A revista Herói de Setembro de 97, publicou uma entrevista com Harrison na época de Air Force One, aqui está ela:
HERÓI: Que você tem uma forte atração por filmes de ação, todos sabem. O que o levou a escolher FORÇA AÉREA UM em particular contra tantas outras propostas para projetos de mesmo estilo?
H.FORD: Sempre tive curiosidade de explorar o papel de presidente dos Estados Unidos. Força Aérea Um me trouxe essa oportunidade atráves de um roteiro extremamente inteligente. Ao desenvolver meu personagem pude descobrir como é difícil ocupar um cargo como esse. As responsabilidades e cobranças, são ínumeras. Essa é a história de um presidente que se vê obrigado a tomar decisões baseado em sua própia intuição e crença, que são testados de uma forma dramática e até a nível pessoal no desenrolar do filme.
HERÓI: A idéia de ter uma mulher no papel de vice-presidente dos Estados Unidos parece ter agradado tanto o público quanto a crítica americana.......
H.FORD: O convite surgiu durante um jantar para comemorar o anivesário de Bill Clinton no rancho do presidente no estado de Wyoming. Glenn Close e eu estavámos presentes, e em meio a uma conversa entre nós três passou de relâmpago a idéia de chamá-la para se unir ao elenco do filme. Ela não pensou duas vezes. Saímos do jantar com os dois papéis principais acertados.
HERÓI: A princípio você nem mesmo estava incuído no elenco de Força Aérea Um, certo?
H.FORD: Pois é. Originalmente este roteiro era para ser usado por por Kevin Costner, que acabou passando o projeto para mim. Ele sabia que Força Aérea Um era uma produção enorme e exigia uma tremenda dedicação e tempo que ele não dispunha na época. Ele disse aos produtores do filme que somente abriria mão deste filme se eu assumisse o papel principal. Me senti honrado e agradecido por ter sido lembrado por Costner.
HERÓI: Esse jantar com o presidente ajudou o aprimoramento de seu personagem? Ele chegou a fornecer dicas de como é a vida do presidente de uma das nações mais poderosas do mundo?
H.FORD: Nosso encontro ocorreu em agosto do ano passado, logo após eu ter aceitado fazer o filme. Eu não estava interessado em saber sobre a experiência de Clinton na Casa Branca. Quis criar meu próprio personagem sem me basear em qualquer outro presidente.
HERÓI: Que informações sobre o Air Force One foram fornecidas? Esse avião é um segredo de estado do governo americano....
H.FORD: Clinton assinou uma autorização que garantia a nossa equipe um passeio aéreo no Air Force One de verdade utilizado por ele e sua família. Para fazer o filme, um jumbo 747 foi todo remodelado a partir da experiência que tivemos durante essa curta viagem. Acho que se eu visse o jato presidencial ao lado da réplica eu não saberia apontar qual era o verdadeiro.
HERÓI: Em seu próximo filme, 6 dias e 7 noites, de Ivan Reitman, você interpreta o papel de um piloto de avião. Você poderia nos adiantar um pouco sobre esse filme?
H.FORD: Depois de dois anos de estudos, consegui no ano passado tirar minha licença de piloto privado. Voar pra mim sempre foi um sonho que acabou se tornando uma paixão prazerosa. Como eu tenho dois jatinhos e estou sempre pilotando um deles, solicitei a empresa seguradora desta produção autorizasse a não contratação de um dublê nas cenas que apareço em um avião. Para minha surpresa, eles aceitaram. Confesso que foi um prazer poder estar diante das câmeras pilotando um avião.
HERÓI: Se a aviação sempre foi uma ambição sua, por que você esperou tanto tempo para aprender a voar?
H.FORD: Nunca tive muita autoconfiança para fazer coisas consideradas perigosas. Somente quando cheguei a uma idade mais avançada é que comecei a perder esse medo. Nunca dirigi uma moto antes dos 45 anos, por exemplo. Acho que o motivo dessa resitência é que quando criança sempre fui demasiadamente controlado. Não me premitia passar dos meus própios limites. Com o passar do tempo comecei a deixar de me preocupar tanto como no passado.
HERÓI: Depois de participar de uma série de filmes de ação e aventura que estão entre os de maior sucesso da história, por que você insiste em experimentar outros gêneros de filme?
H.FORD: Sei que meu público prefere me ver em filmes de ação e aventura. Isso não me incomoda, já que quando entro em um projeto não penso no gênero, mas sim na qualidade do filme que vou fazer. Continuo fazendo outros tipos de filmes porque acho que eles possuem mensagens diferentes que tem a ver com a minha pessoa. Acredito que também devo levar às pessoas um outro lado de minha personalidade e interesses pessoais que não tenho a oportunidade de mostrar em produções de ação e aventura. Gosto da liberdade que tenho hoje de poder escolher os filmes que faço.