Em Off
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Arquivo de atualizações Imprensa CE - agosto/2006
ATUALIZAÇÃO N.º 330 - 07/08/2.006
PROCAPUÍ – Há três anos o sítio Em Off começava a noticiar o imbróglio que envolvia um dos mais intrincado esquema de crimes que se tinha notícia nos últimos tempos, capitaneado pelo empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerald Layani, (foto) através de empresas lideradas pela Procapuí, empreendimento de carnicicultura instalado no município de Icapuí. Além dessa empresa, envolveu a Iglomar e a Icapel, todas pertencentes ao mesmo dono da Procapuí. Passados três anos – período em que a imprensa local passou ao largo de todo o caso – o episódio chega a um dos seus capítulos muito próximos do final, com o relatório da CPI dos grupos de extermínio, instalada pela Assembléia Legislativa. Assim como o Em Off noticiou, sozinho, o drama que se abateu sobre os colegas jornalistas do extinto jornal Tribuna do Ceará, até seu último capítulo, continuará abordando o tema até que seu desfecho seja sacramentado.
PROCAPUÍ – Durante esses três anos, o sítio Em Off noticiou todas as ações de Mike Layani e seus auxiliares não apenas no Ceará, mas também em outros estados. Desde o estouro dos empréstimos tomados e não honrados – que produziram um enorme rombo em pequenos, médios e grandes investidores locais – até a leitura do relatório, por parte do deputado Paulo Duarte (PSDB) (foto), o sítio não deixou de publicar nenhum episódio relativo ao caso. Infelizmente a mídia local optou por não dar destaque ao fato, mesmo quando ganhou os holofotes da CPI dos grupos de extermínio. Passou silente todo esse tempo, quem sabe por quais motivos?
PROCAPUÍ – Somente após o deputado Pedro Uchoa (PSL) pronunciar-se em plenário sobre o depoimento do advogado Atílio Paracampos, que disse à CPI estar sofrendo ameaças de morte por parte de Mike, denunciando a ação do empresário através de suas empresas, a imprensa local reportou-se ao fato. Mas logo tratou de devolver o assunto ao freezer, principalmente pelo fato do empresário ter dito haver contribuído com campanhas políticas, dentre elas a do atual governador Lúcio Alcântara (PSDB).
PROCAPUÍ – Eis que o relatório da CPI pede o indiciamento de Mike Layani, da advogada e ex-gestora das empresas Eunice Leal Oliveira (foto) e do também advogado Atílio Paracampos, por diversos crimes. Também pede o indiciamento do presidente da Junta Comercial do Estado do Ceará (JUCEC), Erle Ximenes Rodrigues, por não enviar os documentos solicitados pela Comissão, sobre as empresas de Mike Layani.
PROCAPUÍ – A CPI encaminhará pedidos de indiciamento ao ministério público Federal e Estadual. Dentre os crimes listados, entretanto, não está o de formação de quadrilha ou bando, cristalinamente consolidado durante a investigação feita. A Polícia Civil já tem inquérito instaurado para apurar os crimes praticados por Mike Layani. A Procuradoria da República espera apenas o recebimento dos documentos para instaurar procedimento administrativo. O Ministério Público Estadual precisa, além de dar encaminhamento aos pedidos feitos, solicitar o inquérito feito pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e, se for o caso, solicitar novas diligências.
PROCAPUÍ – A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) também vai receber o relatório e precisa, incondicionalmente, instaurar procedimento em virtude da confissão de doação de dinheiro – R$ 200 mil – à campanha do então candidato ao governo Lúcio Alcântara, intermediado pelo senador Luiz Pontes (PSDB) (foto), dinheiro não declarado na prestação de contas do hoje governador ao TRE. Isso tipifica crime eleitoral e o Ministério Público Eleitoral provavelmente pedirá a cassação do mandato e a inelegibilidade de Lúcio Alcântara.
PROCAPUÍ – O caso Procapuí caminha para sua reta final, onde culpados serão acionados e, espera-se, punidos pelos crimes cometidos, tanto autores como beneficiários. Infelizmente é pequena a possibilidade dos que foram lesados serem ressarcidos. No próximo dia 08/08 o relatório lido na semana passada será posto em votação. A CPI fez sua parte, ainda que com reservas por conta da implicação política do caso. O relatório autentica ainda mais tudo o que o Em Off expôs durante esses três anos.
BOMBEIROS – A notícia divulgada pelo sítio semana passada, sobre a realização de um evento patrocinado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM), onde foi feito um sorteio de uma moto e contou com a presença do deputado federal e candidato à reeleição Léo Alcântara (PSDB) – filho do governador Lúcio Alcântara – e o possível favorecimento de candidaturas por parte de seu comandante, Duarte da Frota (foto), repercutiu durante a semana entre nossos internautas. Algumas manifestações e novas informações nos foram enviadas, envolvendo a Corporação.
BOMBEIROS – Do internauta José Antônio Silva <silva_ceara@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem sobre o assunto:
“Estimado Editor,
Fica mais do que clara a intensão do Comandante dos Bombeiros em querer induzir as senhoras do Projeto 3a idade a votarem em seus candidatos, dentre estes citamos: Major Sérgio Gomes (Candidato a Dep Estadual), Léo Alcântara(Dep Federal - Filho do Governador) e o terceiro o Dr. Lúcio Alcântara(Governador).
Já que você falou em improbidade deste dirigente militar dos bombeiros que tal vossa senhoria sugerir uma auditoria nas dezenas de viagens que este militar e seus assessores fizeram por este país e até ao exterior, por conta do erário?
Saiba também que existe uma tal de SOABOM, ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ, CNPJ 05.702.943/0001-80, presidida pelo Chefe de Gabinete, Coronel Moreira, e esta Entidade angaria doações nos diversos segmentos de nossa sociedade, principalmente bancos, e não se sabe para onde vão estes recursos. Os pedidos de doações em dinheiro são depositados em conta bancária administrada por este dito chefe de gabinete, recentemente promovido prematuramente ao último posto da corporação, com apenas 18 anos de serviços prestados.
Digo mais, cadê a execução da interdição do North Shopping? Sabe quem intercedeu por este shopping? O dito chefe de Gabinete do Comandante dos Bombeiros. Cadê a Justiça? Eles sabem muito bem se articular com ela e que o diga a recente comenda outorgada ao Procurador Geral de Justiça pelo Comandante desta Corporação.
Quem não viu em cadeia nacional de televisão, em horário nobre, este Chefe de Gabinete, Coronel Moreira, fazendo propaganda da Norte Gás Butano? E pode? Para quem tá no poder pode pois ninguém falou nada. Também, o rapaz é academico de Engenharia Civil na universidade do Grupo, onde entrou de pára-quedas, pois vestibular não fez. Haja comenda, até a Débora Soft, vereadora (Ex "Stripper" da Boite Sunset), recebeu comenda dos Bombeiros”.
BOMBEIROS – São denúncias extremamente graves e que precisam, incondicionalmente, serem apuradas pelo Ministério Público Estadual. Mas as informações sobre irregularidades no CBM não pararam por aí. Nosso valoroso internauta Pedro Pedralva <pedra_pereira@yahoo.com.br> nos enviou mais considerações:
“Amigos:
(...) Gostaria de acrescentar alguns fatos à denúncia de vocês quanto ao uso ilegal da instituição pública Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, para fazer campanha em favor do filho do governador, o mega-suspeito Léo Alcântara. Vocês não disseram, mas o jovem Léo faz 'dobradinha' eleitoral com o major Sérgio Gomes, figura que tem grande poder de mando (e desmando?) dentro da corporação Bombeiros. Esse Major é candidato a deputado estadual, e está em campanha.
Para tornar-se 'popular e conhecido', este mesmo senhor Sérgio Gomes 'arrendou' horário na rádio Cidade-AM há cerca de 2 anos. O programa leva o nome do Corpo de Bombeiros e permanece no ar. Sérgio precisou deixar o comando da risível atração (?) por força da Lei Eleitoral. (...) qual é o critério obedecido para a escolha da emissora? Foi realizada licitação? E como é que o arrendatário-mór da rádio Cidade, o empresário (?) de forrós Assis Monteiro recebe o pagamento do CBM? Estaria o Estado bancando a fatura? E pode?
Outra informação: o coronel Duarte Frota é bajulado diariamente, de segunda a sexta-feira pelos soldados, sargentos e outras figuras fardadas que atualmente se revesam no comando do programa (?) em substituição a Sérgio Gomes. Quanto a este, vive recebendo 'alôs' através da mesma nefasta atração (?) que a rádio Cidade lamentávelmente oferece aos seus ouvintes no horário da tarde”.
BOMBEIROS – O sítio Em Off defende a realização de licitação para o gasto de todo e qualquer centavo do erário, em todos os níveis. Dessa forma, nem o CBM poderia arrendar horário em emissora de rádio, tampouco o governo do Estado arrendar horário em emissora de TV, como ocorre, sem que esse arrendamento não tenha sido submetido à licitação. A Procuradoria Regional Eleitoral precisa, urgentemente, atuar com relação a abusos como os citados pelos nossos internautas. O procurador regional eleitoral, Oscar Costa Filho, precisa centrar sua atenção na fiscalização da eleição e não na imposição do seu desejo de indicar os dois procuradores auxiliares, querela que está não apenas prejudicando o trabalho de fiscalização da eleição, mas manchando o nome do Ministério Público Federal.
CRIME – Falando em PRE, crime eleitoral e meios de comunicação, tem sido vergonhosa a forma como picaretas travestidos de radialistas e falsos profissionais têm se portado nesse período eleitoral. Um festival de crimes eleitorais e atos anéticos estão sendo cometidos num campo onde a fiscalização não tem tido presença forte nas eleições: o rádio. No risível programa “Momento Político”, veiculado pela rádio Assunção-Globo, o dublê de radialista e falso profissional Carlos Silva faz não uma propaganda subliminar, mas descarada, aberta e desavergonhada do candidato Lúcio Alcântara. O indivíduo faz elogios rasgados à gestão do governador, na intenção de favorecer a candidatura dele à reeleição.
CRIME – Na eleição de 2004 a Justiça Eleitoral chegou a punir emissoras pelo simples fato de veicular matéria sobre o governo do Estado, mas tem fechado os olhos para o que vem sendo feito ultimamente, notadamente no meio radiofônico. A situação é tão vergonhosa, que o produtor do programa do tal radialista, Cláudio Terá, também integra a equipe de produção dos programas de rádio do candidato do PSDB. Relação promíscua mas não surpresa para o histórico que Carlos Silva tem na relação com o Poder Público.
PÉROLA I – Essa foi publicada em título da editoria de esportes do jornal O Povo, edição on line do dia 06/08: “Fortaleza sobre pressão”. Então, se o tricolor está sobre a pressão, tudo bem. A diretoria, a torcida e, quem sabe, o editor de esportes do jornal terá que começar a se preocupar quando o Fortaleza estiver sob pressão. O erro não foi para a versão impressa.
PÉROLA II – Essa foi publicada na coluna Vale-Tudo (jornal O Povo), cujo titular é Alan Neto (foto), dia 06/08: “Exclusiva. Sábado, dia 12, quando o presidente Lula estiver em Fortaleza, mais precisamente no local do antigo Kartódromo César Cals, na Leste-Oeste, num grande comício, dará de presente à prefeita Luzianne Lins a liberação de recursos para a construção da Avenida Litorânea, espécie de Beira Mar da Leste-Oeste. Esta nova avenida rasgará o Pirambu no meio. Recentemente, houve uma queda de braço entre Governo e Prefeitura, cada qual querendo assumir a paternidade da grande obra. Com a interferência de Lula, ganhou a Prefeita, ganhará Fortaleza. Neste mesmo comício, Lula anunciará, oficialmente, o irrestrito apoio ao companheiro Cid Gomes, detonando de uma vez por todas algumas dúvidas, boatos, mexericos, fofocas de que haveria trairagem. O anúncio, tal e qual galho de urtiga, provocará comichões em muita gente”. Exclusiva? A vinda do presidente Lula a Fortaleza no dia 12/08 já circulava pela Cidade desde o início da semana.
AMARELOU – Falando ainda de Alan Neto e a coluna Vale-Tudo, foi publicado na mesma edição: “DE FAVER INVEJA Querem saber qual é o comitê dos candidatos a deputados de fazer inveja a qualquer um? Resposta: Léo Alcântara, filho de Lúcio, na rua Torres Câmara. Deixa comendo poeira o comitê, por exemplo, de Ciro Gomes”. Ora, com todas as acusações de irregularidades em vários contratos do governo do Estado – especialmente envolvendo a Conap, empresa contratada sem licitação para a administração de presídios, cujo presidente é sócio de Léo Alcântara –, de desvio de dinheiro, seria espantoso se o parlamentar não tivesse um comitê nababesco. Mas o colunista preferiu não entrar nessa seara...
OMISSÃO – A forma como o jornal O Povo tratou a agressão sofrida pelo repórter fotográfico Mauri Melo, do seu quadro de funcionários, chegou quase à omissão. O jornal fez um tímido, quase imperceptível registro do fato no final da matéria sobre a manifestação dos trabalhadores sem-terra, durante a cobertura da qual se processou a agressão. Caso a agressão tivesse ocorrido por parte dos trabalhadores sem-terra, certamente o jornal teria outra atitude, com ampla cobertura. Mas a explicação para essa diferença de tratamento é simples: a Coelce dispensa generosa verba publicitária aos meios de comunicação locais, incluindo-se aí, evidentemente, o próprio jornal.
OMISSÃO – A nota emitida pela Gerência de Comunicação da Coelce é uma peça cômica. A Empresa diz que “respeita, acima de tudo, a liberdade de imprensa e o acesso de todos à informação, reconhecendo o papel fundamental da imprensa dentro da sociedade”. Respeita tanto que sua segurança agrediu um profissional de imprensa em suas dependências. “A Coelce lamenta profundamente o mal-entendido (...) envolvendo o repórter Mauri Melo”. Não houve mal-entendido nenhum: todo mundo entendeu perfeitamente que o repórter foi agredido e que a intenção da Coelce era exatamente impedir o trabalho da imprensa. “Esclarecemos que, em momento algum, houve intenção de impedir o livre exercício de sua função de jornalista e de sua tarefa de informar os acontecimentos", continuou a nota. Imaginem se a Coelce tivesse essa intenção, pois se não tendo agrediu Mauri Melo, chegando ao ponto de feri-lo no nariz e quebrar seus óculos, ficamos a imaginar o que faria a Empresa. Provavelmente o colocaria no tronco ou, quem sabe, o mandaria para o fuzilamento no paredão. Brincadeira tem hora e nem todo mundo é desprovido de neurônios como pensa a Coelce e a Gerência de Comunicação.
COMEÇOU – Começou cedo a onda de panfletos apócrifos. O sorteado foi o candidato Cid Gomes (PSB). Em eleições passadas essa prática sempre esteve presente, não ficaria de fora agora. Em 1994 foram distribuídos panfletos apócrifos contra a candidatura de Mauro Benevides ao Senado. Em 2000 houve o episódio dos panfletos apreendidos na Tiprogresso, não se tendo notícia se houve punição aos responsáveis. Nas vezes anteriores, ao que parece, não houve punição, porque tudo mais é por demais impreciso...
VIAGEM – A apresentadora do Jornal do Meio Dia (TV Verdes Mares) Daniely Portela (foto) viajou para Salvador, com a finalidade de entrevistar as “estrelas” que participariam do Fortal, realizado no final de julho. O problema é que a moça resolveu levar um acompanhante. Até aí tudo bem, se passagem e hospedagem da companhia não tivessem sido incluídas pela moça na despesa para a emissora pagar. A viagem “na faixa” pode acabar custando muito, mas muito mais caro do que ela poderia imaginar.
PARA REFLETIR – "Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória. Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói". (Chales Chaplin)
ATUALIZAÇÃO N.º 331 - 14/08/2.006
BLINDAGEM – A pesquisa de intenção de voto para o governo do Estado realizada pelo Instituto DataFolha, divulgada semana passada pela TV Jangadeiro e pelo jornal O Povo, trouxe à tona dados que expressam uma triste realidade dos meios de comunicação locais. Os números – se realmente expressarem a realidade – consolidam um quadro incontestável. A pesquisa apontou uma vantagem de nove pontos percentuais para o atual governador Lúcio Alcântara (PSDB), em relação a seu principal concorrente, Cid Gomes (PSB). Os índices trouxeram informações bem interessantes, como o empate técnico na intenção de votos no interior do Estado dos dois candidatos, sendo a dianteira garantida ao candidato tucano, segundo a pesquisa, pela Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
BLINDAGEM – Encontra-se, exatamente, nessa Região, a maior parcela do eleitorado cearense. É nessa faixa do Estado que moram os maiores atingidos pelos graves problemas decorrentes da incompetência, inércia e omissão do Poder Público estadual. Na RMF, por exemplo, concentra-se o maior número de homicídios, seqüestros, assaltos, roubos e toda a sorte de crimes. O morador dessa faixa territorial vive continuamente sobressaltado, com medo, receoso de ser mais uma vítima da violência, mais um involuntário personagem dos programas policiais e das matérias do gênero publicadas pelos jornais locais.
BLINDAGEM – A insegurança na RMF é bem traduzida pela quase total ausência da presença do aparelho policial, seja pelo policiamento preventivo de incumbência da Polícia Militar, seja pelo trabalho investigativo da polícia judiciária, a Polícia Civil. Não por culpa dos que fazem as duas instituições, mas pelo intenso processo de sucateamento do setor de segurança pública que vem ocorrendo há muito tempo. Para que se tenha uma idéia, apenas 34 delegacias atendem à área que concentra quase a metade da população cearense. Delegacias essas abarrotadas de presos que deveriam estar em presídios, não em xadrezes das distritais, que são apenas locais de detenções provisórias. Tem até preso cumprindo pena em delegacia.
BLINDAGEM – Ainda que se tente pregar o contrário, segurança pública é incumbência principal dos estados, definida na Constituição. Portanto, mesmo que haja o discurso de federalização da responsabilidade, esta é da esfera estadual em sua principal parcela. Essa dissociação da culpabilidade pela situação de caos na qual vive a maioria da população pelo governo do Estado não se dá à toa ou de maneira espontânea. Isso reflete a blindagem que os meios de comunicação de massa promovem quanto à administração tucana. Um esquema que se arrasta há tempos, com a participação de empresas e profissionais de comunicação seja por conveniência, seja por livre e espontânea pressão.
BLINDAGEM – Os programas policiais infestam a grade de programação das emissoras de TV. São quatro atualmente, somando mais de seis horas diárias, se somarmos as reprises de alguns. Todos explorando o tema violência com um extremo sensacionalismo. Não é para menos, pois, infelizmente, a maioria dos telespectadores se seduz por uma forma de espetacularização da violência, transformando episódios dantescos em acontecimentos de gala. Uma catarse extremamente prejudicial à sociedade, cuja maioria ainda não tem a capacidade de discernir sobre a forma como é manipulada.
BLINDAGEM – Essas “atrações”, por sua vez, capricham cada vez mais na busca por pontuação nas pesquisas de preferência. Não importa se, ainda que desfocada ou não, seja veiculada a imagem de cadáveres banhados em sangue ou pessoas acusadas ainda sem culpabilidade comprovada pela Justiça. Os batedores de carteiras são expostos numa proporção inversamente proporcional às dos bandidos perigosos, empunhem eles armas ou vistam ternos.
BLINDAGEM – Todos os programas e editorias de polícia dos jornais locais agem de uma maneira a despersonalizar a responsabilidade pela insegurança que campeia. O discurso é padronizado, sempre apresentadores e repórteres – em sua maioria esmagadora falsos profissionais do jornalismo – fazem um enfadonha e repetitiva pregação de que a “situação está incontrolável”, que “a população vive em estado de constante insegurança”, e uma penca de frases feitas e chavões. Mas não cobram do principal responsável que cumpra sua obrigação: o governador do Estado, responsável pela ação institucional para que essa barbárie cesse ou, pelo menos, seja combatida.
BLINDAGEM – Essa ação coletiva não é aleatória ou coincidente. Ela resulta de um pesado esquema de cooptação de empresas e profissionais de comunicação, que funciona através da distribuição da verba publicitária oficial. Como tem o controle da torneira, o Executivo determina quando e qual terreno será irrigado com subvenção oficial. Isso pode ser feito pela compra de espaço publicitário, pela concessão de cargos comissionados, pelo patrocínio direto de programas televisivos, por uma gama de artifícios que mancham de morte o bom jornalismo.
BLINDAGEM – Basta que se tome como parâmetro, por exemplo, o que ocorre no estado de São Paulo. Os violentos ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) se refletem nos índices de intenção de voto dos candidatos que comandam ou comandaram o Estado. O postulante tucano à presidência, Geraldo Alckmin vê seus números encolhendo a cada dia, enquanto José Serra, se não herda a mesma velocidade na retração, sua larga vantagem frente aos demais candidatos lhe proporciona um cenário menos desconfortável e os reflexos ainda não são suficientes para uma reação. Naquele Estado o governador Cláudio Lembo é cobrado, insistente e corretamente pela situação insustentável na qual as administrações tucanas nos últimos anos inseriram a população. O fato mais grave ocorreu na manhã de sábado, dia 12/08, quando o jornalista Guilherme Portanova e um auxiliar técnico foram seqüestrados. Horas depois o auxiliar foi libertado com um dvd contendo uma mensagem do grupo criminoso, que foi veiculado pela emissora. Até o momento o jornalista ainda estava em poder dos criminosos.
BLINDAGEM – Por aqui não há questionamento nenhum ao governador quanto aos graves problemas relacionados à segurança pública. Apenas um quarto dos municípios cearense dispõe de delegacia de polícia. O efetivo das duas polícias é insuficiente, mal remunerado, mal preparado, sem condições de trabalho. O grupo de extermínio formado por policiais militares e financiado por empresário do ramo de farmácias passou ao largo do governo. Provocou a queda do secretário de segurança, mas o governador sequer foi a público dar qualquer tipo de declaração. Não lhe era interessante, tampouco a mídia por isso decidiu. Há caso, por exemplo, de assessor de imprensa de organismo policial que acumula a função, aneticamente, com a de repórter de editoria de polícia.
BLINDAGEM – Um caso que cristalizou – para quem ainda tinha algum tipo de dúvida – esse tipo de conduta ocorreu semana passada, com a prisão de militantes tucanos que distribuíam panfletos depreciativos do candidato oposicionista. O comando da campanha tucana argumentou que os panfletos estavam dentro da legalidade, os peessebistas, evidentemente, que a prática constituía crime eleitoral. Segundo publicado no jornal Diário do Nordeste, a coordenação da campanha do PSDB admitiu que pelo menos um dos panfletos depreciativos – que já haviam sido distribuídos anteriormente e motivaram denúncia feita e acatada pelo Ministério Público Eleitoral – estava em poder dos detidos. O fato continha uma gravidade muito grande, pois, em sendo aplicada a lei, é motivo até para cassação de candidatura.
BLINDAGEM – O que fizeram os meios de comunicação locais? Minimizaram tanto o fato que praticamente passou despercebido. O jornal O Povo publicou uma pequena matéria, perdida no meio de tantas outras. . Isso não é atitude de imprensa que apregoa tanto ser independente, inteligente, informada, etc. O Diário do Nordeste fez pior: transformou o fato num intertítulo numa reportagem sobre a adesão de um vice-prefeito do partido oposicionista ao candidato situacionista, publicando, ainda, uma foto dos dois opositores juntos. Um verdadeiro samba do crioulo doido, que de doido não possui absolutamente nada. A intenção era exatamente camuflar, escamotear, fazer do fato uma coisa menor. Pessoas humildes, que esperam o período eleitoral para ganhar algum dinheiro, pagando pela vileza de quem os remunera. Ambos jornais reproduziram o comportamento que vêm tendo há muito tempo com o Executivo estadual: de cooptação e subserviência. Nem o blog de política do jornal O Povo publicou. Nem uma mísera notinha. Não falou sobre a prisão de militantes do PSDB distribuindo panfletos ilegais, mas reportou-se à uma suposta Kombi pertencente ao Ministério da Saúde que estaria distribuindo material sobre o comício que o presidente Lula realizou na noite do último sábado, dia 12/08, na avenida Leste-Oeste. Que critério é este? Por qual motivo houve a utilização de dois pesos e duas medidas?
BLINDAGEM – As emissoras de TV seguiram a mesma linha. Algumas, inclusive, até ignorando o fato. A TV Verdes Mares ignorou solenemente o fato, bem como a TV Jangadeiro. Aliás, quando a equipe deslocada para a cobertura do fato chegou na emissora já havia a determinação de que a matéria não fosse ao ar. Afinal, não é à toa que a Jangadeiro possui programas pagos pelo governo estadual e um de seus proprietários é o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati. Jornalismo não se faz dessa forma, mas infelizmente por conveniência, por receio ou – mais comumente – por deficiência de caráter, existem profissionais de imprensa prontos a repetir uma ladainha de justificativas absolutamente infundadas para atitudes como essa. Difícil acreditar na isenção e, principalmente, na credibilidade dessas empresas e profissionais. A campanha política está apenas no seu começo, mas o prenúncio é de que o panorama jornalístico seja similar ao verificado em eleições passadas, onde a ética, a responsabilidade e o compromisso com o ofício jornalístico continuem solenemente ignorados.
PROCAPUÍ – O relatório da CPI dos grupos de extermínios, instalada pela Assembléia Legislativa, relativo aos crimes imputados ao empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerald Layani, envolvendo as empresas Procapuí, Iglomar e Icapel, do ramo de carnicicultura, foi aprovado pelos membros. Mike Layani foi apontado como autor de diversos crimes federais e estaduais, bem como a advogada e ex-gestora das empresas, Eunice Leal Oliveira e do também advogado Atílio Paracampos. O relatório será enviado ao ministério público Federal e Estadual para a tomada das devidas providência.
PROCAPUÍ – O relator, Paulo Duarte, solicitou que também fosse enviado o relatório para a Ordem dos Advogados do Ceará – Secção do Ceará (OAB-CE), para que seja instaurado procedimento pela Entidade para apurar a conduta irregular de Eunice e Paracampos. Ambos estão envolvidos e denunciados por diversos crimes e a Ordem precisa investigar para apurar e punir exemplarmente quem estiver se desviado da conduta correta.
EXAGEROU – E o jornal O Estado resolveu partir para a ignorância em busca, quem sabe, de mais alguns exemplares vendidos. Semana passada estampou em sua capa a foto de uma mulher agredida pelo marido, olho bastante inchado, rosto, braços tomados por hematomas. A foto chocou não apenas pela grotesca imagem, mas pelo fato de não ter trazido qualquer recurso que impedisse a identificação da agredida. Seu nome foi divulgado na íntegra no texto. Mulheres vítimas de violência doméstica precisam ter sua identidade e imagem preservadas, não apenas pelo constrangimento do fato, mas pela própria segurança. Mas o jornal O Estado optou pelo sensacionalismo barato e condenável. Mesmo sendo um refúgio de muitos falsos profissionais, não contar com uma estrutura semelhante aos demais jornais diários em circulação, O Estado não tem como justificar essa aberração, que foi repetida, claro, nas páginas internas.
PREJUÍZO – A querela envolvendo o procurador regional eleitoral, Oscar Costa Filho e os procuradores auxiliares nomeados pelo procurador geral da República, Fernando Antônio, está causando prejuízo para a fiscalização da eleição. Oscar conseguiu uma liminar impedindo a distribuição de processos para Nilce Cunha e Meton Vieira, expedida pela Justiça Federal. O procurador eleitoral quer a manutenção dos que havia indicado antes para os cargos, Edmac Trigueiro, Francisco Machado Teixeira e Fernando Negreiros, esses dois últimos afastados após ação dos também procuradores Alessander Sales e Alexandre Meireles.
PREJUÍZO – Essa briga dos procuradores federais está afetando não apenas a imagem do Ministério Público Federal, mas a lisura do processo eleitoral. Semana passada, por exemplo, Oscar conseguiu da Justiça a suspensão do repasse de verbas para os municípios por parte do governo estadual e do DNOCS, o que poderia se transformar em instrumento de cooptação, numa medida inteiramente acertada. Passou ao largo, entretanto, a ação do governo do Estado, que enviou mensagem à Assembléia Legislativa para a admissão no serviço público, sem concurso, de 9.200 agentes comunitários de saúde. Ainda que essa distorção esteja amparada por uma emenda constitucional, não poderia ser feita nesse período pré-eleitoral, pois se a realização de concursos públicos e convocação de concursados fica proibida três meses antes e três depois das eleições, quanto mais esse imenso “trem da alegria” proporcionado pela canetada do governador Lúcio Alcântara. O MPE, absorto nessa disputa interna, não atuou nesse fato. Essa pendenga poderá acabando no Conselho Superior do Ministério Público.
ABSURDO – A barbárie mostrou mais uma faceta no caos instalado na segurança pública, com o seqüestro do jornalista Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, ambos da TV Globo de São Paulo, na manhã de sábado, dia 12/08, na capital paulista. Horas depois Alexandre foi libertado com um dvd que continha uma mensagem do Primeiro Comando da Capital, que foi divulgado na madrugada de domingo pela emissora. Na madrugada dessa segunda-feira, dia 14/08, Guilherme foi finalmente libertado.
CORREIO ELETRÔNICO I – Do internauta Carlos Pitombeira, da Barra do Ceará, recebemos a seguinte mensagem:
“Veja caro Editor.
A matéria enfocada em coluna social do Diário do Nordeste (REGINA MASHALL), dia 07/08, deixa uma pergunta: Essas autoridades da Justiça que usaram e abusaram da cortesia do advogado do Fortal terão condição de negar os pedidos que advirão do advogado dono camarote?
Carlos Pitombeira - Barra do Ceará”
RESPOSTA – A nota a que se refere o internauta é a seguinte:
“No camarote do advogado do Fortal, Wellington Leitão, o casal Monique e Ernane Barreira, os juízes federais Alcides Saldanha e Ricardo Pinto, os juízes estaduais Cid Peixoto e Carlos Feitosa, os advogados Cândido Albuquerque, Hélio Whinston e Cid Marconi. Além do assessor Caica Leitão.”
Com efeito, autoridades judiciárias, bem como membros do Ministério Público, Legislativo, Executivo, do serviço público no geral devem evitar qualquer tipo de atitude que possa lhes colocar em situação de questionamento de suas ações quando envolvendo assuntos ou pessoas ligadas a pessoas que, de uma maneira ou de outra, publicamente lhe concederam benefícios. A observação do internauta não é somente pertinente, mas um alerta.
CORREIO ELETRÔNICO II – Do nosso internauta ediogenes <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
“Hoje eu li, que o Padre da Igreja do Patrocínio, fechou com corrente a rua para carros não estacionarem. Até ai nenhuma Novidade, afinal o Pe Ferreira, foi um dos apoiadores da privatização da linda Praia da Leste Oeste, foto em anexo, quando era publica, para o se fazer um hotel.
O Diabo, é que tudo esta sendo privatizado, dentro em pouco, nada resta de publico. Esta semana tive que ir a Dom Luiz fazer uma compra. O que vi nos quarteirões próximos ao Comitê do Cid, foi de arrepiar. A Avenida está cheia de lojinha com um pouco mais de 5 metros de frente, nenhuma tem estacionamento, todas usam a calçada como estacionamento, enquanto o povo anda nas ruas junto com os carros em movimento.Tem até Academia no local, sem estacionamento. O Pior em que cada loja colocou um brutamonte, sem nenhum tato com gente, para vigiar um espaço que não é seu, é publico, e se um carro vai estacionar e não se destinar àquela lojinha o brutamonte o obriga a sair com atos não muito civilizados. Ninguém toma providência. Em alguns locais da cidade, as lojas que usam as calçadas como estacionamento, colocaram até plaquinha, 1 real a hora, exceto para clientes, ou seja, alugada a calçada.
A AMC, coitada, nada faz, nem link para reclamações e sugestões tem em seu site. Ainda bem que o Ministério Publico, quer salvar a Praia do Futuro, mas é necessário o apóio da Imprensa, o que parece não acontecer. Por Favor, Vejam a linda Foto da Praia da Leste Oeste, em anexo, em não deixem que nossos espaços públicos seja privatizados como foi aquele.
Ediogenes”.
RESPOSTA – Não apenas no local citado pelo internauta mas em toda a Cidade se verifica ocorrências como a descrita. Esse tipo de problema decorre de dois motivos principais: a falta de fiscalização da Prefeitura de Fortaleza – seja por falta de condições materiais e humanas, seja por incompetência – e o triste hábito de nós brasileiros de não querermos cumprir leis. Existem locais, por exemplo, onde a PMF fez a fiscalização mas os comerciantes voltaram a praticar o ilícito citado pelo internauta. O Poder Público precisa agir e o povo precisa entender que leis foram feitas para serem cumpridas, não apenas direitos para serem exigidos. A propósito, as fotos que o internauta se refere são as seguintes, do mesmo trecho da avenida Leste-Oeste, onde hoje está instalado o hotel Marina Park.
PARA REFLETIR – "Nada mais assustador que a ignorância em ação". (Goethe)
ATUALIZAÇÃO N.º 332 - 21/08/2.006
DISTORÇÃO – Na atualização passada o sítio Em Off abordou a blindagem que os meios de comunicação locais fazem em relação ao governo do Estado. A situação de insegurança em que vive a maioria da população cearense chegou ao seu ápice, com casos de seqüestros pipocando todos os dias, além de assaltos, latrocínios, homicídios, furtos, arrombamentos e uma gama de outros crimes. Mas o competente e fiel batalhão de choque oficial se esmera para que a violência chegue à mídia despersonalizada, sem que o principal responsável seja chamuscado: o chefe do Executivo.
DISTORÇÃO – Semana passada houve mais um episódio no qual ficou evidenciada a forma parcial e distorcida como a imprensa local – com raríssimas exceções – vem agindo na cobertura da sucessão estadual. Um lamentável episódio onde cristalizou-se ainda mais essa nefasta prática que se verifica há anos, mantida sob um pesado esquema de distribuição de verbas publicitárias e cargos comissionados, com a ação oficial e de profissionais e falsos-profissionais de imprensa que optam pelo caminho contrário ao que determina o bom jornalismo e a ética, além do bom caráter.
DISTORÇÃO – No dia 12/08, sábado, houve um comício realizado por uma coligação que se opõe à candidatura do governador Lúcio Alcântara (PSDB), que concorre à reeleição. O evento ocorreu na avenida Leste-Oeste e contou com a participação do presidente Lula. O ato foi o início da estratégia oposicionista de vincular a candidatura do concorrente do governador ao presidente, que dispõe de uma larga vantagem na preferência de votos sobre o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin. No vácuo dessa dianteira, a oposição pretende tirar a diferença de alguns pontos percentuais que separam as duas candidaturas, segundo as pesquisas de intenção de voto.
DISTORÇÃO – Para tanto foi intensificada a estratégia de colocar os candidatos ao lado do presidente, para que câmeras de TV e fotográficas registrassem a imagem dos candidatos da coligação à de Lula. O palco foi cuidadosamente armado, as posições dos componentes definidas, o local onde a imprensa ficaria para registrar o comício também. O objetivo foi quase totalmente atingido. As matérias veiculadas nos telejornais continham a imagem de Lula e os oposicionistas, as reportagens dos jornais também, exceto por uma ocorrência.
DISTORÇÃO – A foto que ilustrou a capa da edição do jornal Diário do Nordeste do dia 13/08, curiosamente não trouxe a imagem que todos os demais captaram. A figura do candidato ao governo surgiu com uma espécie de mancha, como pode ser verificado ao lado. Estrategicamente a foto não estampou o candidato. Um fato curioso, pois o fotógrafo do jornal estava no mesmo local onde os demais profissionais de imprensa estavam, situado de uma forma onde não houvesse qualquer possibilidade da ocorrência verificada. O fato não teria acontecido e maneira espontânea. Nem mesmo se o fotógrafo desejasse "fabricar" esse momento não seria possível, pois até mesmo as bandeiras levadas ao comício foram colocadas em local estratégico para que não impedissem que câmeras de TV e fotográficas registrassem o candidato oposicionista ao lado de Lula. Poderia-se ainda questionar que a foto resultou de um momento de descuido da organização, o que não aconteceu, pois, segundo consta, todas as precauções haviam sido tomadas. Então como, porquê, para quê e de que forma a foto foi estampada na capa da edição? Convém lembrar que a foto que ilustrou a reportagem sobre o comício na editoria de política não trouxe qualquer tipo de "mancha" sobre a imagem do candidato opositor.
DISTORÇÃO – O fato torna-se fácil de compreender diante de alguns episódios ocorridos na elaboração da primeira página. O secretário de redação encarregado do fechamento naquela edição, segundo se soube, já entrou no departamento fotográfico solicitando uma foto que não contivesse o presidente ao lado do candidato ao governo pela coligação de oposição. Foi informado de que não havia. Então foi colocada em prática uma "operação borrão". Como não havia o desejado, lançou-se mão, então, de um recurso de informática. O velho e bom photoshop. Não é preciso ser nenhum expert para detectar o efeito colocado na foto. Ele está bem aparente. Até demais.
DISTORÇÃO – Não é dessa forma que se faz jornalismo. Quem eram os interessados no "borrão"? A decisão pelo efeito na foto veio de cima ou partiu do interesse pessoal de alguém mais abaixo? Provavelmente não houve qualquer ação de quem é dono do jornal, mas dos que integram o SVM. O fato não enseja apenas questionamento ético, mas denota uma deficiência de caráter de quem determina. Quem executa ainda pode ter o discurso do cumprimento de ordens, mas mesmo nesse caso há outro caminho a ser seguido, ainda que resulta em conseqüências desfavoráveis. Não está em jogo apenas a ética jornalística, mas a hombridade, a honorabilidade, o caráter das pessoas envolvidas.
DISTORÇÃO – São atitudes como essa que colocam em xeque a forma como os meios de comunicação locais atuam. A semana também foi marcada pela intensa divulgação da transferência de presos para uma nova unidade penitenciária, que retirou presos que cumpriam penas e outros que abarrotavam os xadrezes das delegacias. A construção do presídio era essencial, mas a inauguração e a transferência foi cuidadosamente planejada para ocorrer em período eleitoral. Tudo com a mega-cobertura da imprensa local, sem que qualquer questionamento sobre esse tipo de ação ter ocorrido apenas no período de campanha política.
DISTORÇÃO – Também não houve, por exemplo, questionamento quanto à mensagem do Executivo que incorporou ao serviço público estadual 9,2 mil agentes comunitários de saúde. A medida tem amparo legal, mas encetada num período eleitoral e da forma como foi feita, nada mais foi do que um imoral "trem da alegria", daqueles que caracterizavam Executivo, Legislativo e Judiciário na vigência da Constituição anterior. Tudo com o silêncio omisso da maioria dos meios de comunicação locais e profissionais de imprensa.
BLINDAGEM – Para reforçar ainda mais o comentário feito semana passada sobre a blindagem feita pelos meios de comunicação locais, que não deixam os altos índices de violência registrado no Estado respingar sobre o governador Lúcio Alcântara, durante a semana ocorreu o seqüestro de integrantes da família de um apresentador de TV local. O fato foi, obviamente, abafado, não apenas para que não fossem colocadas em risco as vidas dos seqüestrados, mas para que o fato não repercutisse ainda mais. Afinal, um fato desse envolvendo uma figura pública seria um prejuízo muito maior na imagem de Lúcio Alcântara do que se tratasse de um cidadão desconhecido. Nem uma linha publicada, nenhum matéria veiculada por emissora de rádio e TV. Resgate pago, vítimas devolvidas sãs e salvas, felizmente. E tudo varrido para debaixo do tapete como determina a conveniência oficial e dos meios de comunicação locais.
ARMAÇÃO – A transferência de presos das delegacias para uma nova unidade prisional teve ampla cobertura dos meios de comunicação locais. Em tempos de campanha política, a mídia aproveita para transformar matéria de divulgação de candidato em pauta jornalística. O fato, indiscutivelmente, merecia cobertura, mas não o destaque que foi dado pela imprensa local, com estardalhaço e espetacularização exacerbada. Tudo para promover o governador Lúcio Alcântara (PSDB), candidato à reeleição. Tanto que o fato também foi explorado no programa de TV do postulante no horário eleitoral. Tudo com a co-participação de empresas de comunicação, profissionais e falsos-profissionais do jornalismo. Não há nem mais o trabalho de maquiar, escamotear, travestir as armações.
FIRME – Mesmo amargando índices pífios em seus telejornais, com uma pobreza franciscana de conteúdo, a direção de jornalismo da TVM continua firme e forte. O Jornal do Meio Dia, por exemplo, chega a amargar a terceira posição, quando não a quarta, nas pesquisas de preferência. O conteúdo traz apenas amenidades, nem mais travestidas de "jornalismo comunitário". Santo forte é isso...
ESTRATÉGIA – A nova estratégia de alguns profissionais para puxar o saco de determinado candidato é fazer críticas – light, para não melindrar –, daí as assessorias de imprensa enviam respostas e o nome do citado e o assunto em questão vem à tona, com a divulgação do posicionamento enviado. É uma estratégia que visa burlar a fiscalização do MPE e visa, muito provavelmente, aferir alguns ganhos aos que dela se utilizam. Isso vem ocorrendo nos jornais impressos, nos programas radiofônicos e televisivos, ou seja, prática generalizada.
DELETADA – A apresentadora Simone Sucupira foi "deletada" da TV União. A moça, inclusive, já entrou com uma ação trabalhista contra a emissora, processo nº 01863/2006-001-07-00-6, tramitando na 1ª Vara do Trabalho e com audiência inaugural marcada para o dia 20/09/2006, às 09:00h. Muito provavelmente a presidência da emissora vai determinar que sejam feitas matérias com a presidente do TRT. Considera ser mais produtivo isso do que cumprir com as obrigações trabalhistas previstas e exigidas em lei. Mas é inócuo. Já é o quinto processo trabalhista contra a emissora, que pode elevar ainda mais o passivo trabalhista da empresa, que já é bastante elevado.
ABUSO – A Prefeitura de Fortaleza está abusando quanto à cessão de funcionários públicos para governo do Estado, prefeituras e órgãos públicos. Agora está havendo cessão, também, para a Prefeitura Municipal de Cajazeiras. Através do ato 4909/2006, a prefeita Luizianne Lins cedeu a servidora Tereza Cristina dos Santos Lima, agente administrativo, lotada no Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh). Ficará lá até o último dia do próximo ano.
ABUSO – Sem licitação, a Guarda Municipal de Fortaleza contratou a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), para "executar, por meio de profissionais especializados, um modelo de gestão para a prevenção da violência urbana mediante políticas públicas municipais". Pelo serviço o contribuinte vai "morrer" com R$ 720 mil. Não havia nenhuma instituição local habilitada para isso? Por qual motivo dispensar de licitação essa contratação, havia realmente essa necessidade de dispensa? Mais uma contratação sob a qual paira questionamento.
SIM, E AÍ? – Falando em Guarda Municipal de Fortaleza, afinal, quem matou o morador da comunidade Rosalina, homicídio praticado quando da desocupação de um terreno naquela localidade, quando atuou o Órgão. Até o momento não se tem notícia do estágio em que se encontram as investigações, se foram feitas perícias nas armas portadas pelos guardas municipais que participaram da ação, etc. Como o morto era um pobre coitado...
PÉROLA
– Essa foi publicada na edição do dia 20/08 do jornal O Povo, na coluna
Vale-Tudo, cujo titular é Alan Neto: "PALANQUE
ELETRÔNICO De segunda até o dia 26, a TV Assembléia - Canal 20, exibirá
entrevistas com cada um dos seis candidatos ao Governo do Estado. O primeiro da
fila é Cid Gomes. Na seqüência estão: José Maria (PL), Renato Roseno (Psol),
Salete Silva (PCO), coronel Horácio Gondim (PSDC), e sábado o governador Lúcio
Alcântara. As entrevistas serão transmitidas em três horários: 8h20min, 14h20min
e 21h20min. Uma excelente oportunidade para avaliar, quem é quem". A TV
Assembléia é transmitida pelo canal 30, UHF. Mais informado impossível, o
colunista.
CORREIO ELETRÔNICO I – Do internauta Ediogenes <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
"Não consigo entender porque o Jornal Diário do Nordeste, tem tanta satisfação de defender os barraqueiros que transformam suas barracas em verdadeiros balneários e cobram tudo, apesar de usar espaço publico. Não sou contra barraca, e fui um grande freqüentador da Praia do Futuro, adorava as Barracas Pepe legal, Kent, Riso do Mar e a Canção do Mar. Eram apenas barracas, e que atendiam bem, não brigava com os camelôs, não deixava de atender o cliente porque a mãe levava velha mamadeira para o filho. Todo mundo tinha direito de fazer Xixi, não importava em que barraca estava. Os Slogans eram "Aqui minha Família, recebe a sua". Muito diferente do que é agora. O Barraqueiros são os verdadeiros donos do pedaço, não atende se vc pedir somente um coco gelado. Mas, como sou velho, sou do tempo da Propaganda da Nuggete, que dizia, "advinha que brilha mais, o Assoalho da mamãe ou o sapato do papai", eu pergunto, de que lado está a imprensa e as políticos, do espaço Publico para o Povo, o dos lucros do empresários? Em breve não teremos mais praias publicas, tudo será privatizado, e ainda com um atenuante, se vier uma Onda grande, e derrubar as barracas, ainda e o Estado que vai indenizar, como nosso dinheiro. Barraca Sim, balneário não.
Ediogenes"
RESPOSTA – Com efeito sempre que se faz qualquer ação para disciplinar e fazer cumprir a lei quanto às barracas da Praia do Futuro, logo surgem dezenas de vozes contrárias, sempre com a mesma ladainha de que vai gerar desemprego, que a atitude é negativa para o turismo, etc. Ora, o tráfico de drogas também gera empregos, mas não pode receber nenhum tipo de aquiescência. A maioria da imprensa age conforme seus interesses pessoais, sejam as empresas de comunicação, sejam profissionais inescrupulosos. O Ministério Público Federal está cumprindo seu papel institucional. Os políticos estão do lado do quê lhes possa aferir dividendos eleitorais. Agem acertadamente o MPF e a Justiça Federal.
CORREIO ELETRÔNICO I – Do ilustre advogado Francisco de Assis Costa Aderaldo <assisaderaldo@hotmail.com>, nosso estimado leitor, recebemos a seguinte mensagem:
"Prezado editor
O DN, edição de domingo, 20.08.2006, na coluna de Regina Marshall, noticia falsa informação largamente veiculada na internet, nos últimos dias. Eis a matéria:
Arruaceiro premiado
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no uso de suas atribuições legais, reconheceu a condição de anistiado político de Hermano de Deus Nobre Alves, concedendo-lhe um total indenizável de R$ 2.160.794,62 (dois milhões, cento e sessenta mil, setecentos e noventa e quatro reais e sessenta e dois centavos). O tal ´´anistiado´´ é o chefe do MLST que liderou o ´quebra-quebra´ na Câmara dos Deputados! Só por esta ação, ele deveria devolver a inexplicável indenização e pagar os estragos realizados contra a Nação. O pior é que esse dinheiro vai sair do bolso dos que pagam impostos, exceto do bolso dos corruptos. E ainda tem mais: muita gente que, realmente, participou de alguma ação e foi perseguido pela ditadura não ganhou um mísero tostão. E nós, os idiotas, pagamos mais esta conta. Êta País de bandidos!
A este propósito tecemos os seguintes esclarecimentos:
1. HERMANO DE DEUS NOBRE ALVES, mais conhecido como Hermano Alves é jornalista e ex-deputado federal cujo mandato foi cassado em 30 dezembro de 1968. O end. eletrônico http://www.camara.gov.br/internet/agencia/materias.asp?pk=%2086950 traz a relação de parlamentares cassados.
2. Por ocasião da cassação (1968) o jornalista Hermano Alves tinha 40 anos, como pode ser verificado no sítio http://veja.abril.com.br/numero1/p_027.html. Ou seja, conta hoje 78 anos, idade que com certeza não o credencia para participar de confrontos físicos de qualquer natureza.
3. Por ocasião do golpe militar de 1964 o jornalista Hermano Alves já era profissional consagrado, colunista político do jornal Folha de São Paulo. Eleito deputado federal pelo MDB da Guanabara destacou-se na luta contra ditadura militar, principalmente em relação à censura à imprensa e livre manifestação de pensamento. É graças a homens como ele que podemos, atualmente, manifestar nossas opiniões sem riscos de prisões, demissões e outras represálias. Alguns até exercitam, sem maiores conseqüências, a prática de divulgar e comentar levianamente fatos que desconhecem, sem o cuidado prévio de verificar sua veracidade.
4. Não se encontra, pesquisando na internet, nenhum registro ligando o nome (completo ou parte dele) do jornalista ao movimento MLST ou aos incidentes ocorridos na Câmara dos Deputados. Consulta ao sítio do TRF1, onde tramita o processo contra os membros do MLST, acusa a existência de dois processos nos quais Hermano Alves é parte. Processos estes de execução fiscal contra a União. Não há sequer homônimo do jornalista envolvido nos fatos mencionados no e-mail falso reproduzido na coluna do DN.
5. Um pouco de leitura e conhecimento da história e estórias do Brasil não faria nenhum mal aos que, embora de boa-fé deram curso à sua indignação em relação à tão comentada indenização.
6. O que permeia a questão (e os indignados “defensores do erário” e auto-proclamados “pagantes da conta” dissimulam) é o inconformismo pelo fato dos militantes perseguidos pela ditadura estarem sendo indenizados. Hipocritamente se escandalizam contra o valor das indenizações, mas o que os incomoda é o reconhecimento público e oficial dos abusos e crimes praticados pelo Estado no curso do regime militar.
7. Há, ademais, a visão patrimonialista abraçada por advogados, juízes, etc, cuja limitada cultura jurídica privilegia o patrimônio, a propriedade, em desfavor da vida e liberdade. É princípio do Direito Civil que quem causa dano a outrem deve pagar por ele. A ninguém causa espanto as indenizações diariamente reconhecidas pelo judiciário em relação a danos ocasionados a bens das mais variadas espécies. Qualquer proprietário de bem móvel, imóvel, estabelecimento comercial, financeiro que tenha sofrido danos materiais por ação do Estado ou de seus agentes recebe, ao final do processo, a indenização com valor devidamente atualizado, com juros e correção monetária, lucros cessantes, etc. A legislação prevê, inclusive, indenização por danos morais a pessoas jurídicas. O maior ou menor valor de cada indenização corresponde à extensão do dano material ou moral sofrido pela vítima.
8. A indenização prevista na Lei 10.559/02 pode ser de prestação única, no valor máximo de R$ 100.000,00 (cem mil reis), ou de prestação continuada. Esta última leva em conta o cargo, função e salário percebido por ocasião do afastamento do trabalho a que foi compelido o perseguido político. Aqueles que percebiam remuneração elevada têm indenização maior, concedida em julgamento de processo pela Comissão Especial de Anistia do Ministério da Justiça.
9. Como se vê, é falsa a imputação de favorecimento indevido aos anistiados. O Estado demitiu do serviço público e obrigou ao afastamento do trabalho no setor privado milhares de cidadãos, pelo fato de se oporem ao regime de exceção vigente à época. Isto para não abordar as prisões, tortura e assassinato de centenas de brasileiros. Nada mais justo que a reparação (tardia embora) dos danos infligidos, porque a dor, humilhação e sofrimentos, estes não há como repará-los.
Assis Aderaldo – advogado OAB-CE 14.873".
RESPOSTA – Embora o sítio Em Off considere que as indenizações devam ter um critério mais apurado, até mesmo a ação de regresso por parte do Ministério Público Federal, a quem provocou a lesão ao erário – muito embora a maior parte dos autores das atrocidades cometidas durante o período de exceção já não esteja viva – o texto do preclaro advogado é pertinente e absolutamente correto. Principalmente no que tange à não verificação das notícias veiculadas pela imprensa local. A informação em tela, com efeito, trata-se de reprodução de notícias e comentários que surgiram em veículos de comunicação, colunas eletrônicas do resto do País, e a colunista Regina Marshall, contumaz praticante de atos anéticos, não se preocupou em verificar a veracidade. As informações prestadas pelo nobre advogado são rigorosamente procedentes. Cabe, mais uma vez, lamentar esse exemplo deplorável de como não se deve fazer jornalismo.
PARA REFLETIR – "A vingança não vai reduzir ou prevenir o mal, porque ele já aconteceu. A opressão nunca conseguiu suprimir nas pessoas o desejo de viver em liberdade". (Dalai Lama)
ATUALIZAÇÃO N.º 333 - 28/08/2.006
DESVIO – A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, fez pronunciamento no último dia 24/08, na Câmara Municipal, ao entregar projeto de lei que enviou àquele Poder, criando 550 vagas na Guarda Municipal. O ato da prefeita merece reflexão, principalmente diante de fatos verificados há alguns meses provocados pelo Órgão, bem como a campanha política que se desenvolve, onde o tema segurança pública é o que mais se ouve dos candidatos que buscam o voto do povo. Luizianne culpou o governo do Estado pela situação de insegurança.
DESVIO – Com efeito, segurança pública é dever do Estado, mas com atribuições bem definidas pela Constituição. A principal responsabilidade é dos estados, com a co-participação da União. Segundo matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, Luizianne teria criticado candidatos que estão explorando o tema segurança pública, declarando: “Esses candidatos chegam na periferia e confundem a cabeça das pessoas com um discurso demagógico. É difícil a população entender que segurança é uma responsabilidade do governo estadual, com a Prefeitura como parceira (..) Foram feitas acusações, especialmente neste momento eleitoral, sobre a responsabilidade da segurança pública na cidade, para confundir. A segurança está absolutamente falida, inclusive, em todo o Estado do Ceará”.
DESVIO – Luizianne continuou reclamando do “descaramento de alguns setores que disputam a eleição, e que estariam responsabilizando a Prefeitura pela situação de insegurança”. Segundo o jornal, “Luizianne disse ainda que a acusaram de proferir falsas promessas na sua última campanha, de que teria prometido cinco mil guardas municipais. Ela fez questão de expor panfletos de sua última campanha para provar que sua proposta consistia em dobrar o efetivo policial da Guarda de 1.100 integrantes para 2.200 até o final de sua gestão, fato que pode ser efetuado até o próximo ano”.
DESVIO – É fato que muitos candidatos utilizam o discurso populista, demagógico e fácil de lutar por segurança pública, com raras exceções confundindo – intencional ou despropositadamente – as competências administrativas da questão. Mas Luizianne precisa avaliar atitudes tomadas por pessoas de sua própria equipe, que se encaixam diretamente nas conceituações feitas pela prefeita. Afinal, até o momento não há qualquer tipo de identificação dos autores do assassinato de Francisco Gonçalves Souza Júnior, morto a tiro quando de uma ação de despejo de famílias – sem mandado judicial – de um terreno na comunidade Rosalina, realizada pela SER VI – então comandada por Paulo Mindêllo – e a Guarda Municipal, que estava presente com 41 guardas. Uma composição da PM, com quatro policiais, também estava no local.
DESVIO – O pai da vítima acusou guardas municipais de terem sido os autores dos disparos que mataram o jovem. Na época, Luizianne, Mindêllo, o líder da Prefeita na Câmara Guilherme Sampaio, o colunista d’O Povo Fábio Campos e o diretor da GMF Arimá Rocha (foto), imediatamente saíram com a versão de que o assassinato teria decorrido de confrontos de grupos rivais da própria localidade, negando que os guardas municipais utilizassem armas de fogo. Dias depois o diretor da GMF desmentiu a todos – inclusive, claro, a si mesmo – admitindo que boa parte dos guardas que participaram da ação estavam portando armas de fogo.
DESVIO – O Poder Público apresentou várias versões para o mesmo fato, fazendo com que nenhuma dispusesse de credibilidade. Luizianne não pode dizer que desconhece a feição militarista que Arimá impôs à Guarda Municipal de Fortaleza. O diretor do Órgão não perdia a oportunidade de aparecer na mídia enaltecendo as ações de segurança que impetrava. Numa delas, para divulgar a atuação da GMF num dos clássicos entre os dois principais times de futebol do Estado, surgiu no vídeo com um “pelotão” de choque perfilado atrás, devidamente equipado com escudo, capacete, cacetetes, etc. Sua postura lhe rendeu a antonomásia de “o coronel”.
DESVIO – Enquanto Arimá se preocupou em agir em desocupações de terreno, em mostrar serviço em eventos futebolísticos, o patrimônio público municipal ia sendo cada vez mais depredado e descuidado. A Guarda Municipal tem, constitucionalmente, a função de guarda patrimonial, definida no parágrafo 8º do Artigo 144: ”Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. Não está entre as incumbências legais da GMF segurança pública. Arimá Rocha é advogado, sabe disso. Mas, adversamente do que determina a lei, até prisão de bandidos o Órgão fez. Com direito, inclusive, a matéria nos risíveis programas policiais que eivam as grades de programação das emissoras de TV locais.
DESVIO – Afinal, quem está fazendo discurso demagógico: quem utiliza a situação de caos instalada no Ceará e em todo o País, distorce competências administrativas ou quem não tem a competência administrativa para tal e se arvora dessa condição? Aliás, a militarização da GMF é tão aparente, que provocou um ato falho em declaração de Arimá Rocha, publicada pelo Diário do Nordeste: “Antes, os aprovados passavam três ou quatro meses em curso sem remuneração, fora do cargo, com uma expectativa de assumir o cargo ainda futuramente. Agora, para garantir a boa formação, o policial já estará integrado à corporação, orientada pela grade curricular do Ministério da Justiça”. Que policial cara-pálida?
DESVIO – Nunca é demais relembrar o que dizia o programa de governo da então candidata à Prefeitura de Fortaleza Luizianne Lins: “Por conta destas mazelas, muito discutidas, porém sem encaminhamento adequado, têm surgido no país teses que objetivariam a inserção do Município na execução da segurança pública, somando-se às polícias estaduais uma milícia municipal com autorização para que as chamadas guardas municipais pudessem intervir diretamente no setor. Esta tese, quase sempre motivada por apelos demagógicos e oriundos de momentos de grande comoção, na verdade, pretende criar uma força policial municipal, sob pretexto de que se somando a Policia Militar e Civil viria promover o reforço na segurança nos Estados e respectivos municípios”. Ora, as atitudes do diretor da GMF e da prefeita são expressões do que antes era condenada pela então candidata.
DESVIO – O programa de governo da então postulante Luizianne trazia ainda: “As discussões em torno da questão da segurança no país fizeram com que o Governo Federal, ao regulamentar a Lei nº 10.826 de 22.12.03 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO), instituísse o Decreto 5.123, de 01.07.04, permitindo o uso de arma de fogo pelas guardas municipais das capitais e regiões metropolitanas. O Governo Federal equivocou-se ao dar esta permissão, que por si já significa uma autorização velada para a atuação destas corporações no policiamento direto”. Luizianne condenava um dispositivo que é sempre utilizado pelo diretor da GMF para embasar suas ações belicistas.
DESVIO – Continuava a proposta da então candidata Luizianne para a GMF: “A Guarda Municipal em sua formulação atual não nos interessa. A sua atuação tem sido, além de inócua, caracterizada pela corrupção, desmando e despreparo. A nossa proposta seria a sua reformulação na AGÊNCIA MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA, TRÂNSITO E FOMENTO À CIDADANIA (AMUVITA)”. Infelizmente não se teve notícia, após sua posse, de ações da prefeita para que essa corrupção e desmando do Órgão fossem identificados, sanadas e informadas à população. Quanto ao despreparo, os fatos estão aí para comprovar que continua o mesmo identificado pela então postulante.
DESVIO – O texto do programa de governo da hoje prefeita trazia ainda: “terá a atribuição de zelar pelo patrimônio municipal, além de interagir com a comunidade, bairro a bairro, em duplas, acionando a polícia do Estado quando necessário e repassando ainda às autoridades competentes dados que pudessem auxiliar no combate à violência. Ao invés de armas a divisão utilizará rádio de comunicação ligados à freqüência da polícia”. Ora, por qual motivo a candidata Luizianne afirmava não querer uma Guarda Municipal com armas e a prefeita Luizianne age de maneira contrária? Será o clamor do tema, suas imbricações eleitorais?
DESVIO – Há um claro choque entre o que defendia a candidata e o que executa a prefeita Luizianne Lins. Infelizmente a chefe do Executivo Municipal não ocupou a tribuna da Câmara para informar à sociedade se foi tomada alguma medida administrativa para apurar o assassinato do morador da comunidade Rosalina. Não se tem notícia, sequer, de uma sindicância interna no Órgão sobre o caso. Também é vergonhoso o silencia das outroras barulhentas comissões de defesa dos direitos humanos, socadas debaixo de cobertas grossíssimas. Afinal, foi um pobre morador de uma comunidade pobre e carente o assassinado.
BESTEIROL
– Na falta do que informar, eis que o repórter Erivaldo Carvalho escreveu o
seguinte tópico no blog de política do jornal O Povo: “Lúcio
toma Coca-cola O governador e candidato à reeleição Lúcio Alcântara (PSDB) está
neste momento almoçando no L´escale, no Centro de Fortaleza. No cardápio, frango
e macarrão light, cenoura, tomate e queijo. Para beber, o tucano pediu
Coca-cola, cujo grupo empresarial, no Nordeste, é controlado pelo senador e
presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati. Durante uma caminhada pelo Centro
da cidade, Lúcio aproveitou para medir a pressão. Arterial, bom que se diga. Deu
12 por 8, no que um apoiador, que viu a cena, comemorou: ‘Tá ótimo’.”
Sinceramente, a eleição não seria a mesma se as pessoas não soubessem dessas
informações do repórter. Lembrou até o repórter-mestre-cuca Mário Costa, da TV
Verdes Mares, que na falta do que falar num flash ao vivo do Quartel do Corpo de
Bombeiros Militar no Jornal do Meio Dia, onde estava recolhido o juiz Pecy
Araújo, informou o cardápio que o magistrado homicida estava degustando naquele
horário de almoço.
PARANÓIA – A coincidência de agendas entre os dois principais concorrentes ao
governo do Estado já chegou às páginas dos jornais. Na semana passada o jornal O
Povo publicou duas matérias sobre atividades dos dois postulantes nos mesmos
locais, quase na mesma hora. Por conta disso rolou até cabeça na equipe do
candidato oposicionista. Uma paranóia. Tem gente enxergando chifre em cabeça de
cavalo e tomando atitude impensada. Até porquê não é coincidência de agendas que
vai definir a eleição.
QUEM? – No fecho da coluna Vertical (O Povo), edição do dia 25/08, o colunista Eliomar de Lima escreveu o seguinte tópico: “Só lembrando: E aí, em quem você votaria se o Ceará virasse Roma: Judas ou Barrabás?”. Afinal, quem é o Judas – no caso, metaforicamente representando traidor – e o Barrabás – na mesma figura de linguagem representando o bandido –? Qual dos candidatos se encaixa nos perfis descritos?
CALMA – A reversão que o candidato oposicionista conseguiu frente ao seu adversário nas pesquisas de intenção de voto foi significativa, mas ainda é muito cedo para que manifestações verificadas em seu comitê central sejam tomadas. Som alto, fogos de artifício, provocação. Um fato como o exposto pela pesquisa Datafolha tem que ser espelhado em atitudes serenas, calmas e tranqüilas. Afinal, somente o resultado das urnas vai mostrar a realidade da vontade do eleitorado cearense. A propósito: agora que conseguiu reverter os índices nas pesquisas, não vão faltar adesões e dinheiro na campanha do candidato oposicionista. Oportunistas e fisiologistas procurarão se escanchar em sua candidatura. Resta, apenas, esperar para ver se o candidato vai realmente ser um diferencial ou vai agir da mesma forma que os antecessores.
PESQUISA – Falando em pesquisa, nenhum meio de comunicação local se deu ao trabalho de comparar os dados da pesquisa Datafolha, divulgados pelo jornal O Povo e TV Jangadeiro na semana passada, que registrou a reversão no quadro sucessório, com a pesquisa divulgada no início do mês de julho, realizada pelo Ultradata. Naquela ocasião o instituto foi duramente atacado pelos deputados da base situacionista na Assembléia, muitos chegando a fazer um trocadilho com o nome da Instituição, com "ultrajante".
PESQUISA – Na pesquisa divulgada no dia 12/07, Cid Gomes aparecia com 43,8% das intenções de voto, contra 36,4% do governador Lúcio Alcântara. Horácio Gondim alcançou 1,7%; José Maria Melo e Renato Roseno com 0,7% cada. Na pesquisa divulgada quinze dias depois, pelo Ibope, os números eram bem diferentes. Nela, Lúcio estava na frente com 46%, Cid 35%, Gondim e José Maria com 3% cada, Roseno e Salete Silva com 1% cada. A primeira pesquisa Datafolha, divulgada no dia 09/08, Lúcio aparecia com 44%; Cid com 35%; Roseno 2%; Gondim, José Maria e Salete com 1% cada. Ibope e Datafolha tinham números quase idênticos. Quinze dias depois, o cenário se inverteu segundo o Datafolha, com Cid apresentando 50%; Lúcio 37%; Roseno e Salete com 1% cada e Gondim e José Maria com menos de 1%.
PESQUISA – A pesquisa do Ultradata, tão criticada por lucistas, acabou sendo confirmada pelo Datafolha. Afinal, quem está maquiando números? O Datafolha ainda pode argumentar que sua aferição refletiu dois momentos distintos da campanha e da vontade do eleitorado, mas que volatilidade é essa do eleitor? Não é possível que a oscilação seja assim tão brutal. A expectativa agora fica por conta da divulgação de nova rodada de pesquisa do Ibope, para ver se esse Instituto também enveredará pelo caminho dos números iniciais do Ultradata. Ou o eleitor cearense é extremamente volátil ou tem Instituto maquiando dados. Bom lembrar que na eleição de 2004 as pesquisas de todos os Institutos, até poucos dias antes do pleito, colocavam o então candidato tucano à Prefeitura de Fortaleza, Antônio Cambraia, como líder das pesquisas. No final, Cambraia acabou em quarto lugar, não indo sequer para o segundo turno. As pesquisas divulgadas dias antes da eleição já traziam um cenário próximo ao verificado nas urnas.
FUROU – A estratégia do governador Lúcio Alcântara de criar uma imagem de “coitadinho” e anti-prepotência contra o presidente nacional tucano e seu ex-mentor Tasso Jereissati não deu certo. Mesmo com toda a força dada pela mídia local, que se esmerou em expor o candidato à reeleição como um perseguido e desafeto do senador Jereissati. Lúcio tentou reeditar uma tática que deu certo com a prefeita Luizianne Lins em 2004, quando ela impôs sua candidatura contra a vontade dos caciques do partido – que queriam o PT a reboque da candidatura Inácio Arruda – e conseguiu um sprint no final da campanha do primeiro turno que a colocou no segundo escrutínio com o lançamento da campanha “Sou PT, voto Inácio”. Naquela eleição o ardil utilizado pela então candidata surtiu efeito. Nessa, a mesma tentativa feita pelo governador não deu o mesmo resultado.
FUROU – Também não deu certo a tentativa de reeditar a chapa Lu-Lu e vincular sua postulação à candidatura do presidente Lula, que surfa em índices extraordinários no Ceará. O curioso é que mesmo havendo uma liminar da Justiça Eleitoral que proibia a divulgação de imagem de Lúcio Alcântara com o presidente Lula, bem como um discurso feito pelo presidente por ocasião de uma visita feita a Barbalha, onde o governador foi vaiado, o PRP veiculou a imagem e a gravação proibida. Deve ter ocorrido um cochilo da assessoria jurídica da campanha do candidato oposicionista, que provavelmente deve ter solicitado que o PSDB se abstivesse de veicular imagem e áudio. O correto, para evitar esse tipo de artimanha, é solicitar que a vedação seja determinada à coligação, abrangendo, dessa forma, todos os partidos dela integrantes.
BABA-OVO – E a colunista Sônia Dinheiro...ôpss, Pinheiro (O Povo), deu uma puxada de saco – mais uma – violenta no presidente da Assembléia Legislativa, Marcos Cals (PSDB) e demonstrou como escreve sobre o Legislativo sem sequer por os pés lá. Publicou o seguinte: “COSTURA ...E, sempre habilidoso, o presidente Marcos Cals, do Legislativo-CE, vem conseguindo manter o parlamento al di là da guerrilha eleitoral, deixando frescas as cabeças dos defensores das candidaturas de Lúcio Alcântara e Cid Gomes. Evita, então, que a Assembléia se desgaste com bate-bocas desnecessários entre os deputados”. Ora, o que mais se vê nos dois dias que os “nobres” deputados “trabalham” nesse período eleitoral – a partir do dia 15/09 esse bando está dispensado de colocar os pés na Assembléia até o final da eleição, mas recebendo o salário pago pelo contribuinte – é quebra pau entre lucistas e cidistas. Do início ao fim da sessão os dois grupos se digladiam em pronunciamentos ásperos e beligerantes. Mas para não perder o costume, deu a puxada de saco sem sequer se inteirar das notícias.
CONCURSO – Falando no presidente da Assembléia, até quando ele vai continuar mantendo os integrantes dos quadros da TV Assembléia com pessoal contratado sem concurso? Marcos Cals poderia passar para a história como o primeiro presidente do Poder a realizar concurso público para prover cargos. Mas terá que se reeleger e, em seguida, conseguir ser reconduzido ao cargo que ora ocupa. Diante do quadro político que está se desenhando, sua permanência como presidente da AL está cada vez mais distante de ser realizada. Falando também em TV Assembléia, a emissora optou por uma série de entrevistas com os candidatos ao governo em vez de um debate entre os postulantes. Tudo para evitar confrontos. Resultado: uma série de entrevistas que nem cheirou nem fedeu.
PÉROLA I – Essa foi publicada na edição do dia 26/08 do jornal O Povo, como título de matéria de manchete de página: “Posto do Banco do Brasil de dentro da Base Aérea é assaltado”. Ora, mesmo com a argumentação de que a utilização da preposição “de” no título seja para enfatizar que a agência assaltada situa-se dentro do terreno da BAFZ, ela se faz desnecessária e o título não perderia nada em compreensão se houvesse a supressão. Tratou-se do velho, bom e vicioso pleonasmo.
PÉROLA II – Essa foi proferida pela "repórter" (?) Natália Varela (foto), no Diário na TV (TV Diário), dia 28/08: "a redução do número de presos nas delegacias refletiu diretamente no número de fugas, que diminuiu bastante". A moça falava sobre os xadrezes das delegacias de polícia, com poucos detentos após a transferência dos que neles se encontravam para uma nova unidade prisional. Ora, se muitos xadrezes estavam vazios, como ela mesmo fez questão de ressaltar e mostrar, como poderia haver fuga?
EXCLUSIVO? – No dia 25/08 o jornal O Povo publicou matéria repercutindo uma outra, publicada na edição anterior, sobre a disputa política entre o presidente do Ceará Sporting Club, Ingênuo...ôps, Eugênio Rabelo (foto) e o deputado federal André Figueiredo (PDT) (foto), ambos disputando a eleição para Câmara Federal e pensando que os torcedores alvinegros despejaram neles seus votos. A reportagem, assinada por Dílson Alexandre, trazia o seguinte: “O racha entre Eugênio Rabelo e André Figueiredo, presidentes da diretoria executiva e do Conselho Deliberativo do Ceará, respectivamente, e ambos candidatos a uma vaga de deputado federal, gerou polêmica no Porangabuçu. O problema, publicado com exclusividade na edição de ontem de O POVO, esteve nas rodas de conversa, assim como a questão da vinculação do pagamento dos salários atrasados à recuperação do time na Série B, conforme anunciado por Rabelo”.
EXCLUSIVO? – Exclusividade? O assunto já vem rolando nessas mesmas rodas de conversas, nas arquibancadas dos estádios, em Porangabuçu, na Internet há quase dois meses. Caso o autor da matéria esteja se arvorando do fato dos demais veículos de comunicação estar se omitindo quanto ao fato e o jornal O Povo, por uma conveniência interna, talvez, tenha resolvido abordar o assunto, aí se pode considerar exclusividade. Mas é bom lembrar que, assim como os demais meios de comunicação de massa se mantiveram – e se mantêm – omissos por todo esse tempo, O Povo também esteve até que resolveu publicar matéria. Ou seus repórteres e editores da área esportiva não sabiam do que se passava há quase dois meses?
AGRESSÃO – Foi animalesca a agressão ao repórter Rafael Luiz, da editoria de esportes d’O Povo, pelo assessor da presidência do Ceará Sporting Club, Joel Queiroz, que, segundo o agredido, teria desfechado um soco no peito e tomou o gravador do repórter. Tudo por causa das matérias sobre a crise administrativa que se arrasta há tempos no Clube, que está provocando a ameaça de rebaixamento do time para a terceira divisão do campeonato brasileiro, fantasma que tem sido presente cada vez mais constantemente nos últimos anos.
AGRESSÃO – Esse tipo de agressão não se restringe apenas ao profissional atingido, mas toda a categoria. A violência não é apenas contra a pessoa, mas à profissão e à liberdade de expressão e ao livre exercício do jornalismo. O autor da agressão precisa responder criminalmente por seus atos. Nesse episódio foi um tanto cômico ver o posicionamento do Sindjorce: imediatamente expressou-se publicamente condenando a agressão – ato normal e necessário – e colocando seu departamento jurídico à disposição. Incrível como a Entidade utiliza dois pesos e duas medidas. Não agiu dessa maneira em situações passadas, quando grupo de jornalistas precisou de solidariedade e aquiescência institucional e jurídica. Afinal, onde está a coerência do Sindjorce? Ou só vale para determinados filiados?
NOME – Aliás, sobre esse assunto (a agressão), o excelente jornalista Demitri Túlio teve artigo de sua lavra publicado na edição do dia 26/08, sob o título “Coveiro da crise”. No corpo do texto, observações importantes: “Pergunto mais. O que o torcedor prefere: uma imprensa honesta que busque informações cristalinas sobre o que vem acontecendo no Ceará ou um punhado de falsos profissionais da notícia (toqueiros) a serviço da manipulação de alguns sanguessugas disfarçados de diretores alvinegros?”. Demitri não listou quem seriam esses falsos profissionais da notícia, os tais “toqueiros”. Deveria dar os nomes para que os torcedores, leitores, telespectadores, ouvintes, etc., saibam quem são esses picaretas.
VOTO – Sobre essa briga entre Eugênio Rabelo e André Figueiredo, tomara que o torcedor finalmente enxergue e recobre a consciência de que voto é coisa importante e o lugar de aproveitadores como os dois é o ostracismo. Que nas eleições desse ano não recebam um voto sequer da torcida alvinegra. O mesmo vale para a torcida tricolor.
NORTE – A manutenção ou não da liminar concedida pela Justiça Federal será crucial para nortear a ação da Procuradoria da República quanto às barracas na orla marítima. A liminar determinou que as barracas da Praia do Futuro se adaptem à lei. Os barraqueiros, lógico, recorreram tentando a cassação da liminar. Caso a medida seja mantida, a PGR vai continuar sua ação para a manutenção do que diz a lei e outras faixas do litoral cearenses serão objeto de ação do MPF. Caso contrário, não vai mais tomar nenhuma medida para isso. Afinal, não terá sentido encetar qualquer ação se a Justiça disser que a lei não precisa ser cumprida. Será aberto, dessa forma, um enorme precedente, pois não apenas os barraqueiros farão o que quiserem na orla marítima, mas qualquer pessoa que assim deseje. Não obstante a intensa campanha na mídia em favor dos barraqueiros, mostrando os empregos mantidos e as reclamações de proprietários, freqüentadores – muitos deles turistas – e funcionários. Acima de qualquer coisa está a lei, que não permite as construções feitas, a privatização da orla, que é bem público e propriedade da União.
DIABÉISSO? – Chama a atenção um passeio, uma espécie de calçadão, construído na praia de Flexeiras, no município de Trairi. Um passeio que liga o nada a coisa alguma. No meio do tempo. R$ 1,4 milhão da União gasto na obra, que não se sabe o motivo pelo qual foi feita.
CORREIO ELETRÔNICO I – Do nosso combativo e indispensável internauta Ediogenes <ediogenes200@yahoo.com.br>, recebemos a seguinte mensagem:
"CNBB TOMA POSIÇÃO, VAI PEDIR PARA ELEITOR NÃO VOTAR EM MENSALEIRO E SANGUESSUGA
A CNBB vai alertar os eleitores a não votar em candidatos envolvidos em denúncias de corrupção. O presidente da CNBB, cardeal Geraldo Magella, disse nesta quinta-feira que a instituição não vai se posicionar contra nenhum dos candidatos, com exceção dos que são "corruptos declarados". Segundo o Secretário-Geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, a instituição não vai apontar os nomes dos corruptos; a intenção é alertar os eleitores de que o voto "não tem preço, mas tem conseqüência e não pode ser decidido por uma amizade". E continuou: "N 7;o é necessário que a CNBB diga quem são os corruptos, os sanguessugas e mensaleiros. Não vamos fazer listas, mas orientar que a sociedade escolha as pessoas idôneas".
Apesar da orientação, o vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queiroz, disse que nem todos os parlamentares que foram apontados pelo Congresso como mensaleiros ou sanguessugas estão comprovadamente envolvidos com esquemas de corrupção: "Há casos em que é preciso ficar atento. Não basta o parlamentar estar indicado pelas CPIs. É preciso averiguar, analisar as provas. É uma pena que o escândalo dos sanguessugas tenha aparecido na proximidade da campanha eleitoral". Segundo ele, "não é de hoje que políticos roubam, isso faz parte da cultura política". É lastimável, está tudo corrompido, a Igreja Católica também. A decisão anunciada p ela CNBB é uma tremenda piada. Não vai dar nomes dos mensaleiros e dos sanguessugas.... Ora, não vai dar por que? A razão é simples, porque essa lista ia ficar cheia de petistas, inclusive alguns que nunca saíram do ninho da CNBB. E a Igreja Católica é o ninho do PT. Taí, tá explicado. E outra: que história é essa, Dom Antonio Celso de Queiroz, de dizer que "não é de hoje que políticos roubam", "que faz parte da cultura política?" De onde o senhor tirou isso? Qual foi o seminário que ensinou isso ao senhor? Ora, vá plantar batatas, Dom Antonio Celso de Queiroz, a sua CNBB está fazendo empulhação, portanto não tem autoridade para se meter a papel de autoridade moral".
CORREIO ELETRÔNICO II – Do nosso ilustre internauta Paulo Frota <paulodoceara@hotmail.com> recebemos a seguinte mensagem:
"Na vida os seres humanos podem, e tem o livre direito de fazerem o que bem desejam de suas vidas e dinheiro. Mas atitudes de esnobismo chegam a chocar qualquer um. E esta que segue em anexo chama-nos a atenção, pois trata-se de um fato sobre uma pessoas que é reconhecidamente considerada simples.
Mas a nota enviada aos e-mails de outros colegas advogados chama-nos atenção pela soberba, esnobação, e arroto de poder, e esbajamento de dinheiro. Algo que não fica na da bem para um advogado militante como o Dr. Valdetário Andrade Monteiro, Secretário Geral da OAB, que postula a reeleição de uma das mais importantes entidades classistas de nossa cidade.
Principalmente agora quando fala-se em campanha da OAB. Que diga-se de passagem segue os mesmos padrões de algumas campanhas políticas. Aí reside alguns questionamentos:
Para que esnobar dinheiro? Por que desejar a reeleição se há três anos foram contra? Qual interesse existe por trás de um cargo da OAB? É isento um advogado que alardeia que no seu aniversário esteve com magistrados? A festa está apenas começando, mas muita águia ainda passará debaixo da ponte das eleições da OAB. E Acredito que a verdade surgirá.
Na última sexta-feira, a OAB Ceará começou a entrar em ritmo de campanha, a exemplo da ostentação da campanha de 3 anos atrás. Um show marcou o final das festividades do dia do advogado, com Raimundo Fagner. Mas o engraçado foi ver em uma festa classista, figuras importantes da magistratura cearense. Um exemplo foi o Desembargador Ernani Barreira, com sua esposa, vestindo uma camisa preta com patrocínio do Pão-de-Acuçar, e abraçado a Hélio Leitão, atual presidente da OAB e candidato à reeleição. É um caso a se pensar.
Um abraço à equipe do Em Off."
PARA REFLETIR – "Veja, não diga que a canção está perdida/ Tenha fé em Deus, tenha fé na vida/ Tente outra vez./ Beba, pois a água viva ainda está na fonte/ Você tem dois pés para cruzar a ponte/ Nada acabou./ Tente, levante sua mão sedenta e recomece a andar/ Não pense que a cabeça agüenta se você parar/ Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira, bailando no ar./ Queira, basta ser sincero e desejar profundo/ Você será capaz de sacudir o mundo/ Tente outra vez./ Tente, e não diga que a vitória está perdida/ Se é de batalhas que se vive a vida/ Tente outra vez". (Raul Seixas).