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DREAMS ! DREAMS ! DREAMS !

Quando à noite no leito perfumado

Lânguida fronte no sonhar reclinas,

No vapor da ilusão porque te orvalha

Pranto de amor as pálpebras divinas?

E, quando eu te contemplo adormecida

Sôlto o cabelo no suave leito,

Porque um suspiro tépido ressona

E desmaia suavíssimo em teu peito?

Virgem do meu amor, o beijo a furto

Que pouso em tua face adormecida

Não te lembra no peito os meus amores

E a febre do sonhar de minha vida?

Dorme, ó anjo de amor! No teu silêncio

O meu peito se afoga de ternura

E sinto que o porvir não vale um beijo

E o céu um teu suspiro de ventura!

Um beijo divinal que acende as veias,

Que de encantos os olhos ilumina,

Colhido a medo como flor da noite

Do teu lábio na rosa purpurina.

E um volver de teus olhos transparentes,

Um olhar dessa pálpebra sombria,

Talvez pudessem reviver-me n'alma

As santas ilusões de que eu vivia !

(W.Cowper)



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