Falando Apenas de Amor
Você agora já não fala mais em mim, não, não fala, mas aquelas
coisas, onde a ternura, como um brotar em poesia, fazia do
seu olhar a própria poesia, dissimulando o tempo e a poesia,
pois é, e pensar que a bem pouco você esteve aqui. Esteve cantando
sentido da vida, o nosso estar, o nosso sol, banhando como
um único corpo, os nossos corpos.
Pois é, você mudou, tingiu a água pura e cristalina de nosso amor,
deixou de lado a poesia e fez de mim um poeta amargurado,
no desabafo continuo do que já não mais possui, um poeta
já cansado, sem rumo ou direção.
É pena lembrar com amor, o amor que foi, por muito, muito
e por tão pouco se acabou. Amor que pisou por caminhos e os
espinhos das rosas, não superou.
É pena, pena ser poeta, poeta chega ao longe, lá no fundo
onde ninguém vai, sobrevive no momento mesmo que ao momento,
e para você tanto faz sobrevive porque vive, e em vida, poesia faz.
Há algo carente no ar, uma indiferença no olhar, uma felicidade
sem saber, por só saber de ontem em que abriu seu coração.
Há um desespero, um desprezo no ar, em teu olhar que me fita distante,
olhar sem amanhã.
Eu pedi seu coração em forma de abrigo, mas hoje nada sou, apenas
você, você é minha saudade, sou o que te incomoda, quando um dia
mais fui que a sua felicidade.
Sou hoje uma estória esquecida, que foi lida e não desgostou,
uma flor sem perfume nos campos selvagens, campos dos amores,
onde por outros amores viveu, e por somente um morreu.
Sou um tolo pensador, enfeitando estórias que minhas palavras
constróem, enfeitando rimas, que não rimam com as verdades, sou um tolo
pensador, que esconde nas fantasias as fugas da vida, não sei se
tentando esconder a realidade do mundo, ou o mundo da realidade.
Fui fraco, mas sou poeta para pintar uma nova cor, cor que ficou antiga e
desprezada, em minh'alma e com nova fé, em surpresas e novos encontros
para em um encontro renascer, renascer, escrever
e ser poeta e pintar você.
Você com o que pode ter sido, com o que foi, com o que foi e nada, nada
restou, com o tudo que é, por não mais ser o amanhã, amanhã tão
esperado agora já esquecido, pois é amanhã talvez e mais uma vez,
como mera desculpa pelo esquecido, sou, sou um mero escritor, escritor
pensando em passado, um mero pensador, um mero pensador e tantas,
tantas, tantas palavras, palavras contidas, falando apenas,
apenas de amor.
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