SALVEM A CLASSE OPTIMIST, AFASTEM OS
PAIS!
Esta frase estava estampada nas
camisetas de alguns velejadores da classe optimist a alguns anos atras.
Me lembrei disso, no primeiro dia do
Campeonato Brasileiro da classe Optimist em
Vitória, quando dois pais que estavam acompanhando seus filhos, propiciaram um incidente
lamentável, não chegando a agressão física, pela pronta ação da turma do deixa
disso.
Tenho trabalhado em vários eventos
da classe optimist e graças a Deus nunca tive problemas deste tipo, apesar de ouvir
relatos de ameaças e agressões por parte dos pais, em alguns campeonatos pelo mundo
afora.
O que pouca gente sabe é que no
intuito de defender seu filho, o pai pode acabar prejudicando, não só no campo do
relacionamento, mas também com alguma punição para o atleta ou delegação.
Normalmente a comissão de protestos
ou jury, procura ao máximo não penalizar os atletas, mas punir os responsáveis diretos.
É muito difícil, pois não estão participando das regatas e no final acaba tendo-se que
reverter a punição ao atleta com quem ele tem relação.
Uma das punições que mais me chamou
a atenção, foi imposta a um técnico em um campeonato europeu de optimist contra um
técnico que já havia invadido a raia duas vezes. Foi determinado que ele escrevesse 100
vezes; NÃO DEVO INVADIR A RAIA. Se não entregasse até o final do dia
seguinte, a delegação que ele treinava perderia 5 pontos cada um nas regatas que ele
havia invadido.
Indignado, disse que o jury não
podia obrigar que fizesse e saiu.
No final do dia seguinte, entregou a
lição de casa. Foi obrigado pela delegação, que pagava pelos seus serviços
profissionais como técnico.
No campeonato brasileiro tivemos 12
audiências de protestos no total, destas 4 foram pela regra 69 que trata de má conduta.
Destas quatro, duas foram com pais.
Proporcionalmente é um numero
elevadíssimo, de deixar todos preocupados.
Por outro lado, a classe hoje é uma
das mais bem organizadas, graças ao trabalho dos pais. Felizmente a maioria sabe separar
o trabalho de dirigente e o prazer de acompanhar os filhos em uma atividade esportiva
sadia.
Como não existe cursinho para pai de
optimist, acho que a solução é que a classe rejeite atitudes hostis ou de
intereferência dos pais durante as regatas.
Nelson Horn Ilha
Juiz Internacional
Apoio Central Nautica e Alfandega
Bingo