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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Abril/2007

ATUALIZAÇÃO N.º 363 - 02/04/2.007

MITO – A imprensa local criou um mito em torno de Ednaldo Evangelista da Cunha, conhecido pela antonomásia de “Mel”, em mais uma demonstração da exploração sensacionalista que muitos setores da imprensa aplicam sobre episódios que podem lhe render algum tipo de retorno em termos de pontuação em pesquisas de preferência do telespectador. O mito tombou semana passada, morto pela ação da Polícia, num episódio que não pode passar despercebido ou descartado como uma página virada.

MITO – A grande exploração feita em cima do bandido deixou ainda mais latente a sanha da, digamos, “imprensa policial”, local. Quase totalmente ocupada por falsos profissionais, o comportamento envolveu – ou contagiou – profissionais e falsos do jornalismo cearense. Diariamente eram divulgadas notícias que envolvia o bandido ou seus comparsas. Apresentadores transformaram-se em contadores de história, como o falso profissional Marcos Lima (Rota 22, TV Diário), que chegou a relatar, como se tivesse sido testemunha, uma “promessa feita de joelhos, aos pés da própria mãe, onde ‘mel’ prometeu matar seis policiais para vingar a morte do irmão, morto por policiais”.

MITO – Em determinada ocasião, o programa Barra Pesada (TV Jangadeiro), exibiu imagens de um flagrante de torcedores sendo transportados de maneira irregular, num caminhão, após um jogo de futebol no estádio Castelão. Ao perceber que estavam sendo filmados, os torcedores começaram a entoar gritos de guerra com o nome do bandido, que na época ainda estava sob perseguição da Polícia.

MITO – No vale-tudo pela briga da audiência – vale tudo mesmo – não eram medidos “esforços” nessa escalada. Caso ficassem sabendo de algum indício de ação do bandido, mínimo ou confuso que fosse, as emissoras enviavam “repórteres” para a cobertura do fato. Foi atribuída ao marginal a pecha de “bandido mais procurado do Ceará”. Mas a realidade dos fatos, numa leitura adversa à feita pela maioria da mídia local, apontou outros fatos.

MITO – Semi-analfabeto, sem qualquer tipo de estrutura ou apoio logístico, o bandido demonstrou a fragilidade do aparelho policial cearense. Afinal, uma pessoa com o perfil dele estava conseguindo escapar da ação de – pelo menos supostamente – agentes públicos treinados e capacitados para esse tipo de, digamos, “caçada”. As polícias Civil e Militar contam com serviços de “inteligência”, onde, supõem-se, são lotados profissionais capacitados para ações que exigem um nível de apuro maior. Mesmo assim, um bandido que contava apenas com o fato de não ter mais nada a perder por saber que um confronto com a Polícia poderia ser fatal, passou meses sem que fosse preso.

MITO – Não está em julgamento a ação da Polícia quando do confronto final com o bandido – uma versão aponta para morte em confronto, outra para execução sumária – mas o comportamento da mídia, que foi lamentável. Agora esse setor da imprensa local aguarda, avidamente, pelo próximo personagem que lhe garanta manchete.

CPI – A tropa de choque da prefeita Luizianne Lins na Assembléia – sim, naquela Casa também existe isso – conseguiu evitar a instalação da CPI do Reveillon. Não foi muito difícil, diante de uma bancada que não tem o menor cacoete nem experiência de ser oposição e lidar com situação adversa, como os tucanos. Nem mesmo a totalidade dos parlamentares o partido conseguiu colocar em plenário para a votação do recurso do líder do PSDB, João Jaime (foto), contra a decisão do presidente do Poder, Domingos Filho (PMDB), de acatar parecer da procuradoria jurídica do Parlamento que relatou pela inconstitucionalidade da proposta.

CPI – João Jaime apregoou desde que começou a colher assinaturas para o requerimento de instalação da CPI, que recorreria à Justiça caso a Assembléia não instalasse a Comissão. Agora terá que cumprir o que prometeu e vociferou. Luizianne, adversamente do que tem repetido nos microfones que lhe surgem, não tem nenhum interesse na apuração das denúncias de irregularidades no reveillon 2006/2007. Ora, mas se a prefeita tem tanta certeza de que não houve nada de anormal, por qual motivo a Câmara Municipal não pode investigar? Caso quisesse, de fato, apuração, teria liberado a bancada situacionista para assinar o requerimento de instalação da CPI do reveillon naquela Casa. Além de fazer com que sua bancada de sustentação não assinasse o requerimento ainda manobrou para que a bancada dos partidos “aliados” votassem contra o recurso interposto pelos tucanos.

CPI – O assessor parlamentar/secretário de governo (?) da prefeita, Waldemir Catanho, acompanhou a votação do recurso na Assembléia. Outro fato que demonstraria o empenho descomunal de Luizianne Lins para evitar a instalação de CPI, seja em que parlamento for, foi relatado pelo boquirroto, falastrão e prolixo deputado Fernando Hugo (PSDB), que assegurou ter tido um rápido encontro com a prefeita de Fortaleza quando aguardava na ante-sala do gabinete do governador Cid Gomes (PSB). Ao sair do gabinete e, obviamente, encontrar-se com o parlamentar, o tucano garante que Luizianne teria dito a ele que não iria ser instalada nenhuma CPI, seja em que parlamento fosse. Invocou a autenticação do deputado Gomes Farias (PSDC), que o estaria acompanhando para a audiência com o chefe do Executivo estadual.

CPI – Afinal, que tipo de articulação foi feita pela prefeita da Capital e o governador do Estado para que não fosse feita investigação das denúncias de irregularidades na execução do reveillon promovido pela Prefeitura? Quais os interesses comuns dos dois comandantes? Algo mais além do compromisso político entre ambos? O discurso de que não é necessária a instalação de uma CPI pelo fato das denúncias já estarem sendo investigadas por órgãos competentes também cai no vazio, não apenas com a argumentação de que o fato do MPF, do MPE, do TCM e do TCU estarem investigando não impede que a Câmara Municipal também apure – ou, ainda que sem competência constitucional, a Assembléia – mas também pelo histórico da prefeita, contumaz e inveterada defensora da instalação de CPI quando parlamentar.

CPI – Há muito que se explicar no imbróglio do reveillon promovido pela Prefeitura de Fortaleza, agora que a Estrutural Locação de Banheiros Químicos Ltda. ganhou a companhia da D&E Entretenimento como co-participe na execução do evento. Essa semana o MPF irá tomar o depoimento do secretário municipal de administração, Alfredo Pessoa, além da, digamos, “promoter” e procuradora da Estrutural Rubi Ellen e o coordenador da ação novo centro, Riamburgo Ximenes e a proprietária – pelo menos oficialmente – da Estrutural, Aleksandra Cardoso. Os olhos dos que investigam e denunciam não podem se fechar para outro episódio igualmente nebuloso: o carnaval 2007, cujo custo também é passível de questionamento.

CENSURA – Depois da votação que sepultou o recurso da bancada tucana para que fosse a instalada a CPI do Reveillon da Prefeitura de Fortaleza, a chapa esquentou e quase subiu o gás entre os deputados Augustinho Moreira (PV) e Osmar Baquit (PSDB). O primeiro mordaz defensor da prefeita e o segundo, obviamente, oposicionista à administração da Capital. Somente não foram às vias de fato pela ação da turma do deixa disso. Caso contrário, teria rolado uma "mão de tapa" em plenário. Tão deplorável quanto a atitude dos dois parlamentares foi o posicionamento da TV Assembléia: na hora em que começou o entrevero, a transmissão ao vivo da sessão foi tirada do ar.

CENSURA – Esse tipo de postura faz com que se discuta que tipo de televisão a TV Assembléia, de fato, deseja ser: se uma emissora pública, voltada para o interesse de quem a financia, o contribuinte ou um instrumento de promoção pessoal de deputados e do Legislativo. Evidentemente a imagem de uma troca de tabefes entre deputados não é uma cena, digamos, agradável de ser ver na telinha, mas quem paga as contas da emissora tem o direito de saber o quê fazem os parlamentares, independentemente se eles protagonizam ou não cenas dignas de comédia pastelão. Triste ver uma emissora de TV que poderia – e deveria – ser um instrumento pelo qual os cearenses pudessem exercer sua cidadania praticar censura. No caso, pode até se caracterizar uma auto-censura.

ERRO – A coluna Parabólica (Diário do Nordeste), espaço destinado exclusivamente a enaltecer a programação das emissoras do Sistema Verdes Mares de Comunicação e puxar o saco de outros puxa-sacos, publicou que o projeto Cara Nova teria sido criação do jornalista Roberto Moreira, diretor de jornalismo da TV Diário. Não, não foi. O projeto original é da RBS, emissora afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, datando de 1986. O projeto existe até hoje e promove uma ponte entre estudantes de comunicação e emissoras de TV e jornais impressos gaúchos e catarinenses.

BABAÇÃO – Para ilustrar a função da coluna Parabólica, eis o que foi publicado na edição do dia 01/04/07 (parece mentira e foi publicado no dia dedicado à ela, mas não é): “Inovação Roberto Moreira, diretor de Jornalismo da TV Diário, está sempre inovando. É criativo, determinado, um jornalista de muita visão. Sua capacidade de trabalho é uma das razões pela grande audiência da TV Diário e pelo respeito que a emissora alcançou em todo o País”. Como se viu, não há qualquer inovação no projeto indevidamente apropriado, nem quanto à programação. Os telejornais são cópias dos que já existiam, a abordagem, cenários, etc., também. Os programas de auditórios copiados de outros já extintos ou que ainda estão no ar, como o clone de Sílvio Santos/Gugu Liberato (Ênio Carlos), ou do Ratinho (Jacaré). A grade da emissora possui um ou outro programa, de fato, com qualidade, mas no geral o nível é abaixo da crítica.

CONFISCO – O, digamos, músico Thiago Mancha teria sido vítima da ação de fiscais da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), policiais militares e fiscais da Prefeitura de Fortaleza, durante a apresentação dele com a banda Massa Sonora, no dia 24/03, num bar localizado na Aldeota. Segundo consta, os fiscais da OMB, PM e agentes da PMF teriam confiscado o equipamento da banda. Sem entrar no mérito se o estabelecimento possuía ou não alvará para funcionar e autorização para a realização de shows – o que parece não possuir, uma vez que foi autuado – a OMB, com efeito, não tem o poder de polícia para determinar suspensão de apresentação artística, tampouco confisco de equipamento ou coisa parecida. Em contrapartida, se o vocalista reclama seu direito como músico, deveria cumprir a lei quanto ao exercício do jornalismo: é mais um falso profissional a infestar a mídia local, através da TV Diário.

PÉROLA I – Essa foi proferida pelo clone do Ratinho, o apresentador Jacaré, em sua estréia na TV Diário (lógico!): “esse é o primeiro programa de estréia na TV Diário”. Começou muito, mas muito bem mesmo o rapaz...

PÉROLA II – Não é muito rara – pelo contrário, até que bem comum – e foi proferida pelo repórter Celso Tomaz, em matéria sobre a decisão do plenário da Assembléia Legislativa em rejeitar recurso interposto pela bancada tucana, contra decisão da presidência do Poder em arquivar o pedido de instalação da CPI do Reveillon da Prefeitura de Fortaleza: “agora a bancada tucana promete recorrer ao Superior Tribunal Federal”. Com essa, só apelando para o Supremo Tribunal Federal...

PROCAPUÍ – Eis que, de Toulouse, são enviadas informações sobre o norte-americano Marcial (Mike) Gerald Layani (foto), que por aqui aplicou um golpe de milhões de reais e praticou um rosário de crimes, que vão desde fraude e estelionato a corrupção e doação ilegal de dinheiro para campanha política – afinal, que atitude tomou mesmo o Ministério Público Eleitoral quanto ao fato do moço ter afirmado, em alto e bom som, que doou dinheiro para a campanha do então candidato ao governo pelo PSDB Lúcio Alcântara, através do intermédio do então senador e hoje deputado estadual Luiz Pontes (PSDB) e para as campanhas do também candidato ao governo José Airton (PT), do candidato à reeleição a deputado federal José Pimentel (PT) e à então candidata ao Senado e hoje senadora Patrícia Saboya (PSB)? –. Mike continua naquela cidade Francesa, utilizando dois passaportes falsos.

PROCAPUÍ – Mike fugiu para lá depois de sair do Ceará – vindo de Roraima, onde por lá também praticou ilícitos semelhantes, inclusive doando dinheiro para a campanha do deputado federal Luciano Castro (foto), hoje líder do PR – partido que, curiosamente, abriga hoje o ex-governador Lúcio Alcântara, o filho dele Léo Alcântara e o deputado estadual Adail Barreto, além do ex-prefeito Juraci Magalhães – na Câmara Federal, tendo passado, antes, pela cidade de Santos (SP), onde novamente estava atuando no mesmo “ramo” e saiu após escapar de ser assassinado por dois matadores enviados com essa missão. Os “killers” teriam sido enviados pelo cartel do tráfico do Paraguai. Por aqui há a expectativa de que as ações contra o norte-americano tenham curso e finalmente a Justiça Brasileira decrete sua prisão.

PARA REFLETIR – "Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade". (Charles Chaplin).

 

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 364 - 09/04/2.007

CRIME – A semana passada foi pródiga em acontecimentos policiais envolvendo direta ou indiretamente pessoas ligadas à mídia local. Dois fatos foram registrados um de grande gravidade e outro de menor. Ambos, entretanto, tiveram menos, mas bem menos repercussão na imprensa local, se compararmos com outros crimes praticados recentemente e amplamente explorados pela mídia.

CRIME – O primeiro caso envolveu o dublê de palhaço/oompa loompa Bolachinha (foto). A polícia prendeu o tio dele, guiando o carro que pertence ao “humorista” – que além de ter participado há algum tempo de um risível programa na TV Diário, em dupla com o escatológico “Barão”, participa do programa “Clube do Brega” e já esteve no programa do Tom Cavalcante, na Record – sob a acusação de roubar animais numa cidade do interior. Inicialmente o “humorista” apresentou a versão de que o carro havia sido roubado quando ele estava na companhia de uma namorada, em Fortaleza.

CRIME – Em seguida, ao saber da prisão do tio, apresentou outra versão, de que nada tinha a ver com as atividades do parente. É possível que, de fato, não tenha envolvimento com ilícito que tenha sido praticado pelo tio, mas a versão mentirosa que apresentou inicialmente sobre o “roubo” do carro pesa contra ele. A mídia local praticamente não se reportou ao fato ou, quando o fez, não deu qualquer destaque.

CRIME – O segundo e mais grave caso referiu-se ao filho do deputado estadual Edson Silva (PMDB) (foto), Issac Sousa Silva, que matou à bala Sérgio Alves Lima, proprietário de uma gráfica e lesionou Luís Carlos Caldas, que ficou paraplégico devido aos ferimentos. O crime ocorreu, segundo foi publicado na mídia local, durante uma farra regada a bebida e cocaína, no bairro Jardim das Oliveiras. O deputado apresenta o programa Cidade 190 (TV Cidade), um dos muitos policiais que infestam a grade de programação das emissoras locais.

CRIME – O homicida foi apontado, pelo próprio pai, como usuário de drogas desde a adolescência. O apresentador utilizou o programa para dizer que o filho deveria ser julgado e condenado pelos crimes que cometeu – homicídio e tentativa de homicídio –. Ora, não poderia agir de maneira diferente. Caso tivesse se posicionado de maneira diferente as conseqüências seriam extremamente danosas, seja para a atividade de apresentador, seja para a de parlamentar. Afinal, não ficaria bem para uma pessoa que critica diariamente os criminosos agir de maneira diferente quando o caso atinge alguém que lhe é próximo.

CRIME – Quando do assassinato dos acadêmicos de Medicina Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira pelo capitão da Polícia Militar Daniel Gomes Bezerra, crime perpetrado em Iguatu e que teve ampla repercussão não apenas no Ceará mas em todo o Brasil, o apresentador deitou e rolou em cima do fato. No caso dos crimes praticados pelo filho, entretanto, não o chamou de marginal, de bandido, tampouco fez qualquer referência ao passado delituoso dele – além de viciado em drogas desde a adolescência Issac já havia respondido por uma tentativa de homicídio –. Não deixou de abordar o episódio, mas o fez de maneira extremamente branda para seus padrões e pela natureza do crime.

CRIME – O apresentador faz comentários e critica atitudes e atos com os quais já convivia em sua própria casa. Evidentemente ninguém está livre de passar por situações como a que enfrenta o deputado, mas essa experiência serve – ou deveria servir – para que a visão irascível do apresentador sobre os fatos que comenta no programa se modifique. Caso não tivesse acontecido a tragédia, quem sabe, nunca iria assumir que falhou como pai.

CRIME – Durante essa semana, certamente, provavelmente todos os deputados estaduais ocuparão espaço na tribuna para se solidarizarem com o parlamentar. Os mesmos que, até bem pouco, vociferavam pedindo justiça em crimes cometidos. Necessário se faz, entretanto, lembrar que uma vida foi ceifada e outra pessoa carregará seqüelas pelo resto da vida, independentemente da forma ou circunstância como o fato ocorreu.

CRIME – Duas versões para o crime já foram apresentadas. A primeira de que Issac teria praticado o ato após consumir cocaína e sob o efeito da droga, alucinada, tenha atirado nos dois colegas de farra. A segunda, versa sobre os disparos feitos pelo filho do parlamentar depois de uma discussão, exatamente pelo fato das duas vítimas terem criticado o deputado estadual, motivo pelo qual o criminoso teria sacado a arma e atirado.

DEPOIMENTO – Nessa semana os ministérios públicos Estadual e Federal tomaram novamente o depoimento do secretário municipal do turismo, Henrique Sérgio Abreu, ainda sobre o imbróglio das denúncias de irregularidades no reveillon promovido pela Prefeitura de Fortaleza na passagem de 2006 para 2007. Os procuradores e promotores querem mais esclarecimentos sobre pontos que originaram dúvidas após a oitiva de oito pessoas após a tomada do depoimento do secretário municipal.

DEPOIMENTO – Um ponto – mais um – que está chamando a atenção na investigação das denúncias é o fato da D&E Entretenimento, empresa que auxiliou a Estrutural Locação de Banheiros Químicos Ltda. na execução do reveillon, ser administradora de três emissoras de rádio na Capital. Ou seja, a D&E acabou gerenciando uma verba publicitária que tinha como destino emissoras que controla. Também será objeto de investigação dos tribunais de contas dos Municípios e da União o dinheiro destinado à transmissão ao vivo do reveillon, por parte da TV Diário. A verificação se dará, dentre outros fatores, para saber se houve ou não superfaturamento na contratação.

DEPOIMENTO – Depois do reveillon, o MPE deve investigar o carnaval 2007 promovido pela Prefeitura de Fortaleza. Somente para a Federação das Agremiações Carnavalescas do Ceará (FACC) a PMF repassou, através da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), R$ 1.096.108,23 em três parcelas – uma de R$ 415.300,00; outra de R$ 206.700,00 e outra de R$ 474.108,23 –. É preciso que sejam investigados os custos da realização do carnaval, pois o valor é bem elevado para o que se viu na Domingos Olímpio e em algumas festas realizadas nos bairros.

DÍVIDA – Falando em Funcet, aquele Órgão Municipal, através da Portaria 032/2007, reconheceu uma dívida de R$ 128.800,00 com um tal Instituto de Cultura e Arte do Ceará, por “serviços prestados durante o exercício de 2006”. O problema é que não há qualquer indicação, na Portaria, da licitação ou processo que resultou nos tais “serviços prestados”. Trata-se de um valor muito superior ao que se enquadraria na dispensa de licitação e, como não houve menção a nenhum processo licitatório ou de dispensa, não há como comprovar se a contratação desses “serviços prestados” ocorreu de maneira lícita e se, principalmente, esse “reconhecimento” foi feito dentro do que determina a lei.

TV PÚBLICA – A TV Assembléia chega ao seu primeiro aniversário e, infelizmente, depois de um início promissor e de um período em que realmente funcionou como instrumento dos contribuintes, pode – e deve – sofrer muitos questionamentos quanto à sua conduta e utilização. Até o momento os cargos foram preenchidos através da indicação, sem que fosse realizado concurso público, como determina a lei. Esse tipo de distorção já deveria ter sido corrigido há muito tempo.

TV PÚBLICA – Outrora instrumento de fiscalização do contribuinte, a emissora assumiu de vez a feição de veículo oficial de propaganda dos parlamentares. O pior: financiado pelo dinheiro do cidadão. Há poucos dias a emissora parou a transmissão ao vivo da sessão legislativa quando dois deputados, Augustinho Moreira (PV) e Osmar Baquit (PSDB) trocaram agressões verbais e quase foram às vias de fato. Isso é censura, além de ser um desrespeito para com o telespectador e o contribuinte. Muito mais do que o patrocinado pelos dois parlamentares.

TV PÚBLICA – Não é esse tipo de TV Pública que a população deseja. Da forma como hoje está sendo conduzida a emissora, ela nada mais é do que um instrumento de divulgação dos deputados. Como se não bastassem demais emissoras comerciais e/ou públicas que agem da mesma forma. Também tem servido como meio de divulgação de instituições de ensino particulares.

ABSURDO – Na noite da sexta-feira, dia 06/04, foi realizada uma blitz na avenida Aguanambi, no Bairro de Fátima, onde estavam presentes o Detran, a AMC e a Polícia Militar, essa última no apoio. Em determinado momento um motoqueiro – segundo alega a AMC – teria fugido da blitz. O condutor da moto – um senhor de aproximadamente 50 anos – ofereceu a versão de que não havia recebido sinal para parar. O fato é que dois agentes da AMC passaram a perseguir, em motos daquele Órgão municipal, o motoqueiro.

ABSURDO – Um pouco além do local da blitz, um dos agentes da AMC derrubou, com o pé, o condutor da moto que, na versão da Autarquia Municipal, não teria parado na blitz. Em decorrência da ação do agente da AMC, o condutor da moto sofreu vários ferimentos e escoriações, por pouco não sofrendo conseqüências mais graves. A atitude do agente – que conduzia a moto de placa HUY 9228 – que derrubou o motoqueiro revoltou os populares que presenciaram o fato. A revolta aumentou ainda mais quando os dois agentes saíram do local onde derrubaram o motoqueiro, com a ajuda de uma viatura da Autarquia.

ABSURDO – Além de terem derrubado o motoqueiro os agentes da AMC não prestaram o socorro devido à vítima. Ainda que se tratasse de alguém fugindo de uma blitz, a Autarquia Municipal não tem o poder de polícia de perseguir ninguém. Isso é função da Polícia Militar. Infelizmente não apenas a AMC como a Guarda Municipal assimilaram na atual administração municipal uma filosofia policialesca que foge de sua competência e que causa sempre muito problema. Nunca é demais lembrar o assassinato de um morador da comunidade Rosalina, em fevereiro do ano passado, durante uma ação de desocupação de um terreno feita pela Prefeitura de Fortaleza, onde, segundo denunciou a família da vítima, guardas municipais sem competência para a ação e tampouco para portarem armas de fogo, teriam disparado e matado o morador.

ABSURDO – Que mais esse caso de incompetência – em todos os sentidos – de agentes público municipais não fique apenas no discurso do “a Prefeitura vai apurar os fatos”. Aliás, tem sido irritante a forma como a maioria esmagadora dos agentes públicos municipais sempre têm uma resposta enganosa e mentirosa aos questionamentos que lhes são feitos pela sociedade através da mídia local, e esta, por sua vez, acaba por não cobrar o efetivo cumprimento das respostas dadas.

CADASTRO – A imprensa esportiva (?) local fez-se – e continua se fazendo – de cega, surda e muda quanto à Lei Municipal 9.192, de 16/03/07, que obriga as torcidas organizadas que cadastrem seus membros, encaminhando lista dos cadastrados ao setor competente da Prefeitura de Fortaleza relacionado ao esporte. A ficha de cadastro de cada associado deve contar foto recente e datada, comprovante de endereço, cópia da cédula de identidade e do CPF, assinatura do membro ou de seu pai ou responsável legal caso seja menor de 18 anos. O cadastro terá que ser atualizado trimestralmente.

CADASTRO – A lei também determina que as sedes dessas torcidas organizadas têm que possuir alvará de funcionamento expedido pela PMF. A penalidade para a torcida que não cumprir a lei é uma multa de R$ 5 mil, dobrando em caso de reincidência, com a cassação do alvará de funcionamento em caso de insistência no descumprimento. Fácil entender o motivo pelo qual a imprensa esportiva (?) local resolveu “não escutar a zoada da mutuca”: utiliza-se dessas torcidas organizadas como instrumento de manipulação e, também, de obtenção de dividendos eleitorais. O Ministério Público Estadual não pode ficar alheio, nem omisso, a essa lei. Precisa agir para que seu efetivo cumprimento ocorra, a fim de que essas torcidas organizadas expurguem os bandidos travestidos de torcedores que abrigam ou mesmo deixem de funcionar e, dessa forma, permitir que a paz volte aos estádios de futebol e a segurança do torcedor seja restabelecida.

RASTEIRA? – Comenta-se que a TV Jangadeiro estaria em negociações para trocar de bandeira, deixando de retransmitir o SBT e filiando-se à Rede Record, atualmente retransmitida no Ceará pela TV Cidade. O fato é que a Record demonstra descontentamento com sua afiliada não é de hoje, principalmente quanto à área de cobertura, que não é todo o Estado. Em 1998, quando deixou de retransmitir o SBT para filiar-se à Record a emissora comprometeu-se em investir para cobrir todo o Ceará, o que acabou não acontecendo.

PROTESTO – Alguns membros da "imprensa esportiva" (?) realizaram um protesto antes do início do jogo entre Ceará x Fortaleza, dia 08/04/07, no Castelão. Câmeras fotográficas e de vídeo foram colocadas no gramado, no círculo central, em protesto pela administração do estádio – subordinada à Sejuv – ter extinguido a tribuna da imprensa, transformando-a em uma "tribuna de honra". Ora, existe coisa muito mais importante para que seja alvo de protesto do que simplesmente um local destinado à "imprensa esportiva". Seria de muito bom alvitre se a Associação dos Profissionais da Crônica Desportiva do Estado do Ceará (Êta nome pomposo para designar uma entidade sem razão de ser), a APCDEC, parasse de distribuir carteirinhas que garantem acesso gratuito aos estádios de futebol. Tem todo "bicho de orelha" com a tal carteirinha.

EXECUÇÃO – Encontra-se em execução a ação trabalhista movida e ganha pela viúva do jornalista Tancredo Carvalho contra a TV União. O processo – de nº 02399/2002-001-07-00-1 – tramita há mais de quatro anos. O valor da causa é superior a R$ 200 mil e a Justiça Trabalhista já decretou bloqueio de contas bancárias da emissora.

 

CORREIO ELETRÔNICO – Do nosso preclaro internauta Ediogenes < ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

“Gostaria muito de saber para que servem as associações de diabéticos. Sei que em Fortaleza, existem três associações de Diabéticos, e que suas diretorias recebem salários, quando deveriam ser voluntários, pois são diabéticos, e recebem dinheiro da Prefeitura.

Pergunto, pois é costume ver representantes de associações aparecerem na televisão, falando em prevenção. Mas  nunca reclamam da falta de medicamentos que já em uma constante do Centro dos Diabéticos. Terça Feira, por exemplo, (dia 3) não tinha Glucobay (este não distribuído desde janeiro) e Metformina. Ao Meio dia aparece na TV um destes presidentes falando alegre e fagueiro sobre uma semana que vai ter de prevenção de diabéticos. Será que vale só prevenir e matar quem Já tem? Tá na hora de nós diabéticos cobrarmos dos órgãos públicos a publicação de quanto vai pra cada associação dessa e com que é gasto.
Em Fortaleza, existem 4 associações de diabetes, que em nada facilitam a Vida do Diabético. Este ano ainda não foi distribuído o remédio cujo Glucobay, (Ascarbose)  no cento do Diabéticos, as associações nada reclamam. o Pior é que em SP, na Ultrafarma, os preços dos medicamentos com ACARBOSE são:

AGLUCOSE 100 MG COM 30 COMPRIMIDOS DCB's: (00016.01-2) R$ 29,91

Acarbose 100,00 MG 30% R$ 20,93

AGLUCOSE 50 MG COM 30 COMPRIMIDOS DCB's: (00016.01-2) R$ 19,69

Acarbose 50,00 MG  30% R$ 13,78

GLUCOBAY 100 MG COM 30 COMPRIMIDOS DCB's: (00016.01-2) R$ 46,63

Acarbose 100,00 MG  30% R$ 32,64

GLUCOBAY 50 MG COM 30 COMPRIMIDOS DCB's: (00016.01-2) R$ 32,21

Acarbose 50,00 MG  30% R$ 22,54

Mas aqui o Governo só Compra o Glucobay e nas Farmácias de Fortaleza não vende o outro, para comprarmos nos momentos de dificuldades, porque é bem mais barato. Este é o drama dos Diabéticos em Fortaleza.

Ediogenes

RESPOSTA – Cabe ao governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza e Associação dos Diabéticos explicar essa perversa “lógica” matemática...

PARA REFLETIR – "O filósofo, como o entendo, é um explosivo terrível na presença do qual tudo está em perigo" (Friedrich Nietzsche)

 

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 365 - 16/04/2.007

MUDANÇA – Semana passada o sítio Em Off reportou-se a uma provável mudança de “bandeira” entre duas emissoras de TV locais. Os rumores eram de que a TV Jangadeiro estaria negociando retransmitir no Estado a Rede Record, atualmente tendo como afiliada a TV Cidade. A TV Jangadeiro deixaria dessa forma, claro, de retransmitir o SBT. Segundo noticiou o sítio da revista Telehistoria, a negociação envolveria um outro canal da emissora paulista pertencente à Igreja Universal.

MUDANÇA – Segundo notícia publicada <http://www.telehistoria.com.br/revista/anteriores/marco2007/reportagem04.htm> a Record pretende criar o canal Record News, no sistema “all news”, na mesma linha da CNN, aqui no País já feito pela Globo News e a Band News, essas duas disponibilizadas para assinantes de operadoras de TV por sinal fechado. Para isso, segundo o sítio, a Record estaria disposta a sacrificar a Rede Mulher, também de propriedade da Igreja Universal, que aqui em Fortaleza pode ser sintonizada através do canal 14 UHF.

MUDANÇA – Foi divulgado pelo sítio: “Para estruturar a Record News, que contará, por exemplo, com atrações no formato do antigo ‘Tudo a Ver’, comandado por Paulo Henrique Amorim, o grupo começou a comprar emissoras e negociar com afiliadas, principalmente do SBT, por todo o País. Em fevereiro, foi fechada a compra de duas emissoras de rádio e da TV Guaíba, tradicional veículo de Porto Alegre (RS), que já opera sob comando da Record. Grandes afiliadas do SBT, como a TV A Crítica, de Manaus (AM), e a TV Jangadeiro, de Fortaleza (CE), estariam negociando a mudança de cabeça de rede”.

MUDANÇA – Vai ser complicado a TV Jangadeiro deixar de transmitir o SBT – que, ainda com todas as instabilidades na programação, é hoje a terceira emissora em preferência – por um canal que apostará num formato que não tem um perfil de assegurar uma boa resposta em termos de números nas pesquisas de preferência, direcionado para um público seleto e extremamente segmentado. Vai depender, ainda, da proposta financeira da Record.

MUDANÇA – A matéria, mais adiante, traz um trecho que permite questionar a veracidade da informação: “Uma importante fonte confirmou à Revista TH que, a partir de agora, a direção nacional de jornalismo da emissora, leia-se Douglas Tavolaro e seus assistentes diretos, terão pleno controle de quem entra ou sai nas equipes de reportagem das afiliadas. Desta forma, para contratar profissionais de jornalismo, a direção local de cada retransmissora consultará a direção nacional. O pretendente à vaga passará por inúmeros testes, inclusive nos estúdios da emissora, em São Paulo, e seria avaliado desde aparência à dicção. A avaliação seria com muito mais critério que as realizadas por outras emissoras, pois a direção nacional de jornalismo da Record pretende uniformizar a cobertura em todo o Brasil, inclusive para aproveitar o material gerado pelas afiliadas no canal Record News”.

MUDANÇA – Ora, se esse critério realmente fosse aplicado, não se verificaria uma turma de “repórteres” tão toscos quanto os que compõem a equipe do telenoticioso policial Cidade 190. Da mesma forma em que, caso seja efetivada a mudança de bandeira da TV Jangadeiro, os que formam a equipe de “repórteres” do telenoticioso policial Barra Pesada também não se enquadrariam.

JABÁ – Não é à toa que praticamente toda a programação da TV Diário conta com a apresentação de bandas de forró, não obstante existirem programas dedicados exclusivamente ao ritmo: o pagamento do velho e conhecido jabá. Cada música cantada por uma banda corresponde a uma quantia que vai para o caixa da emissora.

ILEGAL – Semana passada os meios de comunicação locais noticiaram o assalto a um bingo instalado na rua Major Facundo, a um quarteirão da Praça do Ferreira. A quadrilha que assaltou o bingo foi perseguida e três de seus integrantes acabaram mortos no confronto com a Polícia. Dentre as vítimas, um menor de idade, cujo nome completo e imagem foram divulgados pela mídia, o que é proibido pela lei. Como se não bastasse, nenhum veículo de comunicação abordou o fato de, mesmo não possuindo amparo legal, o bingo Vegas – nome que foi omitido em todas as matérias veiculadas – é insistente em manter-se ilegalmente funcionando.

ILEGAL – O Supremo Tribunal Federal já deliberou pela ilegalidade das leis estaduais que amparavam os bingos. Dessa forma, também se encontra em situação ilegal, mas em plena atividade o Totolec, da empresa Escol, de propriedade do casal João e Iridan Mendonça. A lei estadual que amparava seu funcionamento não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Mas o Totolec distribui uma farta verba publicitária para empresas de comunicação. Falando em Totolec, semana passada a Polícia Federal desmontou uma quadrilha que envolvia bicheiros, policiais e membros do Judiciário no Rio de Janeiro, que davam sustentação à exploração de bingos e máquinas de vídeo-pôquer naquele Estado. Por aqui é necessária uma ação enérgica para que bingos, cassinos e congêneres que funcionam ilegalmente sejam finalmente fechados, em cumprimento da lei.

ILEGAL – Em outro fato policial, uma saidinha bancária, dois bandidos que utilizaram uma moto para o crime foram perseguidos e interceptados pela vítima, que ocupava uma van. Ao serem interceptados, com o abalroamento, a dupla foi ao solo e passaram a ser linchados por populares, com um deles falecendo. Tratava-se de um menor de 18 anos, mas novamente a mídia local divulgou nome completo e imagem do infrator. A lei – embora não seja da simpatia desse setor da mídia – ainda não foi revogada e está em plena vigência.

ARMAÇÃO – O jornal O Povo publicou no caderno Buchicho, edição do dia 15/04/07, uma entrevista anunciada como exclusiva com o apresentador Augusto Liberato, o Gugu, que apresenta um programa dominical no SBT e esteve no Ceará gravando matérias. Muita puxação de saco e nenhuma referência à armação que ele fez há alguns anos, quando apresentou "atores" encapuzados, revólveres na mão, dizendo-se integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, onde ameaçavam figuras públicas. Tudo armação e, em decorrência disso o próprio jornal cancelou a publicação de uma coluna redigida pelo apresentador.

FUNÇÃO – Nulidade como procurador geral do Município, finalmente foi encontrada uma função para Martônio Mont’Alverne: Porta-Voz Geral do Município. Somente ele fala sobre o imbróglio do reveillon promovido pela Prefeitura de Fortaleza, motivo de denúncias de irregularidades por parte da oposição na Câmara Municipal. A desculpa é de “unificar o discurso”, mas, na prática, a intenção é evitar que mais contradições entre as versões de justificativa dos membros da equipe do Executivo que depuseram na investigação feita pelos ministérios públicos Estadual e Federal, venham a público. Mesmo assim o “Porta-Voz Geral do Município” não consegue desempenhar bem nem mesmo essa nova função.

AMARELOU – Na semana marcada pela visita do ministro da saúde, José Temporão – alvo de polêmica depois que deu declarações favoráveis à legalização do aborto no País –, a prefeita Luizianne Lins, instada a falar sobre o fato, disse ser "a favor da vida e a uma ampla discussão sobre o assunto". Atingida pelo dinamismo da política, que provoca o mesmo reflexo em opiniões, atos, etc., a prefeita mudou de posição, uma vez que sempre posicionou-se favorável à legalização do aborto. Mas optou por "amarelar" quando questionada. Não é para menos, ano que vem concorrerá à reeleição e esse projeto é prioridade para ela, mais do que qualquer outro tipo de, digamos, coerência.

METÁFORAS – Tal qual também se comportava o ex-prefeito Juraci Magalhães, quando do ocaso de sua administração, durante o escândalo do desvio do dinheiro da merenda escolar, que resultou na cassação de seu genro, o ex-deputado estadual Sérgio Benevides, a prefeita Luizianne Lins resolveu partir para as metáforas em suas declarações à imprensa, que cada vez são mais raras. Semana passada disse que iria convidar padres para participarem da programação oficial da Prefeitura de Fortaleza para afastar “onças que rondam a administração”. Padres – alguns deles – atuam como exorcistas, expulsando demônios e espíritos encostados. Quanto as “onças”, outros bichos não apenas rondam como compõem a administração, como pavões, burros, antas, toupeiras, cavalos, zebras e... deixa para lá.

FOLGA – Uma Lei Municipal instituiu feriado no dia 13 de abril, data do aniversário de fundação da cidade de Fortaleza. O problema é que, mesmo sendo feriado, não houve folga para a maioria dos trabalhadores. Os que trabalham no setor privado tiveram jornada de trabalho normal, sem direito, inclusive, a hora extra por trabalharem num feriado, que é mas no final acaba não sendo. Moleza apenas para os funcionários públicos municipais, através de ponto facultativo decretado pela prefeita Luizianne Lins. Ora, se era para feriar o direito teria que ser de todos, não apenas dos barnabés municipais. A decretação de ponto facultativo é uma forma de conceder um feriado sem que, na verdade, se caracterize como tal.

FOLGA – Depois de um feriadão da semana santa – onde os funcionários públicos municipais em sua maioria trabalharam até quarta-feira, dia 04/04 e retornaram somente na segunda-feira, dia 09/04, eis que foram contemplados, imediatamente, com mais um final de semana prolongado. Um privilégio inadmissível. A prefeita Luizianne Lins poderia dar mais esse presente ao munícipe, que mantém a máquina pública, fazendo com que as repartições e autarquias municipais funcionassem normalmente.

SIM, E AÍ? – Mais de dois anos passados, não se fala mais no caminhão apreendido com documentos retirados ilegalmente da prefeitura do município de Acaraú, veículo pertencente ao deputado estadual João Jaime (PSDB) (foto). Mais de um ano se passou e até o momento não se tem qualquer notícia sobre como anda as investigações sobre o assassinato de um morador da comunidade Rosalina, ocorrido durante uma ação de desocupação de terreno promovida pela Prefeitura de Fortaleza, cuja autoria do delito foi atribuída, segundo a família da vítima, a integrantes da Guarda Municipal de Fortaleza.

SIM, E AÍ? – Nove meses depois que o norte-americano Mike Layani depôs na CPI dos grupos de extermínio da Assembléia, revelou que doou dinheiro para a campanha do então candidato do PSDB ao governo do Estado Lúcio Alcântara em 2002, intermediado pelo então senador e hoje deputado estadual Luiz Pontes (PSDB) (foto), o que foi feito? O norte-americano também foi indiciado pelo relatório da CPI por chefiar um esquema de estelionato, fraude, sonegação e outros crimes, juntamente com a advogada Eunice Leal Oliveira, e o quê foi feito desde então pelos ministérios públicos Estadual e Federal?

CADÊ? – Falando em Mike Layani, estranho e curioso o nome do doleiro Zezé Bayma – filho do ex-presidente do Ferroviário Atlético Clube, Caetano Bayma, o “pajé” – não constar em nenhum momento do relatório da CPI. O doleiro “mergulhou” e dele não se tem mais notícia.

CORREIO ELETRÔNICO – Do nosso preclaro internauta Ediogenes <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

Ontem, (dia 12) estava assistindo uma entrevista do Professor Auto Filho, na TV Assembléia, sobre uma Rede de TV Pública. Aí ele esqueceu o nome de uma pessoa. Para Lembrar que ele foi um homem  de esquerda, disse que estava esquecendo o nome, porque na ditadura ele esquecia o nome dos companheiros de propósito. Acho que de tanto esquecer, e acabou esquecendo que Ciro e família apoiavam a Arena, que apoiava a Ditadura que o perseguiu. Vão ter memória ruim assim não sei nem onde.

Ediogenes.

RESPOSTA – Auto Filho não é o único petista a ter, digamos, “lapso de memória”. A prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, o deputado estadual Nelson Martins, o presidente estadual da sigla Joaquim Cartaxo e uma penca de outros petistas e “outrora esquerdistas”, como o deputado estadual Lula Morais (PC do B) e o vereador Sérgio Novais (PSB) também se esqueceram desses e outros detalhes da história dos que hoje eles andam de mãos dadas.

PÉROLA – Essa foi proferida por Lima Júnior, no programa Debate Bola (TV Diário), ao inquirir o técnico do Icasa, Flávio Araújo: "o time vai jogar com o regulamento debaixo do braço?". Caso o time jogue mesmo com o regulamento debaixo do braço vai incomodar muito e pode acabar prejudicando o rendimento da equipe, né não?!

DÍVIDA – A Prefeitura de Fortaleza continua “reconhecendo dívidas”, algumas delas sem a indicação de que realmente tenha sido feito o processo licitatório. Através da Portaria 039/2007, o diretor geral da Guarda Municipal de Fortaleza, Arimá Rocha, reconheceu uma dívida do Órgão com uma tal Fundação Escola de Sociologia de São Paulo, no valor de R$ 60 mil. A Fundação teria prestado, durante um mês (25/11 a 24/12 do ano passado), “consultoria para a implantação de um modelo de gestão para a prevenção da violência urbana no Município”. Quem também reconheceu uma dívida, no valor de nada menos de R$ 221.087,80 foi o titular da Secretaria Executiva Regional I, Mariano de Freitas. A dívida reconhecida refere-se à Vespa Consórcio de Serviços LTDA. – R$ 146.470,93 –; MAP Serviços Técnicos – R$ 64.895,90 – essas com relação a serviços prestados em dezembro de 2006 e Diotec – Comércio e Manutenção Industrial e Hospitalar Ltda., no valor de R$ 6.891,75, referente a serviços prestados de outubro a dezembro do ano passado.

PROMULGAÇÃO – Em virtude da omissão do Executivo Municipal a Câmara Municipal vem promulgando leis aprovadas naquela Casa. Após a tramitação, a lei aprovada pelo Legislativo é enviada para que o Executivo sancione ou vete total ou parcial. Caso ocorra veto total ou parcial, a matéria é devolvida à Câmara para que o veto seja apreciado pelos vereadores. Em caso de não manifestação por parte da Prefeitura em quinze dias após o envio, o presidente da Câmara deve promulgar a lei. Dessa forma a lei que obriga as torcidas organizadas a encaminharem à Prefeitura cadastro de seus integrantes, a que proíbe a cobrança de estacionamento por parte dos shoppings centers aos clientes que efetuarem compras em seu interior e a que regulamentou funcionamento de “lan houses” entraram em vigor.

PARA REFLETIR – "O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada". (Bernard Shaw).

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 366 - 23/04/2.007

EXTERMÍNIO – Nove meses depois que a Assembléia investigou a ação de um grupo de extermínio formado por policiais militares, patrocinado pelo empresário Deusmar Queiroz (foto) – proprietário da rede de farmácias Pague Menos – eis que novamente surge a denúncia da existência de um novo grupo de extermínio. Sem surpresas maiores, uma vez que as investigações da CPI do grupo de extermínio trouxeram à tona uma realidade que a população sempre acreditou existir.

EXTERMÍNIO – O grupo agora investigado é suspeito de crimes relacionados a um esquema de extorsão denunciado por um comerciante – assassinado esse ano – do qual participariam, dentre outros, o delegado Roberto de Castro. O policial também foi citado nas investigações da CPI do grupo de extermínio. Para complementar a advogada que o representa, Ninon Tauschman, vem a ser a mesma que há alguns anos foi denunciada pela participação em um esquema de fraude contra seguro de carro, em cumplicidade com o delegado da Polícia Civil Salviano de Paula, que acabou expulso da Instituição. Depois ocorreu o assassinato do pistoleiro contratado para a execução do comerciante denunciador e, por último, o homicídio da companheira do autor material, um ex-pm. A moça, uma menor de 17 anos, foi assassinada numa sucessão de erros, incompetência, negligência, omissão, irresponsabilidade e conivência que envolve muito além do Poder Público.

EXTERMÍNIO – O depoimento da jovem teve seu teor vazado, segundo denúncia do promotor Jarlan Botelho, para o delegado Roberto de Castro. O membro do Ministério Público Estadual pediu afastamento do cargo e disparou denúncias contra delegados da Polícia Civil e à própria Superintendência do Órgão. O próprio secretário de Segurança Pública, Roberto Monteiro (foto), declarou publicamente que houve falha na condução do inquérito, com relação à segurança da testemunha assassinada, peça-chave para a investigação do grupo de extermínio. Crimes de pistolagem possuem duas peças: quem executa e quem encomenda.

EXTERMÍNIO – Incrível como uma testemunha com informações tão importantes e cruciais para uma investigação de tamanha envergadura estivesse sem qualquer tipo de proteção. Errou o aparelho policial do Estado. Errou o Ministério Público Estadual. Ambos deveriam estar empenhados na manutenção da segurança da jovem. Afinal, impossível acreditar que policiais e promotores não tivessem consciência do tamanho do imbróglio que estavam diante e do risco que a testemunha passou a correr no instante em que o depoimento teve seu teor vazado.

EXTERMÍNIO – O promotor Jarlan Botelho deixou transparecer que um corporativismo teria provocado o vazamento do depoimento da testemunha. O histórico do delegado Roberto de Castro não é polêmico apenas pela acusação de comandar um esquema de extorsão, feito pelo comerciante assassinado. O policial faz parte de um grupo que ascendeu ao cargo de maneira ilegal, numa “promoção interna”, ocorrido após a promulgação da Constituição de 1988, que normatizou o ingresso no serviço público somente mediante concurso público aberto a todos os cidadãos que preencherem os requisitos legais para a vaga, extinguindo os “concursos internos”. Além de Roberto Castro uma turma de ex-comissários que foram “promovidos” ao posto de delegado ainda hoje está na função. Curiosamente a Procuradoria Geral do Estado (PGE) nunca encetou ação para reverter esse fato, tampouco o Ministério Público Estadual.

EXTERMÍNIO – A jovem assassinada foi vítima dessa sucessão de erros cometidos pelo Estado e pelo MPE. Também foi vítima da ação da mídia local, cuja atuação deve ser motivo de profundos questionamentos. Mais uma vez decisões errôneas, desrespeito a garantias legais foi a tônica da imprensa cearense quanto ao fato. O jornalismo, por essência, é investigativo. No caso em tela e em muitos outros anteriores, a investigação é substituída pelo atendimento de interesse de uma ou outra “fonte”. Não há investigação, mas uma espécie de “acordo de cavalheiros” entre fonte e imprensa. Como já faz com a imagem de suspeitos presos, a mídia local expôs o nome e o teor do depoimento da testemunha assassinada. Colocou-a ainda mais em risco ao divulgar o fato.

EXTERMÍNIO – Quando obtém uma informação privilegiada cabe ao jornalista avaliar não apenas a veracidade, mas as conseqüências e reflexos da publicação da notícia. A busca e a ânsia pelo furo jornalístico não pode se sobrepor da responsabilidade, principalmente, do cumprimento da lei. A investigação corria sob sigilo de Justiça. Ao ter acesso à informação vazada, a mídia local deveria ter pesado e medido os reflexos que a exposição do fato poderia acarretar. O sangue da jovem assassinada mancha não apenas as mãos do aparelho policial do Estado e do Ministério Público Estadual, mas também da imprensa.

EXTERMÍNIO – Há três anos, quando teve acesso à investigação do grupo de extermínio composto por policiais militares e patrocinado pelo empresário Deusmar Queiroz, o sítio Em Off omitiu nomes dos envolvidos como autores e vítimas. Relatou o fato, mas somente revelou o nome da empresa que patrocinava o grupo. Divulgar os nomes dos policiais investigados e as vítimas mortas ou feridas seria prejudicar o trabalho de investigação.

EXTERMÍNIO – Dois anos depois a imprensa local noticiou a investigação, com repercussão nacional, que motivou a instalação da CPI. Com sigilo de Justiça decretado para o inquérito e com o provável prejuízo para as investigações que, apesar de estarem já em estado bastante adiantado e conclusivo, ainda se desenrolavam. Há de se discutir e questionar a ação de imprensa nesse episódio, juntamente com a negligência do Estado e do MPE.

EXTERMÍNIO – Os programas policiais televisivos infestam a grade de programação das emissoras locais, com uma super-exploração da violência e da catarse popular – ou popularesca –. Carreiras políticas são construídas em cima dessa distorção que muitos teimam em considerar jornalismo. Jornalismo policial não é irresponsabilidade, nem sensacionalismo, nem exploração da violência, da desgraça, do medo coletivo. Adversamente disso um grupo de espertalhões, aproveitadores, falsos profissionais, oportunistas – salvo uma ou nenhuma outra raríssima exceção – busca cada vez mais explorar esse, digamos, “filão”.

EXTERMÍNIO – Em pouco mais de 100 dias de governo mais um episódio envolvendo a segurança pública movimenta todo o Estado – depois da divulgação do sucateamento das aeronaves do Ciopaer, de crimes praticados por policiais militares, etc. – e nenhum setor da imprensa busca a palavra do governador Cid Gomes (PSB). Cid é o chefe do Executivo, o responsável pela máquina pública que, dentre outras coisas, tem como incumbência a gestão da segurança pública, do aparelho policial.

EXTERMÍNIO – A imprensa local vem poupando o governador de questionamentos mais incisivos sobre problemas que requerem sua atenção e ação. Enviam “repórteres” para mostrar Cid em missa de sétimo dia de filhos de correligionário político assassinado, mas não questionam por qual motivo o governador não toma uma atitude efetiva, que se espera de um chefe de Executivo. Em pouco mais de 100 dias de governo Cid Gomes não disse absolutamente a que veio quanto à segurança pública, um dos carros-chefe de sua campanha. Até agora tem se limitado a ações pirotécnicas e jogo de cena, como a decantada “ronda do quarteirão”, que ainda não rondou nem um metro, da mesma forma que tem se omitido nos fatos mais relevantes ocorridos. Tudo isso contando com a parcimônia da maioria da imprensa local.

EXTERMÍNIO – O que está claro, também, é que setores do aparelho policial – engrossados por alguns integrantes da mídia local – deflagraram, há algum tempo, uma ação para “fritar” o secretário de segurança pública, Roberto Monteiro. O secretário tem feito pronunciamentos que têm desagradado a policiais e tomou atitudes que se chocou com o interesse de parte da “imprensa policial”. A decisão de substituir os delegados que conduziam o inquérito sobre a existência de um grupo de extermínio acirrou ainda mais essa pendenga.

NEPOTISMO – O Ministério Público Estadual resolveu, finalmente, entrar com uma ação de improbidade contra o governador Cid Gomes (foto), por prática de nepotismo, em virtude da nomeação do deputado estadual Ivo Gomes (PSB) (foto), irmão dele, para a chefia de gabinete. Desde o início da formação da equipe do Executivo o sítio Em Off havia discorrido sobre a existência de nepotismo na nomeação de Ivo. Durante a transição entre os dois governos cogitou-se que o deputado irmão do governador seria guindado ao posto de presidente da Assembléia, mas o PMDB fincou pé no nome do atual presidente, Domingos Filho. Evidentemente alguns políticos afirmam que o fato do irmão do governador ter sido nomeado chefe de gabinete não é nepotismo, bem como alguns setores da mídia local, mas as argumentações são as mais frágeis e pueris possíveis. A pena para crime de improbidade pode chegar à cassação do mandato e dos direitos políticos.

FURACÃO – O “furacão” que desorganizou o crime organizado relativo aos bingos e máquinas caça-níqueis no Rio de Janeiro pode estender-se a outros estados, incluindo o Ceará. Por aqui os bingos funcionam – alguns clandestinamente, outros sem qualquer cerimônia, mas todos de maneira ilegal, uma vez que o Supremo Tribunal Federal já deliberou pela inconstitucionalidade das leis estaduais sobre a regulamentação desse tipo de atividade – e existem outros amparados por uma liminar da 6ª Vara Federal, expedida pelo juiz Roberto Machado.

FURACÃO – Através dessa liminar a empresa Scol, de propriedade do casal João e Iridan Mendonça, continuam a explorar o Totolec e a Loteria dos Sonhos. A empresa baseia-se em leis estaduais anteriores à Constituição de 1988 que não recepcionou as leis estaduais referentes à regulamentação sobre a exploração desse tipo de atividade, conceituando como privativo da União a capacidade de legislar. A Procuradoria da República pediu a cassação da liminar, que foi negada. Recorreu à PR em Recife, que entrou com recurso no Tribunal Regional Federal (TRF).

FURACÃO – A exemplo do que ocorria no Rio de Janeiro aqui os banqueiros do jogo ilegal são pessoas que contam com uma notoriedade elevada, além de um grande leque de “amizades” entre os círculos sociais do, digamos, “high society”. São figurinhas fáceis em colunas sociais impressas e eletrônicas no Estado. As semelhanças são inúmeras. O olho do furacão poderá tragar mais nomes.

PATUSCADA – O dublê de dark/palhaço/falso profissional Walney Haidar (TV Diário) foi personagem de um episódio fruto do espírito moleque do povo cearense. Durante o show do “brega star” Falcão, no Amici’s Sport Bar, semana passada, o sem-noção resolveu subir no palco, ficar do lado do cantor, durante um número, para gravar suas baboseiras. Quando viu aquela figura pernóstica, estrambótica, espalhafatosa, o público gritou, em coro, um trocadilho com o sobrenome do mala: “Vai dar! Vai dar! Vai dar!”. Imediatamente foi puxado outro coro acompanhado de maneira uníssona, com a frase: “Já deu! Já deu! Já deu!”. Nem o humorista Falcão conseguiu conter o riso.

EXPLICAÇÃO – Será difícil a Prefeitura de Fortaleza explicar o fato da moradora de rua Maria Cristina ter tido recusado atendimento por parte do hospital municipal Fernandes Távora, localizado no Bairro Henrique Jorge, conforme publicado em matéria da edição do dia 21/04/07 do Diário do Nordeste. A alegação foi a falta de documentos da paciente. Após ser rejeitada, a moradora – que apresentava ferimentos na cabeça e no pescoço – acabou sendo aceita e tratada no Frotinha de Mecejana.

EXPLICAÇÃO – Pior do que esse fato foi a assistência social do Frotinha de Mecejana não conseguir apoio da Promotoria da Saúde Pública, pelo fato do expediente na Procuradoria Geral de Justiça encerrar-se às 14:00h. O expediente único na PGJ é um problema que afeta muitos cidadãos. Naquele Órgão só há funcionamento – oficialmente – das 08:00h às 14:00h. Mas o contribuinte precisa de um serviço melhor, principalmente quando o assunto é saúde pública, uma vez que situações como a descrita não escolhe dia nem horário para acontecer.

PÉROLA I – Essa foi publicada no caderno Buchicho (jornal O Povo), edição do dia 19/04/07, em matéria sobre as inspirações da líder da banda norte-americana Evanescence, Amy Lee: “Morticia Adams – A vampira criada em 1930 pelo cartunista Charles Addams e matriarca da família mais dark e divertida do universo pop é um dos ídolos de Amy”. Mortícia Adams vampira? A personagem nunca foi vampira...

PÉROLA II – Essa foi proferida pelo falso profissional Paulo César Norões, durante a transmissão do jogo Icasa x Ceará, pela TV Verdes Mares, dia 22/04/07: "o engraçado é que, quando dá entrevista, o Aleluya fica olhando para a câmera". Ora, e para onde esse indivíduo queria que o jogador olhasse quando concedesse entrevista? Para o céu?

CORREIO ELETRÔNICO –  Do nosso preclaro e insubstituível internauta ediogenes <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

"Eita que mundo cruel. Prefeitura, Ser II, comandada por um socialista ataca os pobres nas proximidades das barracas do peixe. De uma certa maneira a prefeitura tem uma certa razão. Mas gostaria de saber por que esta dureza só contra os pobres, até hoje, ninguém confiscou e fez derrubar o prédio que foi construído ao lado da barraca dos peixes, ou seja, em local proibido. Assar um camarãozinho é coisa a ser punida, mas tomar toda uma praia e construir um prédio, não faz mal, aliás é normal. Porque não se teve a mesma dureza com o prédio que se tem com os ambulantes?
Isso é que é socialismo.

Ediogenes"

RESPOSTA – Independentemente do chefe de Executivo de plantão, sua origem político-ideológica, essa realidade descrita vem sendo mantida. Trata-se do mesmo motivo que faz com que a Guarda Municipal, por exemplo, faça ação de desocupação de terreno atirando nos moradores. Mas documento comprovando, por exemplo, o que a prefeita Luizianne Lins alega ter gasto e o que realmente os artistas receberam pelo reveillon, nem pensar...

É O QUÊ? – No programa nacional do PSB, semana passada, surgiu o deputado federal Ciro Gomes (foto) dizendo que defendia um “socialismo democrático”. Socialismo democrático? O parlamentar manteve sua prática de falar nada sobre coisa alguma. Primeiro por que o socialismo é, em sua essência, democrático, do contrário não é socialismo. Segundo por que transpareceu ser um ato falho, onde na verdade ele teria tentado se referir à social-democracia. Ciro e seu grupo nunca foram socialistas. Abrigam-se nos partidos que lhes convêm e aceitam locar seus quadros para satisfazer os interesses eleitorais do grupo. Passaram pela Arena, PDS, PMDB, PSDB, PPS e, ufa!, desaguaram no PSB.

COPIANDO – Na ânsia de puxar o saco do presidente da Assembléia Legislativa, Domingos Filho (foto), a imprensa local não traça um paralelo entre as ações dele na cola do que realiza a Câmara Municipal de Fortaleza. O presidente do Legislativo Estadual resolveu ocupar o espaço – como praticamente não há oposição naquela Casa, afirmando uma observação feita há muitos anos pelo então deputado estadual Mário Mamede (PT), de que a Assembléia é uma secretaria legislativa do governo – com a revisão da Constituição Estadual depois que a Câmara realizou a revisão da Lei Orgânica do Município. Qualquer semelhança com papel carbono não é mera coincidência.

PARA REFLETIR – “Melhor morrer do que perder a vida” (Frei Tito de Alencar)

 

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 367 - 30/04/2.007

SENHA – Não é possível que a prefeita Luizianne Lins não tenha entendido a senha, com os acontecimentos da semana passada. O relatório técnico do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), onde são constatadas as irregularidades denunciadas quanto à realização da festa de reveillon pela Prefeitura de Fortaleza, foi um claro recado, bastante claro e só não entendeu quem não quis ou optou por passar atestado de burrice.

SENHA – O relatório foi liberado para a bancada tucana na Assembléia Legislativa. Nem mesmo a bancada “aliada” da prefeita teve acesso. O TCM justificou-se que o relatório é público e está à disposição de quem o requerer. Mas, uma vez pronto, o Tribunal deveria ter enviado cópia para as partes interessadas, incluindo a própria Prefeitura de Fortaleza.

SENHA – Vale ressaltar que o TCM é um órgão auxiliar dos legislativos municipais, incluindo-se aí, obviamente, a Câmara Municipal de Fortaleza que, inclusive tem a comissão de fiscalização que está acompanhando a apuração dos fatos denunciados. Seria natural, normal e obrigatório que o Tribunal tivesse enviado aos legisladores municipais o relatório. Nem isso aconteceu. O assunto foi objeto de pronunciamento da bancada do PSDB na Assembléia, com a surpresa da bancada de “aliados” da prefeita.

SENHA – A Câmara Municipal de Fortaleza somente tomou conhecimento do relatório através da fala dos deputados tucanos. O assunto somente foi objeto de discussão no Legislativo Municipal no dia seguinte à repercussão na Assembléia. Trata-se de um fato sintomático: o presidente do TCM é o conselheiro Ernesto Saboya, que integrou o grupo político do ex-governador – e hoje deputado federal pelo PSB – Ciro Gomes (foto), que é irmão do governador Cid Gomes. O presidente é primo da senadora Patrícia Saboya (PSB) (foto), apontada como uma provável candidata à prefeitura de Fortaleza nas eleições do ano que vem.

SENHA – Ou Luizianne perdeu o olhar político afiado ou acredita, de verdade, que o grupo dos Ferreira Gomes é seu “aliado”. Não interessa agora um confronto com a prefeita e seu grupo, uma vez que o PT também participa, momentaneamente, da gestão estadual, mas o grupo vem habilmente mantendo o assunto aceso via bancada tucana, que também tem interesse no assunto. Tudo isso fincado num episódio absolutamente nebuloso como o da festa de reveillon da Prefeitura, onde os indícios de irregularidades são robustos. Some-se a isso um entourage incompetente e bancada de sustentação frágil e venal, nos dois parlamentos. O fato é que a convocação para que a prefeita deponha sobre as denúncias é uma possibilidade cada vez mais próxima de se concretizar, o que seria um ápice no desgaste de Luizianne.

VOADOR – Falando no episódio do relatório técnico do TCM, o “repórter” Rômulo Farias escreveu uma matéria “especial” para o jornal O Povo, publicada na edição do dia 26/04/07, sob o título “No dia seguinte, silêncio na Câmara”, onde afirmou: “Ao passo que o relatório preliminar do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) - uma análise técnica dos gastos no Réveillon de Fortaleza - movimentou, na última terça, as discussões na Assembléia Legislativa, a Câmara Municipal de Fortaleza praticamente silenciou sobre o assunto. Na terça, apenas o vereador Márcio Lopes (PDT) ensaiou, isoladamente, abordar a questão. Ontem, curiosamente, coube a um vereador do partido da prefeita, Salmito Filho (PT), solicitar que a temática entrasse em discussão. O requerimento, contudo, foi negado pela Mesa Diretora da Casa”.

VOADOR – Ora, o que relatou o “repórter” foi completamente diferente ao que, por exemplo, se pode verificar na transmissão ao vivo da sessão pela TV Legislativa em canal fechado e a reprise pela TV Assembléia, em sinal aberto. O assunto monopolizou os pronunciamentos da sessão, onde os vereadores Adelmo Martins (PR), Marcus Teixeira (PMDB), Carlos Mesquita (PMDB) e outros se reportaram ao fato. Ou, então, o “repórter” assistiu a outra sessão da Câmara Municipal.

MORDAÇA – Sem repassar recursos para as creches conveniadas de algumas Secretarias Regionais há oito meses a Prefeitura de Fortaleza impõe a lei da mordaça aos que as administram: caso algum diretor ou diretora de creche resolva denunciar o atraso acaba sendo, sistematicamente, sendo afastado da gestão da creche num prazo de dois meses depois, para não despertar desconfiança da relação entre a reclamação e o afastamento. Mesmo sem repassar a verba para algumas creches há oito meses, a Prefeitura de Fortaleza proíbe que os gestores fechem-nas por causa disso, têm que mantê-las funcionando, inclusive com merenda. Caso cerrem as portas por causa da falta de repasse, a PMF também destitui os gestores.

ESTÉREO – Há algumas semanas houve problemas técnicos com a TV Verdes Mares e a TV Jangadeiro e ambas emissoras estão transmitindo o som mono. Antes, obviamente, o som era estéreo e as duas eram, juntamente com a TV Diário, as únicas com essa qualidade de som. Agora apenas essa última continua com o som estéreo.

EXTERMÍNIO – Sobre os questionamentos feitos por alguns internautas sobre o comportamento da imprensa local relativo ao grupo de extermínio integrado por policiais militares e ex-policiais, que teve no assassinato da jovem Ana Bruna Queiroz um de seus episódios de maior repercussão, consultamos a mestra Adísia Sá, que em resposta à provocação feita, nos enviou o seguinte ensinamento:

Carissimos.

 Agradeço a  deferência em solicitar opinião sobre assunto tão palpitante.

 Vamos lá.

1- pelo que tenho ouvido de autoridades (cito, como exemplo  o Cândido Albuquerque) que ao Estado não compete pedir ou oferecer proteção a pessoas  com informações privilegiadas: essa seria iniciativa  das próprias pessoas por se sentirem em perigo. A solicitação, considerada verdadeira, recebe a cobertura do Estado, inclusive afastando as testemunhas  até do País, garantindo (financeiramente) sua manutenção. Como se trata de assunto técnico/jurídico, sugiro que busquem alguém da área.

2- Quanto ao procedimento da Imprensa, não  vejo nada que mereça crítica. Senão, vejamos.  Nada impedia a divulgação da idade da assassinada - mesmo sendo menor: a morte nivelou-a no patamar dos de maioridade.

3- A Imprensa, ao divulgar  detalhes do depoimento dela, cumpriu com o seu dever. Além do mais a matéria estava a seu alcance direto ou chegou via fonte (mantida em sigilo, evidentemente). Se a Polícia tinha o depoimento como instrumento de suma importância para a elucidação do caso, tivesse mais cuidados com o seu "resguardo".

4- Um ponto significativo na minha visão: a garota tinha 17 anos e vivia com o  militar há dois anos, ou seja, o indivíduo vivia com uma menor e sabia disto. Como chegou a ela? Era casado? Tinha família?

Adísia”.

EXTERMÍNIO – Ainda sobre o grupo de extermínio é estranha a participação na força-tarefa da Polícia Civil que apura as execuções ocorridas do delegado Franco Júnior, titular da Delegacia de Furtos e Roubos. O delegado chegou a se licenciar da Polícia Civil para prestar serviço ao doleiro Alex Ferreira Gomes (foto), quando este era proprietário da ACCARD e comandava um esquema de lavagem de dinheiro. Após o desmanche do esquema, a prisão do doleiro, Franco Júnior retornou à Polícia e agora ocupa a titularidade de uma das delegacias mais importantes da Instituição.

EXTERMÍNIO – Será que o secretário de segurança, Roberto Monteiro, sabe desse antecedente do delegado? Por qual motivo a “imprensa policial” local silencia quanto ao fato? Alex Ferreira Gomes foi denunciado pelo Ministério Público Estadual nos termos da Lei das Organizações Criminosas, tornou-se foragido da Justiça e foi preso, ano passado, na Espanha, onde se encontra aguardando julgamento de pedido de extradição da Justiça Brasileira.

FOTO – Outro assunto que motivou questionamentos de internautas foi a foto publicada na capa do jornal O Povo, onde mostra uma jovem de 17 anos em prantos, diante do corpo do padrasto assassinado, o engenheiro civil César Romero Teixeira, 49 anos, assassinado na manhã do dia 22/04/07, quando chegava no prédio onde morava a mãe dele, à qual iria visitar como de costume. Os questionamentos versaram sobre a exploração da imagem, sensacionalismo, desrespeito ao sofrimento da família da vítima, os limites do jornalismo.

FOTO – A coluna do ombudsman do jornal O Povo, Plínio Bortolotti, na edição do dia 29/04/07, reportou-se a questionamentos feitos por leitores, também sobre o fato, questionando, ainda, a atitude do repórter fotográfico Evilázio Bezerra, autor do flagrante. Antes de qualquer coisa é preciso salientar que Evilázio Bezerra é um profissional de qualidade, gabarito, talento e importância inquestionável, além de ter a mesma postura como cidadão. Nada fez senão cumprir sua missão de registrar os fatos. A lente de um repórter fotográfico ou cinematográfico – muito embora o termo não seja mais aplicável atualmente, onde as câmeras televisivas são de vídeo, não mais de película – captam o que a realidade mostra.

FOTO – Ainda que exponha a forte emoção e dor que aquela jovem passava, bem como toda a família, a imagem não foi invasiva. Pode haver questionamento à atitude do editor em publicá-la, mas não quanto à ação do repórter fotográfico. Na década de 90 houve críticas ao fotógrafo Cid Barbosa, quando flagrou um homicídio, fotografando um homem esfaqueando seu desafeto. As críticas centraram-se na argumentação de que o repórter fotográfico havia priorizado a função em detrimento da tentativa de evitar o crime. Cid agiu de maneira correta. Tinha a função de registrar os fatos, estava diante de um flagrante e o fez.

FOTO – Como se trata de uma menor de 18 anos, o fato pode ter alguma imbricação pertinente à Promotoria da Infância e da Adolescência. Ainda que houvesse a concordância da moça na publicação da foto ou de seus responsáveis, pode haver algum tipo de questionamento do MP. Em sua coluna, o ombudsman fez uma observação interessante: “Há outro aspecto importante a ser abordado. Nas manifestações dos leitores, há um traço marcante: a justa preocupação com a situação trágica pela qual passa a família do engenheiro assassinado, seguida de uma identificação direta com eles. Sem que isso minimize a brutalidade do fato, o horror dos leitores ficou mais evidente porque a violência atingiu alguém que faz parte do mesmo círculo social. Se O POVO não faz isso, é comum outros jornais e programas de televisão mostrarem cadáveres diariamente, e pouca gente se incomoda, pois os mortos são de uma periferia distante. É compreensível que a reação seja maior quando algo nos atinge mais de perto; faço o registro por ver a necessidade de aprofundar a reflexão em torno assunto”.

FOTO – Com efeito, os programas policiais televisivos são contumazes desrespeitadores da lei, do direito de imagem e da privacidade das pessoas. Não apenas dos presos que são exibidos de maneira obrigatória, como troféu empunhado por policiais e objeto do, digamos, “desempenho” dos “repórteres”. Crimes são praticados, infelizmente, a cada dia, a cada hora, em toda a Cidade, mas alguns ganham mais visibilidade do que outros. O assassinato de um engenheiro civil numa área nobre, quando chegava para visitar a mãe merece tanta indignação quanto o de um pedreiro, vendedor, contínuo, que retorna para casa onde espera rever sua família após um cansativo dia de trabalho. No entanto, as vítimas quase anônimas da periferia de Fortaleza são apenas mais um personagem de uma matéria para os “repórteres policiais”.

FOTO – A foto poderia deixar de ser publicada? Poderia, pois em nada mudaria no triste episódio ocorrido. A argumentação de que acrescentou um sentimento para suscitar uma discussão maior em torno do grave problema de insegurança no qual estamos inseridos é perigosa, além de propiciar um questionamento aos parâmetros utilizados. Evidentemente a imagem ajudou a dar um impacto maior à matéria. Hipocrisia seria, também, dizer que não houve qualquer foco no retorno que a foto iria proporcionar. A empresa jornalística – como qualquer outra no sistema capitalista – tem como objetivo dar lucro. Evidentemente não se pode acusar ou afirmar que essa tenha sido exclusivamente a intenção da publicação da foto, mas além da celeuma, da discussão isso também pesou no critério de avaliação.

IDENTIDADE – A chamada “bancada da TV” – formada por parlamentares que chegaram à Assembléia se aproveitando do “trabalho” que fazem em programas policiais de TV – precisa, urgentemente, curar a crise de identidade na qual mergulhou ou parar de pensar que todo cidadão é burro. Nos programas policiais que eivam a grade de programação das emissoras de TV locais os deputados Ferreira Aragão (TV Diário), Ely Aguiar (TV Diário) e Edson Silva (TV Cidade) vociferam com relação ao constante aumento da violência, da falta de presença do aparelho policial do Estado, da – digamos – benevolência do Judiciário que mantém nas ruas pessoas que respondem a diversos processos criminais, do estado de insegurança que assola a todos os cearenses. O problema é que o trio possui outro local e canal de comunicação para fazer a mesma pregação e cobrança, cumprindo, inclusive, sua função institucional.

IDENTIDADE – Da tribuna da Assembléia os três podem – e devem – cobrar ações efetivas do governo do Estado, que é o principal responsável pela situação que denunciam diariamente em suas “atrações”. Adversamente disso optam pelo silêncio, pois vivem sob o guarda-chuva estatal, engrossando as fileiras da situação. Poderiam, pelo menos, pronunciarem-se sobre o assunto, inclusive fazendo as mesmas críticas que facilmente despejam em seus “programas”. Teriam direito, inclusive, a transmissão pela TV Assembléia. Mas preferem ter um discurso para a massa e outro para o governo, que está interessado mesmo é como eles votam no Parlamento estadual, não com a cantilena inócua e vazia que berram para angariar votos.

FURACÃO – Provavelmente nessa semana o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir por uma súmula vinculante que apenas reforçará decisão que aquela Corte já havia tomado: é privativo da União legislar sobre o funcionamento de bingos e loterias. Incrível que, mesmo com entendimento já manifestado pelo STF, liminares liberando o funcionamento de bingos e loterias tenham sido concedidas por tribunais estaduais e regionais federais. Desde agosto de 2004 o STF já havia deliberado pela exclusividade da União sobre leis referentes a bingos e loterias.

FURACÃO – Mesmo assim, por todo o País, alguns bandidos togados vendiam sentenças em favor dos marginais que exploram esse tipo de atividade ilegal. Esquema que envolve de ministro do Superior Tribunal de Justiça até magistrados de outras instâncias. Mas não será uma luta fácil: os que exploram essa atividade ilegal, além de terem corrompido magistrados, policiais e outros profissionais liberais contribuiu para a eleição de diversos parlamentares federais. Essa bancada poderá atuar em favor dos interesses desses exploradores e haveria apenas uma transferência do esquema de corrupção do Judiciário, do aparelho policial para o Legislativo.

FURACÃO – Além disso, há uma bem montada base em setores da imprensa. Aqui no Ceará bingos funcionavam abertamente até a deflagração da operação “Furacão” – que culminou com a prisão de juízes, desembargadores (estes corporativamente já liberados), delegados da Polícia Federal, agentes, policiais civis e militares, além de advogados – cerraram as portas antes que fossem lacrados e tivessem seus “equipamentos” confiscados pela PF. Estão de portas fechadas, mas aguardam o desenrolar dos fatos para que definam seus destinos.

FURACÃO – A influência dos que bancam os bingos e loterias ilegais é tão grande que, por exemplo, no jornal Diário na TV (TV Diário), no dia 28/04/07, suprimiu “loterias” da nota lida pela apresentadora Márcia Thé, sobre a disposição do STF em editar sua primeira súmula vinculante. Foi citado apenas “bingos”. Não é surpresa ou fato novo: a Scol Participação, empresa que explora o Totolec e a Loteria dos Sonhos, de propriedade do casal João e Iridan Mendonça, distribui generosa verba publicitária às empresas de comunicação e “profissionais de imprensa” locais.

FURACÃO – A extração das duas loterias é transmitida por emissoras de TV locais. Diariamente, por exemplo, a TV Jangadeiro veicula o sorteio da Loteria dos Sonhos. O Totolec tem seu sorteio semanal transmitido pela TV Cidade, TV Diário e pela TV Jangadeiro, além da Tropical FM. A Scol baseia sua atuação na Lei Estadual 8.541, de 29/04/66, além do Decreto Federal 58.668, de 15/05/66. Ambos perderam a validade com a promulgação da Constituição de 1988, que não recepcionou a lei estadual, tampouco o decreto citado. Há dezenove anos, portanto, a Scol passou à ilegalidade.

FURACÃO – O casal proprietário da empresa é habitué de colunas sociais impressas e televisivas. Tudo isso explica – mas não justifica – a omissão da maioria da imprensa local quanto ao fato. Em diversas capitais brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Campo Grande – ações de fechamento de bingos e loterias ilegais, mas por aqui nenhum pio da “vigilante” imprensa cearense. Quando há qualquer menção à operação Furacão, sequer o nome “loteria” é citado.

PARA REFLETIR – "A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o último resultado da experiência, a derradeira força do gênio". (Bernard Shaw)

 

 

Volta

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