Encontros em Paris (Portraits Chinois),
de Martine Dugowson (França, 1997)

Martine Dugowson parece querer se especializar como narradora dos modos de vida da classe artística parisiense. Se em Duas Amigas/Mina Tannenbaum o que estava em jogo era a relação conflituosa de duas amigas pintoras – uma talentosa e outra não –, em Encontros em Paris vemos uma nova estrela (interpretada por Romane Bohringer) tentando eclipsar uma estrela estabelecida (Helena Bonham-Carter) e roubar-lhe o marido, que é roteirista de um diretor cujo novo filme não vai lá muito bem. É nesse círculo que o filme de Martine Dugowson tenta se desenrolar, sem nunca conseguir alcançar algum ponto de encontro real que dê mais relevância ao filme. Encontros em Paris não consegue sair do usual, nem pelo trabalho das (excelentes) atrizes nem pelo retrato de um momento contemporâneo das relações (amorosas/amicais/trabalhistas). Tentando realizar uma comédia fina, Dugowson não consegue acrescentar nada ao cânone do gênero, que é representado (também sem algum maior brilhantismo ou interesse) pelas sitcoms.

Ruy Gardnier

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