Neste
plano, todos somos conduzidos a solucionar as relações entre nossa
profundeza animal, nossa natureza humana e nossa elevação espiritual
cósmica. Ninguém é completamente animal, nem completamente humano,
nem completamente cósmico.
A diferença entre os indivíduos reside no fato que vivem essa trindade
ou no plano animal,
ou no plano humano ou no plano cósmico com predominância de um desses
circuitos.
Há tempo que buscamos esse equilíbrio, que é extremamente difícil
de ser atingido, pois não somente a própria civilização terrena
ainda não o alcançou, mas também porque a gestão dessa assinatura
energética intermediária entre o espírito e a forma não é ensinada
na sociedade. Ao chegarmos neste planeta não temos nenhum código,
nenhuma educação, nenhuma iniciação correta para gerir o intermediário
energético que é feito de sexualidade e de afetividade, cabendo
a cada ser encontrar uma solução a essa situação complexa.
Assim, os seres se instalam em diversos níveis e tentam viver essa
trindade à própria maneira.
É evidente que aqueles que decaem num plano animal separam-se de
sua vida espiritual; aqueles que se instalam num plano humano têm
uma vida animal infra-consciente e uma vida espiritual pouco desenvolvidas,
ao passo que aqueles que se orientam para uma vida espiritual separam-se
de sua vida animal, muitas vezes, de modo anormal e têm uma vida
humana que não é a mesma dos outros níveis.
De forma que essa situação raramente é satisfatória, e a busca de
um equilíbrio na gestão de nossa trindade é, evidentemente, a busca
de um estado divino.
O que nos impede a passagem de uma situação humana a uma situação
cósmica, divina é o simples fato que sempre tendemos a deixar nosso
aspecto cósmico abaixo da situação humana, ou seja,
das obsessões materiais, das fascinações diversas, dos erros internos
repetitivos,
das falsas equações, das metas parciais, etc.
Na verdade, a parte cósmica é bem diferente da situação humana e
a distância entre os deuses e os humanos é tão grande quanto a que
existe entre os humanos e os animais. Portanto, é preciso viver
em condições particulares para que o nosso aspecto cósmico possa
aproximar-se daquilo que somos, dando a ele suportes, por exemplo,
fabricar objetos, organizar situações, correlações, codificações,
assinaturas de reinserção, códigos de retorno… Também é possível
retranscrever a gestão dos planos animal, humano e cósmico de uma
outra maneira e afirmar que, na realidade, o que nos preocupa reside
em três aspectos: a matéria em profundeza, a energia horizontal,
espacial e o espírito temporal, vertical, superior e intemporal.
De forma que aquele que deseja extrair-se de uma amarra por demais
material ou animal deve fazer uma viagem energética espacial, temporal,
intemporal, pois a transubstanciação de um corpo só pode realizar-se
numa figura que irá verticalizar-se e mudar seu nível de energia.
Como prova basta usar o exemplo do gelo, da água e do vapor. Cada
vez que acrescentamos uma energia a um sistema denso, notamos que
ele se eleva num sentido vertical ascensional. Assim, é importante
abordar cada vez mais situações que conduzem a uma conscientização
do que realmente ocorre para além das aparências exteriores, pois,
vale dizer, a maioria dos indivíduos, neste planeta, está condicionada
pela educação que recebeu e sob influência de um meio ambiente desconectado.
Nem sempre os indivíduos cumprem seus programas e, em geral, se
encontram
desconectados de seus pais espirituais. Para que a reconexão de
nosso espírito mortal ao nosso espírito imortal se realize é preciso
que refaçamos a aliança com nosso pai espiritual, o espírito superior
ligado ao sistema da unidade interna. Então os circuitos da unidade
interna podem ajudar à que essa reconexão se faça. Mas é necessário
que tenhamos a vontade que isso se realize para nós.
É importante que possamos tomar consciência de tudo isso e se dar
os meios de encontrar a linha essencial que nos religa a nosso ser
interior.