Montanha e mau tempo

 

Estavamos eu e dois amigos, o Fernando e o Daniel decidindo onde iriamos escalar no feriado quando o Fernando sugeriu que fossemos até Andradas em Minas Gerais escalar a Pedra do Elefante também conhecida como Pedra do Diamante .

A região era bastante bonita e a Pedra do Elefante imponente. Ë uma espécie de Conjunto do Baú , só que mais reduzida. Para se chegar até a base é necessário subir por uma trilha de 40 minutos aproximadamente. Uma vez na base vimos nossa escalada sendo adiada pelo mau tempo que começava. Uma leve chuva já no início da escalada a nos atrapalhar , mas na verdade não estavamos nem aí e resolvemos continuar escalando na chuva. Eu e o Daniel estavamos sem camisa e apenas o Fernando estava levando um anorak. A nossa frente outra cordada de 3 seguia também. Após a 3 enfiada a coisa piorou de vez. Alcançamos um platô enquanto neblina e muita chuva rodeavam a montanha. No platô ficamos a espera o tempo melhorar , e a esta altura estavamos sentindo muito frio e totalmente molhados. Procuramos nos aquecer juntando nossos corpos, enquanto o tempo piorava. A minha frente , as nuvens cruzavam os olhos numa velocidade incrível subindo pela encosta da montanha. Ancoramo-nos no platô, parecia que íamos sair voando carregados pela nuvens e o vento. Tremiamos de frio em parar. As nuvens subindo pela encosta da montanha fazia um ruído considerável e permanecemos juntos tentando nos aquecer.

A certa altura, com a chuva diminuindo , resolvemos descer em rapeis sucessivos e fugir daquele frio. Nossa mãos tremiam muito e estava difícil trabalhar a corda. O Daniel era o que mais estava sofrendo com o frio e realmente fiquei preocupada com a tal da hipotermia. Resolvemos fazer um trabalho de equipe como os escaladores da outra cordada e usamos 2 cordas que facilitou o trabalho. Fui descendo na frente no primeiro rappel no que meus companheiros me acompanharam. Passamos para o segundo rappel e já podiamos ver a base da montanha. Finalmente chegamos no primeiro rappel e já podíamos ver lá embaixo nos esperando o Salsani de Mogi Mirim que tem grampeado as vias por lá, fazendo um bom trabalho. O Salsani é soldado do Corpo de Bombeiros e nos recebeu com um chá bem quente que ajudou a nos recompor. Ele disse que nunca tinha visto naquela região o tempo daquele jeito e que tivemos muita sorte.

Fica para nós uma lição desse pequeno abuso que poderia Ter nos causado muitos transtorno, já que como a maioria das pessoas que escalam no Brasil não temos a mínima noção de primeiros socorros e como enfrentar situações de risco como esta e outras que podem acontecer.

Marcos ª P.

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