Quebra Cabeça

Posso ter estudado pra ser cientista, mas acabei me tornando um professor. Por incrível que pareça hoje fico muito feliz em lembrar a inusitada cadeia de acontecimentos que me tiraram da vida acadêmica e me trouxeram para a sala de aula. Sou realmente apaixonado pela minha profissão e sou capaz de passar muito tempo, mas muito tempo mesmo, criando maneiras de explicar física e ciência de modo que o aluno entenda e se interesse pelo assunto.

Talvez por isso algum dia eu venha a criar um novo passatempo, pois foi assim que surgiu o quebra cabeças. Numa tarde de 1767, John Spilsbury, um professor de geografia na Inglaterra, imaginava um jeito de criar interesse em seus alunos pelos mapas. Ele tinha verdadeiro horror do "aspecto de decoreba" que a geografia física tinha e queria que seus alunos aprendessem enquanto se divertiam. Eu sei exatamente com ele se sentia...

Spilsbury colou seus mapas em placas de madeira fina e, com um estilete, cortou as bordas dos países da Europa, assim cada pedacinho cortado era um país. Sua idéia era separar os pedaços e mandar os alunos juntarem da maneira correta. Eles se divertiam e, quase sem querer, aprendiam as localizações e o "desenho" de cada país. Spilsbury também fez quebra cabeças de mapas mais detalhados, de estados, cidades etc...

Antes que ele imaginasse, as pessoas começaram a fazer quebra cabeças de toda espécie de gravuras, figuras, pinturas. O propósito não era mais educar, mas sim divertir. Os quebra cabeças como conhecemos hoje, com milhares de pecinhas que se encaixam perfeitamente e com corte perfeito, só puderam existir quase um século depois, quando foram criadas ferramentas precisar o suficiente.

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