Zoando na TV,
de José
Alvarenga Jr. (Brasil, 1998)
A personagem Angel leva uma vida atribulada como gerente numa loja de vestidos de noiva. Sua grande felicidade é que ela tem o amor da sua vida, Ulisses, um namorado forte, mulherengo e desajeitado que trabalha como personal trainer. Por qualquer coisa como uma ironia do destino ou puramente como desculpa para fazer um filme, os dois são tragados para dentro da televisão, de onde só vão sair se conseguirem usar o anel que Ulisses carrega no dedo. Zoando na TV não é nada além de um veículo para atores (Angélica, Márcio Garcia, Miguel Falabella, Danielle Winits) e grupos que precisam urgentemente fazer sucesso comercial (o grupo Jota Quest, por exemplo). E, fora o culto aos belos corpos que aproxima a estética global (Malhação, etc.) da estética nazista dos anos 30-40, ainda vemos uma homenagem ao machista e grossura masculina como nao víamos há muito. Uma estética retrô, diz-se, traz também valores retrô. E só. Ruy Gardnier