ARGENTINOS II
Numa
cidadezinha de fronteira, havia uma paróquia somente no lado brasileiro,
deslocando-se aí os argentinos para assistirem à missa.
O pároco morreu e foi prontamente substituído por um outro, mais novo que
detestava argentinos.
Na primeira missa, no meio do sermão, o padre comenta:
"... e a culpa da prostituição é dos argentinos."
Perante o escândalo da comunidade argentina, o presidente da câmara da cidade
de nuestros hermanos dirige-se no final da homilia ao padre e pede-lhe para ser
mais comedido nas suas afirmações. Este pede-lhe desculpa e garante-lhe que
remediará o caso na missa seguinte.
"... e o contrabando são os argentinos que o fazem" gritou bem alto o
padre na missa seguinte.
O presidente da câmara, cada vez mais irritado, dirigiu-se ao padre e protestou
pelo sucedido. Mais uma vez este pediu-lhe desculpa e prometeu remediar isso na
missa seguinte.
"... e os roubos, são os argentinos que os fazem!" exclamou o pároco
na homilia seguinte. O presidente, já descontrolado, ameaçou-o que iria expulsá-lo
da igreja e que todos os investimentos que a comunidade argentina tinha feito na
cidade iam ser retirados. O padre ao consciencializar-se das ameaças, pediu
desculpa e prometeu que iria se portar bem da próxima vez.
Na missa seguinte e sob o olhar atento do presidente da câmara, o padre
discursava da seguinte maneira:
"... e Jesus, virando-se para um dos seus discípulos, perguntou: Judas, és
tu que me vais trair? Ao que Judas respondeu: Hablas comigo, señor?