Em Off

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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Agosto/2005

ATUALIZAÇÃO N.º 277 - 01/08/2.005

BALÃO – Semana passada a TV Cidade mostrou no Cidade 190 e no Jornal da Cidade a foto de um jovem, motoqueiro, afirmando que ele havia saído para trabalhar pela manhã, havia desaparecido e sua família estava aflita à cata de informações, informando o endereço do desaparecido e um telefone para informações.

BALÃO – Na verdade o motoqueiro era até aquele dia funcionário da emissora, onde trabalhava na função de motoqueiro/Office boy. Naquela data ele havia saído para fazer um pagamento para o proprietário da TV, Miguel Dias, no valor de R$ 8 mil. Abandonou a moto da empresa num terminal de ônibus e sumiu com o dinheiro. Não se sabe por qual motivo o dono da emissora preferiu não tornar público que tomou um “balão” do funcionário, que estava no emprego fazia dois meses, mas dar ao episódio a imagem de que seria um caso de desaparecimento.

BALÃO – O problema é que a família do “desaparecido” – esposa e filhos – vem recebendo ameaças por parte do empresário, para que dê conta do rapaz ou do dinheiro. A família vem temendo, pelas ameaças que está sofrendo, pela vida do tresloucado rapaz. Entendem que ao apresentarem a versão de desaparecimento queiram transformar o caso num “latrocínio”. Abstraindo-se da atitude do indivíduo, a família, até se prove o contrário, não tem culpa de seu ato. Que seja preso e responda, dentro da lei, pelo que cometeu.

FORTAL – Entra ano, sai ano, troca de promotora, administração municipal e estadual e o Fortal continua sendo um foco de problemas. Primeiro, houve a esperteza da promotora Carnailhas, que vendia o ingresso da “pipoca” ao preço único de R$ 3,00 mais um quilo de alimento. O Decom teve que entrar em cena e acionar a promotora, pois vendendo o ingresso a preço único, ainda que esse fosse o valor da meia-entrada, estava sendo lesado o direito ao desconto de 50% dos estudantes.

FORTAL – Também fez com que a Carnailhas desobrigasse o consumidor a entregar um quilo de alimento para poder adquirir o ingresso. Além de caracterizar venda casada, a promotora estava querendo repassar para o consumidor o custo de “ações sociais” que queria praticar. Mais uma vez a imprensa local – dessa vez em sua totalidade – silenciou quanto a isso.

FORTAL – No evento não foi difícil encontrar crianças abaixo de dez anos no evento. O Fortal tem que ter uma faixa de idade mínima permitida, fixada pelo Juizado da Infância e da Adolescência, que normalmente é de 12 anos, mas o que se verificou foram crianças abaixo desse limite que, mesmo em companhia dos pais, não poderiam ter acesso. Mas nem os agentes nem qualquer outro órgão do Poder Público tomaram qualquer atitude.

FORTAL – Muitas das pessoas entrevistadas pelas emissoras que cobriram o evento – previamente escolhidas, obviamente – se esmeravam em ressaltar a segurança. Do lado de fora até pode ter sido um pouco menos inseguro do que nos anos anteriores, onde o Fortal se realizava na Beira Mar, mas o que se viu nos blocos e, principalmente, nos camarotes, foi outra coisa. Era comum visualizar brigas de foliões até com a segurança dos blocos. Nos camarotes houve brigas, com a segurança insuficiente e ausente.

FORTAL – Evidentemente as câmeras de cinegrafistas e fotógrafos, além dos microfones e canetas da mídia que cobriu o evento não registraram nada. Nem mesmo o fato de, mais uma vez, o contribuinte arcar com boa parte da estrutura, chamou a atenção. Segundo a Polícia Militar 600 homens foram destacados para o local, além do apoio do helicóptero da PM. Efetivo que foi retirado do policiamento dos demais bairros. Até a Prefeitura de Fortaleza também mobilizou seu pessoal, através da Guarda Municipal e da AMC.

FORTAL – Evidentemente que o Poder Público pode e deve estar presente nos eventos onde se concentrem muitas pessoas, mas como a micareta agora é realizada em área fechada, a responsabilidade da segurança deve ser assumida pelos organizadores, ficando para os órgãos públicos apenas procedimentos padrões. Além do mais existe uma lei estadual que nunca foi cumprida que determina a cobrança por serviço de segurança prestado pelos órgãos públicos estaduais em eventos particulares.

FORTAL – Sobre a cobertura da micareta, mais uma vez a imprensa local ofereceu um festival de mesmice: entrevistas para mostrar a segurança da festa, com líderes das bandas que tocavam falando da “expectativa” para os shows, foliões sobre se estavam ou não animados, turistas, etc. Caso as atrações fossem as mesmas, os abadás com o mesmo modelo, nem precisaria fazer cobertura, bastaria apenas reutilizar o material do ano antecedente. Não faltou nem mesmo a indefectível pergunta às pessoas se esbaldando nos blocos: “você está animado para o Fortal?”

ESMOLA – Ainda sobre o Fortal, a prefeita Luizianne Lins aceitou como “contrapartida” da empresa organizadora a doação de festejados 20 mil ingressos para a “pipoca da paz”, mas somente para o primeiro e para o último dia. São exatamente os dias mais fracos, onde a freqüência de público é menor e as atrações desmotivadas. Ou seja: para o munícipe que pagou parte dos gastos da estrutura somente a carne de pescoço, ao filé ele não teve direito. No primeiro dia, quinta-feira, muitos trabalhadores não podem ir, pois têm trabalho no dia seguinte. O mesmo acontece no domingo, último dia, quando a maioria tem que enfrentar uma segunda de "trampo".

DIÁRIAS – A Prefeitura de Fortaleza continua sendo bastante generosa quanto a viagens e diárias. Existe até mesmo uma disparidade entre os valores concedidos, mesmo se tratando do mesmo destino. Para “tratar de assuntos de interesse da municipalidade” a assessora especial da prefeita, Lia Freitas Cavalcante, viajou entre do dia 18 a 22 de julho, recebendo uma passagem aérea Fortaleza/São Paulo/Fortaleza e cinco diárias no valor de R$ 1.240,00 (R$ 248,00 diários). Não foi informado o “assunto de interesse da municipalidade”.

DIÁRIAS – Para também tratar de assuntos de interesse da municipalidade o procurador do Município Márcio Augusto Vasconcelos Diniz recebeu uma passagem aérea Fortaleza/Brasília/Fortaleza, esteve na Capital do País nos dias 19 e 20 de julho, tendo recebido duas diárias no valor total de R$ 316,00 (valor unitário de R$ 158,00). O curioso é que a gerente da Célula de Esporte e Lazer da Prefeitura, Sued Lima, também viajou para Brasília no dia 26 de julho, recebendo, além da passagem aérea, diária no valor de R$ 198,00. Ora, como se não bastassem os esclarecimentos sobre os motivos da viagem, qual a razão da diferença entre o valor das diárias, se os dois foram para a mesma cidade?

MILIONÁRIO – Ainda baseado no decreto de emergência, a Prefeitura de Fortaleza contratou, sem licitação, através da Secretaria Executiva Regional V, comandada por Oriá Fernandes, a MAP Serviços Técnicos Ltda., para a execução de serviços de mão-de-obra para os setores de educação, saúde, sede e cemitério do Bom Jardim. Valor do contrato: quase R$ 1,8 milhão. É muito dinheiro sem que o munícipe saiba se está realmente pagando pelo melhor serviço e preço.

MILIONÁRIO – Que a situação da Cidade era caótica quando do término da desastrada e corrupta administração Juraci Magalhães isso é público e notório. Mas nem mesmo assim se justifica não ter cuidado na contratação de empresas sem licitação. O contrato tem um valor excessivamente vultoso, suscitando questionamentos.

RECONHECIMENTO – Semana passada o Em Off abordou o fato da Prefeitura de Fortaleza estar utilizando a prática de reconhecer dívidas, muitas delas da administração passada, num processo e critério que não está muito claro. O titular da SER VI, Paulo Mindêllo, reconheceu uma dívida, dia 14 de julho, no valor de R$ 13 mil à Silvia Lúcia Oliveira, segundo a Portaria 058/2005, referente a setembro do ano passado, quando a SER V estava sob a responsabilidade do ex-secretário Maurílio Banhos Dias. Sem maiores indicações sobre a tal dívida, nem se esta foi licitada pela gestão anterior.

MAIS UM – Também passou a usar Rexona o cantor e compositor Eugênio Leandro. Agora ele é o novo Diretor do Centro Cultural da Praia – Estoril, ligado à Fundação de Cultura Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet). Com remuneração DAS 2.

ESTÁGIO – A Ettusa está firmando compromisso de estágio com alunos de cursos ainda não reconhecidos pelo Ministério da Educação. A Empresa de economia mista controlada pela Prefeitura de Fortaleza firmou termo com Bruno Pimentel Mesquita, aluno do 1º semestre – isso mesmo, mau iniciou o curso e já está estagiando – do curso de Direito da Associação Cearense de Ensino e Cultura (ASCEC/IESC).

ESTÁGIO – Quem também incorre nesse erro há algum tempo é a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ). Some-se ao fato de não ser um curso reconhecido pelo Ministério da Educação tratar-se de um estudante ainda no ciclo básico. A OAB-CE precisa atentar para esses fatos.

ACORDARAM – Finalmente os policiais civis – delegados e agentes – atentaram para o fato da imprensa local estar sendo parcial ao governo do Estado na cobertura do movimento de greve das duas categorias. Obviamente que existe uma parte de policiais desidiosos, inconscientes de seu trabalho. Claro que uma greve no setor de segurança pública castiga a população. Mas a imprensa não pode esquecer que o maior culpado pela situação atual é o governo do Estado. Dessa combinação perigosa resulta na bomba social que está estourando.

ACORDARAM – Os sucessivos governos tucanos se mostraram absolutamente incompetentes para gerir a segurança pública no Ceará. Incompetência que foi herdada e assimilada pelo governador Lúcio Alcântara. As delegacias funcionam sem a menor condição de prestar o mínimo serviço à população. Falta tudo, desde material de expediente até combustível para as viaturas. Desse cenário surgiu o quadro: “o governo finge que paga e os policiais fingem que trabalham”. No meio o contribuinte sendo lesado e feito de palhaço.

ACORDARAM – Como é mais vantajoso ser parcial a quem tem a chave do cofre na mão, a mídia opta por uma cobertura parcial da greve. A revolta entre os policiais com a imprensa já é expressa nas assembléias, onde muitos falam em não repassar informações. Existem atualmente quatro programas policiais nas TV locais, além das matérias nos dois jornais impressos. Por um lado os policiais não podem restringir o acesso à informação. Quando se tratar de crime de ação privada, isso até seria possível, mas nos de ação incondicionada, não.

ACORDARAM – Cabe também à imprensa – mas infelizmente a maioria das pessoas que militam na área policial são falsos profissionais do jornalismo – ser imparcial. Há, porém, uma solução mais simples: basta que os policiais dêem voz de prisão para as pessoas que estão exercendo ilegalmente o jornalismo. Com total amparo legal.

DICA – Nosso internauta Caio Ferreira nos enviou, através do correio eletrônico, uma excelente dica: o sítio http://www.ombudspe.blogger.com.br/ , que faz um excelente trabalho de análise da imprensa do nosso vizinho estado de Pernambuco.

PARA REFLETIR - A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida. (Eduardo Girão)

 

ATUALIZAÇÃO N.º 278 - 08/08/2.005

ABSURDO – Principal implicado no esquema de grupo de extermínio, que seria formado por policiais militares, o provável contratador dos “serviços” do grupo que seria comandado pelo major PM Ernani Castro, Deusmar Queiroz, proprietário da rede de farmácias Pague Menos foi agraciado com um prêmio da Organização das Nações Unidas, sendo nomeado para um tal conselho de segurança e paz, ou qualquer coisa parecida com isso.

ABSURDO – A concessão do “prêmio” foi festejado pelos babões de plantão na mídia. Afinal, o empresário destina uma boa verba publicitária e as empresas de comunicação não possuem cerimônia em colocar o interesse pessoal acima do coletivo. Deusmar Queiroz está envolvido até a medula no caso do grupo de extermínio. A Justiça determinou a prisão de seis implicados. Um deles está desde a decretação do recolhimento – quase dois meses – “enfermo”. Caso fosse uma doença verossímil já teria recebido extrema unção, mas como a Justiça está para conceder a soltura, não mais do que de repente esse “doente” sairá lépido e fagueiro.

ABSURDO – Trata-se de um empresário do ramo de segurança. Os demais que não têm “costas quentes” ou “bala na agulha” – são pobres, num português mais claro – ficaram presos durante todo esse período. Obviamente nenhum veículo de comunicação questionou o fato do prêmio da ONU ser dado a uma pessoa que está na mira do Ministério Público em investigações sobre extermínio de marginais que assaltavam as unidades da rede de farmácias.

LIGAÇÃO – Sobre o grupo Pague Menos, não será surpresa se daqui a um curto espaço de tempo o MP acabe por descobrir o que o sítio Em Off já noticiou há muito tempo: a ligação entre Deusmar Queiroz e o doleiro Alex Ferreira Gomes, foragido da Justiça, processado pela remessa ilegal e lavagem de dinheiro.

PARCIAL – A TV Jangadeiro continua utilizando os editoriais do programa Barra Pesada para criticar políticos e órgãos públicos. Claro que os tucanos locais e os órgãos estaduais ficam fora dos comentários. Semana passada o programa criticou o fato das agências reguladoras – ANEEL e ANATEL – ocuparem-se primordialmente da defesa dos interesses das empresas privadas que exploram serviços públicos.

PARCIAL – A crítica maior foi direcionada à ANATEL, que externou sua intenção de recorrer à Justiça Federal para derrubar a liminar que suspendeu a cobrança da assinatura básica por parte das operadoras de telefonia fixa. Também criticou a ANEEL por tentar derrubar a liminar que limitou o índice de reajuste da tarifa de energia elétrica. A crítica é pertinente, mas a parcialidade da emissora a torna sem crédito.

PARCIAL – Afinal, o governo do Estado, com a anuência da Assembléia Legislativa, elevou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para 27% de “produtos supérfluos”, dentre eles o de telefonia. Ou seja, naquela ocasião o governador Lúcio Alcântara (PSDB) saqueou ainda mais o bolso do contribuinte, contribuindo para o aumento do valor da conta mensal, incluindo a assinatura básica.

PARCIAL – Lúcio deixou de fora os “não-supérfluos” refrigerantes, por exemplo. Talvez o fato do ex-governador e senador Tasso Jereissati – que o elegeu – ser proprietário de fábrica de refrigerantes tenha sido uma mera coincidência para que o governador tenha entendido que refrigerante não é supérfluo para a população, mas telefonia, combustível e outros itens, sim. A emissora não veiculou nenhum editorial condenando a atitude do chefe do Executivo Estadual.

PARCIAL – Também, como criticar um governo que injeta uma considerável quantia em forma de propaganda? O contribuinte paga, além da propaganda veiculada nos intervalos comerciais, alguns “programas” da emissora, como o “Cearensidade”, por exemplo. O programa também fez críticas aos petistas nacionais e estaduais que se envolveram no esquema de “caixa 2” operado pelo publicitário mineiro Marcos Valério. Mas manteve-se calada quando o publicitário Maninho Brígido desviou dinheiro do caixa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para financiar a campanha “Ceará doa o troco”, encetada pelo Hospital do Câncer, fundado pelo pai do governador, Waldemar Alcântara. Quem tem telhado de vidro não joga pedra no dos outros.

REPLAY – A TV União decidiu investir novamente no questionamento quanto à distribuição das verbas publicitárias do governo do Estado. No final de 2003 lançou concurso para que os telespectadores pesquisassem e escrevessem dizendo quanto era a verba que o governo estadual destinava à publicidade e quanto ia para cada empresa de comunicação. A emissora não recebia – e continua sem receber – um centavo do Estado sob a rubrica de publicidade.

REPLAY – Agora a TV União voltou a veicular matéria sobre o assunto, enfocando até um requerimento feito pelo deputado Sávio Pontes (PMDB) – um dos que passaram pela “entrevista” do programa Contexto Geral – solicitando informações sobre o valor que o governo Lúcio Alcântara destinou à publicidade. A emissora questiona os critérios de distribuição da verba publicitária estatal. Pode dar um tiro no pé, pois a verba não é subvenção que deva ser dividida igualitariamente entre as empresas de comunicação e se o critério for a colocação nas pesquisas de preferência dos telespectadores, conseguirá sua justificativa diante dos insignificantes índices que voltou a representar. Por um lado cabe, de fato, ao governo estadual dar explicação ao contribuinte como e quanto do dinheiro que é tomado de seu bolso é gasto com publicidade, mas por outro a emissora não pode agir como se tentasse extorquir o Executivo Estadual.

DEGOLA – Com mais uma derrota – 1x0 para a Portuguesa no Canindé – o Ceará Sporting está cada vez mais perto de carimbar o passaporte para a terceira divisão do campeonato brasileiro de futebol. Caso essa tragédia se concretize, surgirão muitos dos “profissionais de imprensa” (?) que durante muito tempo se ocuparam em iludir a massa menos esclarecida da torcida, em consonância com os interesses dos gestores do clube, dizendo que já haviam previsto essa degola, que já haviam alertado para essa situação, etc. São sanguessugas da pior espécie que nada mais fazem do que se locupletarem em cima da falta de inteligência da maioria dos torcedores.

INCOMPETÊNCIA – O alvinegro de Porangabuçu encontra-se nessa situação vexatória por absoluta incompetência, má gestão e má fé de diretores e gestores. Afinal, a torcida deu a resposta e sua parcela de contribuição enchendo o Castelão e proporcionando rendas excelentes, mas esbarrou na falta de transparência e seriedade de diretores e gestores. Caindo para o inferno da terceira divisão, quem sabe a maioria da torcida finalmente acordará e distinguirá os abutres. Atualmente já há um reduzido número de torcedores que vai ao estádio com rádio, quem sabe – tomara – ele seja banido de vez da torcida, bem como os programas televisivos esportivos. Quem sabe a torcida alvinegra também não conceda mais mandato parlamentar para esses aproveitadores.

FALSO-PROFISSIONAL – E vem exatamente do rádio esportivo (?) mais um falso-profissional: o dublê de cantor Raimundo Arrais será o apresentador do programa “Chapa Branca” que a diretoria do Fortaleza Esporte Clube irá levar ao ar na Rádio Cidade AM.

CÓPIA – Caso a TV Diário realmente queira transformar o Diário da Manhã num jornal ao qual o telespectador leve a sério, precisa investir bem mais, principalmente quanto à produção e edição de texto. A maioria das notícias que a apresentadora e editora-chefe Katiúzia Rios lê são retiradas da edição dos jornais impressos na Internet. Literalmente, na base do control + C e control + V. Há apenas a repetição do texto impresso.

CÓPIA – A edição de texto sequer se dá ao trabalho de dá uma outra redação às notícias copiadas. Existe uma diferença entre a linguagem do jornalismo impresso do televisivo. Quem lê os jornais impressos antes – ou depois – de assistir ao telejornal logo identifica a cópia.

SURRA – O falso profissional Walney Haidar (Must, TV Diário) não toma jeito mesmo: quis dar uma de maioral na Expocrato e se deu mal. Arrogante, bicão e caloteiro quis entrar onde não podia, quis gratuito o que era pago e vomitou sua arrogância para quem não devia. Acabou por se envolver numa confusão com a segurança do evento e tomou um grande "mói de pêia". Teve que ser socorrido para o hospital Raimundo Bezerra, onde foi atendido. Costelas quebradas, rosto roxo das pancadas e contabilizado mais um episódio de confusão em seu já vasto histórico.

SURTOU – A falsa profissional Marilena Lima “surtou” numa matéria sobre o atropelamento fatal de um mototaxista, onde colegas de profissão passaram a depredar o carro do atropelador. Por mais revoltante que seja qualquer tipo de crime, não cabe ao cidadão fazer justiça com as próprias mãos e se o motorista do carro não tivesse sido retirado do local, provavelmente teria sido agredido ou até mesmo linchado até a morte.

SURTOU – O crime, com efeito, revoltou, porquanto o motorista estava em visível estado de embriagues – muito embora o exame pericial, feito apenas seis horas depois do incidente, tenha atestado dosagem abaixo do limite permitido – mas nem por isso qualquer pessoa tem o direito de transformar-se em magistrado e carrasco de sua sentença. Isso é atribuição da Justiça. A Polícia Militar agiu com a energia necessária para conter os ânimos, inclusive tendo que efetuar disparos para o alto. Aos gritos, a “repórter” proferia um discurso patético e por vezes desconexo. Quem não tem equilíbrio para enfrentar situações dessa natureza não pode se meter a realizar a cobertura.

CONTRIBUIÇÕES – Nosso internauta e cordelista Sebastião Alcácer <alcacerkibir@yahoo.com.br> nos enviou interessantes versos sobre o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, sob o título CIRO É DOSE PRA LEÃO. O texto está disponível aos internautas no link “especial”. Também estamos disponibilizando um interessante texto enviado pelo jornalista Luciano Luque, disponível no mesmo link. O Em Off abre esse espaço para os leitores que quiserem enviar textos para publicação.

MAIS UM – Com as bênçãos do presidente da Assembléia Legislativa está para nascer mais um falso profissional do jornalismo cearense. Marcos Cals está propenso a nomear Leonardo Borba, que já atuou em diversas áreas da Assembléia mas não é jornalista, como editor-geral da TV que o Parlamento Estadual está montando. Leonardo – sobrinho do ex-deputado Aécio de Borba – é advogado, o que não lhe permite afirmar não saber o que seja exercício ilegal de profissão.

MAIS UM – Duvidamos um jornalista – que não seja também bacharel em Direito e que tenha registro da OAB, evidentemente – advogar. Será denunciado pela OAB e preso. Caso um jornalista pegue um bisturi e vá operar no Frotão ou qualquer outro hospital será denunciado pelo CRM e preso. Então por qual motivo outros profissionais querem ser jornalistas? Não acreditamos que o presidente Marcos Cals incentive o mercado negro nem apóie a atuação de falsos profissionais. Marcos Cals possui jornalista no seu setor de Comunicação Social da AL. Caso leve a cabo sua pretensão estará desrespeitando toda uma categoria profissional.

ESQUISITO – A Prefeitura de Fortaleza acabou de finalizar licitação para a contratação de quatro agências para atender à sua publicidade. Mesmo assim a Secretaria Municipal de Saúde, comandada pelo medido Luiz Odorico Monteiro de Andrade contratou, por 60 dias, a empresa WCOM Publicidade, de propriedade de Maria Simonete Batista de Lima. Contrato nº 18/2005 com data de 1º de julho desse ano. A agência de propaganda “prestará serviços para informar a população e motivá-la a atuar de forma decisiva a respeito do combate a dengue”. O valor pelos dois meses de serviço: R$ 468.684,00.

DÍVIDA – Semana passada o sítio Em Off questionou o fato do titular da Secretaria Executiva Regional V, Luiz Antônio Oriá Fernandes ter contratado, sem licitação, a MAP Serviços Técnicos Ltda., para a execução de serviços de mão-de-obra para os setores de educação, saúde, sede e cemitério do Bom Jardim, pelo valor de R$ 1,8 milhão. Eis que Oriá Fernandes praticou outro ato bastante curioso.

DÍVIDA – O titular da SER V reconheceu, através da portaria nº 10/2005, a dívida de R$ 50.784,44, “referente a serviços prestados pelas empresas Telemar e Marquise”. Afinal, que tipo de serviço em comum a Telemar e a Marquise podem ter efetuado em comum? A primeira é operadora de telefonia fixa, enquanto a segunda é do ramo da construção civil. O pior: não há discriminação de quanto é tocante, desse valor, para cada empresa. O contribuinte que se lixe para saber como e por qual motivo seu dinheiro está sendo destinado a essas duas empresas.

CARO – Também tem saído bem caro para o contribuinte a mão de obra terceirizada que a Prefeitura de Fortaleza está contratando. Através do Contrato de Prestação de Serviços nº 17/2005, a Secretaria Municipal de Educação e Assistência Social, cujo titular é Idevaldo Bodião, a Fortal Empreendimentos Ltda. irá receber  - ou melhor, já recebeu, já que o contrato expirou no dia 05/08 – R$ 78.033.77, relativos à cessão por um mês de dez zeladores, quinze auxiliares de atividades técnicas, vinte operadores de microcomputador, quatro motoristas, três operadores de fotocopiadoras e três analistas de sistema. Custo por terceirizado: R$ 1.418,79.

CARO – A SEDAS também contratou, sem licitação, a SLS Terceirização de Serviços Ltda., por um período de trinta dias – contrato também expirado no dia 05/08 – para a cessão de quatro zeladores, três porteiros e um digitador. Para tanto, a SLS recebeu R$ 6.677,63 do contribuinte, perfazendo R$ 834,70 por terceirizado. Um valor excessivo.

ESQUISITO – Esquisito mesmo é o contrato 004/2005, firmado sem licitação entre a Secretaria Executiva Regional I, comandada por Paulo Mindêllo e a Dinâmica Administração, Serviços e Obras, pertencente a Alba Lucis Passos Pedrosa. A empresa foi contratada pela SER I, para a cessão de prestadores de serviços nas categorias: coordenadores, porteiros e auxiliares de serviços gerais, para trabalharem nas escolas sob jurisdição da SER I. e vai receber a bagatela de R$ 1,250 milhão. Coisa pouca, uns trocadinhos...

DISPARIDADE – Enquanto isso, quase 50 mil alunos da rede municipal de ensino estão sem carteira de estudante, impossibilitados de gozarem do direito ao desconto de 50% em transportes coletivos, cinemas e espetáculos artísticos pelo simples fato da Prefeitura de Fortaleza estar ainda licitando a gráfica para que sejam impressas. Esse batalhão de estudantes que são oriundos da camada pobre da população pode, muito provavelmente, nem conseguindo ir para a escola, uma vez que não tem como desembolsar R$ 3,20 todo o dia para se deslocar. Mas afinal, que critério é esse que a Prefeitura de Fortaleza utiliza que dispensa licitação para contratações milionárias e prejudica os alunos da rede municipal?

DISPARIDADE – A imprensa local não está cobrando explicações da prefeita Luizianne Lins quanto à essa situação, mas a chefe do Executivo Municipal precisa, o quanto antes, explicar para os pais de alunos, para os próprios alunos, para o munícipe porque está agindo dessa forma.

NOTA – Através da empresa VSM Comunicação, que fez sua assessoria de imprensa, o diretor da empresa Carnailha, Colombo Cialdini nos enviou a seguinte nota, sobre comentários feitos na atualização do dia 01/08 do sítio Em Off:

Em resposta ao site Em Off, a Carnailha Empreendimentos lamenta que, após um evento tão organizado, bem planejado e bonito, ainda existam profissionais da imprensa desinformados sobre as exaustivas discussões no que diz respeito aos acordos firmados com as diversas instâncias dos poderes federais, estaduais e municipais.
Inicialmente, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual, no que tange à legalidade do Fortal através de projetos de impacto sonoro e ambiental.

O item “Pipoca da Paz”, mencionado no artigo, foi comercializado a R$ 3,00 a meia e a R$ 6,00 a inteira, devidamente registrado no Decon. Em nota divulgada no jornal O Povo, o próprio promotor reconhece que apenas estava pontuando a questão, pois os nomes “meia” e “inteira”, e seus respectivos valores, haviam sido divulgados em letras pequenas. E a organizadora do evento, atendendo à solicitação do promotor do Decon, modificou sua divulgação, resguardando, portanto, o direito de 50% para estudantes.

A Carnailha (sem “S” no final), promotora do evento, de livre e espontânea vontade e atendendo a mais uma solicitação do Decon, desobrigou o consumidor a doar o quilo de alimento, pois a empresa promotora do evento, juntamente com os parceiros M. Dias Branco e Jotujé Distribuidora, garantiu a doação dos quilos de alimento referentes a cada ingresso adquirido para o espaço Pipoca da Paz.

No que tange à questão “menor de idade acompanhado de pais ou responsáveis”, é de competência do Código Civil Brasileiro reger a responsabilidade dos pais ou responsáveis sobre os menores.

Sobre o item referente ao trabalho de policiais militares, civis, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e guardas municipais, também mencionado por este site, observa-se mais uma desinformação, pois foram assinados Termos de Ajustamento de Conduta tanto com o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Segurança Pública e da Procuradoria Geral do Estado, em que o evento doaria um valor em equipamentos para essas corporações.

Assim também ocorreu com a Prefeitura Municipal de Fortaleza e a Procuradoria Geral do Município, em que a organização do Fortal doou, em contrapartida, os alimentos arrecadados para famílias das áreas de risco de Fortaleza, bem como cones, lanternas e dez mil abadás para a realização do Bloco Fortaleza Bela, iniciativa pioneira solicitada pela Prefeita Luizianne Lins, nunca antes ocorrido em 14 anos do evento.

O que se viu do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza foi o amadurecimento e a sensibilidade pela manutenção do maior evento do estado, o Fortal, dada a sua importância na geração de emprego e renda e para o trade turístico, que consegue, apenas nesse período de 4 dias, ocupar em quase 100% a hotelaria da cidade. Sem falar, também, na cadeia produtiva beneficiada pelo Fortal, tais como: taxistas, topiqueiros, gráficas, confecções, fábricas de adereços, locadoras de veículos, segurança privada, ambulantes, dentre outros.

Gostaria de colocar-me à disposição desse site, como diretor do Fortal, pois o nosso intuito é de que a imprensa, de um modo geral, esteja bem informada, uma vez que ela é fundamental na divulgação e êxito do maior evento do Ceará: o Fortal.

Atenciosamente,

Colombo Cialdini
Diretor – Carnailha Empreendimentos

RESPOSTA – É juízo de valor dizer que o Fortal foi bem organizado, planejado e bonito, bem como se encontra no mesmo nível afirmar que o sítio Em Off está desinformado sobre “as exaustivas discussões no que diz respeito aos acordos firmados com as diversas instâncias dos poderes federais, estaduais e municipais”. O sítio inteirou-se de todas as “exaustivas discussões”, tanto quanto com o Ministério Público Estadual, através da Promotoria do Meio Ambiente, quanto à Procuradoria Geral da República. Isso não foi objeto de comentário do Em Off.

Quanto à venda do ingresso para a “Pipoca da Paz” essa foi feita, sim, com preço único com o desconto destinado aos estudantes estendido a todos. Isso foi constatado não apenas pelo Decom, mas pelo sítio Em Off, que comprovou nos postos de venda a prática de apenas um ingresso ou, como justificou quem vendia após a argüição da venda pelo valor de R$ 3,00 sem que fosse pedida a apresentação da carteira de estudante, “um esquecimento”. O próprio órgão do Ministério Público Estadual notificou a empresa Carnailha que, com ou sem “s”, comercializava o ingresso a preço único. Esse artifício – reiteramos –  é prática comum de organizadores de eventos artísticos em Fortaleza: cobrar meia entrada para todo mundo, numa “promoção”, que igualmente é ilegal.

Existe uma contradição na nota do diretor da empresa Carnailha quando afirma: “A Carnailha (sem “S” no final), promotora do evento, de livre e espontânea vontade e atendendo a mais uma solicitação do Decon, desobrigou o consumidor a doar o quilo de alimento, pois a empresa promotora do evento, juntamente com os parceiros M. Dias Branco e Jotujé Distribuidora, garantiu a doação dos quilos de alimento referentes a cada ingresso adquirido para o espaço Pipoca da Paz”. Ora, se a ação deveu-se à atenção de solicitação do Decom (com “m”, pois é defesa comunitária) a “desobrigação” de doar o quilo de alimento para poder adquirir o ingresso para a “Pipoca da Paz” não foi por livre e espontânea vontade. Ou será que a Carnailha iria continuar desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor, que preceitua no inciso I de seu Artigo 39: “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço (...)”. Equivale-se à compra casada, ou seja, o consumidor tinha que comprar um ingresso e mais um quilo de alimento. Ademais, se a Carnailha queria fazer boa ação, que usasse o próprio chapéu.

As “exaustivas discussões” não incluíram representantes do Juizado da Infância e da Adolescência? Ora, caberia àquele Juízo a determinação da idade mínima de menores que podem comparecer a micareta. Não se trata de questão afeita ao Código Civil, mas à Constituição, que no Inciso I, parágrafo 3º do Artigo 220 determina: “(...) regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao poder público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que se mostre inadequado”. Adversamente do que argumenta o diretor da Carnailha: “No que tange à questão “menor de idade acompanhado de pais ou responsáveis”, é de competência do Código Civil Brasileiro reger a responsabilidade dos pais ou responsáveis sobre os menores”.

Existe uma lei estadual que autoriza a Secretaria de Segurança Pública cobrar por serviços de segurança prestados a eventos particulares e com fins lucrativos. Argumentou o diretor: “Sobre o item referente ao trabalho de policiais militares, civis, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e guardas municipais, também mencionado por este site, observa-se mais uma desinformação, pois foram assinados Termos de Ajustamento de Conduta tanto com o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Segurança Pública e da Procuradoria Geral do Estado, em que o evento doaria um valor em equipamentos para essas corporações”. Com relação aos “equipamentos” e ao apoio dado aos funcionários públicos que trabalharam no evento, para garantir o lucro da empresa promotora, aconselhamos ao nobre diretor da empresa ler o artigo da lavra na jornalista Vanessa Alcântara, publicado na edição do dia 01/08/2005, sob o título “E é se quiser”, onde a nossa colega de imprensa traduz brilhante e irretocavelmente a relação público/privado e suas distorções ocorridas no evento Fortal. Para que não haja o trabalho de procurá-lo na Internet, o sítio Em Off reproduz o artigo da jornalista no final desse tópico.

A ação efetuada no trecho: “Assim também ocorreu com a Prefeitura Municipal de Fortaleza e a Procuradoria Geral do Município, em que a organização do Fortal doou, em contrapartida, os alimentos arrecadados para famílias das áreas de risco de Fortaleza, bem como cones, lanternas e dez mil abadás para a realização do Bloco Fortaleza Bela, iniciativa pioneira solicitada pela Prefeita Luizianne Lins, nunca antes ocorrido em 14 anos do evento”, nos soa como uma espécie de “esmola” dos que desembolsaram um bom dinheiro – ou nem tanto dinheiro assim, mas dinheiro – para participar do Fortal para com a maioria pobre da população de Fortaleza, que sequer tem condições de se imaginar participando de um evento como esse, mas essa é uma divagação direcionada para um ideal igualitário e coletivista que, reconhecemos, está acima da discussão prática da questão em lide. Quanto ao ineditismo do “Bloco Fortaleza Bela”, salientamos que em 1995 o bloco “Balanço da Massa”, fruto da persistência de um grupo de abnegados defensores da cultura local, no meio dos muitos blocos de “música axé” que desfilaram naquele ano ainda na avenida Beira Mar, desfilou com a autêntica música cearense: o maracatu, o forró e outros ritmos nossos. Parece que os realizadores do Fortal não conhecem bem a história do evento.

O Fortal gera emprego sazonal, em sua esmagadora maioria. É discutível a importância econômica para a população de Fortaleza quando se analisa o evento do ponto de vista de distribuição da renda que o diretor da empresa apregoa gerar. Não deixa de ser um paliativo um evento que movimenta a economia por alguns dias ou, até, um mês, mas o Poder Público tem que se preocupar com a adoção de medidas que visem sanar e não apenas amenizar os graves problemas sociais de nossa Capital. Problemas esses, evidentemente, que não são gerados ou se encontram na competência do evento ou de seus realizadores. Seja como for, essa argumentação é bastante perigosa: “O que se viu do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza foi o amadurecimento e a sensibilidade pela manutenção do maior evento do estado, o Fortal, dada a sua importância na geração de emprego e renda e para o trade turístico, que consegue, apenas nesse período de 4 dias, ocupar em quase 100% a hotelaria da cidade. Sem falar, também, na cadeia produtiva beneficiada pelo Fortal, tais como: taxistas, topiqueiros, gráficas, confecções, fábricas de adereços, locadoras de veículos, segurança privada, ambulantes, dentre outros.”, uma vez que vergonhosamente somos conhecidos como a “capital brasileira do pornô turismo e da prostituição infantil”, atividade criminosa que oferece lucros para a rede hoteleira, para taxistas, topiqueiros, locadoras de veículos, segurança privada, restaurantes, casas noturnas, etc., e, claro, rufiões e cafetinas, além das próprias desafortunadas exploradas sexualmente.

Alguns questionamentos ainda podem ser dirigidos ao diretor da Carnailha: será que o efetivo da Polícia Militar – incluindo o helicóptero – não fez falta aos demais bairros de Fortaleza, onde os contribuintes ficavam à mercê da redução no policiamento em virtude dos 600 homens destacados para o evento? Será que o caótico trânsito de Fortaleza, especialmente num final de semana como se realizou o Fortal, não ficou desguarnecido e ainda mais confuso por causa do número de agentes da AMC deslocados para a micareta? O Em Off não é contra o evento Fortal ou qualquer outro, mas não pode aceitar que o contribuinte seja lesado para que um evento particular, que gera muito dinheiro para seus organizadores, se realize. Temos um compromisso com o jornalismo – e aí a farta verba publicitária distribuída entre as empresas de comunicação e os inúmeros abadas, presenteados a profissionais e falsos profissionais do jornalismo, operou o tradicional festival “ôba-ôba” que, infelizmente, a maioria da mídia local faz sobre o Fortal – e nosso dever é questionar, instigar, esclarecer, informar, mas, acima de tudo, temos um compromisso com a sociedade. Onde houver um centavo que seja do contribuinte despendido, o sítio Em Off vai cobrar total transparência e, principalmente, retorno daquele dinheiro que está sendo gasto, seja da maneira que for, além do mais por tratar-se de um evento particular com fins lucrativos. Em seguida, o lúcido artigo da jornalista Vanessa Alcântara.

E é se quiser.....

Vanessa Alcântara

Não costumo ter dó de ninguém. Acho um sentimento pobre, em termos de emoção é nota zero. Mas na primeira noite de gatos pingados do Fortal eu tive pena. Lá atrás do trio elétrico estavam 600 PMs espalhados por todos os lados. Em pé, de moto, à cavalo. Bombeiros dentro do lago, nos camarotes, em pé por horas a fio nas saídas de emergência. Delegados, escrivães, inspetores, sentados à serviço de um punhado de adolescentes mimados. Todos a postos recebendo como pagamento uma comida de péssima qualidade, além do desprezo do próprio patrão, o Governo do Estado.

Saiba, caro leitor, que o governo levou da sua rua para dentro do evento PMs, bombeiros e policiais civis de graça. ''Negociou'' com os organizadores e resolveu receber como pagamento uma comida, muito ruim, para os ''servidores públicos do Fortal''. Isso é que eu chamo de preço de banana. Só para você ter uma idéia. O lanche era um sanduíche amassado com uma carne de origem duvidosa, uma caixa de suco quente e seis bolachas. A Polícia Civil resolveu levar vale-refeição e o Corpo de Bombeiros arrastou do quartel a quentinha fornecida diariamente para a corporação.

Veja o que consta no termo de conduta assinado pelo procurador geral do Estado do Ceará, Wagner Barreira e o promotor de Justiça em exercício, Francisco Lucídio de Queiroz Júnior. ''A empresa se compromete a ressarcir (em troca da segurança) da seguinte forma: R$ 43.776,00 - valor que será deduzido referente a alimentação de todo o efetivo participante da operação, a ser fornecida pela própria compromissária (Carnailha - responsável pelo Fortal) ao efetivo''.

Continuando: Mais R$ 50.000,00. Quantia ''a qual poderá ser compensada com a doação de equipamentos ao longo dos meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2005''. Não diz aí se são usados ou novos. Com a amostra dada pela péssima comida para os policiais, imagino o que deve ser enviado para a Secretaria de Segurança. O pior é que ainda vão aceitar.

Vanessa Alcântara é repórter do Núcleo de Cotidiano do O POVO. (vanessa@opovo.com.br)
”.

PARA REFLETIR –  "O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica". (Norman Vincent)

 

ATUALIZAÇÃO N.º 279 - 15/08/2.005

FURTO – Numa matéria publicada sobre o furto – e não assalto como noticiou a mídia local – do século, onde mais de R$ 164 milhões foram levados da caixa forte do Banco Central, na edição do dia 13/08 do jornal O Povo, assinada por Demitri Túlio, foi informado que o empresário José Charles Machado de Moraes, suspeito de ter participado da ação criminosa, utilizava dois números de Cadastro de Pessoa Física (CPF). Na verdade o CPF 320.105.323-68 foi cancelado em 04/06/2004 pela Receita Federal, pela constatação de multiplicidade.

FURTO – Caso o suspeito tenha feito alguma operação financeira nos últimos quatorze meses o fez com o CPF 898.160.213-15, ou seja, o “quente” como se diz na gíria policial. Outros dois suspeitos de terem participação no “crime do século”, os empresários e irmãos José Elizomarte Fernandes Vieira, o ''Neném'' e Dermival Fernandes Vieira, além do próprio Charles Moraes não possuem antecedentes criminais, mas há alguns dados cíveis bastante interessantes.

FURTO – José Elizomarte, apesar de ter, juntamente com o irmão, um patrimônio declarado por seus advogados de cerca de R$ 150 milhões – entres os bens estão a revenda de carros Brilhe Car e três luxuosos motéis – relaxou quanto a alguns débitos insignificantes diante de sua riqueza. Elizomarte já foi acionado pela Fazenda Pública Estadual, inclusive sendo alvo de execução judicial no processo 0052.02.15969-2, que correu na 2° Vara da Fazenda Pública, por débito fiscal. Também foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido no processo 1998.02.25592-0, movido contra ele pelo Banco BMG – olha o banco do valerioduto aí – por causa do atraso de prestações de um veículo no valor de “insignificantes” R$ 3.898,44.

FURTO – Sobre Dermival Fernandes Vieira os dados são ainda mais curiosos. Apesar de sua fortuna milionária o empresário foi alvo de uma ação de execução de título, através do processo 1995.02.39663-4, movido por Marcus de Medeiros, no valor de “míseros” R$ 464,39. Nessa ação também foi acionado, solidariamente com Dermival, Francisco Hitler Ribeiro Coelho que, pela natureza do processo, provavelmente pode ter sido sócio do suspeito em algum empreendimento.

FURTO – A Administradora de Consórcios Saga também já moveu processo contra Dermival, 2002.02.09502-9, no qual foi expedido o mandado de busca e apreensão protocolizado com o nº 0020.02034070, pela dívida do valor de R$ 2.156,27, referente à um veículo, mesmo sendo o empresário proprietário de revenda de carros. A Casablanca Imóveis Ltda. moveu o processo 2004.02.49121-1, em virtude de um débito no valor de R$ 9.072,99, que tramitou na 15ª Vara Cível. Igual processo, de número 2004.02.68593-8, também teve como executado Dermival, acionado pela Construtora CHC Ltda., por uma dívida de R$ 9.373,32.

FURTO – Mas o dado mais curioso em meio ao rápido e questionável enriquecimento de Dermival Fernandes foi o divórcio consensual de Adriana Freire de Castro Fernandes, processo n° 2000.02.27979-7, que tramitou na 15º Vara de Família. Naquela ocasião a requerente teve determinado judicialmente para si o valor de R$ 475.000,00 como dissolução do contrato de casamento e quinhão de bens. Ora, pelo valor estipulado significa que o regime era de comunhão de bens. O processo iniciou-se em junho de 2000 e findou-se em março de 2001.

FURTO – Caso o percentual tenha sido calculado em cima do patrimônio declarado, muito provavelmente não se processaria um divórcio consensual. Significa que em pouco menos de quatro anos o empresário amealhou um patrimônio fantástico, numa ação de fazer inveja a qualquer empresário bem sucedido em qualquer lugar do mundo. A Polícia Federal suspeita pelo fato das empresas dos irmãos acusados terem sido catapultadas de uma simples loja de compra e venda de carros usados para uma das maiores revendas de carros novos e usados de Fortaleza, com uma suntuosa sede, após os assaltos à Corpvs e à Nordeste Segurança, ações, por sinal, realizadas cerca de dois anos após esse acordo. Charles é primo de um dos acusados de ter participado do assalto à Corpvs, muito embora tenha sido absolvido.

FURTO – Há alguns meses Dermival procurou uma imobiliária local para comprar uma luxuosa casa no Royal Park, condomínio fechado. O valor: R$ 1,5 milhão. Sobre esse e outros tantos enriquecimentos rápidos, públicos e suspeitos pode-se aplicar um axioma: por trás de uma grande fortuna há sempre um grande crime. Existem muitos outros exemplos notórios, mas quem tem a competência legal de fiscalizar e investigar parece não ter esse tipo de ato entre suas prioridades.

FURTO – Cabe à Polícia Federal procurar provas para fundamentar e acusar os hoje suspeitos de participação no furto ao BC. Caso realmente sejam culpados certamente a PF obterá as provas, pois tem total condição para isso, apesar de sua estrutura sucateada. Seu material humano é bom, qualificado e apto. Sua ação certamente será decisiva para a elucidação do caso e municiar o Ministério Público Federal para mover a ação contra a quadrilha responsável pelo ato.

FURTO – O jornal O Povo traz na edição dessa segunda-feira, 15/08, matéria onde cita que o advogado de um dos suspeitos de participação no crime apontado pela Polícia Federal, o empresário Robson de Sousa Almeida, não tem ficha criminal extensa e responderia apenas a um processo por tráfico de drogas Artigo 12 da Lei 6369 – e que estaria em grau de recurso. Com efeito, Robson responde ao processo 2000.01.03846-0 que correu na 2ª Vara de Tráfico e Uso de Entorpecentes, estando o processo em apelação pela defesa. Nesse crime, inclusive, o empresário foi preso em flagrante e autuado na 8ª Delegacia Distrital. Robson também responde por crime de extorsão (Artigo 158 do Código Penal Brasileiro) – processo 1999.01.09701-0, que tramita na 4ª Vara Criminal, onde o réu é ou era representado pelo advogado Deodato Ramalho Júnior, atual Procurador do Município – havendo, inclusive, um pedido de prisão preventiva. O jornal poderia ter pesquisado mais e não ter passado esse recibo.

FURTO – A ação da imprensa na cobertura do “furto do século” tem oscilado entre positiva e negativa. Positivo tem sido o trabalho dos jornais impressos, em algumas situações furando até mesmo meios imediatistas, como o rádio e a televisão. Um episódio cômodo foi o assédio a um entregador que chegou numa das casas apontadas pela Polícia como possível base de apoio da quadrilha. Todos os profissionais – e falsos também – de imprensa que estavam no local correram para cima do rapaz que, assustado, quase sai em desabalada carreira. Foi hilário e quem estava em casa vendo as imagens ao vivo deve ter dado boas gargalhadas.

FURTO – O ponto negativo foi o vazamento das informações pela imprensa. Por causa disso a Polícia Federal teve que antecipar a abordagem à carreta “cegonha” da transportadora de Charles Moraes, que conduzia os carros recheados de dinheiro apreendidos. O plano era deixar que a carga fosse entregue e, dessa forma, efetuar a prisão de mais envolvidos. Nessas horas a Imprensa precisa entender que o sigilo da investigação está sintonizado com o interesse coletivo, dessa forma se sobrepondo ao direito à informação. Mais importante do que a obtenção de um furo é a prisão dos bandidos e a recuperação do dinheiro furtado. É preciso mais consciência da mídia e, principalmente, contenção da precipitação de profissionais e falsos do jornalismo.

FURTO – Outro ponto envolvendo interpretação do direito à informação, liberdade de exercício do jornalismo e o resguardo da propriedade particular foi o episódio envolvendo um conflito entre uma repórter do jornal Diário do Nordeste e funcionários da revenda de carros Brilhe Car. Segundo a versão publicada pelo jornal, os funcionários tomaram o bloco de anotações da repórter, que passou a anotar as características dos veículos expostos à venda. Caso a repórter tenha feito isso da calçada, fora da revenda não há qualquer impedimento legal. Caso contrário, não poderia ter entrado numa propriedade particular – ainda que se trate de um estabelecimento comercial – para fazê-lo. Seja como for os funcionários não poderiam ter tomado o bloco da repórter, mas apenas terem realizado a detenção e a convocação da Polícia para que fosse feito o procedimento judicial correto.

FURTO – Muitas perguntas ainda continuam sem resposta: como os bandidos conseguiram retirar mais de uma tonelada de concreto – resultante do furo com diâmetro de 70cm feito no piso da caixa forte do BC – e três toneladas e meia de dinheiro em pouco mais de 48 horas? Quem colocou a empilhadeira em frente à câmera do sistema de segurança? Como os bandidos conseguiram a planta baixa e do trecho entre a casa onde começaram a cavar até o prédio do BC? Por qual motivo, mesmo tendo sido avisados da probabilidade de uma grande ação criminosa, os organismos de segurança pública do Estado não tomaram atitudes eficientes para investigar e frustrar o crime? Houve ajuda de algum funcionário da empresa que faz a segurança do prédio do BC ou do próprio Banco e quem teria sido?

DEFESA – Os irmãos José Elizomarte e Dermival Fernandes Vieira, se quiserem, podem até dispensar os serviços do advogado Paulo César Feitosa. No lugar do ilustre causídico pode atuar o radialista Paulo Oliveira. Em seu programa na TV Diário o moço saiu em defesa da dupla de uma maneira entusiasmada, mas – não poderia ser diferente – sem qualquer nexo ou lógica em seu discurso. Essa alma quer reza...

ENTREVISTA – Em entrevista à TV Diário o deputado estadual José Nobre Guimarães, de leve, soltou o verbo contra a imprensa local. O assunto da entrevista, óbvio, foi o episódio do “Adalberto cuecão de ouro” e o repasse feito pela direção nacional de seu partido, o PT, através do “valerioduto”, de R$ 250 mil para pagar dívidas da campanha do também petista José Airton Cirilo ao governo, o que motivou representações da bancada estadual do PSDB – logo de quem – à mesa diretora para que seja aberto procedimento contra o petista na Comissão de Ética.

ENTREVISTA – Guimarães usou alguns argumentos até plausíveis, mas diante do emaranhado de ilicitudes praticadas pela ex-cúpula nacional do PT e de seu nome e telefone ter sido encontrado na agenda da ex-secretária do empresário Marcos Valério, Karina Somaggio, difíceis de aceitar como verídicos. Mesmo assim a entrevistadora, Katiúzia Rios, não o questionou mais incisivamente. O deputado ainda soltou farpas contra a imprensa, citando a própria TV Diário e o jornal Diário do Nordeste, acusando de divulgar informações infundadas e inverídicas. O pior é que teve jornalista no estúdio que estava lá para puxar o saco do parlamentar dizendo estar convicto de sua inocência, mas que declara – ou declarava – abertamente que estava convencido da culpa de Guimarães.

CONTINUA – Aliás, sobre o escândalo do caixa 2 de campanha política, o sítio Em Off já vem cobrando há algum tempo: por qual motivo a imprensa local não vem abordando o fato da campanha do deputado federal Inácio Arruda à prefeitura da Capital no ano passado ter recebido uma farta quantidade de recursos da direção nacional petista, tendo, inclusive, contado com ato no qual estiveram presentes o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu e o então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, ambos acusados de participação direta nos esquemas do chamado mensalão e de caixa 2 de campanha?

DIRECIONAMENTO – Por qual motivo o “correspondente” da TV Cidade em Brasília quando surge no Jornal da Cidade entrevista apenas o deputado federal Moroni Torgan? Será que o parlamentar é o único da bancada federal cearense que tem algo a falar sobre a crise política? Há algum tempo o deputado foi aquinhoado com uma extensa entrevista no estúdio. Não se trata de mera coincidência: desde a campanha para prefeito de Fortaleza, ano passado, que a TV Cidade vem sendo parcial e satisfazendo aos interesses do parlamentar, como forma de atender aos próprios interesses. Não foi à toa que o caminhão de apoio que funciona como trio elétrico pertencente ao proprietário da emissora foi cedido sem ônus para a campanha.

HISTÓRICO – A TV Cidade tem um histórico de favorecer campanha política e em seguida romper com o “eleito” por não conseguir a satisfação de seus interesses. Aconteceu dessa forma com a eleição do jornalista Afrânio Marques para a Câmara Municipal em 1996, depois com Ferreira Aragão em 2004, quando quis cobrar que o parlamentar votasse na eleição para a presidência do Poder em Tin Gomes. A bola da vez é o apresentador do programa Cidade 190, Edson Silva, que pode disputar o retorno à Câmara Federal ou, quem sabe, o governo do Estado. Seja qual caso for, infelizmente demonstra a forma distorcida como é conduzida uma empresa de comunicação, concessão do Poder Público.

SOLUÇÃO – Envolvido numa crise política puxado por um proprietário de agência de publicidade, o governo poderia tomar uma atitude que, se não iria extinguir o esquema de caixa 2 e corrupção na administração pública, pelo menos iria poupar o dinheiro do contribuinte e fazer valer o interesse coletivo acima do pessoal: como emissoras de rádio e TV são concessões do Poder Público, poderia criar um percentual obrigatório de propaganda institucional que as emissoras transmitiriam. Dessa forma acabar-se-ia com a velha prática do controle dos meios de comunicação através da torneira dos recursos da publicidade oficial, evitar-se-ia que o contribuinte continuasse mantendo as empresas de comunicação e, principalmente, eliminaria a figura dos que se aproveitam para locupletarem-se através do desvio de dinheiro ou superfaturamento.

SOLUÇÃO – Também seria evitada ações como a da TV União, que vem novamente veiculando matérias questionando a distribuição da verba publicitária do governo do Estado, seus critérios, numa nítida operação para fazer com que o Executivo envie para lá parte desse recurso. Também seria evitada a subvenção oficial como se verifica na TV Jangadeiro, onde o dinheiro do contribuinte representa uma significativa parcela do faturamento.

SAIU – Quem deixou a diretoria – de quê mesmo? – da TV Diário e emagreceu em R$ 9 mil a folha de pagamento daquela emissora foi Fernando Travessoni. O rapaz fazia as vezes de uma espécie de consultor, tendo sido, inclusive, um dos principais idealizadores do novo formato de TV, que conseguiu piorar o que já era ruim.

CORONEL – Segundo alguns agora ex-colegas de trabalho do moço, sua postura era por demais autoritária. A esposa dele, a falsa profissional Márcia Travessoni, entretanto, continua por lá e ainda, vez por outra, engata uma matéria no Jornal do Meio Dia (TV Verdes Mares), como “consultora de moda”. O ex-cinegrafista da Globo vai voltar toda sua atenção agora apenas para sua agência de publicidade. Aliás, há um pensamento equivocado por aqui de que pessoas do mundo da publicidade e propaganda sejam as indicadas para tratar da programação de emissora de TV. O primeiro reflexo da saída de Travessoni foi o fato da apresentadora Katiúzia Rios ter levantado da cadeira pela primeira vez após a mudança de programação que o ex-diretor promoveu. Mas de nada adianta andar ou não pelo cenário, pois o mais importante é conteúdo.

PARADOXO – O episódio da demissão do falso profissional Vitor Hanover da TV Verdes Mares foi bem curioso: no dia 29 de julho, quando comemorava mais um aniversário, o moço foi saudado na redação pelos colegas que cantaram parabéns pra você e o cumprimentaram pela data. Logo em seguida foi chamado à sala da direção de jornalismo para ser comunicado de sua dispensa. Mas os integrantes da comunidade “Eu odeio o Vitor Hanover”, do Orkut, não ficaram sem assunto: ele já foi acolhido pela TV Diário e agora, como saudou a “apresentadora” Katiúzia Rios, é o “mais novo integrante do jornalismo da emissora”.

PARADOXO – Quem tem padrinho forte não morre pagão: foi lá onde se aninhou Paulo César Norões, filho do diretor responsável do SVM, Edilmar Norões, quando foi dispensado da TVM – retornou após algum tempo –, bem como a esposa do filho do diretor, Simone Morais. Também é lá está o pai de Hanover, Tom Barros e a ex-esposa, Luziânia Xavier. Uma demonstração de que o SVM é uma empresa estritamente familiar.

CORREÇÃO – Semana passada o sítio Em Off afirmou que a Secretaria Executiva Regional I era comandada por Paulo Mindêllo. Não é. O titular daquele Órgão é o médico Mariano de Freitas.

CORPORATIVISMO – O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza aderiu ao corporativismo ao declarar que não será tomada nenhuma atitude contra a vereadora e striper Déborah Softy. Há alguns dias circulou pela Câmara, juntamente com fotos dos shows de sexo explícito que ela protagoniza em suas boates, denúncia de que ela embolsaria o salário de vários assessores. Em poucos meses a, digamos, moça envolveu-se em muitos episódios conturbados. O último havia sido o “acidente doméstico” no qual ela foi lesionada no pescoço, recebendo vários pontos, dando uma explicação de que uma mesa de vidro quebrara-se por descuido de seu assessor e “marido”, Jonas. A versão contrastava com o relato do medido plantonista que atendeu inicialmente a legisladora na Unidade Central do Instituto Dr. José Frota.

CORPORATIVISMO – Não se trata nem mesmo da famosa “rachadinha”, onde o parlamentar fica com a metade do salário do assessor. Segundo a denúncia a vereadora ficaria com a quase totalidade do salário, repassando ao nomeado apenas uma espécie de “gorjeta”. Na Assembléia Legislativa a deputada Íris Tavares (PT) está correndo o risco de perder o mandato, uma vez que a Comissão de Ética estuda representações contra a parlamentar que pode gerar a abertura de um processo e a possibilidade de cassação do mandato, por ter sido acusada de ter praticado a “rachadinha” contra dois ex-assessores.

CORPORATIVISMO – Sem entrar no mérito da questão se a deputada petista é ou não culpada trata-se de uma situação cômica, se não fosse trágica: Íris corre o risco de ser julgada por deputados que praticam a mesma atitude da qual é acusada. Caso, por exemplo, do primeiro secretário do Poder, Gony Arruda (PSDB) – aquele que tem 283 assessores nomeados para seu gabinete pessoal e da primeira secretaria, segundo dados da própria AL – que embolsa metade do salário de seus assessores.

TREINAMENTO – Estamos já na metade do mês de agosto, a Prefeitura de Fortaleza já repassou a maior parte dos R$ 1,250 milhão do contrato firmado sem licitação com um instituto controlado pelo petista Francisco Auto Filho e até o presente momento a única ação feita foi o “treinamento” de 57 “multiplicadores”. É muito dinheiro do contribuinte gasto para pouquíssimo – quase nenhum – retorno. Dinheiro que poderia – e deveria – ter sido gasto em algo mais produtivo para o Município e que não deveria ter saído dos cofres públicos para o instituto do petista sem licitação.

MODÉSTIA – Com certeza a dublê de cantora e apresentadora, falsa profissional Karine Alexandrino não tem a modéstia entre suas virtudes. Veja o que a moça escreveu no sítio da TV União sobre como chegou à emissora: “Por ser uma personalidade de Fortaleza, fui convidada pela direção da TV União para ser a primeira vj da emissora, quando a tv chegou aqui, ainda em 2002”. Personalidade bem estrambótica...

GM-CHOQUE – A Guarda Municipal de Fortaleza comprou, por R$ 12.780,00 “vinte escudos transparentes para policiamento”. Trata-se de equipamento idêntico ao utilizado pelo BP-Choque da Polícia Militar. A GMF já havia adquirido “perneiras”, “capacetes” e outros equipamentos destinados à confronto. Esse belicismo incorporado pelo diretor do Órgão, Arimá Rocha, inclusive já produziu o primeiro ferido: um guarda municipal acabou baleado por bandidos ao reagir a um assalto praticado contra o posto do Banco do Brasil instalado na Ettusa.

GM-CHOQUE – A GMF não tem competência legal para realizar trabalho de segurança pública, o que é dever constitucional do Estado, não da Prefeitura. Ao Órgão cabe a função de guarda patrimonial dos prédios municipais. O problema é que os guardas estão começando a assimilar essa ideologia equivocada. Houve episódio em que eles efetuaram a prisão de um bandido – aí tiveram que fazer a prisão em flagrante prevista na Constituição, pois não têm poder de polícia – e posaram para as câmeras de TV repetindo o mesmo discurso batido, repetitivo e cansativo dos policiais que são entrevistados nos enfadonhos e injustificáveis programas policiais televisivos.

GM-CHOQUE – Mas há fatos mais graves: há alguns dias a GMF efetuou a desocupação de um prédio da prefeitura, instalado numa praça esportiva e ocupada por uma associação de moradores do bairro Álvaro Weyne. Tudo isso sem nenhum mandado judicial. O fato chegou a ser noticiado pela TV Diário, mas a repórter que cobriu o fato em nenhum momento questionou a ação ilegal da GMF. Para piorar a situação, o diretor do Órgão é advogado. Mas sua “tropa” agiu ao arrepio da lei.

ADVERTIDO – Outrora figurinha fácil nos programas de auditório da TV cearense, notadamente no do falecido apresentador Irapuan Lima, o médico pediatra Audísio Bessa de Queiroz, após sindicância administrativa, foi advertido pela Portaria 133/2005, assinada pelo titular da Secretaria Executiva Regional III, Marcelo Silva.

INTERESSE – Infelizmente o munícipe continua financiando agentes públicos em seus interesses pessoais. A Prefeitura de Fortaleza concedeu passagem aérea Fortaleza/São Paulo/Fortaleza e mais R$ R$ 474,00, referentes a três diárias para a jornalista Janaína de Paula, Assistente Técnico de Comunicação e Marketing da PMF, para que ela participasse do III Seminário Internacional Latino-Americano de Pesquisa da Comunicação. Tudo via Funcet. Porquê a Prefeitura não é tão generosa assim com outros munícipes? Trata-se de interesse pessoal financiado pelo erário municipal.

INTERESSE – Da mesma forma a PMF, igualmente via Funcet, fez o contribuinte dar passagem aérea Fortaleza/Paraná/Fortaleza e mais seis diárias, no valor de R$ 498,00, para que a diretora do Museu Municipal – do quê mesmo? – Maria Lijacy de Castro Holanda participar do XXIII Simpósio Nacional de História. Essa realidade não condiz com o quadro de rombo nas finanças apresentado pela prefeita Luizianne Lins. No dia 1º de março desse ano, escreveu a jornalista Adísia Sá no jornal O Povo, sobre a propalada reforma administrativa que a prefeita pretendia fazer: “Há contradição na essência das informações: pobreza franciscana nos cofres e ''burguesismo'' na exibição. Pode ser que o marxismo ortodoxo esotérico da prefeita chegue a uma síntese que minha vã filosofia não alcança”. A nossa também não consegue alcançar. Como sempre e pleonasticamente uma observação perfeita.

PARA REFLETIR – “Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres”. (Voltaire)

 

ATUALIZAÇÃO N.º 280 - 22/08/2.005

CONFIRMAÇÃO – Na edição do dia 19/08, o jornal Diário do Nordeste publicou matéria sobre a confirmação, por parte da Polícia Federal, da informação que o Em Off havia divulgado no dia 15/08, de que os proprietários da revenda de carros Brilhe Car, Elizomarte e Dermival Fernandes haviam procurado uma imobiliária local para comprar uma casa no condomínio fechado Royal Park, pelo valor de R$ 1,5 milhão. Caso a fiscalização para verificação se as empresas dos irmãos tenha cometido sonegação fiscal seja rigorosa, encontrará fatos bem interessantes.

CONFIRMAÇÃO – Coisas como a venda de carros com preço abaixo do mercado para “personalidades” locais, além de financiamentos para lá de generosos, com condições especialíssimas. O patrimônio da dupla cresceu significativamente e em tempo recorde, de uma forma que somente por vias obscuras e com conivência de ocupantes de postos chaves poderia proporcionar.

PROCAPUI – Há algum tempo o Em Off expôs o caso da fazenda de carnicicultura Procapuí e toda sua trajetória de relações promíscuas com o Poder Público, além do rombo de mais de R$ 10 milhões que seu proprietário, Myke Layani, deu no Ceará, através da captação de recursos e não ter honrado os compromissos assumidos. Eis que obtivemos informações de que a ação danosa, criminosa e predatória desse “empresário” – norte-americano de origem iraniana – tem um histórico ainda mais complexo.

PROCAPUÍ – Eis que de Barcelona, na Espanha, recebemos uma mensagem do empresário Piero Brigneti < piero@invermerca.com > sobre a ação do dono da falida Procapuí:

Apreciados Señores,

Soy una de las victimas del Sr. Mike Layani, concretamente me ha robado 100,000 dolares.

Como pueden ver las actuaciones de este ladron internacional no se limitan a Brasil.

Que yo sepa hay mas dagnificados en Francia y USA. Entre ellos incluso vários miembros de su familia.

Agradeceria me vayan informando de las noticias que vayan recibiendo acerca de este estafador.

Por mi parte puedo decirles que se de seguro que esta en Santos desde hace meses (Sao Paolo) al menos alli estaba hasta hace 2 dias, (..).

Atentamente

Piero Brigneti

Empresario

Barcelona-España

PROCAPUÍ – Quando por aqui ainda estava atuando Mike Layani, além das falcatruas, também teve um grande envolvimento com pessoas públicas, ocupantes de cargos eletivos. O Ministério Público Federal está de posse de provas e evidências da ação criminosa do norte-americano.

PROCESSO – Alguns falsos profissionais que exerceram ilegalmente o jornalismo durante anos a fio e que foram aquinhoados com a criação indiscriminada de cursos de jornalismo, os quais se transformaram em verdadeiros balcões de comércio de diplomas, têm enviado mensagens para o sítio Em Off cobrando a retirada de seus nomes da relação de falsos profissionais. Ora, como se a obtenção de um diploma nesses cursos que pululam em cada esquina apagasse todo seu passado de ilegalidade. “Favor tirar meu nome dessa listinha ridícula”, “agora criem vergonha e tirem meu honrado nome desse site”, “exijo a imediata retirada do meu nome da lista de falsos profissionais desse famigerado site”, são algumas das frases usadas.

PROCESSO – Com efeito, esse tipo de situação tem lugar pelo fato do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) ter se omitido, durante anos, em procurar agir para retirar do mercado de trabalho essa turma. Exercício ilegal de profissão é uma contravenção de ação penal pública, ou seja, bastaria que o Sindicato tivesse provocado o Ministério Público para que esse exerça seu papel institucional. Poderia, ainda, prestar uma queixa-crime. Mas isso somente aconteceu em 2003, quando o Sindjorce procedeu a representação na Delegacia de Defraudações e Falsificações.

PROCESSO – Naquele ano, a DDF, após a instauração de inquérito, enviou-o à Justiça, estando o processo 2003.01.07572-7 correndo na 11ª Vara Criminal. Naquele Juízo respondem como réus Raimundo Aurélio Menezes, Danielly Lima Portela, Ronaldo Costa de Andrade, Martim Lutero, Luis Bilau, Leonardo Bastos Pedreira, Marilena Lima do Nascimento, Cícero Batista Gomes Lúcio, José Wilson de Melo, Francisco Ely Aguiar Alves, Espiridião Júnior de Oliveira e Katiúzia Rios de Lima. Desde o dia 09/08/2004 o processo foi remetido para o Ministério Público e até o momento dormita em suas gavetas. Infelizmente não se teve notícia nos últimos tempos de ação do Sindjorce para cobrar do MP agilidade na ação.

PROCESSO – Com isso se verifica o esdrúxulo caso de quem estava à margem da lei até bem pouco tempo e nessa condição manteve-se durante muitos anos, agora se arvorar dessa mesma lei para reivindicar o direito de exercer uma profissão que jamais respeitou. Mesmo assim, ainda não se tem notícia de que o Sindjorce tenha retomada a luta para combater o exercício ilegal da profissão ou mesmo procurado cobrar do MP andamento a esse processo.

PROCESSO – Além de exercício ilegal de profissão, algumas figuras conhecidas da mídia local também respondem outros processos. Na 14ª Vara Cível, processo 2001.02.59459-7, Walney Haidar (Must, TV Diário) por um débito de R$ 22 mil está sendo acionado por José Carlos Araújo de Sousa, com pedido de mandado de busca e apreensão. Numa ação de reparação de dano, Edílson Cruz Almeida Júnior acionou a Justiça – processo 2003.02.22157-3, 28ª Vara Cível – cobra R$ 201.180,00. O processo foi remetido ao Tribunal de Justiça em 16/12/2004 e até o momento não foi despachado por aquela Corte.

PROCESSO – Na 6ª Vara Criminal, processo 0000.01.73731-7, Sérgio Pinheiro (TV Diário, Rádio Verdes Mares) respondeu por estelionato, tendo como vítima o extinto Imperial Palace Hotel. Na 15ª Vara Criminal o comentarista tem contra si dois inquéritos 2001.0105210-3 e 2001.0105933-7, instaurados pela Delegacia de Furtos e Roubos, incluso no Artigo 180, receptação. A prisão, em flagrante, ocorreu em março de 2001 mas até agora, curiosamente, a ação não está tramitando.

PÉROLA – Essa foi proferida pelo repórter Afrânio Marques no programa Rota 22 (TV Diário), sobre uma tentativa de fuga no presídio da Cigana, em Caucaia: “aqui estão 127 presos, todos da Justiça”. Ué, e por acaso tem alguém recolhido a algum presídio que não esteja nessa condição senão por determinação judicial?

ASSISTENCIALISMO – Tomara que o apresentador Carlos Augusto se recupera mais rapidamente e volte a comandar seu programa na TV Diário. Seu substituto, o falso profissional Nilson Fagata transformou o programa numa atração barata de assistencialismo, aproveitando-se da desgraça do povo para angariar pontos no Ibope. Esse tipo de “programa” em nada acrescenta e somente se presta a manipular ainda mais a sofrida população.

ASSISTENCIALISMO – A fórmula é bastante disseminada na emissora. O apresentador Ênio Carlos também se utiliza desse expediente em seu programa dominical e essas atitudes meramente paliativas em nada acrescenta ou contribui para que a sociedade discuta e busque soluções para que pessoas não tenham que ser submetidas a essa situação vexatória e vergonhosa. Trata-se de exploração da miséria alheia em proveito próprio.

OMISSA – Quando o Conselho Penitenciário do Estado aprovou o relatório do conselheiro Leandro Vasques, recomendando a rescisão do contrato firmado, sem licitação, entre o governo do Estado e a Companhia Nacional de Administração Penitenciária (Conap) o sítio noticiou, inclusive, com as promíscuas relações entre o presidente da empresa, Luis Gastão Bittencourt, o filho do governador, deputado federal Léo Alcântara (PSDB) e o próprio governador Lúcio Alcântara (PSDB). Eis que um ano após o assunto vem à tona em decorrência do confronto entre a bancada governista e oposicionista da Assembléia Legislativa.

OMISSA – Onde estava a oposição e a imprensa naquela época? As denúncias feitas semana passada pelo deputado petista Nelson Martins não são novas. Somente algum tempo depois a imprensa local abordou o fato. Somente depois que o Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação para que o contrato fosse rescindido a Conap anunciou que deixará de prestar o serviço. O Estado informou que realizará a contratação de outra empresa particular para a administração dos presídios hoje sob responsabilidade da Conap.

OMISSA – Ocorre que o governo do Estado continua, de maneira ilegal, anunciando que deixará atividades-fim privativas estatais nas mãos da iniciativa privada. O serviço de hotelaria – alimentação, vestuário, etc. – pode ser entregue à iniciativa privada, mas a parte de administração prisional, vigilância, assistência jurídica, médica e psicológica são atribuições exclusivas do Estado. Mesmo assim, em matéria publicada nos jornais, a Procuradoria Geral do Estado não foi questionada quando a isso.

CARO – A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano S.A. (Ettusa) alugou à empresa Prime Plus Locação Veículos e Transporte Turísticos Ltda. vinte veículos tipo passeio e utilitário. O valor total do contrato é de R$ 261.849,96 por um período de doze meses, perfazendo um custo mensal de R$ 21.820,83, ou seja, quase o preço de um carro popular zero quilômetro. Mais uma conta alta que o munícipe irá pagar.

CARO – Quem também realizou uma contratação sem licitação para a prestação de serviços de limpeza e conservação foi o Instituto Dr. José Frota. A empresa JFIL Terceirização de Serviços Ltda. abocanhou um contrato no valor de “parcos” R$ 869.797,78 para ceder mão de obra terceirizada por seis meses. O custo mensal é de R$ 148.299,58, uma soma muito alta para que o contribuinte não saiba porquê a empresa contemplada não tivesse passado pelo processo de licitação.

CHAPA BRANCA – Alguém precisa privatizar o repórter Nelson Faheina (TV Diário). Nas matérias que faz na Assembléia Legislativa o homem parece que só enxerga a bancada tucana. Assim foi na semana passada, quando fez matéria sobre as mudanças nas regras da eleição do próximo ano, aprovadas pelo Senado. O repórter entrevistou seis deputados: cinco do PSDB e um do PT.

CONFUSÕES – Em menos de oito meses de mandato a vereadora Déborah Softy já se meteu em muitas confusões. A mais recente foi a discussão com o então marido “Jonas”, onde ela acabou hospitalizada no IJF Centro e depois no hospital Monte Klininkum, que resultou em dezenas de pontos no pescoço e a desculpa de que tudo teria sido um “acidente doméstico”. Agora a denúncia de embolsar dinheiro dos assessores. O pior é que ela pretende disputar um mandato de deputada estadual. Com essa curta e turbulenta trajetória, mesmo contando com a simpatia de alguns “profissionais de imprensa”, vai ser complicado.

PARA REFLETIR – “Há homens que lutam um dia e são bons; Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis”. (Bertold Brecht)

 

ATUALIZAÇÃO N.º 281 - 29/08/2.005

BALÕES DE ENSAIO – Com a posição adotada pela Polícia Federal de não mais divulgar informações sobre o furto ao Banco Central e evitar qualquer vazamento de dados, a imprensa local a cada dia lança mais e mais balões de ensaio. O último foi a informação de que haveria uma gravação realizada no aeroporto Pinto Martins mostrando os irmãos Elizomarte e Dermival Fernandes, donos da revenda de carros Brilhe Car, com suspeitos de terem realizado a ação criminosa. A PF não confirmou, tampouco desmentiu.

BALÕES DE ENSAIO – A PF está na bronca – e com razão – com a imprensa desde os primeiros dias após a descoberta do furto. O vazamento da informação de que uma carreta cegonha estava sendo acompanhada não provocou apenas a antecipação da abordagem da carreta antes que ela chegasse ao seu destino, São Paulo, e pudesse haver a prisão de mais bandidos. Colocou em risco a vida dos agentes que participavam da operação.

BALÕES DE ENSAIO – A exposição ao risco irritou muito mais os policiais do que o vazamento em si. Muitos não aceitaram a ação da mídia e por isso decidiram tornar os jornalistas que cobriam o caso na sede da PF em personas non gratas. Dentre os balões de ensaio divulgados pela imprensa local, está o da empilhadeira que teria sido colocada em frente à uma câmera do sistema de segurança que impediria a filmagem dos bandidos e do buraco aberto no chão da caixa forte do BC. Um pequeno guindaste do local foi colocado numa posição que não impediu a visão do buraco e quem dele tivesse saído.

BALÕES DE ENSAIO – A PF também já tem a certeza de que o bloco pesando mais de uma tonelada do concreto no piso da caixa forte – final do túnel e com 70 cm de diâmetro – também não foi retirado totalmente no final de semana da ação, o que demonstra que a quadrilha já tinha atingido o piso da caixa forte bem antes da execução do final da ação, fase que provavelmente tenha sido supervisionada diretamente pela pessoa que facilitou o furto agindo dentro do próprio BC. A PF tem hoje dois temores: primeiro que seja realizada uma outra grande ação na Cidade para dividir a atenção do aparelho policial e que outras quadrilhas de bandidos eliminem os autores do furto para roubar o dinheiro de quem o roubou.

ABORDAGENS – Os programas policiais da TV local abordaram de maneiras distintas o caso do assassinato do padre Carlos Roberto Santana. O religioso foi morto por três indivíduos – dois deles menores de 18 anos – após ter participado de uma sessão de, digamos, atos libidinosos regada a consumo de drogas. Enquanto programas como Barra Pesada (TV Jangadeiro), Comando 22 e Rota 22 (ambos da TV Diário) foram mais comedidos em sua abordagem, o Cidade 190 optou por usar um chamariz mais apelativo.

ABORDAGENS – O apresentador Edson Silva fez alguns comentários sobre a conduta do padre assassinado. Ora, se a vítima mantinha um comportamento não condizente com sua atividade, não cabe ao radialista condenar ou absolver. Isso é uma atribuição restrita à Instituição à qual ele pertencia, a Igreja Católica. Afinal, se o padre foi assassinado após conjunção carnal com seus algozes ou consumiu drogas, tratou-se de um latrocínio para o qual nenhuma dessas observações servem como agravantes ou atenuantes.

ABORDAGENS – Edson Silva ainda afirmou que o padre respondia processo por ter abusado sexualmente de menores, ação que, segundo disse, tramitaria na Comarca de Aquiraz. Não era verdade. O padre não respondia a nenhum procedimento judicial naquela Comarca, informação que o promotor de Justiça daquela circunscrição negou aos jornalistas que procuraram checar a informação. O apresentador preferiu divulgar a informação errada e, pior, não fez uma retificação nos dias posteriores.

ABORDAGENS – Nesse episódio até mesmo o diretor técnico-científico da SSPDC, Francisco José Simão, abordou o caso de maneira inadequada. O médico disse nas entrevistas que concedeu haver constatado que a vítima sofreu violência sexual. Na realidade o que ocorreu foi uma conjunção carnal consensual, não uma violência, o que pressupõe um ato forçado. O padre assassinado participou do ato por vontade própria.

EXPOSIÇÃO – Na coluna Política (jornal O Povo), do dia 28/08, o jornalista Fábio Campos abordou o fato de uma viúva de funcionário público estar pleiteando reajuste de quatro pensões percebidas do erário estadual, que elevaria de R$ 48 mil para R$ 52 mil os vencimentos. Abstraindo-se da discussão jurídica – muito embora direito adquirido seja garantido pela Constituição e, ainda que imoral os valores pagos à viúva do funcionário, existe base legal para sua manutenção – uma outra observação pode ser feita.

EXPOSIÇÃO – O colunista divulgou nome e renda mensal da pensionista, expondo-a a uma série de riscos, que vão desde a execração pública até o de sofrer uma violência, como assalto ou seqüestro, extensivo aos demais membros de sua família. Caso quisesse tornar público o assunto poderia – e deveria –, pelo menos, ter preservado a beneficiária. Submeteu-a a uma situação que pode encetar a busca na Justiça de uma reparação por danos.

EXPOSIÇÃO – Há alguns anos o então governador Tasso Jereissati, irresponsável e ilegalmente publicou nos jornais locais, em anúncio pago, relação de funcionários públicos estaduais que ganhavam acima do teto salarial estabelecido após a concessão dos benefícios, tachando-os de “marajás do serviço público”. Resultado: os citados entraram com uma ação judicial contra o Estado e ganharam direito à indenização por danos morais. A Procuradoria Geral de Justiça, que deveria entrar com uma ação de regresso para que o governador ressarcisse os cofres públicos do dinheiro que foi despendido por seu ato irresponsável optou por não cumprir seu papel institucional.

EXPOSIÇÃO – Na época em que a empresária Paula Queiroz Frota, uma das herdeiras do Grupo Edson Queiroz foi seqüestrada, o jornal O Povo publicou matéria detalhando todo o patrimônio da família, quando a vítima ainda estava em poder dos bandidos, o que gerou protestos dos enfocados. Afinal, tornando público o tamanho do patrimônio municiou os seqüestradores à fixação do valor do resgate ou seu incremento. Naquela ocasião o jornal reconheceu seu ato errôneo.

APELANDO – Em busca de mais pontos no Ibope o programa Comando 22 (TV Diário) passou a apelar. Além de não mais desfocar as imagens de cadáveres banhados em sangue, também chegou a ponto de exibir imagens de brigas de vizinhos. Um lamentável e dispensável teatro dos horrores do qual a emissora teria que poupar seus telespectadores. Na gerência da baixaria o repórter Afrânio Marques, velho especialista nesse tipo de aberração desde os tempos em que integrava a equipe do extinto programa e de lembrança nefasta “Aqui & Agora”.

PÉROLA – No programa Diário da Manhã, a apresentadora Katiúzia Rios chamou a repórter Franciane Amaral, que estava em Limoeiro do Norte e iria entrar ao vivo no programa da seguinte forma: “mulher, como é que está aí?”. Tem gente confundindo linguagem coloquial com papo de botequim ou até mesmo de tanque de lavanderia.

ELEITORAL – Como no próximo ano se realizam eleições para o Legislativo Estadual – além do governo e Senado – o deputado-radialista Gomes Farias passou a bater ponto nos programas esportivos da TV Diário. Aliás, da emissora deverá sair uma “penca” de candidatos nas eleições do próximo ano. Outro que já está em plena campanha há muito tempo é o apresentador do Comando 22, Ferreira Aragão, que quer trocar a Câmara Municipal pela Assembléia Legislativa. O apresentador Paulo Oliveira também estuda entre tentar uma cadeira no Parlamento Estadual ou concorrer a prefeito em 2008. E que o santo protetor dos eleitores livre-os dessas chagas.

COMENTARISTA – Eis que surgiu mais um “comentarista” na TV Cidade, dessa vez no programa Cidade 190. O nome do moço é Vitor Valim, e muita gente ficou imaginando de onde teria vindo o rapaz e qual a bagagem que o fez ser guindado ao posto de comentarista. A resposta a essa e outras indagações do gênero está num comunicado enviado pela direção comercial da Empresa, com o seguinte teor:

De: Direção Comercial

Para: Todos Departamentos da emissora
Data: 19/08/05
         Informo que o Programa Cidade 190 terá participação de Vitor  Valim, fazendo comentários dentro do programa, a partir do dia 22/08.
Atenciosamente,
Margarida Souza Valim
Dir. Comercial/ Programaçao
(085) 3083.8893
c/c:  CHICO ALVES, SANDRA, RICARDO, LUIS CARLOS, WALDO, DR. MIGUEL, HERMAN, JURANDY, MIGUEL FILHO, MAYARA, PATRIOLINO”.

COMENTARISTA – Bingo! O rapazola é marido da filha do dono da emissora. Maior bagagem e qualificação, com efeito, não poderia haver...

CORREIO ELETRÔNICO – Do internauta Tito Oliveira <titocs@uol.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

Gostaria que os Senhores da “EM OFF” me ajudassem a descobrir por qual motivo o jornal O POVO ressuscitou a medíocre coluna “ORA BOLAS” do Sr. Sérgio Redes. Para quem não sabe ou não se lembra, Sergio Redes ou Serginho Amizade, como era conhecido, foi jogador de futebol na década de 70, chegando em nossa capital como refugo do Botafogo do Rio de Janeiro. No ano de 2000 se meteu a cartola do Ceará Sporting Club, tendo sido um dos (ir) responsáveis – junto com Rubens Minelli, Cláudio Duarte, Lula Pereira, Dimas Filgueiras e outros – pelo fracasso da bem intencionada gestão Alcântara & Mendes, que tinha como patrocinador, o forte Banco Icatu Hartford.  Agora – não sei por que cargas d’água – o Sr. Redes voltou a escrever um monte de abobrinhas sobre um assunto (futebol) que ele pensa que entende, ocupando um precioso espaço de um jornal de grande circulação.
 
TITO OLIVEIRA
Bairro Meireles
Fortaleza(CE)

RESPOSTA – Somente o próprio jornal poderá satisfazer a curiosidade do internauta. O sítio Em Off só faz uma observação na mensagem do leitor: dizer que a gestão de Élfio Mendes e Ricardo Alcântara no Ceará Sporting Club foi bem intencionada é um grande equívoco. Mendes e Alcântara foram os responsáveis maiores, juntamente com os citados na mensagem, pela derrocada daquele projeto de parceria. Élfio Mendes já chegou no alvinegro sob a égide de ter se envolvido nos escândalos do Banco do Estado do Ceará (BEC) e Ricardo Alcântara, com todo o respeito, não justificou sua passagem pelo clube. Até hoje não se sabe para onde foi todo o dinheiro aplicado pelo Icatu, pois, com certeza, não ficou no Ceará, seja em forma de benefícios patrimoniais ou em material humano.

CONTINUA – Semana passada o editorial do programa Barra Pesada (TV Jangadeiro) criticou, em duas edições, a carga tributária como empecilho para a geração de emprego e distribuição de renda. Citou os encargos que inibem a contratação de trabalhador com CTPS assinada, além de tributos municipais, como o ISS. Não fez, entretanto, qualquer menção do tributo estadual ICMS, que o governo Lúcio Alcântara aumentou de 25% para 27% em cima de “produtos supérfluos”, dentre eles combustíveis e telefonia, isentando os “essenciais” refrigerantes e cervejas. Caso a emissora continue a insistir nesse tipo de artimanha manipulatória vai ver cada vez mais os índices do programa despencar.

PIADA – Caso a deputada estadual Íris Tavares (PT) venha a ser cassada por seus pares – e ímpares também – da Assembléia por quebra de decoro parlamentar, após denúncia da prática da “rachadinha”, onde o deputado embolsa uma parte dos salários de seus assessores, será uma piada ver deputados que têm essa prática, comprovadamente, julgando seus colegas. A prática é disseminada, principalmente entre alguns membros da mesa diretora.

SILÊNCIO – Há um ano foram furtados dois computadores portáteis do prédio sede da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), no Cambeba. Até o momento nem a Secretaria, muito menos a 13ª Delegacia Distrital, onde foi instaurado inquérito, fornecem qualquer informação sobre o destino do caso. Aliás, aquela Pasta tem sido um celeiro de irregularidades. Há muito tempo a Seduc se nega a fornecer informações sobre sindicâncias instaladas para apurar irregularidades cometidas por seus servidores. Dentre elas uma sindicância instaurada para apurar crime de peculato cometido pela servidora Francisca Waldeglace Lobo, mas o parecer sequer foi despachado pela titular da pasta e, dessa forma, não enviado ao Ministério Público Estadual para que pudesse ser tomada a ação judicial cabível.

PARA REFLETIR – “O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma”. (Einstein)

Volta

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