TELEFONEMA

E no meio da madrugada o telefone toca. Nosso amigo levanta-se e atende:
- Alo, Seu Carlos? Aqui é o Arnaldo, caseiro do seu sitio.
- Pois não Seu Arnaldo. Que posso fazer pelo senhor?
- Houve algum problema?
- Ah, eu sé tô ligando para avisar pro sinho que o seu papagaio morreu.
- Meu papagaio? Morreu? Aquele que ganhou o concurso?
- É, ele mesmo.
- Poxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Mas ele
morreu de que?
- De comer carne estragada.
- Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?
- Ninguém. Ele comeu a de um dos cavalos mortos.
- Cavalo morto! Que cavalo morto, seu Arnaldo?
- Aqueles puro-sangues que o senhor tinha! Eles morreram de tanto puxar a
carroça d'água!
- Tá louco? Que carroça d'água?
- Para apagar o incêndio!
- Mas que incêndio, meu Deus?
- Na sua casa! Uma vela caiu, aí pegou fogo na cortina!
- Caramba, mas ai tem luz elétrica!!!! Que vela era essa?
- Do velório!
- QUE VELÓRIO, PORRA????
- Da sua mãe! Ela apareceu aqui sem avisar e eu dei um tiro nela pensando que era um ladrão!

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