Craques do Bugrão

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Jorge Pinto Mendonça

O carioca Mendonça disputou o Campeonato Paulista no Bugrão entre 1980 e 1984, e deixou a impressionate marca de 55 gols.

No Campeonato Brasileiro ( 1981 e 1982), fez 28 gols. Em 81 foi o artilheiro do Campeonato Paulista, no Guarani, com  38 gols.

Ele caminha pelas ruas do Parque da Figueira I, bairro popular de Campinas (SP), como se estivesse à procura da fama perdida.
Habilidoso, dono de um chute forte e preciso de direita, formou com o centroavante Toninho uma dupla infernal e inesquecível no Parque Antarctica. Marcou 375 gols em 20 anos de carreira. Jogou uma Copa do Mundo, a de 1978, na Argentina. Foi famoso. Foi ídolo. Foi rei. Mas, aos 46 anos, Jorge Pinto Mendonça, o grande meia Jorge Mendonça, está na parte baixa da gangorra em que se transforma a vida de um ex-jogador de futebol.

Dez anos após ter encerrado a carreira, ele não se ilude mais com a vida. Sem dinheiro, com poucos amigos e morando na casa dos pais, só não perde a esperança de um dia recuperar pelo menos parte do que construiu - e destruiu. O homem que na década de 70 gabava-se de ter dez apartamentos no Recife (PE) e sempre dois carros na garagem ("Opalão ou Caravan") hoje vive de esperanças.
Espera pela improvável indenização de uma revista, cujo nome não sabe e que teria usado indevidamente a imagem dos jogadores do Palmeiras de sua época. Se surgisse também o convite de um time qualquer, pequeno que fosse, só para trabalhar como supervisor, já daria para o gasto. Mas nem isso. Então Jorge Mendonça sonha, o que ainda é de graça: quer ter a sua própria escola de futebol e revelar talentos para o mundo.

Jorge Mendonça começou no Bangu, em 1971. Depois passou por Náutico, Palmeiras, Vasco, Guarani, Ponte Preta, Cruzeiro, Colorado (PR) e Paulista de Jundiaí. No Paulistão de 1981, atuando pelo Guarani, balançou as redes adversárias 38 vezes, marca superada apenas pelos santistas Feitiço e Pelé. Só pelo Palmeiras marcou 104 gols - o que faz dele oitavo maior goleador da história do clube, ao lado de Leivinha.
Duas décadas depois de tanta glória, esses números são a única coisa que ele carrega. O dinheiro que ganhou como jogador, diz ter perdido para a ex-mulher e para o cunhado, a quem diz ter passado uma procuração dando poderes sobre seus bens.

O ex-jogador diz que atualmente vive dos cachês recebidos para reforçar equipes de masters ou para ser presença ilustre de algumas festas. Logo depois de ter encerrado a carreira, no Paulista de Jundiaí (SP), Jorge Mendonça foi trabalhar como relações públicas de uma empresa de segurança e fazia essa função nas confraternizações. O grande Jorge Mendonça, que no auge da fama tinha regabofes a escolher, transformara-se num mero cartão de visita.

Passou pelo Palmeiras, Vasco e Seleção Brasileira.

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