Nos picos nevados dos Andes, onde só o vento quebrava o silêncio, o único sinal de vida é a luta de alguns homens atingidos pelo destino da maneira mais cruel e dramática. A luta pela vida. São seres que para não morrerem de fome consomem, planejada e friamente, seus companheiros mortos. Era a vida que se nutria da morte. Eram Os Sobreviventes.
Fazia 72 dias que o Fairchild da Força Aérea do Uruguai, perdido o rumo, isolado como um pássaro solitário, se chocara num contraforte da cordilheira dos Andes, deixando ilhados nas neves eternas alguns dos seus tripulantes e passageiros. Quase todos jovens de 20 anos.
É esta epopéia de angústia e dor, fascinante crônica do homem, que Piers Paul Read conta neste livro. Os Sobreviventes não é o relato de um desastre aéreo; muito menos uma descrição de cenas de necrofagia. Apoiado no depoimento pessoal dos participantes da tragédia dos Andes (Read ouviu os sobreviventes em Montevidéu), o admirável escritor penetra na condição humana mais delicada, desvendando a vivência terrível de um confronto com a eternidade: viver ou morrer estava ao alcance de uma decisão de caráter estritamente pessoal. Mais que isso: simplesmente existencial.
Os Sobreviventes é uma história a um tempo suave e selvagem. De amor e fé. Amor à vida; fé no ser humano. Positivamente, a mais séria jamais contada num romance. Um livro de escritor e repórter, por mais de um ano na cabeça dos best-sellers de Paris, Nova Iorque, Londres, Madri, Roma, Buenos Aires.
