A área dominada pelo império inca foi uma das mais extensas dentre todos os impérios conhecidos. Estendia-se desde a Colômbia até a Argentina e desde o Pacífico até a selva Amazônica.
Inca não era a denominação do povo mas sim do monarca.
A organização dos incas era de forma piramidal, sendo o Inca, o chefe supremo, com poderes divinos.
Seus deuses eram os elementos naturais. Seu deus principal era o Sol, seguido da Lua, das Estrelas, do Relâmpago e a Chuva. Isto porque tinham uma organização econômica baseada na agricultura e dependiam destes elementos fundamentais para a fartura.
Tinham profundo conhecimento de meteorologia e das estações do ano para saber a época apropriada para plantio e a colheita das várias espécies vegetais. Também eram muito hábeis na manipulação da cerâmica, tecidos e do ouro.
A primeira organização piramidal da cultura dos incas deu-se por volta de 1250 d.C., com a conquista dos povos que habitavam a região. No entanto, o inicio da expansão imperialista incaica ocorreu com o grande Imperador Pachacutec em 1440, o nono soberano inca. Em 1460 surge o Tawantinsuyu, ou reino das 4 regiões, com a anexação do reino Chimú pelo Inca Túpac Yupanqui.
A Pachacutec se atribui a reconstrução total de Cusco em uma grande urbe, para o qual o soberano necessitou aumentar a população local e por conseguinte a produção de alimentos. Para tanto foi obrigado a construir um eficiente sistema de canais de irrigação, aquedutos e armazenamento de alimentos.
Uma das principais obras de Pachacutec foi o "Coricancha", o recinto de ouro, templo do sol repleto de riquezas e fausto. Para a administração de tão extenso império, os conhecidos "Filhos do Sol" construíram uma extensa rede de caminhos, espetaculares pela sua extensão e qualidade, e de igual maneira às modernas autopistas, possuíam áreas de serviço, onde os viajantes e mensageiros dispunham de água, comida e hospedagem.
O centro político e religioso de Tawantinsuyu era em Cusco onde residia o Inca, que era a um tempo rigoroso e benévolo, dominador e patriarca, vencedor em batalhas, mas preocupado pelo homem e pela terra, por produzir e distribuir alimentar, por afrontar os desafios da Natureza e dominá-los.
Seu poder era absoluto e diz a lenda que se o Inca quisesse comer peixe, graças a excelente rede viária e de mensageiros, em menos de 24 horas teria à sua disposição peixe fresco do mar. Os historiadores relatam que a organização social e política dos incas era comparável a dos impérios dos egípcios, dos romanos e dos árabes. Cusco chegou a abrigar uma população de 200 000 habitantes, superior a qualquer metrópole européia na mesma época.
O fim do "reino das 4 regiões" ocorreu com a invasão e domínio dos espanhóis, em 1533, por Francisco Pizarro.
Pizarro foi beneficiado pela guerra civil entre os incas. Usualmente o poder era passado de pai para filho. No entanto, após a morte do Inca Huayna Cápac, o império foi dividido entre seu filho legítimo Huáscar e seu filho bastardo Atahualpa.
Os dois mantiveram-se em guerra por muitos anos e com os exércitos desgastados e a organização política e social desorganizada, a tarefa de Pizarro foi facilitada, apesar de estar numericamente bastante inferiorizado.
Além disso contou também com o auxílio de Atahualpa, que vislumbrou a possibilidade de reconquistar todo o império com a derrota de Huáscar, além do auxílio de outras tribos subjugadas pelos incas, como por exemplo a tribo dos aymarás.
Posteriormente Pizarro aprisiona Atahualpa e este, na vã tentativa de recuperar o domínio perdido e conhecedor da cobiça dos espanhóis pelo ouro, promete a Pizarro um quarto com as dimensões de 6 metros de comprimento, por 5 metros de largura e com a altura de um homem, repleto do metal precioso.
Pizarro aceita e o Inca envia mensageiros para todo o reino para recolher o ouro prometido. A notícia de tão grandioso tesouro espalha-se rapidamente e foi a base para a supremacia da Espanha nos séculos XVI e XVII.
Atahualpa acaba morto pelos espanhóis e os incas escravizados nas minas de ouro. Os espanhóis demoliram os templos incas e construíram a igreja de Santo Domingo sobre o Templo do Sol com a finalidade de eliminar a cultura inca e mais facilmente subjugar o povo.
Atualmente as ruínas incas estão intactas ao contrário das edificações construídas pelos espanhóis, que desabaram num terremoto.