Elizabeth (Elizabeth),
de Shekhar Kapur (Inglaterra, 1998)
Nada há em Elizabeth que faça com que exista um único foco de interesse no filme. O estilo de Kapur, apenas maximizado no nível da produção (é muito mais caro que seu Rainha Bandida), nada tem de original ou de criativo. É apenas aquela mesma churumela publicitária (efeitos não-realistas, jogos de câmera tornados clichês...) em meio a um ambiente que pouco tem a ver com cinema, e sim com o mau teatro. De resto, só vemos as proezas de uma iluminação excessiva e de uma direção de arte que é representativa antes de ser criativa (duas características que aliás rondam o cinema inglês...). Kapur parece se tornar o cineasta para filmar rainhas e mostrar como elas fazem história. Contrariando o pensamento de que é o povo quem faz história, de povo mesmo só vemos uma cena, naturalmente onde todos estão mortos, dizimados pela guerra. Filme mistificador, onde o país vale apenas por uma figura, Elizabeth não merece qualquer atenção.
Ruy Gardnier