Em Off
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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Julho/2005
ATUALIZAÇÃO N.º 273 - 04/07/2.005
ESQUEMA – O assassinato do lagosteiro Cláudio Augusto Kmentt Bezerra, ocorrido no final do ano passado e que foi seguido de outros correlacionados, foi objeto de matéria publicada na mídia local na semana passada. O assassinato diz respeito à um intrincado e criminoso esquema de remessa de lagosta com tamanho abaixo do permitido e de dinheiro ilegalmente para o exterior, através de empresários do setor. A vítima havia quebrado o esquema e por isso acabou eliminado.
ESQUEMA – Caso a Imprensa local decida se aprofundar no caso poderá encontrar um elo de ligação entre os assassinatos ocorridos no final de 2004 e agora em 2005 e um outro que ficou na relação de insolúveis: do também lagosteiro Sérgio Gentil, misteriosamente assassinado enquanto fazia Cooper na praia da Tabuba, no início da década de 90. Os motivos foram os mesmos. Autores materiais e intelectuais do homicídio, entretanto, jamais foram identificados ou presos. Até mesmo o depoimento da esposa da vítima – que no dia também corria com o marido – não esclareceu nada: ela optou por dizer que não tinha visto nada pelo fato de ter se distanciado do lagosteiro, que, segundo afirmou, abriu uma vantagem correndo mais rápido.
ESQUEMA – Um fato intrigante é que o empresário norte-americano de origem iraniana Mike Layani – o mesmo que protagonizou o caso Procapuí, projeto de carnicicultura que acabou por deixar um rombo de mais de R$ 5 milhões em Fortaleza e envolveu empresários, pequenos investidores e políticos – mudou-se da capital cearense para a paulista poucos dias antes do fato vir a público – as investigações correm sob segredo de Justiça –. A exportação de camarão é sempre a atividade que dá sustentação ao esquema de lagosta quando a fiscalização se intensifica durante o período de defeso e sempre corre em paralelo durante o resto do tempo. E vice-versa.
ARTIGOS – A parada gay, realizada no dia 26/06, na avenida Beira Mar, foi motivo de troca de artigos entre o poeta Barros Alves e as jornalistas Raquel Chaves e Vanessa Alcântara (O Povo). Infelizmente os dois lados – o contrário, representado pelo poeta e o favorável, personificado pelas jornalistas – acabou por optar por um maniqueísmo, lançando mão de argumentos frágeis, pueris e intolerância. O assunto não pode ser reduzido à simples exposição da luta do reacionário com o politicamente correto, pero no mucho.
ARTIGOS – Barros chegou a utilizar argumentos religiosos, enquanto as jornalistas acusavam o articulista de discriminador e preconceituoso. Por um lado as fundamentações do poeta eram por demais simplórias, enquanto do outro as jornalistas acusavam injustamente. Evidentemente o texto do articulista tinha um viés preconceituoso, mas em momento algum ele incitou à violência ou à discriminação contra os homossexuais. Expôs sua opinião, o que é permitido pela Constituição, que veda as práticas, não o pensamento. A lei proíbe que qualquer cidadão discrimine, dispense tratamento desigual a outro em virtude de orientação sexual, mas não obriga a ninguém ter que pensar de maneira adversa da que deseja.
AÇÃO – O Banco do Nordeste experimentou anos de desmandos nas mãos de seu ex-presidente Byron Queiroz, durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Indicação do também tucano e governador do Ceará durante a administração FHC, o hoje senador Tasso Jereissati, Byron marcou sua passagem pela Instituição por inúmeras irregularidades, que resultaram em diversas ações promovidas pelo Ministério Público Federal.
AÇÃO – Com a eleição do presidente Lula – depois de passar dois meses ainda no cargo, mesmo já em vigência a administração petista – Byron foi substituído pelo petista Roberto Smith. Desde sua posse esperava-se que os ilícitos cometidos pelo ex-presidente do BN, bem como práticas completamente diferentes das que eram verificadas no banco.
AÇÃO – Com o tempo, infelizmente, observou-se outra realidade. Primeiro, com o episódio envolvendo o chefe de gabinete da presidência, Kennedy Moura, num lamentável fato de contratação irregular de empresa para prestação de serviços de informática, denunciado em primeira hora pelo sítio Em Off no ano passado.
AÇÃO – Segundo com a inexplicável ação da presidência do Banco em varrer para debaixo do tapete a sujeira da administração Byron que ainda estavam sendo tornada pública, através da ação da Procuradoria da República. Enormes esforços são feitos para que os desmandos do ex-presidente não acabem ganhando as páginas dos jornais ou espaço nos telejornais. Uma tarefa que não tem sido difícil, devido ao grande poder de fogo que possui o BN, através das generosas verbas publicitárias e da atitude criminosa de empresas e profissionais de comunicação.
AÇÃO – Apesar do PT ter conseguido indicar o nome para ocupar a presidência do Banco, este não deixou de sofrer influência de Tasso Jereissati, através de seu preposto, o ministro da Integração Ciro Gomes, que conseguiu indicar boa parte da diretoria, mantendo, desta forma, sob controle um dos maiores focos de corrupção da administração Tasso. Esse acordo espúrio resultou numa omissão e atitudes injustificáveis da administração instalada sob o governo petista.
AÇÃO – Em ação – com pedido de liminar – impetrada pela Procuradoria da República no Ceará, através do procurador Alessander Sales, o ex-presidente Byron Queiroz e o empresário Expedito Machado estão sendo processados por improbidade administrativa são responsabilizados por crime contra o patrimônio público. Em 24 de março de 1999 o MPF instaurou inquérito civil público a fim de investigar transações realizadas pelo Banco do Nordeste com a empresa Vicatex.
AÇÃO – O MPF solicitou que o Tribunal de Contas da União (TCU) apurasse se teria ocorrido irregularidade nas transações, que tiveram início em 1989 – quando o Tasso Jereissati era governador do Estado e Sérgio Machado, filho do empresário Expedito Machado, seu principal aliado e articulador político –, ainda quando da existência da extinta empresa Vilejack Industrial S.A., de propriedade de Expedito Machado. Naquele ano, o BN aprovou a prestação de fiança na emissão de duas séries de debêntures – a primeira de 4.016 e a segunda de 1.139, num total de 5.355 – da Vilejack com garantia de subscrição do BNDES.
AÇÃO – Debênture é um título negociável, geralmente ao portador, que rende juros fixos, emitido por uma empresa como uma unidade ou fração do montante de um empréstimo de longo prazo. Geralmente tem data marcada para resgate ao valor nominal, mas ocasionalmente pode não ser resgatável, caso em que o debenturista tem apenas o benefício do juro periódico. Os dois tipos principais são: a que tem garantia real (mortgage debênture) e a que tem garantia flutuante (floating charge debênture), que assegura o privilégio geral sobre o ativo da empresa, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo.
AÇÃO – As debêntures não foram resgatadas pela Vilejack e o BNDES acionou o BN, como devedor solidário, na condição de fiador. Na época – 01/02/91, já sob o governo Ciro Gomes e tendo Sérgio Machado como senador – o valor do débito dessa primeira série não resgatada era de mais de 692 milhões de cruzeiros – o que equivalia a impressionante soma de US$ 3,146 milhões –. O BNDES ofereceu várias opções de soluções para o problema, sendo escolhida pelo BN, em 22/03/91 a aquisição da segunda série de debêntures emitidas, no não menos impressionante valor de US$ 1,898 milhão, mas mantendo-se o débito da primeira série com o BNDES sob fiança do BN. Expedito Machado havia recebido do BNDES, sob fiança do BN, mais de US$ 5 milhões.
AÇÃO – A operação de aquisição da segunda série de debêntures foi reconhecida pelo próprio BN como de elevado risco financeiro, mas tinha o objetivo de sanear financeiramente o Grupo Expedito Machado, o que acabou não ocorrendo, visto que o controle acionário da Textilunião S.A., na qual estava inserida a Vilejack Industrial S.A., foi adquirido pelo Grupo Colméia, pouco tempo depois, ainda naquele ano de 1991. Em vez de entrar com uma ação de regresso contra o empresário Expedito Machado e garantir o pagamento do débito, o BN optou por aceitar, em maio de 1991, a hipoteca que detinha sobre o complexo industrial Textilunião por outros bens. Notem que essa atitude do BN possibilitou a transferência do controle acionário da Textilunião para o Grupo Colméia.
AÇÃO – Em 01/08/91, como a Vilejack não pagou os rendimentos da primeira série de debêntures que estavam em poder do BNDES, este banco acionou novamente o BN, para que o débito fosse honrado. O BNDES resolveu transformar as debêntures em ações da Vilejack S.A., o que deu ao BN o controle acionário da empresa. Um contrato de recompra das ações foi firmado em 25/03/93 entre o BN e a Vicatex Administração, Empreendimentos e Participações. Pelo acordo a Vicatex recompraria as ações ao BN em 56 lotes mensais. Do primeiro ao sétimo lote, a Vicatex honrou o contrato e comprou os lotes pagando na data do vencimento. O oitavo lote, com vencimento no dia 01/11/93 somente foi quitado no dia 06/12/93; o novo, com vencimento em 01/12/93 foi pago no dia 07/02/94; o décimo, com vencimento datado de 01/01/94 só foi pago no dia 04/03/94. Daí por diante nenhum outro pagamento foi feito.
AÇÃO – O Departamento Jurídico do BN não acionou a Vicatex para execução, por interveniência da Superintendência Financeira do Banco, sob a alegação de que estava sendo discutida com o empresário uma “fórmula para o equacionamento da pendência”. Até hoje a execução judicial da dívida não ocorreu e o “equacionamento da pendência” também não se processou, porque o BN aceitou, em 13/11/95, firmar um contrato de confissão de dívida mediante constituição de hipoteca, caução de ações, cessão de direitos e outros pactos entre o Banco do Nordeste e a Vicatex.
AÇÃO – Mas desde fevereiro de 1997 – quando Tasso havia retornado para o governo do Estado e Sérgio ainda era Senador, FHC presidente e Byron presidente do BN – a Vicatex não efetuou mais nenhum pagamento da confissão de dívida, quando restava ainda um saldo devedor de R$ 1,245 milhão, valor calculado em 30/09/97. A caução de 8.089.326.168 ações ordinárias e 2.446.251.700 preferenciais da Vilejack, dadas como garantia da operação tornaram-se inócuas, com a decretação de falência da empresa, o que ocorreu menos de um mês depois de firmado o contrato de confissão de dívida, em 01/12/95.
AÇÃO – Os demais bens dados em garantia, lastreados em imóveis, perfaziam um total de pouco mais de R$ 860 mil, bem inferior ao débito, atualizado em 31/10/97 em R$ 1,399 milhão. Além disso um dos imóveis dados por Expedito Machado como garantia, em Crateús, foi declarado de interesse social para fins de reforma agrária pela União, sendo desapropriado mediante indenização de apenas R$ 543 mil, em setembro de 95, sendo que, na época, não houve qualquer manifestação contrária por parte do BN.
AÇÃO – Em seu relatório, o ministro do TCU Adylson Motta, emitiu um fundamentado parecer, onde afirma: “verifica-se nos autos uma seqüência estarrecedora de termos contratuais que trazem sérios indícios de transações financeiras temerárias e irregulares, que acarretaram indubitavelmente danos aos cofres do Banco do Nordeste do Brasil. Entendo que cada um dos fatos de per si, relatados com grande acuidade pela zelosa SECEX/CE, seria suficiente para que este Tribunal firmasse entendimento pela procedência da presente denuncia, determinando a audiência de seus protagonistas”.
AÇÃO – Continuou o ministro em seu despacho: “além da comprovada desídia dos gestores do Banco em não fazer o registro da hipoteca e nem exercer o direito de habilitar o referido crédito na ação de desapropriação, para fins de retenção do depósito feito em favor do expropriado, entendo que deve ser acolhida a proposta de citação do Sr. Expedito Machado e demais responsáveis para apresentar alegações de defesa ou recolher os valores aos cofres do Banco”.
AÇÃO – O TCU acatou o parecer do relator e tomou várias decisões. Determinou: “converter os presentes autos em tomada de contas especial., determinando a citação dos Srs. Expedito Machado da Ponte, Byron Costa de Queiroz, Francisco Eduardo Holanda Bessa e Rita Maria Lourinho Sales para, no prazo de 15 dias, apresentar alegações de defesa ou recolher solidariamente aos cofres do Banco do Nordeste do Brasil S/A - BNB a quantia de R$ 663 860,00, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora calculados a partir de 19/12/1995 até a data do efetivo recolhimento (...)além da comprovada desídia dos gestores do Banco em não fazer o registro da hipoteca e nem exercer o direito de habilitar o referido crédito na ação de desapropriação, para fins de retenção do depósito feito em favor do expropriado”.
AÇÃO – Também determinou a audiência de Byron Costa de Queiroz, João Alves de Melo, Jorge Luís Freire, Antônio Ferreira Costa, Luís Costa Filho, Rita Nóbrega de Melo Ribeiro, Francisco Antônio de Oliveira, Edmilson Duarte Lima, Francisco Eduardo Holanda Bessa, Rita Maria Lourinho Sales, a respeito dos fatos. O TCU julgou em definitivo do mérito pela procedência das denúncias, em maio de 2002. Determinou que Byron e Expedito ressarcissem solidariamente o BN em R$ 663.860,00, acrescidos dos encargos e atualizações desde 19/12/1995 até a data do ressarcimento. Os dois também foram multados em R$ 35 mil cada.
AÇÃO – Na fundamentação da ação, o procurador da República expôs: “Restou demonstrado que o Sr. Byron Queiroz, na condição de presidente do BNB, envidou todos os esforços para conferir à operação de saneamento financeiro do Grupo Expedito Machado, um tratamento privilegiado, contrário aos atos normativos da própria instituição tendo, para tanto, abdicado de garantias reais sem qualquer fundamento jurídico ou econômico, fragilizando as garantias oferecidas e causando sérios danos ao patrimônio do Banco. Para tanto, não executou a dívida quando deveria, determinando a abstenção da prática de atos de ofício, promoveu uma renegociação absolutamente desvantajosa, sob a perspectiva econômico-financeira, para o banco, tudo em desconformidade com as normas legais, visando atingir finalidade diversa da estabelecida em lei, atuando negligentemente na arrecadação de recursos do banco.”
AÇÃO – Sobre Expedito Machado, fundamentou: “O Sr. Expedito Machado, por sua vez, mesmo ciente de que seu imóvel rural Fazenda Irapuah de Cima estava hipotecado ao BNB, beneficiando-se da consciente morosidade do banco, conseguiu receber os valores depositados em juízo em face da desapropriação deste imóvel. Foi, portanto, beneficiado pelos atos de improbidade praticados pelo Sr. Byron Queiroz, desde o início do inusitado programa de saneamento financeiro de seu grupo econômico, passando pelo tratamento diferenciado, com retirada de garantias reais e substituição por ações que foram, logo depois, subtraídas da titularidade do grupo, culminando com a ineficácia do banco em habilitar seu crédito na desapropriação, o que possibilitou ao Sr. Expedito Machado incorporar ao seu patrimônio pessoal, o valor correspondente a R$ 663.860,00”.
AÇÃO – O MPF pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Byron e Expedito, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. A ação está disponível no sítio da PGR-CE na Internet, além de ter sido encaminhado há algum tempo para todos os veículos de comunicação. Mesmo assim o assunto permanece mergulhado num gelo glacial por parte da mídia local.
AÇÃO – Grande parceiro publicitário das empresas de comunicação, o BN utiliza esse poder de fogo quando o convém. Foi assim no ano passado com a contratação irregular da Cobra Informática, que resultou na queda do chefe de gabinete da Presidência, tem sido nesse episódio. O pior é que nem mesmo a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) tem se preocupado com o fato. Nada tem sido divulgado sequer no sítio da AFBNB. Curioso mesmo tem sido a forma como a atual gestão do Banco tem se esmerado para evitar que os podres da administração passada sejam levados a público.
SIMILAR – Igual ação deveria ser tomada pelo Ministério Público Estadual contra o atual ministro da Integração Nacional. Quando governador Ciro Gomes determinou que o Banco do Estado do Ceará (BEC) – mesmo contra parecer emitido pela diretoria técnica – fosse avalista de um vultoso empréstimo concedido pelo BN à montadora de carros Gurgel, para que fosse instalada uma unidade no Estado, no início da década de 90. A fábrica de carros faliu pouco depois que seu proprietário recebeu o dinheiro do empréstimo e nada de montadora. Como o controlador da empresa não pagou nenhuma parcela do papagaio, coube ao contribuinte cearense – via BEC e por incompetência, desídia e irresponsabilidade do então governador – arcar com os custos e pagar o débito. O MPE deveria ter agido contra Ciro, mas nada foi feito.
DESANDOU – Azedou de vez a relação entre as apresentadoras da TV União Fernanda Costa e Simone Sucupira, que apresentam juntas o programa Top Mais. O estúdio tornou-se pequeno demais para o ego das duas, que, fora do ar, não dirigem a palavra uma à outra. Ainda sobre TV União pelo menos duas gravadoras já estão sabendo que um dos programas da emissora, o Rock Collection, utiliza clips sem a devida autorização dos detentores dos direitos de exibição. Está por vir uma pesada ação judicial cobrando direitos autorais.
ERRO – O jornalista Donizete Arruda disse no programa “Ponto de Vista” (TV Cidade) que a disponibilização do Diário Oficial do Município no sítio da Prefeitura de Fortaleza estava com um atraso de dois meses. No dia seguinte a coluna Vertical (jornal O Povo) reproduziu a informação, que estava errada. Quando Donizete deu a notícia, dia 29/06, já estava disponível no sítio a edição de 23/06.
RETROSPECTO – No dia 01/07, no Jornal do Meio Dia (TV Verdes Mares), a prefeita Luizianne Lins participou do retrospecto do primeiro semestre de sua gestão. Algumas alfinetadas, mas nada muito mais profundo. Embora o Sistema Verdes Mares não tenha ainda engolido a extinção do projeto Nossa Vez – pré-vestibular feito na administração Juraci Magalhães sem licitação, que envolveu a TV Diário e o jornal Diário do Nordeste, que tinha à frente o petista Auto Filho – a emissora optou por poupar a prefeita.
RETROSPECTO – Infelizmente o retrospecto dos primeiros seis meses da prefeita não é muito bom. Embora tenha promovido boas ações quanto ao combate à poluição sonora, limpeza, etc., foi extremamente confusa quanto aos episódios envolvendo a contratação sem licitação de um Instituto dirigido por Auto Filho por R$ 1,250 milhão, diárias graciosas e para cidades vizinhas a Fortaleza, dispensas de licitações, etc.
CRITÉRIO – O Fortal sempre foi questionado pelo fato de utilizar área da União – Avenida Beira Mar – e a estrutura pública montada, a poluição sonora. Sem qualquer preconceito, foi exatamente tudo isso o que ocorreu durante a parada da gay realizada no dia 25/066: o mesmo local, poluição sonora e recursos públicos, pois, afinal, a Prefeitura de Fortaleza bancou quase que totalmente o evento, inclusive o show da cantora Rosana, realizado no aterro da Praia de Iracema. E podia?
MUDANÇA – O vereador Carlos Mesquita (PMDB) está de mala e cuia prontas para se mandar para o PFL. O ex-fiel escudeiro de Juraci Magalhães recebeu a promessa do deputado federal Moroni Torgan que a votação do candidato a prefeito derrotado na eleição passada será suficiente para eleger no mínimo dois deputados federais, ficando a segunda cadeira com Mesquita. Para a Assembléia quem vai pegar carona na candidatura de Moroni é o radialista Edson Silva (TV Cidade).
APROVEITADORES – Aliás, tem sido grande o número de falsos profissionais e jornalistas que desejam disputar cargos eletivos nas eleições do próximo ano. Na TV Diário, existe a maior concentração: os falsos profissionais Ferreira Aragão, Marilena Lima e Paulo Oliveira, além do jornalista Afrânio Marques.
PÉROLA I – Essa foi proferida pela “apresentadora” Clotilde Dantas, no Diário da Manha (TV Diário): “a polícia fez deligências mas ninguém foi preso”. A edição de texto não foi diligente com a moça: o correto é "diligências".
PÉROLA II – Essa foi pronunciada pela dublê de cantora/apresentadora/colunista, a falsa profissional e misto de Mortícia Adams com Sergei, Karine Alexandrino: “vou fazer dois shows no Centro Cultural do BN, com entrada inteiramente grátis”. Ué, e existe algo “parcialmente grátis”?
PARA REFLETIR – “Mas se você achar que eu estou derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo não pára" (Agenor de Araújo Miranda, o Cazuza, versos da música "O tempo não pára". No dia 07/07 completam-se quinze anos de sua morte).
ATUALIZAÇÃO N.º 274 - 11/07/2.005
LAGOSTA – O jornal O Povo trouxe, na edição do dia 07/07, uma entrevista com a presidente do Sindicato da Indústria de Frios e Pesca do Ceará (Sindifrios), Elisa Gradvohl Bezerra, que está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual sobre provável envolvimento no assassinato do empresário do ramo de lagostas Cláudio Augusto Bezerra Kementt, crime praticado em 16 de dezembro de 2004.
LAGOSTA – A empresária, juntamente com a vítima e dois outros empresários do setor lagosteiro assinou um documento que a colocou em suspeita, onde os subscritores firmam um pacto para exportação ilegal de lagosta abaixo do tamanho mínimo permitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Elisa, evidentemente, negou qualquer envolvimento no homicídio do lagosteiro. A entrevista poderia ter rendido mais, principalmente quando a empresária referiu-se a um personagem em uma de suas respostas.
LAGOSTA – Os entrevistadores fizeram a pergunta, sobre o tráfico ilegal de lagosta: “No Ceará era só o Cláudio?”, no que respondeu Elisa: “Que a gente saiba oficialmente, é. Com certeza vai aparecer outro. Tinha um gringo, que sumiu, ninguém viu mais onde ele está”. Semana passada o Em Off reportou-se ao fato do empresário norte-americano de origem iraniana Mike Layani – que esteve à frente da falida empresa Procapuí, que deixou um rombo de mais de US$ 2 milhões e um cabedal de irregularidades – ter deixado o Ceará pouco antes do crime ganhar novamente os holofotes da imprensa local.
LAGOSTA – Elisa estava se referindo a Mike. Quando aqui chegou para explorar a carnicicultura e a exportação de lagosta, o empresário passou a sofrer o assédio de Elisa, que beneficia camarão e lagosta, quase que monopolizando esse setor, apoiada ainda pela pressão que exerce nos que incursionam nessa atividade também através da Indústria Naval Cearense. Dentre outros empreendimentos, Elisa também é dona do Hotel Marina Park, construído de maneira obscura em terreno da União, mas isso é assunto para outra ocasião.
LAGOSTA – A forma como a Procapuí foi instaurada, suas ligações mais do que perigosas com a Prefeitura e a Câmara Municipal de Icapuí já foi exposta há um bom tempo pelo sítio Em Off. Quando deu início ao seu empreendimento, o norte-americano resolveu não se submeter ao jugo da presidente do Sindifrios, resolvendo beneficiar o camarão e a lagosta em outra empresa, a Icapel, de propriedade do empresário Flávio Gondim. Curiosamente essa empresa funciona vizinha à da vítima, a Clamar, onde ocorreu o assassinato.
LAGOSTA – Essa atividade também é utilizada como meio de remessa ilegal, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A fórmula que o dono da Procapuí e da Icapel utilizavam para isso era o subfaturamento. O camarão era vendido por um preço muito abaixo do mercado para uma empresa sediada no exterior, também de propriedade do exportador e de lá revendido, aí sim pela cotação internacional, com o dinheiro sendo transferido para contas bancárias e mantido por lá ou sacado por aqui, dando procedência legal.
LAGOSTA – Descontente pelo fato de Mike Layani não ter se submetido a seu jugo, Elisa passou a utilizar outros meios para pressionar e perseguir o empresário. Primeiro com a Polícia Federal, que então tinha como superintendente estadual Wilson Nascimento. Comumente a PF aparecia momentos antes do embarque dos containeres da Procapuí para vistoriá-los, por ter sido feita denúncia da existência de drogas ou armas no meio do pescado. Isso retardava o embarque e causava prejuízos. Em determinado momento o empresário passou a recorrer à Justiça para garantir a liberação e evitar a retenção.
LAGOSTA – Do outro lado o Ibama – nessa época ainda sob o comando de Romeu Aldigueri, atualmente titular da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, a Semace – também promovia fiscalizações no pescado da Procapuí. As ações somente se arrefeceram após a entrada em cena de um personagem que intercedeu pela empresa do norte-americano e responde pelo nome de Luiz Vidal Pontes.
LAGOSTA – Com o tempo Mike Layani resolveu deixar de beneficiar seu pescado na Icapel e passou a também desempenhar essa etapa do processo de seu produto. Para tanto precisava capitalizar-se para montar uma empresa de beneficiamento, indo buscar recursos em diversos pequenos, médios e grandes investidores, atraídos pela promessa de remuneração acima da média do mercado do capital emprestado.
LAGOSTA – Daí teve origem o rombo milionário que a Procapuí deixou no Ceará. No âmbito político, a empresa operou de maneira irregular e ilícita com a Prefeitura e o Legislativo de Icapuí, em episódios já descritos pelo Em Off. A Prefeitura daquele Município desapropriou uma salina que funcionava em terreno de marinha, de maneira irregular, entregando para que houvesse a implantação de um empreendimento particular. Em seguida criou uma lei específica e direcionada para que a Procapuí tivesse o controle sobre um selo de qualidade do pescado. O município era administrado pelo PT.
LAGOSTA – O deputado federal Roberto Jéferson declarou, em alto e bom som e abertamente, que os partidos políticos indicam pessoas para ocupar cargos públicos, e estes indicados têm o compromisso de arregimentar entre as empresas particulares que mantêm relações comerciais com os órgãos públicos onde são lotados, para contribuir financeiramente para a agremiação. No caso em tela também se verificou essa prática.
LAGOSTA – No ano de 2002 Mike Layani contribuiu – de maneira sigilosa e, claro, sem passar pela contabilidade oficial que iria ser declarada à Justiça Eleitoral – com nada menos de US$ 150 mil para as campanhas de Vicente Arruda e Gony Arruda, respectivamente candidatos à Câmara Federal e Assembléia Legislativa pelo PSDB e, também respectivamente, tio e primo do então superintendente do Ibama no Estado, Romeu Aldigueri. Ambos foram eleitos – reeleitos, na verdade – para os cargos que postulavam. Pela ação do personagem que fez colocar mais distantes as fiscalizações no pescado da Procapuí, fica fácil imaginar para qual candidato ao governo do Estado, na eleição de 2002, o norte-americano – gringo, como nomeou a empresária Elisa Gradohl – contribuiu.
LAGOSTA – Os episódios envolvendo o comércio de lagostas abaixo do tamanho permitido vai muito além do que simplesmente uma disputa por nichos de mercado, que resulta em crimes como homicídio. Reúne um emaranhado de ilícitos, calcados, infelizmente, em parte significativa do setor público, através de pessoas inescrupulosas que utilizam os cargos que ocupam em proveito próprio.
LAGOSTA – Não é apenas o MPE que investiga o complicado setor de exportação de lagosta e camarão. A Procuradoria da República no Ceará também está investigando os meandros tortuosos e perigosos dessa atividade. Tanto no âmbito administrativo quanto criminal.
APELAÇÃO – O programa Comando 22 (TV Diário) resolveu de vez apelar. Agora, além das imagens violentas e das atuação ilegal de seus falsos e profissionais do jornalismo – acusando, acuando suspeitos – partiu para a briga de vizinhos. Foi lastimável, lamentável, deplorável "matéria" veiculada semana passada pelo programa com vizinhos discutindo com uma outra moradora. O repórter Afrânio Marques – que já era useiro e vezeiro nessa prática quando integrava a equipe do famigerado e de lembrança nefasta Aqui & Agora, que era veiculado pela TV Cidade – assistiu passivamente ao crime de dano – alguns moradores jogaram pedra no portão da vizinha enfocada –, palavras de baixo calão em pleno horário de almoço, um espetáculo deprimente digno de quem está fazendo qualquer coisa, qualquer negócio para conseguir pontuar no Ibope.
APELAÇÃO – Triste ver a complacência, a omissão, a conivência do apresentador Ferreira Aragão, que num passado bem recente tinha um posicionamento mais ético. É pena ver uma pessoa que tem a trajetória do apresentador ter que lançar mão ou se submeter a esse tipo de subterfúgio rasteiro em busca de colocação na tábua de classificação de preferência dos telespectadores. O programa, em muito pouco tempo, mostrou a que veio: puxar ainda mais para baixo – se é que isso ainda pode ocorrer – o nível não apenas dos programas policiais da TV cearense, mas principalmente da emissora. Mostrar briga de vizinho para angariar retorno em audiência não é atitude de quem se diz defensor da cidadania. Mas, como diz o apresentador, se do pescoço para baixo é canela...
ESQUEMA – Cada governo tem seu próprio Marcos Valério, que opera esquemas e monopoliza verbas na área de publicidade. Não é difícil identificá-los, quase todos do meio sabem quem são os personagens, mas num silêncio solidário, omisso e criminoso com eles convivem. São os que ganham concorrências na área de publicidade de maneira fraudulenta, dirigidas. Aqui mesmo no sítio já foram antecipados resultados de licitações envolvendo agências de publicidade.
ESQUEMA – São pessoas que transitam livremente pelos gabinetes do Poder Público, aparecem nas “colunas sociais” ao lado de líderes políticos, ou optam pela discrição menos chamativa. Recebem benesses que vão muito além das generosas verbas publicitárias, mas, por exemplo, concessões para explorar serviços de rádio e TV, dentre outros. Servem a qualquer governo, não importando sua cor partidária ou ideológica, sempre com a bandeira do profissionalismo, camuflando a de seus interesses pessoais de locupletação.
ANIVERSÁRIO – Completou-se um ano da denúncia de um dos mais escabrosos e escandalosos episódios envolvendo corrupção e malversação do erário: a nefasta campanha “Ceará doa o troco”, que foi colocada num freezer por ação do governo do Estado e conivência, omissão e incompetência da bancada que se diz de oposição. Nenhum dos parlamentares que se queixam serem oposicionistas levou para a tribuna da Assembléia o assunto.
ANIVERSÁRIO – Para relembrar um pouco o caso, a agência EBM Novo Tempo do publicitário Maninho Brígido, juntamente com a estatal Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) realizou uma espécie de mútuo bancário com o Hospital do Câncer, onde a empresa “emprestou” R$ 250 mil para Instituição fazer frente às enormes despesas com a campanha executada pela EBM e a forasteira agência Banco de Idéias, com objetivo de arrecadar fundos para o Hospital.
ANIVERSÁRIO – A EBM deixou uma dívida de R$ 450 mil para o HC pagar e arrecadou pouco mais de R$ 14 mil. O Hospital teve como um dos fundadores o médico Waldemar Alcântara, pai do governador Lúcio Alcântara (PSDB). Uma irmã do governador integra sua diretoria. Daí, talvez, tenha vindo a facilidade e a viabilidade dessa operação ilegal.
ANIVERSÁRIO – Nem a Assembléia se dignou a investigar o caso, tampouco o Ministério Público Estadual – que ensaiou uma tentativa – conseguiram apurar as responsabilidades. Ficou a lembrança de um dos mais escandalosos casos de desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, crime contra o sistema financeiro, dentre outros ilícitos na história do obscuro governo Lúcio Alcântara. Mostrou, ainda, que ele administra praticamente sem oposição.
PRESUNÇÃO – Não bastasse ser um contumaz puxador de saco, o colunista Alan Neto resolveu vestir de vez a máscara da presunção. Semana passada, quando vociferava sua verborragia mandou essa, sobre a celebração de um contrato entre o treinador Valdir Espinoza e o Ceará Sporting com cláusula prevendo premiação em caso de vitórias, o que ele tachou de "produtividade", no programa Jangadeiro Esporte Clube (TV Jangadeiro): "essa eu antecipei aqui... coisa de quem sabe tudo". A modéstia mandou lembrança. O cidadão está, urgentemente calçar as sandálias da humildade.
CHOCANTE – A Prefeitura de Fortaleza contratou a empresa Top Comercial de Produtos Eletro-Eletrônicos e Serviços Ltda., sediada ba Rodovia CE 040, 2347, Bairro Amador, no município do Eusébio, pertencente a Francisco de Assis Cavalcante Júnior, num contrato com vigência de 12 meses com valor de R$ 17.507,00, documento firmado – carta contrato 07/2005 – através da SER IV.
CHOCANTE – Ao contrário do que possa sugerir a razão social da empresa contratada, esta não vai fornecer nenhum aparelho ou componente eletro-eletrônico ou serviço relacionado à área para a Prefeitura de Fortaleza. Trata-se de outro energético: a Top Comercial de Produtos Eletro-Eletrônicos e Serviços Ltda. vai fornecer, durante um ano, 4.100 refeições, os famosos “PF” (prato feito), segundo o documento, para “eventos diversos nas áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Esporte e Lazer”.
CHOCANTE – O preço unitário do PF comprado pela Prefeitura à Top é de R$ 4,27. Dá uma média de mais de 11 PF por dia. O problema é que cada vez mais as empresas buscam ampliar sua área de atuação na Junta Comercial para poderem fornecer produtos e serviços ao Poder Público. Na administração Juraci Magalhães era bastante comum empresas de um determinado ramo fornecerem produtos e serviços de outro completamente adverso e até incompatível com sua razão social.
CHOCANTE – Esse ardil é bastante utilizado para que pessoas se beneficiem do dinheiro público, através de compras direcionadas. Uma construtora pode, nessa prática, acabar fornecendo medicamentos, bem como uma clínica médica terminar por ser contratada para efetuar reformas em prédios públicos. Não se está afirmando que esse tipo de prática esteja ocorrendo, ainda, na Prefeitura de Fortaleza, ou que se aplique ao caso exposto.
CHOCANTE – Mas é muito difícil acreditar que uma empresa de produtos e serviços eletro-eletrônicos tenha condições de oferecer um serviço ou produto na área de alimentação com qualidade e preço mais competitivo do que um estabelecimento do ramo seja qual for o critério adotado. Caso essa façanha seja possível, deve-se questionar a qualidade e a honorabilidade de todas as empresas de alimentação, inclusive e principalmente as que fornecem para a Prefeitura. Nenhuma outra empresa de alimentação sediada em Fortaleza teria condições de fornecer essas refeições em condições melhores do que um estabelecimento de produtos e serviços eletro-eletrônicos do Euzébio?
EX-VEREADORES – A Prefeitura alugou imóveis pertencentes a ex-vereadores de Fortaleza. Solinésio Alencar recebe do erário municipal R$ 4.192,06 pelo aluguel de quatro imóveis na periferia da Cidade, com uma média de R$ 1.048 por cada. Pedro Nunes recebe R$ 6.6486,47 por um imóvel alugado à PMF no bairro da Paupina.
DISPOSIÇÃO – De uma canetada apenas a Prefeitura de Fortaleza colocou à disposição da Câmara Municipal de Fortaleza nada menos de 87 servidores de seus quadros. É muita gente para abarrotar ainda mais o Legislativo e que certamente farão falta ao desfalcado serviço público municipal. Como o contribuinte paga as despesas tanto do Executivo como do Legislativo municipais, a conta ficará, de uma forma ou de outra, sendo paga por ele.
PRIVILÉGIO – Também às custas do contribuinte e por concessão do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Tin Gomes (PHS), a servidora daquele Poder, Marcia Maria Diogo Mihaliuc, passará dez meses recebendo seus vencimentos integralmente, mesmo não estando trabalhando, sequer no País. A moça está em Londres participando de um curso de inglês. Deve ter testemunhado os atentados naquela Cidade. O contribuinte não deveria bancar esse tipo de privilégio, impensável para trabalhadores da iniciativa privada. Como tratou-se de uma decisão pessoal de fazer o tal curso de inglês londrino, o contribuinte não absolutamente nada com isso e não deveria arcar com esse ônus.
PRIVILÉGIO – Da mesma forma que o munícipe também não deveria ter que pagar R$ 632,00, correspondente a 4 diárias, passagem aérea Fortaleza/São Luís/Fortaleza e mais, pasmem, R$ 250,00 de taxa de inscrição do VIII Seminário Multiprofissional de Secretariado (SEMISEC), que vai acontecer de 24 a 27 de agosto na capital maranhense. Não é possível que um grupo privilegiado de agentes públicos – funcionários de carreira e comissionados – continuem a ter seus projetos pessoais financiados pelo contribuinte. Trata-se de um acinte à maioria esmagadora da população que não tem como viabilizar seus projetos e aspirações pessoais com o dinheiro do erário. Cerca de R$ 2 mil para um agente público participar de um evento de seu interesse pessoal.
PRIVILÉGIO – Muitas pessoas justificam esse tipo de regalia com a desculpa de que o agente público, ao – digamos – se aperfeiçoar (o que não se encaixa nos dois casos citados) melhora o nível do serviço público. Argumentação pueril e insustentável diante da realidade de que essa lógica, comumente, não se aplica à prática e de que, quando deixa o serviço público – seja funcionário de carreira ou ocupante de cargo comissionado – o beneficiário não faz o ressarcimento dos cofres públicos pelo “investimento” recebido graciosamente.
ARTICULAÇÕES – Vai ficar muito difícil e vai depender das articulações que conseguir fazer a manutenção do mandato por parte do líder do PT na Assembléia, José Nobre Guimarães. Depois da prisão de seu assessor, José Adalberto, com uma montanha de dinheiro em mala e escondido na cueca antes de embarcar em São Paulo com destino a Fortaleza, a situação está muito difícil para o parlamentar. Primeiramente, selou a queda de seu irmão, José Genoíno da presidência nacional do PT. Agora a luta do deputado será convencer e provar que a atitude ilícita de seu agora ex-assessor não tem nenhuma relação com ele.
ARTICULAÇÕES – Difícil – mas não impossível – que Guimarães consiga uma saída sem comprometer a si e seu partido desse episódio. Claro que o deputado não tem como monitorar seus auxiliares 24 horas por dia, nem poderia fazê-lo, mas, diante das circunstâncias, da conjuntura na qual seu partido está inserido, ou se tratou de uma grande e infeliz coincidência ou o caso é bem mais complexo do que ele deseja aparentar.
ARTICULAÇÕES – O problema é que os fatos poderão influenciar diretamente na ordenação interna de forças do PT. A ala oposicionista ao grupo político do líder da bancada estadual petista, com certeza, vai buscar fortalecer-se para expandir seu espaço na sigla. O fato é que, desde 1994, quando Guimarães, Kennedy Moura, Geraldo Acciólly & Cia. Quase amarraram o PT cearense numa aliança com os tucanos alencarinos, coligação esta desfeita pelo diretório nacional, o grupo vem se desgastando intensamente, conseguindo manter-se no comando do partido à custa de sua representação parlamentar. A manutenção do mandato de Guimarães, certamente, passará pela posição do PT na sucessão estadual do ano que vem.
FORTAL – O Fortal está chegando, mesmo que de maneira moribunda, e ainda não se tem notícia da intervenção do Poder Público – Prefeitura, Governo do Estado e Ministério Público – para que não haja nenhuma lesão à ré pública, seja através de danos ambientais e/ou fiscais. Do governo estadual não se pode esperar nada que não seja privilégio em detrimento do interesse coletivo, como vem fazendo ao longo dos tempos. O Ministério Público também ainda não informou que tipo de ações intentou para evitar danos ambientais e aos direitos coletivos e a Prefeitura também não disse que contrapartida social exigiu dos organizadores para que o permita. Afinal, se fez esse tipo de exigência na instalação de um supermercado, nada mais justo do que usar o mesmo peso e a mesma medida com a micareta. Ou será que o sobrenome Cialdini está pesando?
CEARÁ MUSIC – Da mesma forma também o Poder Público não está tendo a mesma atenção com o Ceará Music. A Prefeitura tem que seguir a mesma lógica de atuação e pensamento utilizada para a instalação do supermercado: exigir uma contrapartida social. O MP tem que garantir que não haja danos ao meio ambiente, principalmente com os pacientes da Santa Casa de Misericórdia, que fica a poucos metros do local do festival.
ACI – A programação dos 80 anos da Associação Cearense de Imprensa prossegue na próxima quinta, 14, às 19 horas, na Casa do Jornalista, com a entrega dos prêmios anuais de reportagem e homenagem a personalidades que contribuíram ou contribuem com a imprensa cearense. De acordo com o que estava previamente estabelecido vão receber a placa do mérito jornalístico 17personalidades.
ACI – A programação prevista para a Casa do Jornalista começará às 19 horas com o descerramento da placa alusiva aos 80 anos, que terá uma novidade: na placa constarão os nomes dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho Superior e não apenas da diretoria executiva. Depois, no Auditório Perboyre e Silva, será homenageado outro grupo de 17 personalidades que contribuíram ou contribuem com o desenvolvimento da imprensa cearense. Em seguida será lançado o Concurso de Reportagem 2006 e entregues os prêmios do concurso de 2005. Os nomes dos vencedores serão conhecidos apenas no momento da solenidade. A previsão é que este parte da programação termine às 21 horas.
ACI – Em seguida, no terraço da Casa do Jornalista, será cortado o bolo (80 cm) dos 80 anos doado pela Dona Benta e um coquetel com performance poética de Vilma Matos. Na oportunidade, também será reinaugurada a pintura do prédio, que teve o apoio técnico da Prefeitura de Fortaleza no processo inicial de requalificação do centro de Fortaleza.
CORREIO ELETRÔNICO – Da internauta Melissa Celi <melissa_torriiceli@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
"Ao Sítio EmOff
Por toda a sua história o PT usou e vestiu o
manto da ética e da moralidade. Ex-perseguidos políticos, líderes sindicais,
estudantes e, sem esquecer, o povo comum, entraram naquele que seria o grande
perseguidor
da coisa certa e da moralidade no Brasil. Não é de esquecer-se que ele, o
partido, ganhou o notório sinônimo OPOSIÇÃO. Onde houvesse cinza da corrupção,
seus membros acendiam a fogueira de nome CPI. Hoje, o Partido é mergulhado numa
maior de suas crises política e de identidade. E por que não falar criminal?
Afinal, provas surgem. Não com o vestígio de inocentar. Mas sim, ainda mais,
incriminar e puxar aqueles que estavam na sombra e que também registraram(rão)
seus nomes num dos maiores escândalos. E pensar que tudo vem à tona tendo como
personagem principal uma agência de propaganda. Esta, usada amplamente nas
campanhas políticas dos, agora, acusados. Mostra que o tal perfil técnico para
classificação e contratação é um embuste. Um jogo de cartas marcadas para
beneficiar os ajudantes daqueles que se consagraram vencedores.
O cenário...Brasília. Pensava-se tão somente ela
como palco restrito da falta de compromisso e lisura com a
coisa pública. Os cavaleiros da outrora ética, derrubados foram dos corcéis. As
lanças da Justiça, se as manobras não evitarem, postas serão sobre suas cabeças.
Empresas loteadas para arrecadarem dinheiro e dividir com aqueles que chegaram
ou já estavam no poder. Manter a governabilidade era preciso. A qualquer custo.
Não importa a cifra. O fim justificaria os meios. Talvez assim pensaram. Teriam
lido excessivamente Maquiavel? Se assim o fizeram, esqueceram da lição, do
mesmo, que não é preciso temer apenas os inimigos. Mas os bajuladores também
precisavam de vigilância. Estes, como a serpente, podem morder sem quererem
saber se fizeram bem ou não. Querem apenas salvar a própria pele. Os ditos
homens probos que por nós estão no poder. Sendo ou não eleitora de alguns deles,
também tenho a consciência de que vivo sob a democracia. O governo para a
maioria. Incluo-me como indignada e, sem esquecer, daqueles que cobram um
julgamento limpo e a aplicação da Lei, sem benevolências.
O vento soprou no Ceará. Preso um dos dirigentes do PT do Estado do Ceará. Seria coincidência o mesmo ser do campo majoritário, ser assessor do principal indicador de dirigentes de estatais aqui no Estado e também irmão de José Genoíno? O que faria um agricultor com uma soma em dinheiro, moeda nacional e estrangeira, que ultrapassa os R$ 400 mil? Dólares escondidos na cueca, divulgado, pelo preso, ser oriundo de comercialização de verduras. Os líderes daqui sentem os estragos. Telhados de vidros cobririam “as casas do Nordeste”?
Há de ser questionável o deputado José Guimarães limitar-se a dizer que não sabia por onde estava seu assessor. Um funcionário seu que se ausenta do trabalho em plena semana e vai parar em São Paulo no mesmo período que o diretório nacional do partido estaria reunido. Seria o indício de que por aqui malas também voam e levam dinheiro? É bom destacar em que seu informativo desta semana, o Banco do Nordeste fez-se manchete e traz denúncias de descaso com investigações de operações fraudulentas e contratação irregular de empresa. A Cobra Tecnologia. Novamente, com a tal questão técnica envolvida que levou a dispensa de licitação e um contrato milionário.
Mas não se viu notícias nos jornais da cidade. Apesar de rumores de pronunciamentos feitos na Câmara denunciando a situação, os jornalistas e/ou correspondentes não escreveram nada. Ou até escreveram e suas chefias usaram o velho método do “engavetar a notícia”. Não se pode negar que o Banco do Nordeste é um grande utilizador da imprensa/mídia na compra de espaços publicitários e patrocinador de um grande festival de arte ocorrido no ano passado, na áurea crise do contrato da Cobra que foi barrado pelo TCU.
Por coincidência, o tal festival, é de uma fundação dona de um jornal. São relações quase que pecaminosas. Resta agora, e precisa, ser apurado o envolvimento de políticos e dirigentes de estatais com o escândalo do dirigente daqui do Estado.
Fortaleza – Se tudo começou numa agência de publicidade, o emanar do escândalo, que a Prefeitura de Fortaleza fique atenta. Afinal, mantém sob contrato, feito com a dispensa de licitação por intermédio de um decreto de emergência, com uma empresa de publicidade que foi a mesma executora da vitoriosa campanha de Luizianne Lins. Divulgado por esse sítio, a licitação para a substituição anda envolvida num jogo de carta marcada – faço eu, como leitora, o uso do termo -, com o pretexto do fator técnico. Gentilmente batizado, por alguns, de favorecimento. Sem falar nas nomeações afrontosas para uma capital que enxergaria na nova Prefeita o fim dos milhares de cargos comissionados para não concursados que continuam e foram criados como cabides para simpatizantes e ajudantes dos vitoriosos.
Quero como cidadã, garantir que todo dinheiro retirado de mim através de impostos seja utilizado de forma correta. Para o bem de todos. Não para benesses de alguns e afago nos egos ideológicos de outros.
Há de se governar, mas sem comprar um sim ou um
não de um político. Este é o desabafo de uma brasileira.
Melissa Celi
Cajazeiras-Fortaleza"
RESPOSTA – Não há absolutamente nada o que acrescentar ao irretocável e impecável texto da nossa leitora.
LUTO – O jornalismo cearense está de luto pela prematura partida da jornalista Christiane Viana. Deixa um vazio irrecuperável e desfalca o já combalido quadro de profissionais de talento da mídia local.
PARA REFLETIR – “Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”. (Chico Xavier)
ATUALIZAÇÃO N.º 275 - 18/07/2.005
PERMANÊNCIA – Umas das indagações que mais tem sido freqüente é quanto tempo ainda permanecerá no cargo o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith. A situação dele se tornou praticamente insustentável após todo esse imbróglio envolvendo seu ex-chefe de gabinete e agora ex-assessor especial Kennedy Moura Ramos, com o caso dos R$ 200 mil apreendidos na bagagem de Adalberto Vieira e mais US$ 100 mil “socados” na cueca do ex-assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT).
PERMANÊNCIA – Smith complicou-se no episódio pelo fato de ter bancado a permanência de Kennedy nos quadros do BN mesmo após o conturbado episódio da contratação sem licitação da empresa Cobra, subsidiária do Banco do Brasil, para a prestação de serviços de informática, noticiado em primeira mão pelo sítio Em Off. Na época o então chefe de gabinete da Presidência do BN acusou superintendentes do Banco, todos funcionários de carreira com muitos anos de Instituição, das irregularidades. O Tribunal de Contas da União inocentou os acusados pelo então chefe da Gapri e, sem clima para permanecer no Passaré, Smith conseguiu colocar Kennedy como assessor especial, representando o BN em Brasília.
PERMANÊNCIA – Na época, Smith chegou a ameaçar pedir demissão caso Kennedy fosse desligado em definitivo do Banco. Essa relação entre o presidente do BN e o ex-assessor colocou em suspeição se o presidente possui ou não relação com o dinheiro apreendido em São Paulo. José Nobre Guimarães disse que Adalberto tinha ido a São Paulo pegar o dinheiro para Kennedy. O assessor, a princípio, disse que o dinheiro advinha da venda de melões. Depois seria um “empréstimo” de Kennedy para que ele abrisse uma locadora de carros em Aracati, em sociedade com outro assessor de Guimarães.
PERMANÊNCIA – Por último, o dinheiro foi apontado como pertencente a um comerciante João Moura, daquele Município. Guimarães e Kennedy estão trocando acusações mútuas pela mídia sobre a propriedade do dinheiro. O deputado estadual petista luta para se desvincular desse nó, pois sabe que do contrário ficará ainda mais difícil a manutenção de seu mandato. Kennedy tenta deixar com seu colega de partido essa batata quente. Caso o dinheiro de fato pertença ao ex-assessor do BN, Smith dificilmente se livrará de uma investigação profunda para saber se tem ou não ligação com tudo isso.
PERMANÊNCIA – O presidente do Banco rapidamente manobrou para instalar uma sindicância interna para investigar se o dinheiro poderia ter como origem o Órgão. Tenta evitar que o MPF averigúe isso e dar a impressão de que está apurando o caso e mostrando serviço. O tiro pode sair pela culatra. A guilhotina está cada vez mais afiada, à espera dos pescoços que lhe serão enviados para serem separados de suas cabeças. Nessa história não existem santos: ou o deputado está metido nisso ou o ex-assessor do BN. Ou ambos, já que o dinheiro pode ter dois ou mais proprietários.
PERMANÊNCIA – Guimarães foi o responsável pela indicação de Smith, bem como a de Kennedy. Uma coisa é certa: o dinheiro não surgiu do nada, tampouco do nada saiu em direção ao nada. Ele tem procedência e dono – ou donos –. Mesmo que consiga ligar o montante apreendido a seu ex-amigo, Guimarães não está livre de participação em todo esse nefasto episódio. Tampouco Smith.
HISTÓRICO – José Adalberto Vieira não é uma figura desacostumada às negociações do PT no Ceará. O “cuecão de ouro” foi um dos participantes da reunião realizada com o empresário norte-americano Mike Layanni, da Procapuí, onde ficou acertada a lei que criou o selo de qualidade do Município de Icapuí, cuja incumbência de confecção e aposição acabou entregue ao próprio empresário.
HISTÓRICO – Além de Adalberto estavam presentes à reunião o então prefeito de Icapuí, Dedé Teixeira (PT), José Airton Cirilo, a presidente da Câmara Municipal Fátima Lacerda – Irmã de José Airton – e mais cinco vereadores. Todo o desenrolar desse episódio já foi abordado anteriormente pelo sítio Em Off.
CAMPANHA – É fato que o PSDB local está lucrando bastante com o episódio do dinheiro apreendido com o ex-assessor do deputado estadual José Guimarães. Afinal, ainda está viva na memória o sufoco da vitória do governador Lúcio Alcântara em 2002, quando teve pouco mais de três mil votos de vantagem sobre o petista José Airton no segundo turno.
CAMPANHA – O PSDB cearense sempre se apoiou em um forte esquema de mídia, envolvendo empresas e profissionais de comunicação que sempre se mostraram solícitos, disponíveis e dispostos a preservar a imagem do tucanato cearense. Infelizmente a forma de concessão de rádio e TV por parte do Poder Público enseja isso e a falta de mecanismos de controle social dos meios de comunicação também corrobora com essa situação.
CAMPANHA – Semana passada a TV Jangadeiro utilizou o editorial do programa Barra Pesada para se reportar à crise política pela qual o País vem atravessando nos últimos dias, referindo-se ao episódio do dinheiro apreendido com o ex-assessor do deputado estadual José Guimarães, bem como da suposta propriedade da soma por parte do ex-assessor especial do Banco do Nordeste, Kennedy Moura. Foi relembrado o caso Cobra, dentre outras críticas.
CAMPANHA – Abstraindo-se da oportunidade ou não do editorial, algumas indagações podem e devem ser feitas. Por qual motivo a emissora nunca noticiou o fato do Conselho Penitenciário do Estado ter recomendado a anulação do contrato assinado, sem licitação, entre o governo do Estado e a Companhia Nacional de Administração Penitenciária (Conap), por irregularidades na contratação e por superfaturamento?
CAMPANHA – A Jangadeiro também não faz alusões, por exemplo, aos desmandos da era Byron Queiroz no BN, bem como despersonaliza o caos na segurança pública e na Secretaria de Justiça. Não há espaço, também, para denunciar um falacioso projeto de Secretaria de Educação e da Sejus, que colocou professores nos presídios sem a menor condição de trabalho, com muitos deles dando aula nos corredores das celas, os detentos não têm papel nem caneta para fazer anotações, não têm livros, apostilas, nada, servindo apenas para fazer jogo de cena. A emissora também não deu espaço para o escândalo do Ceará doa o troco.
CAMPANHA – A Conap tem como um dos sócios Luís Gastão Bittencourt, um dos principais financiadores da campanha do governador Lúcio Alcântara. Quando não há interesse do grupo político – e que alguns integrantes são proprietários da empresa – a emissora mantém seu silêncio conveniente. Isso não é jornalismo ético e compromissado com o acesso democrático à informação. Pior de tudo: constranger um profissional como Nonato Albuquerque a fazer o papel de portar uma voz que não combina com sua história.
DIÁRIAS – A assessora especial da Prefeita Luizianne Lins, Lia Freitas Cavalcante, recebeu do munícipe R$ 744,00 referente a três diárias, além de passagem aérea Fortaleza/Brasília/Fortaleza. Na capital do País a assessora participou, nos do dia 22 a 24 de junho do corrente ano da reunião da Federação da Indústria do Distrito Federal; da Assessoria de Assuntos Federativos e Parlamentares; da reunião da Agência Brasileira de Cooperação e reunião Ano do Brasil na França. Mais interesse da municipalidade impossível.
MENSALINHO – Logo que estourou o escândalo do mensalão na Câmara Federal, algumas pessoas passaram a chamar de “mensalinho” o pagamento de despesas extras – especialmente para presidente das Comissões Técnicas – na Câmara Municipal. São extras com combustível, vale-transporte, vale-refeição, maior número de assessores e outros “mimos” que acabam somando perto de R$ 14 mil mensais. Curiosamente os contemplados foram eleitores do presidente Tin Gomes.
LIBEROU – Depois de muito reivindicar, a apresentadora Katiúzia Rios conseguiu que a direção de jornalismo aceitasse liberá-la para fazer um programa na emissora de rádio FM dos sócios Gaudêncio Lucena e Eunício Oliveira. A direção de jornalismo estava fincando pé para manter a moça “exclusiva”. O salário que a emissora paga não confere essa condição, mas, se a moça é ruim como apresentadora de TV, no rádio dificilmente terá melhor sorte.
INSATISFAÇÃO – No SVM também estão insatisfeitos os cinegrafistas da TV Diário. Segundo alguns deles, estão sendo obrigados a fazer imagens para a Sport TV, emissora do Sistema Globo, com equipamentos da TV Diário, e fora do horário de trabalho. O pior é que eles não estão sendo corretamente remunerados pelo serviço. Recebem apenas um tal de prêmio eventual, criado pelo, digamos, assessor da diretoria Lídio Fernandes, conhecido também como “Lili quebra-barraco”.
INSATISFAÇÃO – Enquanto isso, em outros Estados os profissionais que gravam imagens para a Sport TV recebem até R$ 100,00 por hora trabalhada. E não são obrigados a montar a estrutura e carregar cabos como ocorre aqui.
SEGURO – Outro caso que chama a atenção é que as Convenções Coletivas de Trabalho da área de Comunicação no Estado do Ceará, tanto a dos Jornalistas, quanto a dos Radialistas deixa bem claro que as empresas são obrigadas a pagar um seguro de vida para os profissionais apenas com ônus financeiro para o empregador. Mas na prática não é isso que acontece, já que na TV Diário, por exemplo, todos os meses é descontado o valor de R$ 8,00. Um ponto que abre precedentes para ações trabalhistas.
PALHAÇO – O presidente do Ceará Sporting Club, Alexandre Frota – que reapareceu depois de um longo e tenebroso inverno nos microfones cobrando a demissão do técnico Jair Pereira depois da vexatória derrota para o Grêmio – deu novo mergulho após anunciar que o clube não iria recorrer à Justiça Comum contra decisão do STJD que determinou à Federação Cearense de Futebol que declarasse campeão estadual de 2004 o Fortaleza Esporte Clube. Mais uma para a pantomima que o pinóquio mandatário alvinegro instalou desde que decidiu fazer do Ceará Sporting seu picadeiro.
CORREIO ELETRÔNICO I – Do internauta Márcio Sena <mhsena@gmail.com>, recebemos a seguinte mensagem eletrônica:
”Parabéns pelo trabalho apresentado no sítio. Devo dizer que encontrei-o por acaso, ao fazer uma pesquisa sobre nepotismo, e acho ser de grande valia não só para alertar os profissionais da imprensa cearense de sua mediocridade, mas também como fonte de informação e denúncia para profissionais de qualquer área. A impressão que nos passa é de que as notícias publicadas nos jornais cearenses hoje, têm como maior fonte de pesquisa o "Google", além dos sítios oficiais, claro. É um absurdo que a imprensa local não denuncie fatos, ou pior, quando o faz, não dá a devida continuidade, transmitindo aquela nítida impressão de que a "notícia morreu para não causar maiores danos". Dou-lhe alguns exemplos: o que dizer do nepotismo no TJCE (uma insanidade)? ou talvez aquele certo proprietário de uma rede de discos, o qual matou a esposa na frente de um oficial de justiça e nunca foi condenado? (curioso ele vender leite agora, não?), ou ainda, é voz corrente (essa expressão é ótima) que um certo parente, de um certo governador, estaria cobrando para "prestar serviços" em Brasília, cobrando uma comissão por isso? Melhor parar por aqui. De qualquer forma, o que aconteceu com impressa do Ceará? Por quê ninguém denuncia fatos escabrosos que estão aí, pedindo para serem denunciados? De qualquer forma, meus sinceros parabéns, e votos de que vocês possam trilhar seu caminho de forma independente, e acima de tudo humilde (como disse Noblat), pois com certeza terá meu apoio. Abraços.”
RESPOSTA – O empresário citado pelo internauta é Flávio Carneiro, que assassinou a tiros, em dezembro de 1992, no interior de uma das lojas Tok Discos, que funcionava na Rua Guilherme Rocha, no Centro de Fortaleza, sua ex-esposa Ethel Angert. No momento ela acompanhava uma ação de despejo contra o ex-marido. Até o momento Flávio não sentou no banco dos réus num júri popular, mas continua freqüentando o “high society” cearense. Não sabemos quem seja o parente do governador que estaria cobrando para prestar serviços em Brasília, cobrando comissão.
CORREIO ELETRÔNICO II – Do
internauta Tito Oliveira <titocsc@uol.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
“Prezados Senhores, li em uma coluna de um desses puxa-sacos de autoridades
(que residem no aeroporto Pinto Martins) que o turista que visita a terrinha
agora está sendo recepcionado com um show de humor. Certamente os humoristas não
estão fazendo isso de graça. Se isso for verdade tenho uma sugestão mais
econômica para os cofres do Estado.
Que tal colocar um telão na área de desembarque do nosso aeroporto (sintonizado
na TVL - canal 6) transmitindo as sessões da Câmara Municipal de Fortaleza?
Só os mungangos do Sr. Tim Gomes (Presidente da CMF) mais aquele papagaio de
pirata (o ex-jogador de futebol, Mimi) todo fantasiado (de terno e gravata) de
aspone atrás do seu "chefe" o tempo todo já seria suficiente para matar os
turistas de rir. Se quiserem diversificar é só convocar a Vereadora Debora Soft
para mostrar suas qualidades na tribuna.
TITO OLIVEIRA
Aldeota”
RESPOSTA – Todo cearense é um humorista nato...
PARA REFLETIR – "Não interrompa uma pessoa que lhe conta algo que você já sabe. Uma história nunca é contada duas vezes da mesma maneira e é sempre bom ter mais uma versão." (Golbery do Couto e Silva)
ATUALIZAÇÃO N.º 276 - 25/07/2.005
ENTREVISTA – Na edição do dia 21/07 o jornal O Povo publicou uma entrevista com Ozeas Duarte, membro do diretório nacional do PT, ex-secretário de comunicação do partido e assessor da diretoria do Banco do Nordeste, sobre o caso dos mais de R$ 200 mil e os US$ 100 mil apreendidos com o ex-assessor do deputado estadual e ex-líder do PT José Nobre Guimarães, irmão do ex-presidente nacional da sigla, José Genoíno. O petista não acrescentou muita coisa ao que já havia sido tornado público sobre o episódio, nem esclareceu absolutamente nada.
ENTREVISTA – Desde a semana anterior à entrevista publicada, Ozeas solicitou que amigos intermediassem uma entrevista com algum meio de comunicação, pois dizia que “tinha muita coisa importante para falar, que iria esclarecer de uma vez o caso do dinheiro apreendido com o Adalberto”. Não apresentava comprovação do que afirmava, tampouco revelava, por exemplo, os nomes dos petistas que participaram de reunião em São Paulo com Guimarães e Kennedy Moura Ramos, ex-assessor da presidência do Banco do Nordeste.
ENTREVISTA – O que ficou claro é que a intenção de Ozeas era inocentar o deputado estadual petista e desviar o foco das atenções do BN. Ozeas disse que Guimarães estava sendo “chantageado” e que apenas ele poderia revelar quem havia enviado Adalberto Vieira a São Paulo, afirmando que tinha essa informação, mas não poderia fornecê-la. No dia seguinte à publicação da entrevista o parlamentar estadual do PT desmentiu seu companheiro de partido. Guimarães colocou o assessor da diretoria do BN na posição de mentiroso.
ENTREVISTA – As investigações estão apontando para um esquema de corrupção no BN onde dificilmente não esteja inserido seu presidente, Roberto Smith. A linha de raciocínio é de que o dinheiro que Adalberto foi pegar em São Paulo se trata de um pagamento pela facilitação da vitória numa licitação federal concedida à Alusa/STN, onde o BN participou como financiador do contrato de US$ 90 milhões para que a empresa construa uma linha de transmissão de energia do Piauí ao Ceará. O presidente do Banco está a caminho do cadafalso e nem mesmo a sindicância interna instaurada para investigar se o dinheiro apreendido é proveniente de alguma irregularidade, envolvendo o BN, irá conseguir salvá-lo da degola e posterior responsabilização administrativa e penal.
ENTREVISTA – Nem mesmo a argumentação que o BN irá apresentar, de que um empréstimo dessa monta tem que passar por vários comitês e conselhos, exatamente para evitar que ocorresse irregularidade, será suficiente. O Banco do Nordeste passou por uma desastrosa e nefasta administração durante o governo FHC, através do ex-presidente Byron Queiroz, apadrinhado do hoje senador Tasso Jereissati e, pelo visto, não deu sorte também com a administração petista. Aliás, além de muitas irregularidades que Byron cometeu à frente do Banco – como a que o Em Off noticiou há algumas semanas, que envolve também o ex-deputado federal Expedito Machado – o mais novo imbróglio que a Justiça considerou ímprobo foi a contratação de escritório de advocacia sem licitação para que o ex-presidente se defendesse das muitas ações de sua gestão trapalhada.
SILÊNCIO – Dentre as figuras públicas cearenses que receberam recursos do “Caixa 2” que o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, confessou ter implementado, uma vem sendo poupado pela mídia local. Não foi apenas o hoje diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ex-prefeito de Icapuí, ex-vereador de Fortaleza e candidato derrotado do PT ao governo do Estado em 2002 José Airton Cirilo, tampouco a prefeita de Fortaleza Luizianne Lins que receberam recursos da executiva nacional petista em suas campanhas.
SILÊNCIO – José Airton recebeu dinheiro quando do segundo turno da eleição em 2002, o mesmo acontecendo com Luizianne. Igualmente no segundo turno da eleição municipal de 2004. No primeiro turno a candidatura do deputado federal Inácio Arruda (PC do B) recebeu um grande volume de recursos da executiva nacional do PT. Na época o partido tinha candidatura própria, mas com justificativas pueris o PT nacional direcionou os recursos para a campanha do deputado federal, fato que motivou por diversas vezes protestos da então candidata Luizianne Lins. Hoje deve estar acendendo maços de velas por ter sido preterida no primeiro turno pela executiva nacional de seu partido. Do contrário teria sob suspeita bem mais do que o pouco mais de R$ 200 mil que disse ter recebido de sua agremiação durante a campanha do segundo turno.
SILÊNCIO – A ofensiva de apoio à candidatura de Inácio por parte da executiva nacional do PT foi tamanha que o próprio então todo-poderoso ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu veio para um evento, promovido no luxuoso Marina Park Hotel, em apoio à postulação de Inácio. Na ocasião, havia um movimento de petistas com o slogan: “Sou PT, voto Inácio”. Arrogantemente, Dirceu não deu declarações à imprensa após discursar no ato político, uma feijoada onde até mesmo o empresário Ivens Dias Branco foi apresentado como apoiador da campanha do PC do B.
SILÊNCIO – Na negativa de falar do ministro-chefe-arrogante, eis que o então secretário geral do PT, Sílvio Pereira, falou com alguns jornalistas presentes. Justificou o apoio à candidatura de Inácio com o discurso oficial: seu partido podia ajudar qualquer candidatura dos partidos aliados às prefeituras por todo o País. Questionado se o partido iria ou não destinar recursos à candidatura de Luizianne, Sílvio respondeu que “bastaria que a candidata solicitasse”. A candidatura de Inácio partiu para uma tentativa de sprint final, inclusive realizando um mega showmício no aterro da Praia de Iracema, no chamado “kit Delúbio”.
SILÊNCIO – O nome de Inácio Arruda vem sendo mantido longe do foco do turbilhão político instalado no País desde o flagrante de corrupção por parte de um diretor dos Correios que acabou envolvendo o deputado federal Roberto Jéferson e acabou tornando popular o nome mensalão, derrubou ministros e líderes partidários e transformou o publicitário Marcos Valério, Delúbio Soares e Sílvio Pereira em figurinhas conhecidas da população brasileira. Algumas empresas de comunicação possuem vultosas dívidas com o fisco federal. Inácio vem tentando com o governo federal um parcelamento do parcelamento desses débitos. Daí é só concluir o quê isso tem a ver com esse silêncio.
FAVORECIMENTO – A propaganda sobre o programa Contexto, da TV União, publicada nos jornais impressos, trouxe uma frase do deputado federal e ex-ministro das comunicações Eunício Oliveira (PMDB). O fato é que a emissora está apostando na obtenção de benesses e vantagens do parlamentar, candidato declarado ao governo do Estado em 2006.
FAVORECIMENTO – O relacionamento entre a emissora e o parlamentar não é recente. Ano passado, o debate programado para acontecer durante a campanha do segundo turno das eleições municipais em Fortaleza, entre os candidatos Moroni Torgan (PFL) e Luizianne Lins (PT) não aconteceu por interferência direta de Eunício, naquele momento apoiando a candidatura de Moroni. A manobra foi acertada entre o então ministro, seu sócio Gaudêncio Lucena e o proprietário da emissora, José Alberto Bardawil.
FAVORECIMENTO – Mesmo tendo sido o debate acertado com muita antecedência, o então candidato do PFL alegou indisponibilidade em sua agenda para não participar do debate, propondo um adiamento que na verdade seria apenas um paliativo imediato, uma vez que não havia interesse na realização do debate por parte de Moroni. O proprietário da emissora preferiu expor sua empresa – o debate além de acertado já estava sendo anunciado – para atender Eunício.
FAVORECIMENTO – Agora a emissora dá um claro sinal de que irá se colocar a serviço da candidatura do peemedebista na eleição do próximo ano. Pelo menos até quando seu dono vislumbrar possibilidade de angariar vantagens e favorecimento com esse posicionamento. Não é dessa forma irresponsável que se deve conduzir um veículo de comunicação explorado mediante concessão do Poder Público.
ZERO – O jornal O Povo partiu mesmo para tentar fazer jornalismo a custo zero... ou quase. Um grande número de falsos profissionais agora está assinando colunas e “matérias especiais” (alô Sindjorce, tudo bem, como estão as coisas?). No caderno Buchicho, por exemplo, já há uma penca desse tipo de gente: Marcela Bridi, Daniel de Paula, Fernando Costa, Karine Alexandrino, etc.
ZERO – São pessoas que não recebem qualquer remuneração para escrever – até porquê tentam utilizar esse fato para justificar o fato de exercerem ilegalmente o jornalismo – e enchem lingüiça naquele caderno. Duas páginas semanais, por exemplo, são destinadas à personagem Valentina Warhol, encarnada pela dublê de cantora/performer/falsa profissional Karine Alexandrino, que transformou o espaço num álbum de fotos pior do que a revista Caras. Aliás, o jornal O Povo resolveu transformar-se num periódico ortopédico: é coluna que não acaba mais. São quase 70 – isso mesmo, 70 – colunas entre semanais e diárias.
RECONHECIMENTO – A Prefeitura de Fortaleza vem efetuando o reconhecimento de muitas dívidas, boa parte delas ainda referentes à administração Juraci Magalhães, outras já da gestão de Luizianne Lins, com base no decreto do estado de emergência. O problema é que não há indicações maiores nos atos administrativos que reconhecem esses débitos. Alguns valores são extremamente vultosos, acima de R$ 300 mil e nesse valor deveria constar, obrigatoriamente, o processo licitatório que regeu essa despesa pública. Mas infelizmente o contribuinte fica sem saber o motivo, a origem, a destinação desse montante o qual é obrigado a pagar.
DUBIEDADE – Através do Ato nº 3269/2005 da prefeita Luizianne Lins, Israel da Silva Martins foi nomeado para exercer o cargo em comissão de Assessor do Titular da Secretaria Regional IV, simbologia DAS-1, datado de 04/07/2005, mas com validade retroativa a 01/07/2005. O problema é que o moço, ao que consta, ainda como nomeado para um cargo AT-1 na Câmara Municipal de Fortaleza.
REXONA – Quem também conseguiu um gancho na Prefeitura de Fortaleza foi o jornalista Renato Pinheiro de Abreu, que agora exerce o cargo em comissão de Gerente da Célula de Telemarketing – êita nome pomposo! – com simbologia DNS-2, nomeado através do Ato nº 3777/2005. O cargo é integrante da estrutura administrativa do Gabinete da Prefeita. Célula de Telemarketing? A cada dia que passa a criatividade empregatícia pública se supera...
ATÉ TU, BRUTUS? – Quem também conseguiu emplacar um parente num dos cabides da Prefeitura de Fortaleza foi o deputado estadual Heitor Correia Férrer (PDT). A irmã dele, Lisbeth Correia Férrer foi nomeada pela prefeita Luizianne Lins, através do Ato nº 3820/2005, de 08/07/2005, Auxiliar Técnico da Comissão de Monitoramento e Acompanhamento das Ações Emergenciais – olha aí mais um nome pomposo! –, vinculada à Secretaria Municipal de Educação e Assistência Social.
ENGANCHOU – O vice-prefeito de Fortaleza, Carlos Veneranda (PSB) também resolveu pendurar no gabinete Roberts Burns Moreira de Oliveira, seu colega de partido, que concorreu a uma vaga na Câmara Municipal de Fortaleza em 2004. Não logrou êxito em sua empreitada, mas não ficou a ver navios: desde 08/07/2005 foi nomeado, pelo Ato nº 3830/2005, para exercer o cargo em comissão de Assessor Técnico, simbologia DAS-1, no gabinete do vice-prefeito. Robert Burns também já integrou por muitos anos os quadros do PC do B, tendo sido assessor de Chico Lopes, tanto na Câmara Municipal quanto na Assembléia Legislativa. A política é dinâmica e a “viúva” rica...
CRITÉRIOS – A máquina pública, em todas as esferas, a cada dia se torna mais inoperante e alvo de irregularidades pela falta de critérios para o preenchimento dos cargos. O critério político, o do QI – Quem Indica – cada vez mais afunda o serviço público nesse buraco para o qual empurrou o contribuinte, com a prestimosa ajuda de funcionários de carreira concursados acomodados e desidiosos, salvo raríssimas exceções.
ESTRANHO – O Instituto Dr. José Frota (IJF), da Prefeitura de Fortaleza, é um hospital de referência no atendimento de urgência. Para lá é conduzida a maioria dos pacientes vítimas de traumas. Não está em sua prioridade o atendimento clínico, mas a servidora municipal Maria da Conceição de Castro, lotada na Secretaria Executiva Regional II, foi posta à disposição daquele Hospital, desde 01/06/2005, pelo Ato nº 3794/2005, oriundo da Secretaria de Administração do Município. Um detalhe: a servidora é fonoaudióloga. Pelo que consta, essa especialidade não é atribuição de um hospital de emergência.
DISCRIMINAÇÃO – Os jogos do Ceará Sporting Club na Série B do campeonato brasileiro de futebol foram programados para o estádio Castelão, segundo sua diretoria, pelo temor de que no PV a torcida poderia arremessar algo no campo, fazendo assim com que o alvinegro corresse o risco de perder o mando de campo ou fosse obrigado a jogar com portões fechados caso algum incidente ocorresse. Mesmo mandando seus jogos no Castelão, ainda assim em um dos jogos o árbitro relatou o arremesso de um rádio de pilha quando se dirigia ao túnel. Por uma grande sorte o time cearense não foi punido pela CBF.
DISCRIMINAÇÃO – O problema é que já existe uma alternativa para que esse tipo de incidente seja evitado: um túnel inflável que protege o árbitro e seus auxiliares quando se dirigem ao túnel que dá acesso a seu vestiário. Mas, curiosamente, esse túnel inflável não vem sendo utilizado nos jogos do Ceará. Coisa que não acontece, entretanto, quando o jogo é do Fortaleza, pela série A. Mas uma explicação para isso: o titular da Secretaria da Juventude, pasta à qual o estádio está subordinado, é o engenheiro Lúcio Bonfim, conselheiro e membro da diretoria do Fortaleza Esporte Clube.
DISCRIMINAÇÃO – O secretário tucano/tricolor não pode colocar sua preferência futebolística acima do compromisso público que o cargo de secretário estadual lhe obriga. Não está na Sejuv para defender interesse de clube A ou B, mas, como agente público, a toda a população, que é formada também por torcedores do Ceará, Ferroviário, Tiradentes, América, Calouros do Ar, Icasa, etc., etc., etc. Como sempre nossa “imprensa esportiva” (?) mantém-se de boca e olhos fechados, além de ouvidos surdos.
PARA REFLETIR – “A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro”. (Cícero)