O sistema planetário atualmente é constituído por um grupo de nove planetas que giram ao redor do Sol que por sua vez, acha-se situado em um dos focos comum a elipses diversas de diversas excentricidades conforme o planeta. Esta é a melhor interpretação conseguida até hoje, a qual explica os fenômenos observados relativo aos corpos extraterrestres. Nesta parte veremos a Terra dentro do sistema e sua relação com o Sol e o que isso tem a ver com a Geologia.
A princípio, quando a idéia religiosa era muito acentuada vimos anteriormente, pensava-se que o Sol e os outros planetas giravam ao redor da Terra, como se elea fosse o objeto mais importante do universo. A idéia evoluiu para o Sol como o centro de círculos onde giravam os planetas, culminando com as conclusões de Kepler70 no século XVII segundo as quais os planetas descrevem elipses com o Sol em um dos focos. Não há possibilidade de observação desses fenômenos de qualquer posição fora da Terra e por isso as conclusões tem de ser deduzidas de maneira indireta.
É possível dizer também, que o sistema solar é composto de três planetas simples e seis subsistemas. Os planetas simples são Mercúrio, Vênus e Plutão e os subsistemas, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Diz-se que são subsistemas em virtude de serem formados do planeta em um dos focos da elipse e um satélite ou conjunto de satélites, girando ao seu redor. Três desses subsistemas são mais numerosos que o sistema principal: Júpiter com 12 satélites, Saturno, com pelo menos 20 e Urano com 15 satélites conhecidos são exemplos de subsistemas. Nosso planeta tem apenas um satélite, a Lua. Dos nove planetas, tomando a Terra como referência, dois, Mercúrio e Vênus, ficam entre o Sol e a Terra e são por isso chamados de interiores e a partir de Marte para fora do sistema, os restantes planetas são conhecidos como exteriores. Se o tamanho for a referência, os quatro primeiros a partir do Sol são conhecidos como planetas terrestres, e de Júpiter para fora (exceto Plutão) são os planetas jovianos, nome relativo a Júpiter. Dos planetas terrestres a Terra é o maior, seguido de Vênus, Marte e Mercúrio. Júpiter é o maior de todos, cuja massa e diâmetro são 318 e 11 vezes, respectivamente, maiores que a Terra (ver fig.acima.)
O sistema completo é formado dos planetas, seus satélites, os asteróides existentes, principalmente entre Marte e Júpiter, meteoros e alguns cometas. Até o momento não é possível dizer definitivamente, de quantos planetas se compõe o sistema solar. O aperfeiçoamento dos meios de observação que evoluem com o tempo, conferem novas possibilidades de descobrir outros componentes. São informações curiosas, mas desnecessárias para os habitantes da Terra e o estudo da mesma.
Durante o ano terrestre ou durante a translação, movimento que a Terra faz ao redor do Sol, por ser uma elipse (excentricidade 0,081813) (fig. acima), há uma variação tanto da distância Sol/Terra como da velocidade do movimento do planeta, fato que condiciona duas posições distintas extremas e uma infinidade intermediárias: o ponto onde a Terra fica mais próxima do Sol, é chamado periélio, quando a velocidade do planeta é maior; o que fica mais afastado, afélio e a velocidade menor (fig. ao lado). Em números redondos, no afélio a distância Sol/Terra é de 152 milhões de quilômetros, enquanto no periélio é de 147 milhões o que dá uma distância média de 149.504.000 quilômetros que também é chamada de Unidade Astronômica. Do periélio para o afélio a velocidade do planeta é decrescente até o mínimo de velocidade no afélio (3a Lei de Kepler). A partir desse ponto, a velocidade do planeta é crescente até o limite no periélio repetindo-se o funcionamento indefinidadamente. O sistema é alterado pela perda de massa do Sol, mas não é um fenômeno que preocupe os humanos, desde que deveremos desaparecer do planeta antes que a alteração possa ser notada.
A Terra é ínfima em relação ao Sol. Se a Terra fosse representada por uma esfera de 1cm o Sol ficaria a uma distância de 117 m dela, e a essa distância, qualquer objeto com 1 cm de largura máxima, é indistinto ao olho humano. Para um observador situado a uma distância semelhante a do Sol, a Terra não poderia ser vista ou observada e seria considerada inexistente! Finalmente, em virtude da desproporcionalidade dos tamanhos, não existe escala para representar o Sol e a Terra juntos. Em palavras mais simples: se representarmos o Sol, não poderemos representar a Terra e a recíproca também é verdadeira.
Sem necessidade de precisão, a distância Sol/Terra é fator absolutamente crucial à existência da vida (parte orgânica do planeta, animais e vegetais) na Terra, como veremos adiante. Essa distância é um dos chamados Fatores Vitais tratados em outro arquivo deste trabalho.
A Lua também descreve uma elipse em seu movimento de revolução ao redor da Terra, e esta ocupa um dos seus focos. A menor distância entre a Terra e a Lua chama-se perigeu e a maior de apogeu. No perigeu a distância é de 363.000 km e no apogeu, 406.000 km. A distância média é de 384.400 km.
O funcionamento deste sistema, é semelhante ao funcionamento do sistema Sol/Terra e de qualquer outro sistema ou subsistema existente e dependente apenas da quantidade de massa dos corpos envolvida.
A forma dos corpos celestes para fins geológicos é a de uma esfera achatada nos pólos, forma esta devida à origem ígnea, combinada com a velocidade supersônica da rotação. Assim, a forma da Terra, que também serve de modelo para todos os planetas, é de um esferóide com o eixo de rotação menor que o diâmetro equatorial, forma devida (como dissemos acima) à fluidez do seu material formador, combinado com a força centrífuga do movimento de rotação gerenciados pela gravidade da massa do planeta. Assim o raio polar é pouco menor que o raio equatorial. Este mede 6.378,2 km, enquanto aquele 6.356,8 km. O raio médio é de 6.371 km. A circunferência ao longo do equador mede 40.075,51 km. Essa distância é percorrida a cada 24 hs. Desta maneira, a velocidade de um ponto fixo no equador é de 464m/s, que é velocidade supersônica (o som viaja a 344 m/s nas CNTP), não percebida por nós.
Ao longo da órbita solar a velocidade da Terra no espaço é de 29,88 km/s e o planeta completa uma volta inteira a cada 365,25 dias. Esta velocidade é 86,8 vezes maior que a do som e também passa a nós quase despercebida.
A área da esfera do planeta é de 5.096 X 108 km2, dos quais, mais de 70% coberto por águas e o restante pelos continentes.
As Linhas da Terra
Sobre a superfície do globo terrestre são traçadas varias linhas resultantes da relação Sol/Terra e como divisões da própria Terra, as quais configuram a mecânica de funcionamento dos dois corpos e facilitam o entendimento de fenômenos importantes que se passam no globo e que afetam a vida no planeta. Todas as linhas, exceto duas, são relativas entre si e dependem da iluminação do Sol e serão vistas por último. As próprias da Terra são duas:
Pela desproporção de tamanho e enormidade da distância, os raios do Sol atingem a Terra paralelamente, iluminando-a de um lado deixando o outro às escuras. Este fato determina um círculo ao redor da Terra e outro plano, que nas figuras é representado por uma linha vertical relativa à eclítica que é a linha que separa a parte clara, o dia, da parte escura, a noite. Esta linha é chamada de equador de iluminação já referido anteriormente. Na extremidade do equador de iluminação, 66o33' traçam-se mais dois paralelos, os círculos polares, Ártico no hemisfério norte e Antártico no hemisfério sul. O raio central do hemisfério iluminado, é a linha geradora do plano da eclítica que atinge a superfície terrestre no ponto da Terra mais próximo do Sol ou na menor distância entre o Sol e a Terra, e o faz evidentemente de modo ortogonal ou perpendicular ao equador de iluminação. Os outros raios do Sol importantes são os tangentes ao globo a partir dos quais, a insolação é nula. O ponto de contato do raio central do Sol sobre a Terra ou a linha geradora da eclítica se move na superfície da Terra durante o movimento de translação e o faz ao longo do equador termal . Este movimento se faz entre os dois trópicos, cruzando o equador da Terra do hemisfério norte para o do sul e do sul para o do norte uma vez a cada ano tropical. No cruzamento ou ponto de declinação nula, ou nos dois nós da eclítica dão-se os equinócios. Na maior declinação dão-se os solstícios.
Através dos pólos são traçados os meridianos que são infinitos, convergentes aos polos e marcam as longitudes e o tempo. O meridiano de Greenwich por convenção é tomado como origem das longitudes e marcado 0o. A partir dele para leste, é mais tarde e para oeste é mais cedo. A 180o de longitude há uma linha irregular sobre o Oceano Pacífico chamada de linha de mudança de data. onde coincidem 24 horas de um dia e 0 hora do dia seguinte ou seja onde começam e terminam os dias.
Devido a desproporção do tamanho, os raios do Sol que atingem a Terra, o fazem paralelamente. Como a Terra é esférica, somente um relativo pequeno feixe desses raios atinge sua superfície verticalmente. De fato, em escala humana, esta é uma região bastante ampla nos arredores do plano do equador termal da eclítica, com cerca de 2,1x107 (21.000.000 Km2), que sofre a incidência vertical dos raios solares, penetrando menor espessura da atmosfera da Terra e por essas razões é área mais quente do planeta. Ao longo do texto ela será chamada de Área de Máxima Insolação> (AMI). Para fora dessa área, os raios solares penetram uma camada mais espessa da atmosfera e atingem obliquamente a superfície da Terra, diminuindo a intensidade da energia solar sobre a superfície do planeta a medida que nos afastamos dela, diminuindo assim a temperatura e o aquecimento exterior.
Entre os trópicos e os círculos polares, fica uma coroa circular que sofre insolação intermediária, e que se estende dos 23o27' até aos círculos polares (66o33') . Aí a espessura da atmosfera é maior, e a curvatura da esfera é mais acentuada, determinando grande obliquidade dos raios solares com dispersão da insolação, determinando temperaturas mais baixas que as verificadas na AMI entre os trópicos. São as chamadas zonas temperadas.
Finalmente, aparecem as calotas polares onde a insolação em relação ao globo é somente discreta, durante o verão e nenhuma durante o inverno. Os raios solares têm obliqüidade máxima e no limite são tangenciais ao globo, com grande dispersão de energia e a camada de atmosfera é a mais espessa possível. Essa situação determina as baixas temperaturas dessas regiões e as mais baixas temperaturas da Terra. Assim variam as temperaturas na superfície do globo em função da insolação.
Fica claro que o aquecimento da superfície da Terra pela energia solar, é uma função:
Assim, o movimento da AMI se faz, anualmente, ao longo do equador termal em movimento relativamente longo e lento. Ao mesmo tempo, ela também se desloca diariamente ao longo dos paralelos em movimento mais curto e mais rápido. Dessa combinação dos dois movimentos é que resulta o ecosistema da Terra ou as condições normais de temperatura e pressão sob as quais existimos.
Geologicamente falando, as estações do ano são uma dependência da posição da AMI sobre o equador termal. Essa área é a mais quente da Terra e fora dela as temperaturas diminuem variando até o extremo existente nos círculos polares.
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Anderson Caio
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