Virgem da Esperança
Pontmain é uma pequena aldeia daquelas que a gente custa para encontrar nos mapas de divulgação. Escondida no Bas-Maine, em torno de uma fortaleza hoje em ruínas, e locacalizada entre a Bretanha e o resto da França, sempre teve bons prados delimitados por enormes faias. Mal dá para ver suas casas, tão escondidadas estão entre suas terras. São os anos da guerra franco-prussiana de 1870-1871, que terminaria com a vitória dos prussianos, a queda do imperador Napoleão III e a Comuna de Paris. Trinta e oito moços da aldeia tinham saído para a batalha, mas antes o pároco do lugar, como especial proteção, os consagrara à Virgem Maria. E, claro, todos voltaram, sem sofrer baixas, depois da rendição francesa.
Devia ser por volta das seis da tarde daquele 17 de janeiro de 1871. Anoitecia. Às portas do celeiro do pai, Eugênio Barbedette, 12 anos de idade, e seu irmão mais novo ajudavam a "esmagar os talos de tojo para a ração do cavalo", escreve o monge carmelita Rafael-M.López Melus. Eugênio foi o primeiro a ver, ao dar uma olhada no céu, uma jovem e vela Senhora suspensa que olhava para ele sorridente. Era de grande dimensões. Chamou a atenção de seu irmão José, de seu pai e de uma mulher que ia passando casualmente. Somente o irmão pequeno de Eugênio viu a mesma coisa que ele vira. "Oh, sim!", respondeu José,
"Vejo uma Senhora bela e grande, vestida com uma túnica azul brilhante, como as bolas de anil que usam para a roupa."
O vestido dela está coberto de estrelas; seu rosto, branco como a neve, voltado para a Bretanha, para o oeste, terra que deseja protejer da invasão. ela exibe, com majestade, um diadema simples de rainha. Acorrem outras crianças, e algumas também vêem a aparição, que ficou no ar daquele jeito durante umas três horas. Também chegou o sacerdote, mas como os pais, não viu nada. Rezaram... E apareceu no céu, sucinta, esta mensagem:
"Meus filhos, rezai. Deus vos ouvirá muito breve. O meu Filho deixa-se comover."
Mas, ao que parece, nem só as crianças viram a aparição. algo afastado do local da visão de Pontmain achava-se o general prussiano von Shimidt com suas tropas. Muitos soldados ouviram-no comentar na manhã do dia 18 de janeiro:
"Isso acabou! Não avançaremos mais; Lá embaixo, no lado da Bretanha, uma Senhora invisível barra-nos o caminho."
E foi assim que o oeste foi salvo...
Por acaso a Prússia fora um instrumento das profecias que castigava a infiel França? Conta René Laurentin em seu Livro, estando as tropas prussinas perto do convento das freira de Nevers, Bernadette soubirous comentou:
"Eu temo apenas os maus católicos(...); eu bem que preferia não ver os prussianos, mas não os temo. Deus está em toda parte, inclusive entre os prussianos."
E Melaine, anos antes, escrevera em um quadro-negro "prussianos 1870."
O bispo de Laval, monsenhor Wicart, nomeou imediatamente uma comissão para pronunciar-se sobre a aparição. Um ano depois, em 2 de Fevereiro de 1872, mandava imprimir uma pastoral aprovando o episódio e o culto à Virgem da Esperança de Pontimain
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