Gilberto Rabelo Profeta

O Lixo não Existe

I CONSERVAÇÃO/PROGRESSÃO - DESTRUIR/CONSTRUIR

Freud toma o indivíduo - assumindo que tenha tendências destrutivas - quase como naturalmente avesso à cultura/civilização, quando deveria dizer "avesso ao instituído", ao mesmo tempo aceitando que "uma civilização que deixa insatisfeito um número tão grande de seus participantes, e os impulsiona à revolta, não tem nem merece a perspectiva de uma existência duradoura"(O futuro de uma civilização). Em uma perspectiva instituinte, não devemos enxergar homem algum como destrutor daquilo que o marginaliza, mas como o animal que nele procura se integrar. Se deixarmos de lado o "filtro" conservação/progressão, e analisarmos os fatos com o filtro "destruição/construção, enxergaremos o homem como animal mais evoluído, como o "animal que tem mais capacidade de fabricar novas soluções(Piaget para principiantes)

Aparentemente, o homem tem renunciado a esta capacidade: por vários meios é induzido a incorporar o "já pronto", fabricado. Devemos buscar meios em que haja uma re-inversão de valores, retornando-nos a um tempo em que a preocupação fundamental do homem seja o fazer? Em se tratando de comunidades carentes, a resposta parece ser "sim".