Uma Mulher É Uma Mulher
(Une Femme Est Une Femme)

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Anna Karina e Jean-Claude Brialy em Uma Mulher É Uma Mulher

Uma Mulher É Uma Mulher é Godard, depois de fazer seu film policier, fazendo o seu musical ("com coreeografia de Bob Fosse"...). Nesse seu segundo filme a ser lançado (o verdadeiro segundo filme, O Pequeno Soldado, ficou preso na censura), os corpos se movem como em um verdadeiro american movie, à maneira de Frank Tashlin ou das comédias de Howard Hawks.

Se o primeiro Godard vai achar sua 'autoralidade' graças ao cinema americano (obrigado, Nicolas Saada...), Uma Mulher É Uma Mulher é a prestação de contas. Godard encontra o CinemaScope pela primeira vez para fazer a homenagem definitiva do espetáculo, do cinema como ritual coletivo de grande público. Homenagem a Billy Wilder, a George Cukor.

Aliás, do último, a referência às mulheres. É Godard apaixonado que nos faz apaixonar por Anna Karina. Ela não é infame, ela é apenas une femme... querendo um filho... querendo saber-se querida... Filme bobo, de primeira, mas extremamente sutil para um olhar mais atento. Se mais tarde Godard abandona a sua própria definição segundo a qual cinema é colocar mulheres bonitas fazendo coisas bonitas, em Uma Mulher É Uma Mulher Godard nos dá a prova instantânea. Ao menos provisoriamente.

Ruy Gardnier

 

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