O Ladrão (Vor),
de Pavel Chukhrai
(Rússia/França, 1997)

 

Pode-se tentar colocar a questão de várias formas, algumas mais cultas, outras bem menos. Mas, que não reste dúvidas: O Ladrão é um filme chato. E é um filme chato porque não ousa, porque bate nas mesmas teclas ao longo de toda sua duração, porque não surpreende em nenhum segundo. A produção é muitíssimo bem cuidada, os visuais da URSS da década de 50, em seu interior permite a criação de belas imagens. Mas para quê?? O Ladrão fala de um garotinho sem pai cuja mãe conhece um homem que parece ser um soldado, mas se revelará um ladrão. A partir deste momento aquele homem passa a ser a única figura masculina na vida do garoto, e influencia toda a sua vida.

Na verdade a sinopse soa melhor do que o filme, pois esta influência é mostrada a partir de expedientes óbvios como uma enfadonha narração em off, e com cenas feitas na medida para emocionar a partir da atuação do soberba do menino. Mas, raspa-se a superfície e acha-se nada por baixo. Apenas uma hora e quarenta de chateação, com um momento de real beleza já quase no fim, onde percebemos a real força da presença daquele homem não com nenhuma narração, mas com o simples ato de mijar.

Eduardo Valente

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