Eddy Merckx
 

        21 de Julho de 1969, a manchete "O homem anda na lua" está na primeira página dos jornais. Mas foi também nessa data que Eddy Merckx conquistou a "camisa amarela" na Tour de France. Não foi uma coisa incomum para esse ciclista belga nascido em Meenzel-Kiezengem, uma vila próxima a Bruxelas, em 17 de Junho de 1945. Ele já tinha belas vitórias na sua lista, nas grandes provas "clássicas" do ciclismo: em 1966, Milão-San Remo; em 1967, ele repetiu o feito e ganhou, também, o Campeonato Mundial e a Flèche Wallonne. Em 1968, foi a Paris-Roubaix e a Giro d'Italia.

 

Mas foi a Tour de France de 1969 que revelaria esse excepcional ciclista: vencedor de todas as etapas contra-relógio (exceto no prólogo Paris-Roubaix), o campeão de Bruxelas se mostrou, também, insuperável nas montanhas. "Escalador" fenomenal, formidável nas descidas, Eddy Merckx era o corredor por excelência. Sua tática consistia em atacar incessantemente, levando riscos a seus adversários. Com ele acabou a monotonia na Tour de France. No percurso havia movimento, suspense.
        Para a chegada em Paris, um trem especial tinha trazido muitos fãs Belgas. Merckx conquistaria não apenas a camisa amarela (primeiro na classificação geral), mas também a camisa verde (primeiro na classificação por ponto) e o Grande Prêmio de Montanha. Curiosamente, nesse mesmo ano Merckx tinha sido excluído da Giro d'Italia, acusado de "doping", mas foi inocentado por um júri internacional, que levou em conta o seu passado irrepreensível.

Ele venceria um total de cinco vezes a Tour de France (em 69, 70, 71, 72 e 74), vestiria a camisa amarela por 96 dias, o que constitui um recorde absoluto até hoje, e totalizaria 34 vitórias de etapas. Ainda mais, ele venceu sete vezes a Milão-San Remo, três vezes o Campeonato Mundial e cinco vezes a Giro d'Italia. Em 1972, ele superou Ritter no Recorde da Hora, percorrendo 49,431 Km. Em 1977, ele subiu no selim pela última vez na Tour de France.
Na Sexta-feira, 18 de Maio de 1978, no Centro Internacional de Imprensa, Eddy Merckx surpreendeu com a declaração: "Eu decidi encerrar minha carreira. Não sendo mais capaz de manter um alto nível de competição, eu prefiro desistir...". Ele se dedicou a sua paixão durante dezesseis anos.

 Desde então, além de comercializar os quadros de bicicletas com o seu nome, o "Canibal", como era chamado, treinou a seleção belga para o Campeonato Mundial e colaborou com vários veículos da imprensa esportiva.
O "Grand Prix Eddy Merckx" é uma prova contra-relógio - um circuito de cerca de 60 Km em volta de Bruxelas - que atrai todos os anos, no início de setembro, as grandes vedetes do ciclismo.

                             


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