Todas os dias o sol nasce e se põe. Todos os dias o homem acorda de manhã, e à noite, dorme com a escuridão. Entre um e outro, diz-se viver.
A grande bola de fogo que viria a ser essa imensidão de vida, o planeta, tornou-se um aglomerado de máquinas e pessoas robotizadas.
Durante toda sua existência o homem procurou evoluir e, chegando a um determinado estágio, percebe que algo se perdeu. Perdeu-se o sentido da vida.
Seis bilhões de seres humanos habitam o planeta e cada vez mais se perdem dentro de uma realidade virtual, onde as imagens de computadores, televisores, DVDs e painéis, comandam a mente das pessoas. Os valores tornam-se efêmeros. A realidade torna-se abstrata. Impalpável. O homem não consegue ampliar sua visão de mundo, agora meramente capitalista e "evoluída". Não é capaz de refletir sobre si e sobre a beleza da simplicidade que o envolve.
Vive-se em constante estresse. Trilha-se o caminho de carro. Não se nota a paisagem, o cenário, o contexto. Perdem-se os movimentos, os instantes. A velocidade e o movimento das coisas estão acelerados. Pacotes de imagens, de sons.
A grande bola de fogo é agora uma explosão de pessoas, lutando por uma sobrevivência abstrata. O fogo, é a ganância humana, que movimenta esse turbilhão de sentimentos e futilidades, criados por necessidades que se acredita possuir.
Isso, porque a tecnologia regrediu o espírito e a essência da vida. A "evolução", agora, destroe e explicita a chegada, próxima, do apocalipse bíblico.
Esta é a Terra. Este é o homem.
Enquanto não se notar a histeria coletiva, e não a brecar, não haverá paz individual.