Anarquismo na Rússia

Os estudiosos se interessam muito pelo anarquismo particularmente russo. Isto porque foi lá que o anarquismo surgiu no final de século XIX, se desenvolveu e organizou-se.

Desde muito cedo movimentos anarquistas já era esboçados naquela região, principalmente nas fronteiras onde estavam as maças de camponeses injustiçados.

Em 1875, por exemplo, três jovens entusiasmados com obras de escritores anarquistas iniciaram uma pequena conspiração contra o Czar, abusando de artifícios não aprovados pela doutrina anarquista. Assim, difundiram no distrito de Kieve a idéia de que o Czar reconhecia o direito dos camponeses, mas, seu exército não poderia fazer nada contra os poderosos nobres. Assim, convenceram o povo a organizar uma milícia revolucionária para desapropriar os nobres. Porém, em um descuido a policia do Czar descobriu esta milícia e prendeu centenas de camponeses inclusive os três jovens. Vários destes presos foram deportados para a Sibéria, enquanto os três fugiram da prisão.

No final deste mesmo século, o anarquismo sofreu uma tendência terrorista herdada de Nechaev. Alguns grupos não foram contra mas também não fizeram parte dos atentados terroristas que criaram o grupo Narodnaja Volja, responsável pelo assassinato do Czar Alexandre II. Isso desencadeou exílios e prisões e anos mais tarde formaram se os primeiros grupos declaradamente anarquistas na Rússia.

Em 1903, foram publicados vários jornais que, juntamente com greves, tumultos no campo demonstrações estudantis e descontentamento no exército, deu a estas manifestações um sentido de liberdade.

Mesmo assim, os próprios anarquistas não sabem se foram estas as causas da revolução de 1905. Outros fatores que com certeza influenciaram tal revolução foi o descontentamento popular, estouro de greves, camponeses incendiários e saqueadores, operários nas ruas e as derrotas sofridas ao Japão na guerra.

Nesta revolução, os anarquistas presentes eram realmente muito poucos. Há quem diga que o número não passou de duzentos.

Em 1906, os antarquistas se fortaleceram, instalando bases nas principais cidades russas. Um ano depois veio a grande reação governamental e o anarquismo perdeu a sua força.

Depois da Primeira Guerra Mundial, período em que o anarquismo sumiu quase que por inteiro os anarquistas se confundiram com todas as forças de esquerda que queriam transformar a Russia em uma república. Para isso foi preciso que todos os exilados voltasse para que o anarquismo russo retomasse o seu brilho.

No início, eles não queriam participar no governo bolchevique, mas alguns participaram ativamente. Rapidamente a grande maioria percebeu que este novo governo era uma ditadura contrária a todos os ideais de liberdade. Assim, o combate com o governo foi inevitável.

Em abril de 1919, na cidade de Jarkov, houve uma reunião de anarquistas de todas as tendências, fora os sindicalistas, numa conferencia mais tarde denominada Nabat ( que significa alerta ). Eles iniciaram com a campanha do "anarquismo único", sobre o comando do russo chamado Voline. Eles procuraram unir todos os ramos do anarquismo, criaram a Confederação de Organizações Anarquistas; opuseram-se a ditadura governamental mas concordavam os movimentos contra-revolucionários capitalistas eram o maior perigo para a revolução russa. Decidiram organizar e apoiar qualquer grupo de guerrilheiros que fosse contrário ao Exército Vermelho e estavam observando um grupo de guerrilheiros camponeses organizados sobre o comando de Nestor Machnó. Eles não apoiaram nenhum soviete ou sindicato ligados à partidos.

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