Marco
Pantani, il Pirata, nasceu em Cesena, Itália, em 13 de Janeiro de 1970.
Com 1,70 m e 57 Kg é um formidável "escalador" (especialista em
ladeiras nas altas montanhas dos Alpes), demostrando o seu valor já nas
categorias iniciais, quando as subidas apareciam na estrada. Após ficar
em 3º lugar em 1990 e 2º em 1991, dominou a "Giro d'Italia Baby" em
1992, anulando nos Alpes dolomíticos a diferença acumulada nas
etapas planas e, sobretudo, nas etapas de contra-relógio.
Em 5 de Agosto daquele mesmo ano
participou de sua primeira prova como profissional: GP Camaiore. No ano seguinte
participa do seu primeiro Giro d'Italia, abandonando na segunda metade por causa
de um infortúnio.
Mas é no Giro d'Italia de 1994 que Pantani explode em toda sua grandeza,
vencendo as etapas de Merano e de Aprica, se colocando em 2º lugar na classificação
final, atrás de Berzin, mas na frente da classificação
do grande Miguel Indurain, que naquele período dominava as grandes provas
de etapas. Naquele Giro d'Italia ficou gravada na memória a escalada
do Mortirolo, a terrível subida onde Pantani massacra todos os seus adversários.
Se apresenta também na largada
de sua primeira Tour de France, onde se classifica em 3º lugar, confirmando
os dotes de "escalador", Já demostrados no Giro, mas amplificados pela
ressonância que só a Tour de France, prova de etapa mais importante
do mundo, pode dar.
1995 deveria ser o ano da consagração
definitiva, mas na própria Giro d'Italia uma grave queda o obriga a abandonar
aprova. Trinta dias de inatividade não o impediram de se apresentar na
Tour de France. Vence pela primeira vez a mítica etapa de Alpe d'Huez,
quebrando o recorde anterior da escalada, repetindo em Guzet Neige nos Pirineus.
Termina apenas em 13º lugar na classificação geral, devido
à inevitável falta de condicionamento causada pelo involuntário
período de inatividade.
Depois do Tour ele se preparou para
um atípico Campeonato Mundial, que se realizou em Duitama, na Colômbia,
a 2700 metros acima do nível do mar. Ao término de uma prova duríssima,
devido ao percurso e à altitude, Marco conquista a 3ª posição
do pódio, apertado pela "morsa" espanhola Olano-Indurain.
Infelizmente, em 18 de Outubro, apenas
10 dias após o Campeonato Mundial, durante a Milão-Torino, envolveu-se
num terrível acidente, que provocou a fratura composta da tíbia
e do perônio da perna esquerda. Foram meses difíceis e ausência
das competições em grande parte de 1996. O tempo de recuperação
foi longo, mas a força de vontade de Marco e o ótimo trabalho
da equipe médica, permitiram-no participar de algumas provas já
no mês de Julho. Como era de se esperar ele não obteve resultados
relevantes, mas foi uma vitória o retorno do campeão que entusiasmou
milhões de esportistas. Justamente por causa disso a Mercatone One escolheu
Pantani como protagonista do seu retorno ao ciclismo e construiu toda uma equipe
para ele.
A confirmação do retorno
desse grande ciclista, capaz de entusiasmar milhões de fãs, aconteceu
na Tour de France de 1997, durante a qual Marco foi o protagonista absoluto
na etapa "rainha" de Alpe d'Huez e na etapa seguinte de Morzine, conquistando
o 3º lugar na classificação final, atrás de Ullrich
e Virenque.
Juntamente com a confirmação
de ser um dos maiores "escaladores" da história, surge a possibilidade,
durante 1998, de poder competir sem interrupção de atividade.
Apoiado por uma excelente equipe, se apresentou na largada do Giro d'Italia.
Ataca desde as primeiras etapas, apesar da falta de subidas difíceis,
se defende no primeiro contra-relógio, demole com regularidade todos
os seus adversários nas etapas de montanha, entusiasma no contra-relógio
de Lugano. Finalmente o Giro d'Italia é seu.
Não satisfeito com esse impressionante
sucesso, participa também da Tour de France. E também na prova
mais importante da temporada, Marco foi o protagonista absoluto. Ele deu tudo
na inédita chegada de Plateau de Beille, um grande trabalho. Numa etapa
épica, tremenda do ponto de vista meteorológico, ataca no mítico
Col du Galabier e, depois de mais de 50 Km de fuga, chega sozinho em Les Deux
Alpes, deixando seus adversários com grande margem de tempo. A camisa
amarela era sua. O último contra-relógio foi apenas uma formalidade.
Na chegada final nos Champs-Elysées Marco entra para a história
do ciclismo, conquistando no mesmo ano o Giro d'Italia e a Tour de France.