Em Off
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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Jan/2005
ATUALIZAÇÃO N.º 248 - 03/01/2.005
ARMAÇÃO – O que se comenta é que já se sabe quais as agências de propaganda que irão abocanhar a conta da Prefeitura de Fortaleza na gestão de Luizianne Lins. Seriam as agências Verve Comunicação, Time e a do marqueteiro baiano Humberto Farias, que trabalhou na campanha. A Verve é do publicitário Fernando Costa e a Time de ex-alunos do Curso de Comunicação Social da UFC, ex-alunos da prefeita.
ARMAÇÃO – Infelizmente a administração da petista não se iniciou de maneira pacífica. Vem demonstrando apresentar problemas desde o período de transição com a administração de Juraci Magalhães. A formação do secretariado e da equipe dos escalões inferiores também não se deu de maneira clara e transparente.
NEBULOSO – Sobre a equipe de Luizianne, pesa a auditoria feita pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), que teria constatado irregularidades atribuídas a José Inácio Bessa Pires quando este integrava o SINE/IDT, na intermediação e implementação de mão de obra. O afastamento de Bessa do Órgão teria sido um atendimento à uma solicitação feita pelo procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, à direção do IDT.
NEBULOSO – Bessa figura como réu num processo que tramita na Justiça Federal, através de solicitação feita pela PGR-CE, sob a acusação de coação de funcionários do Órgão. Bessa também é apontado como um dos responsáveis principais pela demissão de 58 funcionários do IDT.
CONFIRMAÇÃO – O apoio dado ao vereador Tin Gomes na eleição para a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza confirmou de vez o apoio que a então candidata Luizianne Lins recebeu do agora ex-prefeito Juraci Magalhães. Agostinho Frederico Gomes, o Tin Gomes, foi homem de confiança – ainda é – durante quase todos os dois últimos mandatos de Juraci, sendo seu articulador legislativo.
CONFIRMAÇÃO – A eleição de Tin também contemplou outros aliados, como o PPS cirista. Tin é primo do ministro Ciro Gomes. Já passou pelo PSDB, sigla pelo qual foi suplente de vereador, PMDB, partido ao qual filiou-se quando foi conduzido ao cargo de articulador político do prefeito e acabou desaguando no PHS, partido pelo qual disputou a eleição proporcional.
CONFIRMAÇÃO – Vamos ver se prefeita e presidente da CMF farão alguma ação para investigar irregularidades da gestão de Juraci Magalhães. Muitas existem, todas necessitando serem meticulosamente apuradas. O problema é se ambos colocarem e demonstrarem que o comprometimento dos dois com o ex-prefeito é muito maior do que possuem com a população.
BRINCADEIRA – Brincadeira mesmo foi ouvir o vereador Sérgio Novais (PSB) dizer que a eleição de Tin representa o “projeto de renovação” que a administração petista irá implementar em Fortaleza. O novo presidente da Câmara é uma pessoa umbilicalmente ligada às velhas práticas clientelistas, assistencialistas e de escambo que marcam a política. As mesmas que a prefeita criticou durante tantos anos, seja como vereadora, deputada ou durante a campanha, como candidata.
BRINCADEIRA – Afinal, que tipo de renovação e seriedade pode possuir uma mesa diretora onde figura como primeiro secretário o vereador Luciram Girão (PL), irmão do deputado estadual Lucílvio Girão Sales, ligado politicamente ao prefeito de Acaraú e ex-deputado estadual Manoel Duca da Silveira, sobre o qual pairam inúmeras acusações de ilicitudes, inclusive de pistolagem. Lucílvio também já foi alvo de denúncia da troca de votos por laqueaduras de trompas – o deputado é médico –.
PIORA – O fato é que, mesmo registrando um dos maiores índices de renovação dos últimos tempos, a formação atual da Câmara Municipal consegue ser pior da que terminou sua legislatura em 31 de dezembro. A prefeita vai lidar com um Legislativo ainda mais identificado com o fisiologismo, clientelismo, assistencialismo e, para sua segurança, subservientemente adepto do escambo político. Vai ser, no mínimo, muito curioso ver que tipo de relacionamento Luizianne Lins vai ter com a Câmara: se vai lançar mão de conhecidas maneiras para aprovar as matérias de seu interesse – como já faz nacionalmente seu partido – ou vai se manter coerente com seu discurso, ainda que da época em que era parlamentar.
PRAZO – O primeiro desafio é cumprir o prazo que ela própria estipulou para limpar a Cidade, que expira no próximo dia 02 de março. Conseguindo, terá um início de gestão com mais crédito da população. Fracassando, pode dar início à sua descida de ladeira. Outros problemas também são urgentes, herança maldita da desastrosa administração Juraci: fazer funcionar o disque-silêncio e tentar dar uma arrumada na bagunça urbana que se instalou em Fortaleza. Hoje qualquer demente tira o sono dos cidadãos com seus equipamentos de som automotivos no último volume; bares e restaurantes ocupam espaços destinados a pedestres, construções irregulares pelos quatro cantos da Capital.
PÉROLA I – Essa foi proferida por Sabrina Lima, em reportagem veiculada no Jornal da Cidade (TV Cidade), dia 30/12/2004: “Quem optou pela Monsenhor Tabosa para fazer compras enfrentou um grande engarrafamento de carros”. O engarrafamento poderia ser de carroças, ou, interpretando literalmente, de garrafas... aí ela utilizaria um “encarramento”.
PÉROLA II – Recentemente a TV União realizou concurso para a escolha de novos VJ. A preocupação se deu apenas com a aparência dos candidatos e candidatas, não com o conteúdo. Uma das aprovadas nesse concurso e agora apresentadora do programa Da Hora, Marta Cruz, mandou essa na edição do dia 30/12/2004: “a banda está fazendo ação beneficiente”. Depois, não contente ainda proferiu essa frase “antalógica”: “Eu estarei no Chat de voz sexta-feira, às 15 horas da tarde”. Essa cruz é difícil de carregar... e ainda há o risco de, em virtude dessas atrocidades verbais, quererem crucificá-la.
FECHO – O episódio da punição ao Ceará Sporting Club, imposta por determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBF, vem a ser o fecho de um dos mais sombrios e não justificável ano do futebol cearense. Um produto da bandidagem da cartolagem local, da conivência criminosa da imprensa esportiva (?) local e da falta de vergonha da torcida, que, apesar de ser a maior prejudicada, também tem sua parcela de culpa, ainda que mínima.
FECHO – A decisão do STJD foi o coroamento da ação de uma quadrilha que age na Federação Cearense de Futebol há muitos anos. E continua agindo, mesmo com a morte de seu presidente, Fares Cândido Lopes. Afinal, foram poucos da, digamos, imprensa esportiva que falou abertamente sobre a palhaçada realizada esse ano, que teve a participação decisiva do falecido dirigente. Afinal, foi ele quem abriu a sede da Entidade, num domingo, para receber um ofício do Fortaleza Esporte Clube solicitando o adiamento das partidas finais do campeonato cearense, marcadas após a conquista do 2º turno por parte do alvinegro. E afinal, se a ação na Justiça Comum que adiou as partidas finais do campeonato cearense, marcada pelo STJD, beneficiou o Ceará, mesmo tendo sido intentada por um torcedor, o que dizer do processo movido pelo conselheiro e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Fortaleza, João Quevedo, que pede a declaração do tricolor como campeão estadual de 2002, que já foi deferido parcialmente?
FECHO – Não tivesse sido parcial e irregular, o presidente deveria ter realizado as partidas nos dias aprazados pelos dois times, anteriormente. Pelo conjunto da obra o campeonato de 2004 merece, sim, entrar para a história como o ano em que não houve campeão. Conceder o título a um ou a outro, bem como realizar as tais partidas finais é legitimar um processo que é a expressão maior da palhaçada instalada do pebol local.
FECHO – A maioria da imprensa esportiva tem sido conivente com essas irregularidades durante todos esses anos, numa postura omissa e criminosa que só deve receber o repúdio da torcida, que, por sua vez, poderia ter um pouquinho mais de vergonha na cara e não dar força e apoio à essas pessoas inescrupulosas, aproveitadoras e oportunistas, a maioria esmagadora composta por falsos profissionais. O torcedor precisa ter um pouco mais de respeito por si mesmo, amor próprio.
PARA REFLETIR – “Mas se você achar que eu estou derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo não pára” (trecho da música O tempo não pára, de Agenor de Araújo Miranda, o Cazuza).
ATUALIZAÇÃO N.º 249 - 10/01/2.005
RELAÇÃO – Uma das grandes expectativas com relação à administração da prefeita Luizianne Lins é saber como será o relacionamento dela com a imprensa. Jornalista, a petista tem conhecimento de como funciona a perniciosa relação entre Poder Público e imprensa, que não é recente, chega a ser histórica, mas que não se justifica.
RELAÇÃO – Os dirigentes do Poder Público destinam generosas verbas publicitárias para os meios de comunicação e, muitas vezes, diretamente aos profissionais de imprensa. Dessa forma consegue ter sob sua batuta a pauta dos jornais impressos, telejornais e radiojornais. Muitos dos que se elegem para cargos no Executivo e Legislativo, inclusive, são proprietários de empresas de comunicação, utilizando-as em favor próprio, já demonstrando a visão anética que possuem da comunicação.
RELAÇÃO – No Ceará, com uma ou outra exceção, a mídia é comandada por grupos de empresas e jornalistas. Um grupo fechado, homogêneo em sua maneira de se locupletar com o dinheiro do contribuinte. As quatro grandes torneiras de verbas públicas para a mídia são o governo do Estado, Assembléia Legislativa, Prefeitura de Fortaleza e Câmara Municipal de Fortaleza. Basta que se veja o exemplo dos muitos programas veiculados pela TV Jangadeiro, com a chancela do Executivo Estadual.
RELAÇÃO – A Assembléia também destina uma boa soma para empresas e profissionais (e falsos) de imprensa. A Prefeitura da Capital cearense, não obstante propague passar sempre por dificuldades financeiras, foi sempre muito generosa com empresas e profissionais de comunicação. Afinal, é ela quem patrocina um dos maiores projetos – embora com resultados extremamente questionáveis – no âmbito da educação, o “Nossa Vez”, curso pré-vestibular executado pelas empresas do Sistema Verdes Mares de Comunicação. Milhões de reais do contribuinte destinados a um grupo de empresas sem que tenha sido feita licitação para tanto.
RELAÇÃO – Questiona-se se a prefeita irá, por exemplo, licitar a realização do “Nossa Vez”, caso vá dar continuidade ao curso. Também se irá investigar por qual motivo não houve processo licitatório para isso. Pelo andar da carruagem e pelo que vem se desenhando da postura da prefeita, desde a campanha do segundo turno, o que parece é que, infelizmente, não ocorrerá mudança nesse cenário.
RELAÇÃO – Hoje os gastos da Prefeitura de Fortaleza com publicidade ainda são nebulosos, herança da famigerada administração Juraci Magalhães. As atitudes que Luizianne deveria tomar para tornar transparente a gerência desses recursos são: a abertura das contas, processos licitatórios claros e amplamente divulgados, a utilização dos próprios meios de comunicação social para a divulgação dos processos, etc.
RELAÇÃO – A relação perniciosa entre Prefeitura, empresas de comunicação e profissionais de imprensa foi intensificada nos últimos tempos. Existe uma casta de jornalistas – profissionais e falsos – que mantém essa relação, cambiando suas consciências – se é que possuem – pelo dinheiro tirado do suado bolso do contribuinte. Tudo o que a prefeita condena, ou condenava.
RELAÇÃO – Agora que Fortaleza está sob nova administração, será igualmente muito interessante ver como se portarão figuras que, num passado recentíssimo, surgia nos meios de comunicação como arautos da moralidade, formulando denúncias, acusando gestores públicos de improbidade. Quase todas as acusações, a bem da verdade, verídicas. Agora, já não mais estarão na condição de estilingue, mas de vidraças. Vamos ver como será a relação dessas pessoas com a mídia e vice-versa.
RELAÇÃO – Logo os problemas crônicos de Fortaleza aflorarão. Os que a atual prefeita prometeu durante a campanha atacar e sanar. Caso haja período chuvoso em 2005, será um dos momentos onde se poderá testar a postura da mídia. Poderá optar, por exemplo, pela conduta da TV Jangadeiro frente aos problemas de responsabilidade do Executivo Estadual, onde há uma despersonalização da cobrança.
RELAÇÃO – O que se pôde constatar nessa primeira semana da gestão Luizianne Lins é o enorme espaço que vem sendo dado à nova prefeita. Logo na segunda-feira, primeiro dia útil de seu mandato, ela passou quase toda a manhã concedendo entrevistas. Repórteres a acompanharam durante quase todo o expediente.
RELAÇÃO – Essa foi a tônica de toda a semana. Onde a prefeita estivesse, lá estavam os holofotes da mídia para registrar. Os jornais estamparam fotos de suas visitas, os telejornais mostraram as imagens. Tudo no rastro da incerteza de como irá agir Luizianne em sua relação com a as empresas de comunicação.
RELAÇÃO – O tempo se encarregará de mostrar qual será a opção da prefeita: pela manutenção do esquema vicioso ou a implementação de uma relação sadia entre mídia, jornalistas e Poder Público. Está nas mãos dela e, por ser jornalista, a expectativa e esperança é grande.
BAIXA – Uma das baixas na briga entre Carlos Mesquita e Tin Gomes pela presidência da Câmara Municipal de Fortaleza foi o apresentador e vereador do PDT Ferreira Aragão. Segundo consta, Mesquita procurou a presidência do Grupo Cidade com vistas a conseguir o voto do pedetista. Como moeda de troca, como sempre, recursos públicos em forma de verba publicitária.
BAIXA – O problema é que, apesar de ter acertado com a presidência e direção, Mesquita não conseguiu ter o voto de Ferreira Aragão. Ao informar ao parlamentar que teria obtido o apoio da emissora, o pedetista teria se irritado e fincado ainda mais o pé na candidatura de Tim Gomes. “Quem vota sou eu, não são eles”, teria respondido Ferreira. A reação da emissora teria vindo imediatamente: o apresentador não está mais à frente do programa “Cidade 190”. Além de apresentar o programa, Ferreira Aragão também tem um programa na rádio Cidade AM, mas nessa emissora o vereador possui 20% das ações.
CAMPANHA – A TV União está encetando uma campanha para arrecadar doações para as vítimas do maremoto que varreu cidades de países da Ásia. A campanha é bem confusa, mesclando mensagem contra a guerra e em favor da solidariedade. O problema é que cabe a seguinte indagação: onde estava a emissora, por exemplo, quando no ano passado as chuvas causaram estragos na periferia de Fortaleza? Naquela época, não foi feita nenhuma campanha para doações às nossas vítimas de intempéries climáticas.
PÉROLA I – Essa foi proferida pela apresentadora do Diário da Manhã (TV Diário), Katiúsia Rios, no dia 08/01: “existem emissoras onde é proibido falar a palavra merda”. Em compensação existem outras onde os apresentadores podem falar merda à vontade...
PÉROLA II – Numa matéria sobre a feira de venda e troca de livros usados, o falso profissional Marcelo Coimbra mandou essa, no Jornal da Cidade (TV Cidade), indagando um dos freqüentadores: “o senhor veio do interior do Estado para comprar livros aqui por causa do preço mais em conta?”. Não, Pedro Bó, o homem desabou do sertão para a Capital para pagar mais caro nos livros didáticos...
PÉROLA III – Do apresentador Paulo Oliveira, no programa Paulo Oliveira na TV (TV Diário): “todo humorista que eu trouxe aqui cagou o pau”. O que “mela a vara” mesmo é pessoa que não respeita o telespectador e fala esse tipo de coisa em plena nove horas da manhã.
DEPRIMENTE – Falando em Paulo Oliveira na semana passada foi deprimente a forma como ele explicitou sua bizarrice: conversando com um dos muitos “cantores” que se apresentam em seu programa de TV, ficou sabendo que o cidadão era dono de uma fábrica de sorvete. O “cantor” disse que iria anunciar no programa, daqui a algum tempo. Imediatamente o apresentador emendou: “quando for anunciar aqui não fale com ninguém, me procure diretamente que a gente fecha um contrato”. Tudo bem que o “apresentador” – como ele mesmo já declarou diversas vezes no ar – não ganha remuneração para apresentar a “atração” – o que seria um absurdo –, mas fazer esse tipo de afirmação no ar é uma aberração.
DEPRIMENTE – O “apresentador” agiu dessa forma porquê se o anunciante não passa por ele, ele não abocanha também a comissão de agenciador. Infelizmente hoje os “profissionais” de comunicação transformaram-se em meros vendedores de anúncios publicitários. Não importa a qualidade do produto ou a capacidade do cidadão, desde que ele atinja a meta de venda dos espaços publicitários.
DESPEDIDA – Semana passada o jornalista Guálter George despediu-se da função de ombudsman, à qual ocupou durante um ano. Nesse período Guálter fez um bom trabalho, desempenhando com honradez sua função. Voltará para a redação com muito mais bagagem profissional e aprendizado.
FALTA – Na falta do que apresentar como indicador positivo, o governo Lúcio Alcântara lança mão até de tragédias provocadas por fenômenos naturais para apresentar como alavancador de desenvolvimento. As ondas gigantes que varreram cidades e mataram milhares de pessoas em países asiáticos, as tsunamis, acabaram sendo apresentadas pelo governo estadual como beneficiadoras do turismo cearense. Apontou que haverá aumento no fluxo de turistas no Ceará em decorrência do que ocorreu naqueles países.
FALTA – O pior é que, na onda estatal, a imprensa local reverberou as observações oficiais. Como se o trade turístico pudesse comemorar a tragédia que se abateu sobre os países devastados. Esse tipo de conduta, de enxergar crescimento econômico em cima da desgraça alheia, ainda que implicita, subliminar e involuntariamente é condenável.
PARA REFLETIR – “Nunca uma missão assumida, por mais terrível que fosse, me desanimou ou me deu arrependimento. Sempre me vi desafiada... em desafio permanente. Isto me "calejou"... Ao assumir a função de ombudsman, fui fiel aos meus princípios: tenho régua e compasso... meu destino sou eu que faço. Quero dizer, como Gil, sempre soube o que queria: era ombudsman inteira, não "maria vai com as outras"... "pau mandado". Por justiça devo dizer: o jornal nunca me considerou assim. Pelo contrário...” (Trecho de entrevista da professora Adísia Sá ao sítio Em Off, em dezembro de 2003).
ATUALIZAÇÃO N.º 250 - 17/01/2.005
INCENTIVO – A TV Diário exibe na primeira hora das quartas-feiras um programa chamado Mania de você. A “atração” é apresentada por uma tal Regininha, que até bem pouco tempo era garota-propaganda de produtos patrocinadores do Rota 22. O programa é voltado para o lado, digamos sensual e a “apresentadora” conduz a atração entrevistando pessoas numa cama. Cópia do programa que foi exibido pela Rede TV!, comandado pela dublê de modelo e empresária Monique Evans.
INCENTIVO – Abstraindo-se do conteúdo duvidoso do programa, a forma como este é conduzido é um equívoco que incorre inclusive em crime. No final do programa é veiculado um clipe com uma garota fazendo, digamos, semi strip-tease. A moça deixa à mostra seios e parte da buzanfa e dos pelos pubianos.
INCENTIVO – Somente isso já seria motivo para uma atenção maior do Ministério Público. Mas o mais inacreditável e inaceitável é a divulgação que o programa faz de um sítio de prostituição. Aliás, as moças que participam do clipe e fazem o strip-tease são garotas de programa, oferecidas no tal sítio. Também é divulgado o telefone de contato.
INCENTIVO – Ora, não incorrendo em puritanismo, isso caracteriza favorecimento à prostituição, via satélite para todo o Brasil via TV Diário. Sem qualquer cerimônia a emissora comete esse ilícito, divulgando sítio de prostituição e telefone de prostituta. Não é essa a função social de uma emissora de televisão, dos meios de comunicação como um todo.
INCENTIVO – Aliás, não é esse o único meio de comunicação a incentivar a prostituição. Os jornais impressos também fazem o mesmo, publicando anúncio de garotas de programa e até mesmo de recrutamento das “moças”. Não é papel de empresa de comunicação que quer desenvolver um trabalho sério e responsável.
RODO – A guilhotina passou mais do que afiada semana passada na TV Verdes Mares. Numa só vez foram demitidos muitos profissionais. A jornalista Carla Soraya, na casa há mais de uma década, foi deletada, o mesmo acontecendo com Tom Barros. Soraya era uma das produtoras do Bom dia Ceará, enquanto Tom apresentava o Nordeste Rural.
RODO – Carla Soraya continua apresentando o programa “Assunto de mulher”, na TV Diário, enquanto Tom Barros continuará sendo comentarista esportivo da mesma emissora, comentarista da Rádio Verdes Mares AM e também no jornal Diário do Nordeste. Contenção de despesas foi o motivo das dispensas. Embora a direção de jornalismo tenha informado aos que ficaram que não ocorrerão novas demissões, não há certeza disso.
RODO – Sobrou nessa também para os motoristas dos carros de reportagem, que também acumulavam a função de auxiliares nas matérias. Agora os cinegrafistas também dirigem os carros de reportagem e a equipe ficou reduzida a duas pessoas, incluindo o repórter.
RODO – Um trabalho para a fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), uma vez que os cinegrafistas não receberão adicional para dirigir os carros de reportagem. A Verdes Mares, entretanto, não é a primeira a adotar esse tipo de esquema. A pioneira foi a TV União, onde o cinegrafista, além de trabalhar quase o dobro da jornada de trabalho permitida e receber apenas o piso salarial, também tem a incumbência de dirigir o carro de reportagem.
CHAPA-BRANCA – Falando em TV União, a emissora resolveu vestir a carapuça de puxa-saco da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. Diariamente são veiculadas matérias promovendo a petista. Talvez esse apoio dure apenas o tempo em que a televisão tenha a definição se a Prefeitura de Fortaleza vai ou não injetar verba pública, via publicidade.
IMAGEM – Continuando na TV União, a imagem da vj Natália Nara está sendo utilizada em anúncios em jornal impressos e na própria emissora, numa alusão ao programa Big Brother Brasil, onde ela é uma das participantes. Ocorre que os direitos de imagem dela não pertencem à TV União, tampouco do programa, mas à Globo, que veicula o programa. Caso deseje, a TV Globo pode entrar com uma ação contra a emissora local, cobrando indenização.
SUMIU – Ainda sobre a vj que está no Big Brother Brasil, as fotos em que ela aparece com o namorado, um mineiro com o qual se relaciona há três anos, sumiram do fotolog dela desde que ela começou um, digamos, flerte com outro participante do programa.
GUILHOTINA – A lâmina também está afiada na TV Jangadeiro. Depois da falsa profissional Marilena Lima foi a vez do também falso profissional Cícero Lúcio, ambos da equipe do Barra Pesada, pegar o beco. Mas os telespectadores terão alegria curta: Marilena voltará a vociferar suas aberrações no programa Cidade 190.
EMBATE – Sobre os programas Barra Pesada e Cidade 190 a expectativa é grande para o término do horário de verão, quando os dois programas voltarão a serem exibidos simultaneamente. Ambos disputam o mesmo público e a briga pelos pontos no Ibope poderá causar ainda mais apelação do que hoje ocorre.
CONTRADITÓRIO – Será curioso e interessante acompanhar o trabalho do novo ombudsman do jornal o Povo, Plínio Bortolotti. O jornalista paulista teve artigo de sua lavra, publicado pelo sítio do Observatório da Imprensa, sob o título “Os eleitos. Ou como eles se vêem”, onde ele relatava seu então confronto com a ombudsman do jornal O Povo em 2002, Regina Ribeiro. Alguns trechos do texto são por demais intrigantes.
CONTRADITÓRIO – “Óbvio ainda que o ombudsman é passível de falhas (apesar de alguns deles acharem que não) e, quando elas são apontadas, reagem da forma como acusam os seus criticados de fazerem: com arrogância e prepotência”. Plínio agirá da forma como acusava os ombudsmen de serem? Ou os anteriores o foram e ele será o primeiro, na opinião dele, a não ter essa característica que identificou em seus parâmetros?
CONTRADITÓRIO – Continuou o jornalista: “Cheguei a uma conclusão que – sem exagero – considero de certo modo aterradora: os ombudsmans se consideram quase que enviados divinos, que assumem uma "missão", um "chamado" especial, e não um simples, ainda que difícil, trabalho – mais ou menos como aquele que centenas de jornalistas fazem redações afora. Também, que eles se apresentam com uma estudada falsa modéstia, como inexperientes para o cargo, com o fito de valorizar a função que vão desempenhar”. Quais as características que se encaixam no novo ombudsman? Considerar-se um enviado divino, dissimulado?
CONTRADITÓRIO – Sobre texto publicado pelo primeiro ombudsman do País, Caio Túlio Costa, da Folha de São Paulo, comentou o seguinte: “Ou seja, eu (referindo-se ao ombudsman da Folha)sou o bambambã. Mas essa "missão" suprema está acima das forças de um homem, por mais bem preparado que seja, é missão para super-homens no mínimo. Ou seja, é uma falsa humildade, apenas para dar ares épicos à função”. Agirá o novo ombudsman também da forma como comentou que Caio Túlio se apresentava?
CONTRADITÓRIO – Comentando textos publicados pelos ombudsmen Adísia Sá e Lira Neto, sobre o convite e a experiência na função, Plínio Bortolotti escreveu o seguinte: “Ou seja, a suposta humildade mostrada na "surpresa" ao receber o convite para o cargo esfarela-se (...) já que o escolhido não vai assumir apenas um cargo, mas uma missão quase divina, um chamado especial partido do Olimpo, abençoado por "uma lenda viva" do jornalismo. Em suma, ele exercer uma função para a qual apenas os especiais são urgidos”. Por certo o novo ombudsman queria ter escrito “ungido”. Agora ele é o “eleito”.
CONTRADITÓRIO – Sobre trecho do livro de Lira Neto, “A herança de Sísifo”, onde o jornalista fala sobre o fato de ter sido ombudsman foi um divisor de águas em sua trajetória profissional e as conseqüências, dentre elas cabelos brancos, Plínio discorreu: “Alguém precisa avisar urgentemente ao jornalista Lira Neto que existe gente sem experiência e despreparada com qualquer tipo e cor de cabelos, inclusive carecas”. Existe gente sem experiência e despreparada em todas as redações, em todas as funções.
CONTRADITÓRIO – Sobre o livro de Lira Neto, no qual relata a experiência como ombudsman, o novo ocupante do cargo escreveu: “O messianismo dos ombudsmans aparece até nos títulos de suas obras. Lira Neto apela para o mitológico Sísifo, que teve a coragem de desafiar os deuses e por isso foi condenado a rolar uma pedra montanha acima, que volta a cair etc., símbolo do trabalho infindável”. Como avaliará sua experiência, ao final de seu mandato, o novo ombudsman?
CONTRADITÓRIO – Sobre o livro publicado pela professora Adísia Sá, Plínio escreveu: “Adísia Sá, aparentemente ainda mais pudica ao titular seu livro, opta por chamar os ombudsmans de "ingênuos" (sem malícia, puros, inocentes). Evoca assim, a fábula de Chapeuzinho Vermelho, a caminhar na perigosa selva da redação, onde espreita o Lobo Mau. A propósito disso, comentando uma palestra que o presidente do O Povo, Demócrito Dummar, fez no 3º Encontro Nacional dos Ouvidores (dezembro/97), Adísia conta em seu livro que, em sua fala, o presidente do jornal disse: "Vez por outra tenho que massagear o ego da ombudsman". Será que agora o novo ombudsman irá encarnar a vovozinha?
CONTRADITÓRIO – Continuou o ombudsman sobre o mesmo assunto: “Ou seriam os leitores (a platéia) os caçadores que salvariam a pobre Chapeuzinho Vermelho das garras dos lobos maus da redação?”. Metáfora infeliz. E quem será Plínio na função de ombudsman? O flautista de Hamellin? Seguiu escrevendo: “Jornalista, sendo ele ombudsman ou não, está longe da imagem de inocência. Também o ombudsman realiza, ainda que difícil, uma simples tarefa, e não uma "missão" especial, ditada pelo Olimpo”. Vamos ver quão simples será a tarefa que enfrentará doravante.
CONTRADITÓRIO – Sobre a função que começou a desempenhar, escreveu: “Outra característica marcante dos ombudsmans é tentarem demarcar uma grande distância dos jornalistas – dos quais parecem temer conspurcação – ao mesmo tempo em que tentam, de todas as formas, seduzir o leitor, recrutá-lo para a "causa". Também sobram muitos elogios para os proprietários dos jornais. Agora, os jornalistas, quase sempre são, no mínimo, incompetentes, descuidados, desrespeitosos. Não raras vezes, são mesmo satanizados”. Plínio irá tentar seduzir o leitor? Recrutá-lo? Fará elogios fartos e gratuitos ao dono do jornal – que foi inclusive quem o convidou para o cargo – em sua coluna?
CONTRADITÓRIO – “Regina Ribeiro opta, na sua coluna de apresentação (e em várias outras) por um tom pretensamente sedutor, mas infantilizado, como se o leitor precisasse ser conduzido pela mão, protegido ao caminhar entre as feras (os jornalistas)”, escreveu. Quem será fera e quem será o ingênuo? Quem será a caça e o caçador? “Regina abusa do tom coloquial com o objetivo de ganhar simpatias. Usa à náusea o "você", faz suaves admoestações, numa desesperada tentativa de conquistar o leitor”. O novo ombudsman tentará desesperadamente conquistar o leitor? Causará náuseas, será nauseabundo?
CONTRADITÓRIO – “Se sobra pau para os jornalistas, as empresas, na maioria das vezes, são poupadas ou elogiadas”, afirmou. Quais os elogios serão utilizados no novo “ombudsmato”? “O diretor do jornal é "destemido", aquele que cindiu o Mar Vermelho, possibilitando a ele o cumprimento de sua hercúlea tarefa. Bem, e os jornalistas? São apenas dados a reações "neuróticas", isto é, doentes, que não compreendem a grandeza da missão do ombudsman”, comentou e ironizou sobre trechos das colunas escritas por Regina Ribeiro, Adísia Sá e Caio Túlio Costa.
CONTRADITÓRIO – Sobre a forma de agir do ombudsman, Plínio foi enfático: “Na verdade, os ombudsmans, de maneira geral, agem como aquele cliente que passa horas na fila do banco e depois descarrega as suas frustrações em cima do caixa que o atende”. Em cima de quem ele descarregará suas frustrações? Continuou: “O ombudsman precisa saber que o jornal não é um armazém de secos e molhados, no qual o freguês sempre tem razão. Se alguém compra um liquidificador – seja essa pessoa de esquerda ou de direita, de qualquer classe ou corporação –, o que ela espera é que o aparelho funcione, bata, misture, liquidifique etc. Não haverá muito problema para se chegar a um consenso”. Tomara que o novo ombudsman assim aja em seu mandato.
RIFADO – Além de ter sido demitido da TV Cidade, onde apresentava o programa Cidade 190, o vereador Ferreira Aragão (PDT) também não está mais na grade de programação da Rádio Cidade AM, pertencente ao mesmo grupo. Ferreira foi detonado das duas emissoras por não ter aceitado votar em Carlos Mesquita para a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza, como desejava a direção do Grupo Cidade.
RIFADO – Por conta disso foi rifado, mas já está tentando arrendar horário na Rádio Assunção. Ferreira não gostou de ter tido seu voto negociado pela direção do grupo e votou em Tin Gomes, candidato apoiado pela prefeita Luizianne Lins e que acabou sendo eleito presidente da Câmara.
COMPROMETIDA – Para mostrar o quanto a imprensa esportiva (?) local é comprometida o episódio envolvendo o diretor técnico do Ceará Sporting, Lula Pereira, foi emblemático. Após o alvinegro tomar uma doidinha do Itapipoca em pleno estádio PV, sendo goleado por 4 a 1, levando um vareio de bola e com a própria torcida gritando olé, Lula teve a pachorra de, nos microfones, dizer que “o Ceará está no caminho certo”. Está sim... certo para o cadafalso. Depois de nova goleada sofrida para o Uniclinic, o diretor técnico mais uma vez foi aos microfones para tentar explicar o inexplicável, justificar o injustificável e não foi questionado com profundidade pela “imprensa esportiva”.
COMPROMETIDA – Com uma ou outra honrosa exceção, a quase totalidade dos cronistas (?) esportivos fez o inverso: tratou de dizer que o diretor técnico alvinegro estava correto e suas palavras idem. Ora, o Ceará vem caindo pelas tabelas, sofrível, triturando a bola e fazendo pouco caso da torcida, mas mesmo assim está no caminho certo? Cara de pau também tem limite, tanto por parte de Lula Pereira quanto da tal, perdoem-nos a palavra e a força de expressão, imprensa esportiva.
MAU EXEMPLO – E o ex-goleiro Lulinha resolveu seguir os passos da filha, Késya Diniz, e entrar no jornalismo pela porta dos fundos, transformando-se em mais um falso profissional. O cidadão agora bate ponto como comentarista da TV Diário.
DESLIZE – Num deslize, o técnico do Ceará Sporting, Roberto Fernandes deixou escapar que a folha salarial do clube não pode ultrapassar os R$ 100 mil mensais. O problema é que os comentários são de que a tal parceria do clube com empresários portugueses estaria injetando R$ 200 mil mensais. Para onde estaria indo esses R$ 100 mil excedentes? Para o bolso de quem?
CHEGANDO – Com a proximidade do carnaval é o período em que o radialista Francisco Félix procura a Prefeitura de Fortaleza em busca de dinheiro em nome de uma – olha o absurdo – Associação dos Cronistas Carnavalescos. Picaretagem da pior espécie. Uma das alegações é a realização do concurso para escolha da Rainha do Carnaval e do Rei Momo, coisa que poderia perfeitamente ser feita pela própria Prefeitura.
DÁ LICENÇA, MEU – A Rádio Universitária FM apresenta nas tardes de sábado um programa, chamado "Se liga", apresentado por integrantes do movimento Hip Hop. O problema é que a linguagem utilizada pelos apresentadores extrapola o bom senso e da integração com o público alvo, além do grave erro de português do nome da atração. Na boa brow, para os malucos do pgm: aí chegados, dá uma maneirada na cumprida, tá ligado? Se não vão acabar vazando... dá licença meu... vocês são trutas ou não? Páscoa procês...
HOMENAGEM – O sítio Em Off solicitou que, em nome dos nossos leitores, alguns deles discorressem sobre os 50 anos de jornalismo da professora Adísia Sá. O jornalista Hélio Passos assim se expressou:
“Colegas do EM OFF:
Da querida Adísia Sá, dizer o quê? Como está no túmulo de Maquiavel, para nome tão grande, nenhum elogio basta. Faz anos não há vejo em pessoa, e rara vezes nos telefonamos, mas ainda ouço seus comentário na AM de O Povo. Fiquei desagradavelmente surpreendido pelo pouco destaque dado aos 50 anos de jornalismo dessa que é, sem dúvida, o nome maior da profissão no Estado e um dos grandes do país. Para lá do que ela é e representa, impressiona-me a importância que ainda tem, nos dias de hoje, uma mulher de imprensa; uma mulher que de si para si e para si só tem a sua infatigável vocação para o jornal. Pois é inseparável do jornalismo brasileiro dos últimos 50 anos. É a única voz que não se cala, ao que eu saiba, pouco importa o que diga, no luxuriente silêncio oficial em que mergulhamos. Sei que é preciso supor que se sabe, como é preciso respeitar os que, como Adísia, sabem o caminho da paixão, de tudo que é na vida e a lesma acomodatícia dos bem pensantes, curto olhar, curtíssimo horizonte. Ela sempre protestou, e há de ter sempre mais razões de protesto. É uma credibilidade uníssona, que eu respeito e beijo com reverência. Hélio Passos”
HOMENAGEM – O também jornalista Luciano Luque deu sua opinião sobre a mestra:
“Mulher Guerreira
Por que tantos elogios a Adísia Sá? Hão de perguntar os mais moços. Talvez não saibam da importância dela como exemplo da vida, de profissional e de guerreira. Uma mulher que serve de lição para todos nós. A vida passa, tudo passa, mas o nome Adísia Sá permanecerá e, um dia, a história lhe fará muito mais justiça do que as lembranças de hoje.
Uma das maiores virtudes de Adísia é sua defesa intransigente da categoria jornalística. Foi uma das precursoras do nosso hoje consagrado Sindjorce e do Curso de Comunicação Social da UFC. Foi diretora várias vezes da Associação Cearense de Imprensa (ACI). Brigou pelos radialistas, publicitários, relações públicas e assessores de imprensa.
Adísia é uma mulher guerreira que usa suas próprias armas, táticas, experiências e habilidade. Adísia não precisa aprender a tática do soldado para ganhar a guerra, basta ela olhar para dentro de si mesma e perceber o quanto dela há no soldado guerreiro.
Portanto, meus jovens: as opiniões de Adísia, sempre respeitadas; seus artigos, sempre altaneiros e que mudam pensamentos; suas idéias vanguardistas, sempre analisadas; e sua postura ética, sempre comparada; rendem-lhe tantos elogios. Jornalista Luciano Luque”.
HOMENAGEM – O ilustre advogado Johnny Bezerra também se manifestou em homenagem à grande jornalista:
“Prezados e competentes amigos do sitio em off,
Gostaria preliminarmente, de registrar a satisfação honrosa que temos em nos dirigir a estes respeitáveis e valorosos profissionais da verdadeira informação.
Instado a falar sobre a ilustrada profissional Adisia Sá. É tarefa árdua e demorada, pois, a considero como um diamante e expoente da imprensa alencarina, reconhecida e querida nacionalmente.
Reporto-me nacionalmente, não por ouvir dizer, mas por ter sido testemunha de uma ocasião em São Paulo ao participar de uma palestra, em conversa com vários amigos juristas, o nome da nossa preciosa Adisia Sá foi mencionado por eles com louvor, emergindo elogios de todas as direções.
Isto senhores, nos deixa orgulhosos em saber que nossos valores locais são queridos e respeitados mesmo em terras distantes, e por pessoas qualitativamente capazes de externar sua opinião sincera.
50 anos de Adisia Sá, está refletido em vários sinônimos, e citando somente alguns, começaria com a palavra seriedade, para em seguida citar compromisso, luta, garra e imparcialidade.
Não é somente esta grande pessoa que é Adisia Sá que está de parabéns, somos todos nós por termos o privilégio de tê-la conosco em nossa sociedade. Meus cordiais e sinceros Parabéns. Johnny Bezerra”
HOMENAGEM – Por último, o não menos genial jornalista Norton Lima Júnior:
“Professora, receba essa maçã
Assim como somente depois da morte podemos julgar se fomos felizes ou infelizes em vida, como nos transmitiu Montaigne, somente depois do dever cumprido é possível avaliar se agimos certo ou errado em uma carreira profissional.
Adísia ainda vive e ainda cumpre a missão de sua carreira, portanto, nada de julgamentos, é um risco. Quem ainda vive e ainda trabalha tanto pode errar quanto ser feliz.
Na vida nada está concluído, acabado, pronto, terminado. Tudo é inicio. Nada é eterno. Tudo que as religiões chamam de eterno, é apenas inicio.
Foi isso que Adísia mais tentou (e de todas as maneiras) me ensinar quando eu tinha então meus 20 anos e só usava o preto ofuscante da arrogância, da ideologia, do preconceito, do egoísmo – preto que habita em muitos dos nossos de hoje.
Olhos não se compram. Maturidade não se implanta. Isso a vida ensina. São forças só adquiridas quando contemplo a realidade com luz crua. Por isso, quem só percebe e não sente, nada cria, assim como quem deixa de sentir, deixa de criar.
Adísia age em Atalaia, em busca do bem abrir dos olhos, dizendo a eleitos, a cada um e a todos que não podemos derrapar na intolerável outra moral que nos compõe, que não podemos perder os sentidos, seja o palato, o tato, o olfato, a visão, a audição ou o sentido de Estado, da arte, da moral, da ética, da estética.
O mais lindo em Adísia é que ela conhece o mundo, da Califórnia ao Japão, indo pela Rússia, sempre vestida como uma mulher do sertão. Adísia é simples e assim é bonita. Se não cabem julgamentos, pois chega mesmo de semideuses, cabem testemunhos. E de lá até cá, ela, você Adísia, imagino em júbilo, pode todas as noites assistir o sonho dos justos.
Professora, receba essa maçã. É de coração. No nosso pomar, não nascem frutos ruins. É para reconhecer as boas sementes que também serve o talento. E, antes do mais nada, obrigado, pelos elogios e pelas críticas, principalmente naquele dia em que você tanto me orgulhou quando abriu o seu par de asas e disse para mim: Norton, você também pode voar...”
PARA REFLETIR – “Creio que todo jornalista (competente, ético, experiente) é um ombudsman em potencial. A grande escola é o exercício, onde se é avaliado todo dia pelos colegas, pela empresa. Mas eu creio e espero que um dia a disciplina Ombudsman/Ouvidor conste do currículo dos cursos de Jornalismo”. (Adísia Sá, em entrevista concedida ao sítio Em Off, em DEZEMBRO DE 2003).
ATUALIZAÇÃO N.º 251 - 24/01/2.005
PATROCÍNIO – O Festival Vida & Arte, realizado em sua segunda edição pelo jornal O Povo, na semana passada, é um evento onde ocorrem palestras e shows artísticos. Além de ser um grande evento é também uma fonte de renda, devido aos ingressos cobrados para ter acesso ao local das palestras e aos shows.
PATROCÍNIO – Realizaram shows artistas como Maria Betânia, Cidade Negra, Barão Vermelho, dentre outros. Muitas personalidades proferiram palestras. O Festival contou com diversos patrocinadores e nesse grupo é que se encontraram algumas participações, apoios questionáveis do ponto de vista de retorno, de contrapartida.
PATROCÍNIO – Entre os patrocinadores, além do governo do Estado, estavam o Banco do Nordeste e a Cagece, duas empresas públicas, uma ligada ao governo federal – no caso do BN – e outra ao estadual – Cagece –. Existem critérios para que empresas públicas invistam o dinheiro do contribuinte, seja ele orçamentário ou fruto de lucros, em qualquer coisa.
PATROCÍNIO – Um dos requisitos básicos é o retorno social que o evento proporcionará. Para que instituições públicas patrocinem eventos, principalmente da iniciativa privada, é necessário que haja uma contrapartida, quase sempre traduzida em vantagens para a população. Mas não foi isso que se observou.
PATROCÍNIO – O dinheiro de duas instituições públicas foi utilizado para financiar um evento particular, que proporcionou lucro aos promotores e não houve qualquer oferecimento, por exemplo, de retorno social. O Festival foi realizado num local distante, com preços bem díspares da maioria dos contribuintes.
PATROCÍNIO – Patrocínio cultural que deveria existir apenas se o povo tivesse, de uma maneira ou de outra, algum tipo de benefício. Adversamente disso, os dois órgãos públicos preferiram não observar esse princípio. No início do governo Lula o presidente, inclusive, enfatizou que todas as ações públicas deveriam visar sempre a contrapartida social.
PATROCÍNIO – Nunca é demais lembrar que essa mesma Cagece já esteve – e ainda está – envolvida no caso da campanha “Ceará doa o troco”, onde realizou uma ilegal operação de mútuo bancário com o Instituto Hospital do Câncer, “emprestando” R$ 250 mil para o IC realizar a mau fadada campanha, onde gastou R$ 420 mil e arrecadou pouco mais de R$ 14 mil.
PATROCÍNIO – No ano passado o BN esteve mergulhado numa grave crise entre o ex-chefe de gabinete da presidência, Kennedy Moura Ramos e funcionários de carreira do Banco, envolvendo denúncias de contratação da empresa Cobra, para prestação de serviços de informática, sem licitação. O caso contou com o generoso e sepulcral silêncio da imprensa local, com o assunto sendo exposto apenas quando tudo já havia sido definido. O jornal O Povo foi um dos que incorreu nesse silêncio, muito embora tenha sido o único a divulgar tudo quando do desfecho.
PATROCÍNIO – Quanto ao governo estadual, não há nada que surpreenda mais o contribuinte quando o assunto é desperdício do dinheiro público. Sem a tradicional e batida desculpa do apoio à cultura, não há qualquer interesse público num evento promovido por uma empresa particular, com fins de lucro.
PATROCÍNIO – Infelizmente são condutas como essa que colocam em xeque, infelizmente, a lisura de eventos da natureza do Festival Vida & Arte. Vale relembrar que não é a primeira vez que o governador Lúcio Alcântara utiliza estrutura e recursos públicos para favorecimento de particulares. Ano passado ele mobilizou a Procuradoria Geral do Estado, inclusive deslocando um procurador à Brasília, para defender os interesses da Click Produções e garantir a realização do Fortal.
SAÍDA – A saída de Tom Barros da TV Verdes Mares não se deu de maneira pacífica. O gás subiu e esquentou a chapa entre ele e o diretor de jornalismo Marcos Gomide. Os dois discutiram e como conseqüência, aborrecido, Tom decidiu que não mais ficaria em nenhuma outra empresa do SVM. Na segunda-feira, por exemplo, não foi para a Rádio Verdes Mares AM, onde é comentarista, para a TV Diário, onde está substituindo Sebastião Belmino nas férias desse e não escreveu a coluna diária que possui no jornal Diário do Nordeste.
SAÍDA – Convencido a mudar de idéia, retornou ao batente na terça-feira. O clima está tenso entre a diretoria de jornalismo e alguns funcionários da TV Verdes Mares. Os que ficaram temem mais demissões em massa.
SAÍDA – Quanto à demissão dos motoristas dos carros de reportagem da emissora, os cinegrafistas ganharão um adicional de 10% para também dirigirem os carros de reportagem, mas acumularão duas funções e deveriam, por lei, receber pelas duas, não um adicional insignificante.
FORTAL – Talvez enxergando a situação, os promotores do Fortal se reuniram semana passada com a promotora do meio ambiente, Sheila Pitomberia. Fizeram uma comunicação importante. Segundo os que representavam o Fortal, juntamente com outras pessoas, propuseram a realização do evento num local próximo à Avenida Washington Soares, distante das pessoas.
FORTAL – A atitude dos promotores do evento significa que, no atual ano para a realização do Fortal, é preciso comprovar. Vamos ver agora se a promessa será cumprida de fato e se, mesmo distante da Avenida Beira-Mar, sua realização se dará sem transtornos para o cidadão que mora nas proximidades do local e se o Poder Público concordará com sua realização.
FORTAL – Talvez os organizadores da micareta já estejam convencidos de que será difícil conseguir da Prefeitura esse ano uma autorização para a realização da micareta. Além disso tem a atuação dos Ministérios Públicos estadual e federal. Ano passado faltou muito pouco para que a Procuradoria da República no Ceará conseguisse impedir a realização do evento, a liberação pelo Superior Tribunal de Justiça somente chegou no local de realização do Fortal às 18:15h do primeiro dia de desfile, que ocorreu com parte dos camarotes incompletos e outros não entregues.
VERGONHOSA – Foi vergonhosa, mais uma vez, a atitude da Polícia Militar contra torcedores no clássico entre Ceará x Fortaleza. Um imbecil da Tropa de Choque efetuou dois disparos com bala de borracha quando o árbitro da partida descia para os vestiários. Houve tumulto, principalmente porquê os disparos atingiram uma criança de doze anos de idade.
VERGONHOSA – Não é a primeira vez de notícias dessas atitudes por parte da PM. Dias antes os policiais agrediram violentamente a torcida do alvinegro, que protestava contra a direção o clube em frente aos vestiários, após mais uma derrota. Tem se tornado lugar-comum o registro de arbitrariedades por policiais militares, faltando ao comando da Instituição da uma resposta melhor do que as desculpas amarelas e sem sentido dadas por oficiais tentando explicar o inexplicável.
DEMORA – Agora em janeiro completam-se seis meses do “atentado” à sede da TV União, onde foram disparados vários tiros contra o prédio da sede da emissora. Passado todo esse tempo, o inquérito policial que apura a autoria dos disparos está absolutamente parado. Ninguém foi identificado, não houve punição para ninguém. Alguns fatos estranhos podem ser questionados: dentre eles porquê a maioria das pessoas que estavam no local não foram ouvidas em depoimento. Um mistério.
FALSOS – Mais três falsos profissionais estão no mercado: o “editor-chefe” do jornal da Prefeitura de Sobral chama-se Paulo Henrique B de Carvalho. Aliás, ele é também assessor de imprensa da Prefeitura. Paulo Henrique foi uma espécie de chefe de gabinete quando Cid Gomes era presidente da Assembléia Legislativa. O “editor-chefe” do Jornal de Russas chama-se Didi Marreiro, conhecido comerciante daquele município. O jornal é cheio de pequenos anúncios, todos conseguidos através de Didi. Em Brejo Santo o locutor da FM Jangadeiro é Wilson Melo, que se passa por jornalista. Até nas vinhetas da programação ele é citado como jornalistas. Este pessoal, na verdade, deveria seguir suas profissões e não usar da falsidade ideológica.
ACI – A Associação Cearense de Imprensa prepara a Festa do Octogenário a ser desenvolvida no próximo mês de julho. Os vencedores dos tradicionais concursos de reportagem serão conhecidos durante a programação, que homenageará antigos e novos sócios. Deverão ser realizadas audiências públicas na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal.
CORREIO
ELETRÔNICO – Da genial jornalista Adísia Sá, recebemos a seguinte mensagem:
“Mais uma vez (quantas!!!) vocês me cativam com tanta delicada. Até
homenagens, que não mereço. tantas. Obrigada pela "provocação" e o envio de
mensagens de amigos sobre os 50 anos de jornalismo. (...) Dia 31 a FIEC vai
prestar homenagem ao jubileu. Fico feliz, afinal, que ligação tenho com a
entidade? Obrigada.Obrigada, mesmo. Adísia”
RESPOSTA – Nada que se escreva ou faça sobre a professora Adísia Sá será digno de sua magnitude e esplendor. Sempre se ficará aquém da importância dessa jornalista que é a mestra de todas as gerações de jornalistas.
INDICAÇÃO – Desde a semana passada o sítio Em Off consta da página onde a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) indica sítios sobre jornalismo e possui links para as devidas páginas.
PARA REFLETIR – “Quando eliminamos todas as evidências, o que sobrar, ainda que improvável, tem que ser a verdade” (máxima do personagem Sherlock Holmes, criação de Sir Arthur Conan Doyle).