossa alegria.
Saberá vir antes do sol e fazer o seu
próprio dia.
Siga os sentimentos puros e espalhe alegria em
seu caminhar.
Siga a estrada da vida. Faça do bem seu
eterno altar.
E tudo o que for de bondade, siga. Dance nossos
cantos ufanos!
Siga-nos, siga-nos! Seja feliz. Siga os ciganos.