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Arquivo de atualizações Editoriais/2008

MARÇO

ANO VIII - ATUALIZAÇÃO N.º 383 - 03/03/2.008 - (00:00h)

O fecho de um ciclo

                        Fevereiro marcou um dos mais importantes fatos históricos dos últimos tempos e desse início de século: a renúncia do presidente cubano Fidel Castro. No poder desde que a revolução popular derrubou o governo de Fulgêncio Batista, em 1959, Fidel é, ainda que seus opositores neguem, a última personalidade marcante da política mundial ainda viva. Imediatamente após o anúncio da renúncia, pipocaram manifestações sobre o ato do comandante cubano, que já estava afastado do cargo por motivos de saúde.

                        Durante os quase 50 anos que passou à frente do comando da ilha da América Central em sucessivos mandatos que lhe foram conferidos – não aprofundando-se aí se foram dentro dos padrões da democracia burguesa ou não – é inegável a contribuição não apenas do comandante, mas de todos os que o acompanharam desde a partida de Sierra Maestra para a deposição de Fulgêncio Batista, governante aliado à política norte-americana e que transformou a ilha numa espécie de balneário, onde os turistas iam tomar rum, fumar charutos, jogar e extravasar suas fantasias sexuais.

                        A educação em Cuba é exemplo e tem níveis que outros países do continente americano – dentre eles o Brasil – não alcançou e ainda está longe de alcançar, nos últimos 49 anos. A saúde também é outra referência, seja na abrangência de seu alcance, seja nas experiências copiadas – o programa Saúde da Família que os governos usam como propaganda, por exemplo, nada mais e do que cópia de um modelo criado pelo governo castrista –, seja no tratamento de doenças como vitiligo e hepatite, sendo que para essa última doença, inclusive, desenvolveu uma vacina.

                        Enfrentando um criminoso e forte embargo comercial imposto pelo imperialismo norte-americano, Cuba resiste no limite de suas possibilidades. Criticar aquele País e seu agora ex-presidente é um exercício fácil de falaciosos e demagogos. Com efeito, o regime não prima pela garantia de liberdades individuais, mas diante das inúmeras tentativas de derrubar o governo cubano, tratou-se da intenção de substituição de uma ditadura por outra. Cômico ver pessoas que passaram anos caladas, omissas e se aproveitando da ditadura militar que instalou-se no Brasil em 1964 e perdurou até 1985 surgindo como arautos da defesa da liberdade, da democracia, da justiça. Hasta la vista, compañero. Hasta Cuba. Hasta siempre.

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