História Geológica

ou

A Evolução do Planeta Terra

Introdução

O estudo integrado das informações existentes nos arquivos técnicos da Petrobras - a Estatal Brasileira do Petróleo - mostra que existem dois problemas insuperáveis para a explicação da existência da Bacia na sua atual posição geográfica no globo terrestre. O primeiro é de natureza mecânica/geológica, a chamada Falha de Salvador. O segundo de natureza paleontológica: nos sedimentos da bacia os fósseis não obedecem a Segunda Lei da Sedimentação. Eles estão misturados caoticamente.
Os dois problemas, aparentemente independentes são, de fato, ligados pela origem e apontam exatamente para tal origem: a Bacia do Recôncavo não se formou no lugar em que se encontra no momento, mas em outro diferente e muito distante do atual.
Este raciocínio conduz a nova conclusão: os continentes se movimentaram tangencialmente à esfera da Terra. Houve movimento lateral das massas continentais! Houve portanto uma paleogeografia e uma transição para a atual geografia.
O que veremos a seguir é como foi a paleogeografia, a transição havida, até chegar a atual geografia com todos os detalhes possíveis. Vale ressaltar, este é o resultado do estudo da estratigrafia das rochas que formam a superfície do Brasil, ao longo do tempo geológico.
O raciocínio de que não existe um fenômeno ou efeito, sem uma causa anterior, remete o pesquisador, degrau por degrau, para o ponto mais recuado do tempo onde tudo começa no planeta e indica a sua causa primeira e final. Recupera-se o tempo geológico e todo o drama passado no globo terrestre.
Seguiu-se um raciocínio lógico/geológico:

Todo o resto da história é da imaginação do geólogo apoiada nos fatos existentes no território da investigação, a área do Brasil continental.
(clic na figura para ampliar)

De fato, a História da Terra é a história da sua própria energia e da energia do Sol (insolação) movidas, ambas, pelo mesmo motor, a gravidade, uma propriedade dos corpos dependente das suas massas.
A História da Terra, ou a sua evolução através do tempo, será dividida ao longo de onze períodos distribuídos em três eras segundo os novos conceitos de Tempo Geológico.
Dito anteriormente, nos restringiremos somente ao sistema planetário e particularmente ao planeta que habitamos, desde que, só aqui existem os fatos que comprovam a teoria. Para os outros corpos celestes funcionará a generalização lógica e o raciocínio.

Era Prepangaeiânica.

A descrição feita a seguir representa o estágio inicial do globo às quais vão se seguir as modificações lentas que caracterizam os movimentos da Terra como planeta. Essas modificações constituem a evolução do próprio planeta que são lidas na sua crosta.
A Era Prepangaeiânica é uma era sem registros, isto é, não existiram rochas ou formações geológicas naquele tempo. Não havendo registros, não houveram fatos e conseqüentemente não há história. As formações não existiam devido ao alto grau de energia reinante no globo. (v. a figura clicando para ampliar). Somente a matéria prima das formações, o magma. Naquele tempo a Terra era um corpo celeste totalmente incandescente e por isso naturalmente fluido.
O nome da era deriva do fato de ser precedente a existencia de Pangaea o peimeiro registro geológico,ou seja, antes da solidificação das duas rochas primárias, também chamadas rochas fundamentais.
A fase consiste na passagem do estado de energia máxima do planeta (cujo modelo é o Sol atual) para um outro mais estável, ou seja, de uma fase completamente fluida, para outra, onde surge uma fase sólida sobre a qual flutua a atmosfera primitiva. É a passagem de uma esfera de energia pura, de cor amarelo fulgurante, de volume pouco maior que o atual para um estado de menor energia, girando supersonicamente garantindo a forma esférica do planeta. As figuras ao lado são esquemáticas, mas dão idéia do fenômeno.
Na primeira figura o futuro planeta em fase de energia máxima. A altíssima temperatura do globo mantém a atmosfera de gases à distância (Clic para ampliar). Na segunda figura, a medida que a energia é irradiada em forma de luz, o globo se torna menor, a órbita da eclítica se torna maior, a cor do planeta perde o fulgor e de amarelo brilhante passa para o vermelho. Aproxima-se a atmosfera da superfície do planeta. Inicia-se a separação em três partes das matérias primas contitutivas do globo provocadas pela sua composição físico-químicas. O primeiro é um magma mais claro e de menor densidade e por isso flutua sobre o segundo muito mais volumoso, de cor negra e muito denso. A terceira parte é formada de gases flutuantes sobre a superfície do globo.
O magma mais claro toma posição na região equatorial da Terra, devido a velocidade de rotação do globo (segunda figura). A Terra passa a ser iluminada pela luz do Sol e sua atmosfera cola-se à superfície. (terceira figura ao lado). Depois da estruturação dos átomos, as reações químicas regem a cristalização dos minerais e seus compostos e completa-se a solidificação da litosfera.
Menor grau de energia e solidificaram-se os magmas da superfície, dando origem à duas espécies de rochas iniciais:

A partir dos fluidos exteriores forma-se a água do planeta que preenche as partes baixas da topografia formando Pantalassa - o mar único de água doce, de onde sobressai imensa ilha - Pangaea - o continente único. (Terceira figura da seqüência). A parte fluida que recobre o globo é formada de variada espécies de gases onde se destacam pela quantidade o nitrogênio e o gás carbônico. Surgem os ventos e as correntes marinhas.
A litosfera sólida, superfície estática, separa as duas partes fluidas dos elementos constitutivos do volume do globo:
Atmosfera (gases do exterior) e magma, matéria do interior do globo, além de serem fluidos, têm movimentos próprios e independentes. Formam-se as calotas polares como efeito da menor insolação e do movimento de translação do globo ao longo da eclíptica e ao redor do seu próprio eixo (rotação) eixo este inclinado sobre o plano da eclítica por um ângulo de 23o 27'.
Iniciam-se as precipitações da atmosfera tanto em forma de chuvas como das fórmulas químicas impregnadas de energia solar (início da vida).
Inicia-se a fase de adaptação biológica à superfície do planeta.
Inicia-se também a oxidação das rochas do planeta e o esfarinhamento das mesmas. Formam-se os primeiros solos oriundos das rochas siálicas. Aparecem os primeiros vegetais. Nas bacias de sedimentação formam-se os primeiros petróleos. Termina a Era Prepangaeiânica.

Era Pangaeiânica

Generalidades

É a segunda era do tempo geológico depois que surgem as duas rochas matrizes, e nela são contados cinco períodos, correspondentes às cinco primeiras formações geológicas que se formaram sobre a superfície terrestre. É a era da litosfera estática e dos movimento verticais com a Formação Alpha congelada entre os basaltos do fundo oceânico primitivo. Não existem montanhas tanto no mar, como nos continentes.
A rocha continental constitui a primeira formação geológica, a formação primitiva a qual forma imensa ilha sobressaindo de Pantalassa, o oceano primitivo. A segunda formação é constituída pelos basaltos do fundo do mar, também chamada de rocha oceânica (que não serão considerados, pois desaparecerão completamente da superfície do globo, como será visto posteriormente). A água do mar é doce. A cor da Terra é branca e azul. Este é o panorama inicial do globo terrestre registrado.

Período Alphaiano

A paisagem geológica do globo deixa à vista uma grande ilha, Pangaea, cobrindo 30% da área do globo, cercada pelas águas de Pantalassa o grande oceano, cobrindo os restantes 70%. Alpha flutua isostaticamente sobre o manto da Terra. A cor do globo agora é azul devido à atmmosfera e a água do mar, que absorvem a radiação azul da luz do Sol e branca devido a cor dominante da massa continental e das calotas polares. Inicia-se a sedimentação da atmosfera, uma função da insolação, formando-se os primeiros seres orgânicos, simples fórmulas químicas dotadas de energia solar tentando adaptar-se aos dois ambientes - continental e marinho em todas as latitudes. Inicia-se o ciclo da água e formam-se as redes de drenagem na superfície de Alpha; A cor verde, devido aos vegetais, os primeiros seres orgânicos da Terra, domina a superfície de Alpha e as bordas submarinas de Pantalassa.
Continua a sedimentação dos gases da atmosfera que dão origem a vida: os vegetais começam a recobrir a superfície de Alpha e a povoar o mar. A cor do planeta muda para branco, azul e verde quando os vegetais dominam a superfície de Alpha. Iniciados que foram esses processos, eles se tornaram contínuos e jamais terminarão. Apenas sofrerão modificações ao longo do tempo (evolução). Nas bacias de sedimentação formam-se os primeiros petróleos resultantes das "mortes" dos primeiros vegetais aqui formados.

Período Betaiano

Inicia-se a primeira deformação negativa da crosta, conseqüência de movimento convectivo no interior do globo forçando o embaciamento lento ao centro de Alpha, iniciando a formação de um lago central ao continente. (v. figura ao lado). Os processos de sedimentação guiam o material da superfície vindos das áreas-fontes, para dentro do lago (bacia de sedimentação) criando um novo corpo rochoso formado por camadas delgadas varicoloridas a medida que o lago aumenta de superfície e de profundidade (Estrutura da Formação Beta em superfície). O material formador desta nova rocha, são os clásticos resultantes do intemperismo de Alpha. É a segunda formação geológica que surge na superfície do globo.
Os seres orgânicos são ainda pouco numerosos fornecendo pouca matéria prima para transformação em petróleo, mas é incessante a transformação do gás carbônico da atmosfera em seres animados, uma função da fotossíntese. Diminui a porcentagem do gás carbônico na atmosfera sendo substituido pelo oxigênio resultante do crescimento do reino orgânico na superfície do globo.
O índice do gás oxigênio na atmosfera é crescente aumentando cada vez mais como resultado da função fotossintética realizada pelos vegetais para o crescimento e reprodução. O processo de oxidação das rochas e seres animados (vegetais) é cada vez mais intenso.
A determinada porcentagem do gás oxigênio na atmosfera surge uma nova categoria de seres de origem orgânica: surgem os animais seres pulmonados. A diferença entre as duas categorias, é a forma de alimentação. Os vegetais dependem da cor verde da clorofila para sinterizar o gás carbônico da atmosfera, incorporando diretamente a energia solar com o que se alimentam e crescem. Os animais se alimentam dos vegetais e de outros animais. Estes trabalham para se alimentar. Aqueles se alimentam parados no mesmo lugar. A movimentação para eles é dos gases da atmosfera. Veja-se um quadro sintético:

Fecha-se aí o ciclo bioenergético. Vegetais e animais convivem na mesma atmosfera tanto sobre os continentes como sob as águas do mar que continua doce.

Período Gammaiano

O movimento convectivo do manto terrestre sob Alpha passa de negativo a positivo. Cessa a sedimentação de Beta que sofre sua primeira deformação. De bacia de sedimentação, a área passa a ser uma fonte de sedimentos pela transformação da mesma em área sismicamente ativa. Inverte-se o sentido da drenagem continental que passa de centrípeta para centrífuga Formam-se vulcões; derramam-se lavas à superfície; aparecem os tremores de terra; desfaz-se o lago e toda a flora e fauna existente até então morre por inadequação de ambiente de sobrevivência. Inicia-se o salgamento do mar. A lava solidificada constitui a Formação Gamma, que dá nome ao período de tempo geológico. Ela recobre os afloramentos das duas formações anteriormente depositadas. A energia do movimento não é suficiente para fragmentar Alpha.

Período Deltaiano

O levantamento de montanhas e vulcões no centro da Formação Alpha, esvaziou o lago central indo derramar as águas, resto de animais, vegetais e parte dos clásticos de Beta, na costa oeste do supercontinente formando na periferia uma camada de clásticos, agora de origem marinha, acamados sobre a base basáltica que rodeava Alpha (v.fig. anterior). O local da deposição é sismicamente calmo. As camadas depositam-se em ambiente sismicamente quieto, resultando camadas delgadas e coloridas. Os clásticos ajuntados na periferia de Alpha tomam a denominação de Formação Delta e dão nome ao quarto período de tempo geológico: Período Deltaiano.

Período Epsiloniano

Repete-se o primeiro movimento havido no magma do interior do globo depois de solidificada a litosfera. Como conseqüência, ao centro de Alpha inverte-se o movimento tectônico que, de radial positivo feito com aumento do raio da esfera terrestre, passa a radial negativo, provocando o aparecimento de novo lago no interior de Pangaea ao longo do período de tempo geológico mais longo da história da Terra. É o segundo embaciamento sobre a superfície de Alpha que dará origem a quinta formação geológica sobre a superfície do planeta. O movimento é de lento abaixamento e toda a drenagem passa a ser centrípeta de novo. Os rios que desaguam no lago são meandrantes sobre a planície e carregados de sedimentos finos e varicoloridos. As três formações anteriores (Alpha, Beta e Gamma) fornecem o material clástico para a estruturação da nova formação. Esta, a formação Épsilon, estrutura-se sobre os restos erodidos das formações anteriores. O ambiente é sismicamente calmo. O lento abaixamento provoca o aparecimento de um grande lago onde a vida é exuberante. As espécies vegetais e animais proliferam e atinge-se um ambiente biológico dos mais prolíficos. As espécies crescem tanto em número, como em tamanho. Surgem seres gigantescos (sequoias e dinosauros) permitidos pela vida pacífica e alimentação abundante. O aparecimento e desaparecimento ou a sucessão de espécies animais e vegetais em grandes quantidades na face do globo, tem como resultado a acumulação e armazenamento de grandes quantidades de energia solar na forma de petróleo dentro da rocha estruturada em leitos delgados e varicoloridos. As formas viventes enterradas geram fósseis em perfeita ordem bioestratigráfica: os mais novos nas camadas mais novas.
Repentinamente, a Terra explode, interrompe a sedimentação de Epsilon e marca o fim da segunda Era (Pangaeiânica) da evolução da Terra como planeta.

1