ANCESTRAIS DE SÃO PAULO

dom Simão de Toledo Piza
Titulo Toledo Piza

Esta nobre família teve princípio na capitania de São Paulo em dom Simão de Toledo Piza, natural de Angra da ilha Terceira, (1) que casou em 1640 em São Paulo com Maria Pedroso f.a de  Sebastião Fernandes Correa, 1.o  provedor (proprietário) e contador da fazenda real da capitania de São Vicente e São Paulo, e Anna Ribeiro. Tit. Freitas cap 5. falleceu com testamento em 1668 em São Paulo e teve além de um f.o que falleceu na infancia, de nome Sebastião, os seguintes:

João de Toledo Castelhanos
Gracia da Fonseca Rodovalho
Anna Ribeiro Rodovalho

        A nobre ascendencia de dom Simão de Toledo Piza, mencionada no texto foi descrita por Pedro Taques, baseado em documentos registrados na vedoria da guerra da cidade de Angra da ilha Terceira, como damos em resumo:
        Da illustre casa dos condes  de Oropeja  e duques de Alba de Tormes foi legítimo descendente, sem quebra de bastardia dom João de Toledo Piza nascido na villa de Tormes, o qual casou em Madrid com d. Anna de Castelhanos. Teve:
        Dom Simão de Toledo Piza que no posto de capitão tomou parte na batalha naval de Lepanto em 1571 sob o comando de dom João da Austria, contra os turcos, batalha que foi um terrivel duello entre o ilasmismo do turco que invadia a Europa e o christianismo defendido pelas nasções europeias, e que teve como desfecho o triumpho completo do estandarte da cruz, perdendo os turcos 200 galeras, 25.000 homens e outos tantos escravos christàos, que então foram postos em liberdades. No posto de sargento-mór combateu em 1583 na armada sob o comando do general dom alvaro de Barzan, marques de Santa Cruz, contra o Monsieur de Chatres, cavalleiro de Malta, que de França veiu em soccorro dos moradores da ilha Terceira partidarios de dom Antonio Prior de Crato, o qual, tendo se acclamado rei de Portugal em 1580, tinha já sido derrotado pelo exercito de el-rei Filippe II de Castella comandado por dom Fernando Alvares de Toledo, duque de Alba de Tormes: pelo que, tendo pedido esse socorro, veiu Monsieur de Chatres aos mares da ilha Terceira onde experimentou uma derrota e ficaram os ilhéos dando obediencia a Castella. Nesa batalha perdeu o sargento-mór dom simão um olho e para tratar-se ficou em angra onde casou-se com Gracia Fonseca Rodovalho, irmã do deão da sé d'essa cidade - o Rabaço - , que instituiu o morgado no Pico Redondo, f.os de Vasco Fernandes Rodovalho. Teve de seu consórcio 4 f.os, sendo duas femeas, que el rei de castella fez recolher em um mosteiro em Madrid, com grande tença a cada uma d'ellas, e dous varões que foram dom Gabriel de Toledo  que, seguindo o real serviço, passou a Madid, e dom Simão que seguindo o mesmo serviço ficou na ilha Terceira; mais tarde chegando este ao posto de capitão passou a corte de Madrid, d'onde sahiu despachado entretanto, pelas declarações feitas em seu testamento em 18668, vemos que soffreu um revez de fortuna; disse elle: "declaro que vindo de Madrid despachado com os alvarás, que se acham na provedoria da fazenda, por secretos juízos do meu destino, fui preso no castello, d'onde fugi e vim dar a esta villa de São Paulo, onde casei e sempre cuideiem me não dar a conhecer, consentido que o morgado, que por morte de minha mãe passava a mim, o tenha desfructado, e se ache de posse d'elle meu primo Pedro de Lombreiros, conego da sé de Angra, cujas cartas estão no meu contador com os mais papeis meus, e de meu pai e irmãos.Meu f.o João de Toledo, habilitando-se por meu f.o, irá a minha pátria para tomar posse do morgado, que lhe pertence; cobrar da fazenda real o que consta das provisões que lá se acham em processo, e tambem a minha legitima materna, que ficou em casas de sobrado".
        Foi dom Simão de Toledo Piza pessoa de respeito e autoridade em São Paulo e teve sempre o 1,o voto no governo da república; adquiriu por seus meritos a propiedade do officio de juiz de orphãos d'esta villa, que exerceu com acerto e criterio por 19 annos, até 1661, anno em que lhe succedeu n'esse officio Antonio Raposo da Silveira, comos temos tratado no V.3,o pag. 5; foi ouvidor da capitania, cargo que tomou posse em 1666; em todas as ocasiões de rebate acudiu com sua pessoa a gente de serviço, a sua custa, á villa de santos, e quando da Bahia se pediram mantimentos, elle, alem do que se sua casa dava, instava com os mais moradores a que fizessem o mesmo. Allegando os seus serviços s S. Magestade assim nas armadas, como nos presidios, o que mostrava pela certidões e fés de officio, obteve uma sesmaria de uma légua de terra para suas lavouras.

Texto tirado do Livro Genealogia Paulistana de L.G. da Silva Leme

Contatos:
ancestrais@geocities.com

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desde o dia 22 de Julho de 1999

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