Informações adicionais: (Encarta)
Cuzco, cidade do sul do Peru, capital do departamento (província) homônimo. Está situada nos Andes, no vale do rio Huatanay. O vale abrigou a grande cidade pré-colombiana do Qosqo, capital do Império Inca ou Tahauntinsuyo. A cidade conserva muitos vestígios daquela época, como o templo do Sol ou Coricancha e a fortaleza de Sacsayhuamán. Entre as construções da época colonial estão a catedral do século XVII, o palácio do Almirante, o palácio arcebispal e a Universidade de Santo Antônio Abad. População (1990), 275.000 habitantes.
Cuzco, Peru
Vista aérea de Cuzco, destacando a praça de Armas, onde se localizam a catedral da cidade, construída entre 1560 e 1657, e a igreja dos Jesuítas, também conhecida como igreja da Companhia, construída entre 1651 e 1668. A cidade peruana era a mais importante do continente americano antes da chegada dos europeus. Foi capital do Império Inca e destacado núcleo do vice-reino do Peru, durante o período colonial. Robert Frerck/Woodfin Camp & Associates |
Situa-se na cordilheira Oriental dos Andes. Ao longo das margens do departamento de Urubamba se situou o vale Sagrado dos Incas: alí se encontram as ruínas de Machu Picchu. A puna ocupa as mesetas nas altitudes mais altas, onde são cultivadas batatas e criados gado ovino e auquenídios (lhama, alpaca e vicunha). Nas zonas mais temperadas são cultivados milho, legumes e frutas, e nas terras mais quentes se desenvolveram cultivos tropicais: mandioca, cacau, café, coca e plátano.
Superfície: 71.892 km2; população (1993): 1.066.495 habitantes.
As obras foram suspensas em 1601. Mais tarde, foi nomeado como mestre-de-obras Bartolomé de Carrión, que introduziu algumas modificações e concluiu o templo, em 1654. Sua planta repete o esquema da catedral de Lima, segundo o modelo de igreja-salão de planta retangular, com cabeceira plana.
Machu Picchu, marco da cultura inca localizado nos Andes e construído por volta do ano 1450. As ruínas da cidade, descobertas em 1911, compreendem um conjunto de terraços erguidos em volta de uma praça central e que se comunicam através de numerosas escadas. Destacam-se a Casa da Ñusta e o Intihuatana, observatório astronômico.
Machu Picchu (Peru)
Construída por volta do ano 1450, a cidade de Machu Picchu foi, provavelmente, o último refúgio dos dignitários incas antes da chegada dos conquistadores espanhóis. Situada a 2.800 m de altura, nos Andes peruanos, e descoberta em 1911, Machu Picchu passou a ser o símbolo da civilização incaica, um império que chegou a alcançar 3.500.000 km2 e que teve cerca de 12 milhões de súditos na América do Sul. Mark Segal/Panoramic Images |
Originalmente, os incas eram uma pequena e belicosa tribo que habitava uma região do Peru. Durante quase trezentos anos realizaram incursões impondo tributos aos povos vizinhos. O Império alcançou sua maior extensão durante o reinado de Huayna Cápac, e em 1525 compreendia o sul da atual Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia, o Chile e o norte da Argentina.
A morte de Huayna Cápac provocou a divisão: seus dois filhos Huáscar e >Atahualpa tinham aspirações ao trono e a disputa desenvolvida enfraqueceu seriamente o Império. Nesta ocasião, Francisco Pizarro desembarcou com 180 homens e, apoiado por vários grupos indígenas, aprisionou o chefe Atahualpa. Em 1533, os espanhóis ocuparam Cuzco.
O Império inca era uma teocracia baseada na agricultura, rigidamente organizada em grupos sociais e governada pelo todo poderoso Inca, adorado como um deus vivo. Dividia-se em quatro grandes regiões administrativas (Tahuantinsuya), subdivididas por sua vez em unidades sócio-econômicas de propriedade familiar denominadas ayllu. Os cultivos mais importantes foram a batata, o milho, o tomate e o feijão. Domesticaram a lhama para o transporte, e a vicunha e a alpaca por sua fina lã.
Entre as expressões artísticas dos incas se encontram templos, palácios e fortalezas estratégicas, como Machu Picchu. Também construíram pontes suspensas, canais de irrigração e aquedutos.
O deus supremo dos incas era Viracocha.
Outras grandes divindades foram Pachacámac
e Pachamama (verMitologia inca). As cerimônias e rituais religiosos
incas estavam relacionados com o cultivo, a colheita e a cura de doenças.
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Império inca (início
do século XVI)
Os incas criaram um dos maiores e mais
importantes impérios americanos em meados do século XV. Seus
domínios, que se estendiam pela costa ocidental da América
do Sul, abrangiam mais de 4.000 km. A cidade de Cuzco, situada ao sul do
Peru, foi a capital deste Império.
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Em 1530 partiu de novo para a América e, ao chegar ao Panamá, organizou a expedição que pretendia. Dois anos depois entraria em Cajamarca (Peru), aprisionando Atahualpa depois de uma batalha. Este prometeu-lhe grandes riquezas em troca da liberdade, mas Pizarro decidiu executá-lo pela morte de seus dois irmãos Huáscar e Atoc e por delito de traição. Em agosto de 1533 os espanhóis partiram em direção a Cuzco. Um ano depois realizou-se a fundação Hispaniola dessa cidade.
Inca, Mitologia, conjunto de crenças, de base animista, próprio dos povos de origem quíchua e aimará, que constituíam o império inca (nome que significa Povo do Sol) e cuja capital era a cidade de Cuzco. Dentre esses povos, destacam-se os mochicas e os chimus.
O deus criador, com características de deus cultural, é Viracocha, qualificado como Velho Homem dos Céus, Senhor e Mestre do mundo. Por ter criado a terra, os animais e os seres humanos e ser o possuidor de todas as coisas, os incas adoravam-no sem oferece-lhe sacrifícios nem tributos. Criou, destruiu os homens e tornou a criá-los a partir da pedra. Depois os dispersou nas quatro direções. Como herói cultural, ensinou aos seres humanos várias técnicas e ofícios. Empreendeu muitas viagens até chegar a Manta (Equador), de onde partiu sulcando o Oceano Pacífico. Segundo uma versão, em uma embarcação feita com sua capa; outra versão diz que caminhou sobre as águas. Inti, o deus Sol, era a divindade protetora da casa real. Seu calor beneficiava a terra andina e fazia as plantas florescerem. Era representado com um rosto humano sobre um disco radiante. A grande Festa do Sol, o Inti Rami, era celebrada no solstício de inverno. Para dar as boas vindas ao Sol, ofereciam-lhe uma fogueira, onde queimavam uma vítima em sacrifício, junto com folhas de coca e milho. Finda a celebração, exclamavam: "Oh Criador, Sol e Trovão, sede jovens sempre! Multiplicai os povos! Deixai que vivam em paz!". A mulher de Inti era Mama-Kilya, a mãe Lua, encarregada de regular os ciclos menstruais das mulheres. O deus da chuva, Apu Illapu, era uma divindade agrícola. Na época da seca faziam peregrinações aos templos consagrados a Illapu, construídos em regiões altas. Caso a seca fosse muito persistente, ofereciam-lhe sacrifícios humanos. Os incas acreditavam que a sombra de Illapu encontrava-se na Via Láctea, de onde jorrava a água que cairia na terra em forma de chuva. Outros deuses importantes são Pachamama, a mãe terra, o mundo das coisas visíveis, senhora das montanhas, das rochas e das planícies, e Pachacámac, o espírito que alenta o crescimento de todas as coisas, espírito pai dos cereais, animais, pássaros e seres humanos.
Inca, Arte, acredita-se que seja o momento culminante de um longo processo social e político iniciado vários milênios antes. Mais que um conjunto de formas inovadoras, suas manifestações artísticas pressupõem uma continuidade das tradições anteriores, sendo as mais elaboradas a têxtil, a ourivesaria, o trabalho em pedra e a cerâmica. A partir de uma experiência local modesta, os incas desenvolveram uma arte simples, à qual foram incorporando as técnicas e as habilidades dos povos que conquistaram. Respondendo às necessidades derivadas de um estado tão complexo como o inca, suas manifestações artísticas converteram-se em uma arma propagandística de grande importância.
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Cerâmica nazca
Entre os séculos II e VI d.C., desenvolveu-se a cultura nazca, uma das mais representativas do período pré-incaico no Peru. Sua cerâmica se caracteriza pela policromia e pela inclusão de figuras humanas de difícil interpretação. Fotografía Oronoz |
Huayna Cápac (?-1525), imperador inca (1493-1525). Durante
seu mandato o império alcançou sua maior extensão,
graças às guerras que ele pessoalmente dirigiu.
Huáscar (?-1532), soberano inca (1525-1532). Depois da
morte de seu pai, Huayna Cápac, herdou a metade do império;
a outra foi outorgada a seu irmão de criação mais
novo, Atahualpa, com quem lutou e conseguiu a supremacia do império.
Atahualpa (c. 1500-1533), último soberano do Império
Inca (1525-1533). Filho de Huayna Cápac, lutou pela sucessão
contra seu irmão de criação Huáscar, a quem
derrotou. Pouco depois, enfrentou Francisco Pizarro, que o capturou e executou.
Pizarro, Francisco (c. 1476-1541), conquistador espanhol do
Peru. Embarcou com frei Nicolás de Ovando, que partia como governador
da ilha Hispaniola, iniciando assim sua ligação com a América.
Incorporou-se ao grupo de Alonso de Ojeda e participou da fundação das vilas de San Sebastián e Santa María de la Antigua (Colômbia). Em 1513, iniciou com Vasco Núñez de Balboa uma longa viagem ao istmo do Panamá.
Atraído por relatos sobre grandes riquezas, associou-se a Diego de Almagro para explorar as terras situadas ao sul, instalando-se meses depois no golfo do Panamá. Navegou pela Colômbia, Equador e Peru, lugar em que recebeu importantes notícias do Império Inca, cujo chefe Huayna Cápac morrera, e seus filhos Huáscar e Atahualpa lutavam pela sucessão. Em 1528 Pizarro regressou à Espanha com muitos presentes e a intenção de apresentar ao imperador Carlos V (I da Espanha) petições para governar as terras que descobrira.
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Francisco Pizarro
O espanhol Francisco Pizarro, nascido
na região de Estremadura, foi assassinado em junho de 1541, depois
de ter conquistado o Império Inca, uma das principais civilizações
da América, antes da chegada dos europeus.
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Pachacámac, na mitologia inca, deus do fogo e filho do
deus Sol. Acreditava-se que rejuvenescia o mundo criado originalmente pelo
deus Viracocha e que havia ensinado as artes aos seres humanos.
Quíchua, grupo de povos da região andina que forma
a família lingüística quechumaran e habita principalmente
o Peru, o Equador e a Bolívia. Os quíchuas vinculavam-se,
do ponto de vista cultural e lingüístico, aos aimarás<.
Foram o componente mais poderoso do império inca.
Conservaram muitos elementos de sua cultura e assimilaram poucos costumes europeus. Em 1975, o quíchua foi reconhecido como a língua oficial do Peru (juntamente com o espanhol).
Aimarás, povo ameríndio, que habita o planalto
do lago Titicaca, no Alto Peru e Bolívia. Conquistados pelos incas
em 1450, formaram parte deste Império até o ano de 1535,
quando os espanhóis conquistaram o altiplano boliviano a mando de
Diego de Almagro.
A língua aimara é a terceira mais falada, depois do espanhol e o quíchua. Tem vários dialetos, entre os quais sobressaem-se o dos lupacas e o dos pacasés. Hoje baseiam sua subsistência na pesca, na agricultura e no pastoreio da lhama e da alpaca.
Mochica (ou moche), Cultura, cultura que se desenvolveu na costa
norte do Peru entre os séculos I e VII d.C. A base da economia foi
a agricultura por irrigação. Realizaram grandes construções
de engenharia hidráulica, utilizaram fertilizantes como o guano,
e domesticaram o pato e a lhama.
Destacam-se entre suas obras arquitetônicas
os monumentos em homenagem ao Sol e à Lua, além da cerâmica
decorada com múltiplos motivos.
Lhama
Embora o lhama seja ainda um animal de carga muito importante na vida do homem dos Andes, tem sido gradativamente substituído pelas alpacas. Os lhamas também são criados como mascotes e para aproveitamento da lã. Doug Allan/Oxford Scientific Films/BBC Natural History Sound Library. Todos os direitos reservados. |
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Vaso estribo
A cultura sul-americana pré-colombiana conhecida como moche ou mochica elaborou uma cerâmica de caráter escultórico. Os artesãos realizavam autênticos retratos em barro que se distinguem por reproduzir com grande realismo os traços físicos e psicológicos dos personagens representados. O da imagem é um vaso com alça em forma de estribo e vertedouro. |