Spectrum - Esse Eterno Andar versão
6-jan-2000
Descrição: dois sapatos dialogam sobre sua
sorte, seu destino, suas lembranças.
Filme (vídeo)- duração planejada 5 a 8 minutos
Personagens: um sapato é presunçosos e
convencido (pé direito: "Dir.") e o outro é
simpático e modesto (pé esquerdo: "Esq.")
Detalhes. Em nenhuma cena os rostos de atores
humanos são mostrados, no máximo as mãos de quem carrega os
sapatos são mostradas.
Esse Eterno Andar
Roteiro: Equipe Spectrum
Redação: Victor M. Sant'Anna
Argumento: Paulo César K Franco
Desenhos do Roteiro: Rogério de Almeida e Silva
Cena (sonho): um
sapato novo está sendo experimentado em um ambiente que
lembra uma loja (uma sala com tapete, por exemplo),
alguém constantemente passa uma escova limpando os
sapatos, barulho de multidão passando e elogios se ouvem
ao fundo para os dois calçados. Uma cena funde-se em
outra. Modificação de última hora: antes do sonho virar pesadelo, a estória é esticada, mostrando detalhes da vida dos sapatos |
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Cena (sonho no lixo) os sapatos são levados para uma lata de lixo. | |
Cena (sonho no lixo)
os sapatos estão em uma lata de lixo. Esq.: Ai, vamos virar lixo! Não! Não! Sou muito novo para ser aposentado! |
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Cena (continuação do sonho): um caminhão de lixo se aproxima. | |
Cena (continuação do sonho): lixeiros pegam a lata. | |
Cena (continuação do
sonho): o conteúdo é jogado no caminhão. Dir.: (chutou o outro sapato) Você estava tendo pesadelos de novo! Assim eu não consigo dormir direito, seu esquerdo! |
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Cena (quarto): um
ambiente escuro, entre uma cama e um armário, vultos de
sapatos próximos a uma parede. Gemidos são ouvidos e,
logo a seguir, o ruído de um chute. Esq.: Ai.... A culpa não é minha, nunca dormimos fora do armário de sapatos. Minha sola está toda dolorida... |
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Cena (quarto): Zoom
nos sapatos. Dir.: (chutando o esquerdo outra vez) Silêncio, seu torto! Vem vindo alguém... |
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Cena (quarto): sapatos
femininos passam pela frente dos sapatos. Dir.: Ei, olhe que lindos saltos elas têm! Esq.: Isso não é jeito de falar de uma dama, Direito! |
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Dir.: (chutando o
esquerdo) Quieto!. Eu sou o sapato direito, meu caro. As
damas não estão interessadas em um pédechinelo
como você! Eu sou um sapato fino e elegante! Esq.: Você vive enfiando o bico onde não deve, isso não é nada elegante! Lembra da festa de gala? Você ficou se exibindo o tempo todo e... |
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Cena (lembranças): Salão de baile (ou algo que lembre uma festa) pessoas dançando constantemente, os personagens estão envolvidos em uma dança. O sapato direito insiste em pisar nos pés femininos, até ser chutado. | |
Esq.: Você deu em
cima dela o tempo todo, mas foi chutado no final
ahahahaha! Dir.: (Dando um pontapé no sapato esquerdo) Precisa me lembrar desse vexame, outra vez? Esq.: Ai... essa doeu... |
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Cena (quarto): Novamente os
sapatos femininos passam na frente deles. Dir.: Não falam com a gente... |
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Cena (quarto): Os
sapatos femininos param perto dos dois sapatos. A luz aumenta (janela sendo aberta pela dona dos sapatos) Dir.: (dirigindo-se aos sapatos femininos) Ei, meu pezinho bonito, pode me dizer o que está acontecendo? Cena (quarto): O sapato feminino bate no pé direito (sem querer), o sapato vira. |
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Esq.: De novo? Isso é
seu jeito elegante de tratar uma dama? Dir.: Salto alto demais. Acho que ela não é para o nosso bico, seu chulé. Dir.: Espere, vem outras aí... |
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Cena (quarto): Sandálias femininas vem chegando e param em frente aos dois sapatos. | |
Dir.: Oi, baixinha,
quer conhecer minha caixa de sapato? Cena (quarto): Um balde é colocado (largado com descuido) ao lado do sapato direito, molhandoo. As sandálias continuam na mesma posição. |
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Esq.: Está parecendo
aquela festa em que atravessamos um caminho embarrado e
você pisou numa poça d'água, lembra? Cena (chuva ou barro): mostra sapatos correndo numa grama molhada, sapato direito pisa no barro (a cena muda) |
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Cena (varal): os
sapatos aparecem pendurados num varal. Esq.: Você ficou com cheiro ruim por uma semana! Dir.: Não fui eu que fedia era a meia! |
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Cena (quarto): mãos
erguem os dois sapatos. Esq.: Ai, minha nossa! Estão fazendo uma faxina! Acho que é dia de mudança! Dir.: Vão nos jogar no lixo! |
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Cena (corredor): eles
são levados por corredores e salas (fora de foco,
somente os sapatos estão em foco) até que lentamente se
aproximam da porta da rua. Esq.: Não! Por favor não! Diga que é um sonho! Me chute, me acorde! Por favor, Direito, diga que isso não é o nosso fim! Dir.: Não seja um calçado infantil, um dia chegaria nossa hora! |
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Cena (rua): vão sendo
levados em direção a uma lata de lixo. Os sapatos vão
ser jogados no lixo. Esq.: Eu não quero ir para o lixo! Dir.: Seja superior, aceite seu destino! |
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Cena (lixo igual
imagem 3): sapatos estão no lixo. Esq.: Eu não acredito! Depois de tudo que eu andei na vida, acabar assim! Dir.: Um dia nossa sola acaba, amigo. |
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Cena (lixo na rua): caminhão de lixo se aproxima. Ruído. | |
Cena (lixo na rua): crianças vestidas com uniformes (de colégio ou futebol) pegam os sapatos. | |
Cena (lixo na rua): crianças e se afastam com os sapatos | |
Cena (crianças): os
sapatos são arrumados em um campinho como goleiras em um
jogo de futebol. Esq.: Eu sempre quis ser um sapato esportivo! |
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Cena (jogo): sapato
direito levando uma "bolada" (Talvez não:) Dir.: Ai! Ai! |
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Modificação de última hora: ao anoitecer, quando o campinho está abandonado, um mendigo pega os sapatos |
FIM