Estados Unidos
Copa do Mundo de 1994

O maior espetáculo da Terra

Com audiência recorde, mas gols e menos violência que outros Mundiais, a Copa de 1994 dá o tom do novo futebol

A Seleção da Copa
GOLEIRO: Preud'Homme (Bélgica)
LATERAIS: Jorginho (Brasil)
Maldini (Itália)
ZAGUEIROS: Baresi (Itália)
Aldair (Brasil)
MEIO-CAMPO: Dunga (Brasil)
Amunike (Nigéria)
Hagi (Romênia)
Stoichkov (Bulgária)
ATACANTES: Baggio (Itália)
Romário (Brasil)

Eles são pequenos e ela era gigantesca. Durante um mês, ao longo de oitenta horas de bola rolando em nova cidades do país que inventou o cinema de Hollywood, os espetáculos da televisão e os musicais da Broadway, e que com um século de atraso descobriu a magia do futebol, essa cobinação tornou-se irresistível. Quem tomou conta da festa, com os gols que souberam marcar na hora certa, foram o brasileiro Romário de 1,68 metro, e o italiano Roberto Baggio, de 1,74 metro. Solistas sem físico de superatletas, eles deram o brilho individual ao show de maior sucesso de público que já se viu na face da Terra - a 15a Copa do Mundo.
A Campanha do Campeão
Eliminatórias
18/07/93 Equador 0 x 0 Brasil
25/07/93 Bolívia 2 x 0 Brasil
01/08/93 Venezuela 1 x 5 Brasil
15/08/93 Uruguai 1 x 1 Brasil
22/08/93 Brasil 2 x 0 Equador
29/08/93 Brasil 6 x 0 Bolívia
05/09/93 Brasil 4 x 0 Venezuela
19/09/93 Brasil 2 x 0 Uruguai
Primeira Fase
20/06 Brasil 2 x 0 Rússia
24/06 Brasil 3 x 0 Camarões
28/06 Brasil 1 x 1 Suécia
Oitavas-de-Final
04/07 Brasil 1 x 0 Estados Unidos
Quartas-de-Final
09/07 Brasil 3 x 2 Holanda
Semifinais
13/07 Brasil 1 x 0 Suécia
Final
17/07 Brasil 0 x 0 Itália
(3 x 2 nos penâltis)
Pela TV, seus 52 jogos arrebataram uma audiência acumulada de 33 bilhões de telespectadores, da China aos confins da Amazônia. Ao vivo, os estádios ficaram cheios da primeira à última partida, recebendo 3,5 milhões de torcedores, virtualmente sua capacidade máxima disponível, ou 1 milhão a mais do que a Copa da Itália, que detinha o recorde. Na média, outro baile. Cada jogo teve 67.000 pagantes, contra 46.000 em 1986 e 48.000 em 1990.
Dentro do campo, é verdade, não se jogou o melhor Mundial de todos os tempos. Em conpensação, jogadores como Romário e Baggio - e coadjuvantes de porte ligeramente mais avantajado, casos do búlgaro Stoichkov e do sueco Brolin, ambos de 1,77m - além, do romeno Hagi, de 1,72m, ofereceram o que se espera de uma Copa: espetáculo. Esse ingrediente esteve ausente do Mundial anterior.
Uma das evidências, pode ser comprovada no número de gols. Antes da final, foram marcados 137 gols, numa média de 2,74 por partidas. É uma estatística que merece comemoração. Na Itália, quatro jogos terminaram 0 a 0, resultado que de nove entre dez espelha um jogo enfadonho. Nos EUA, apenas dois encontros não tiveram gols. Em termos de futebol ofensivo, esta Copa ganhou da de 1990 por qualquer ângulo que se olhe.
Nesta Copa, os juízes foram mais rigorosos, mas falharam no varejo e acertaram no atacado. Eles expulsaram 15 jogadores, não que tenha sido uma Copa violenta. Pelo contrário, o número de faltas diminuiu de 36 na Copa de 1990 para 26 nesta Copa por jogo. Os árbitros que foram mais rigorosos. Distribuíram 229 cartões amarelos.
Os números da Copa
Jogos: 52
Gols: 152
Média de Gols: 2,9
Participantes: 24
Média de Público: 67.000
Os maiores destaques desta Copa foram o assassinato do zagueiro Andreas Escobar, o doping de Maradonae a cotovelada de Leonardo que trincou a cabeça do americano Tab Ramos.
Outra explicação para o êxito da Copa pode ser buscada na dramaticidade que marcou várias partidas. Algumas delas devem ficar na memória do torcedor, como Romênia e Argentina, Alemanha e Bélgica e Brasil e Holanda, todas com o marcador de 3 a 2. Ou a eletrizante vitória da Itália sobre a Nigéria por 2 a 1, na tarde em que Baggio, que vinha parecendo um sapo encantado, precisou de quinze minutos para se transformar no príncipe da Copa. Nesse jogo a Itália estava perdendo quando ficou reduzida a dez jogadores pela expulsão do atacante Zola. Situações idênticas foram vividas pelo Brasil contra os EUA e pela Bulgária contra a Argentina. Nos dois jogos, dez ganharam de onze. Como isso foi possível? Com superação.
Pelo que as seleções demonstraram podem ser divididas em seis grupos:

Os números do Brasil
Jogos: 7
Gols Pró: 11
Gol Contra: 3
As grandes: Brasil e Itália.

As boas surpresas: Bulgária Romênia, Suécia, Nigéria, Estados Unidos, Arábia Saudita, México e Coréia do Sul.

As que deram azar: Bélgica e Argentina.

As medianas: Holanda, Suíça, Irlanda, Espanha, Rússia e Noruega.

As fracotes: Grécia, Bolívia, Marrocos e Camarões.

As que pisaram na bola: Alemanha e Colômbia.


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