Em Off

Página dedicada aos profissionais de imprensa.

Arquivo de atualizações Imprensa CE - Maio/2006

ATUALIZAÇÃO N.º 316 - 01/05/2.006

PROCAPUÍ – Semana passada prestaram depoimentos na CPI dos grupos de extermínio os advogados Eunice Leal Oliveira e Alberto Carapeba. A primeira depoente atuou como diretora administrativa das empresas Procapuí e Iglomar, ambas pertencentes ao empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerald Layani. O segundo representa os irmãos Josef e Leyla Anavian, na ação que movem contra Mike – respectivamente sobrinho e filho dos promoventes –, tendo inclusive oferecido a queixa-crime que resultou em inquérito feito pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e que resultou em processo afeito à 1ª Vara Criminal da Justiça Estadual.

PROCAPUÍ – Com exceção do jornal Diário do Nordeste, a mídia local ignorou o depoimento dos dois advogados. A dimensão do imbróglio envolvendo as empresas do norte-americano talvez esteja sendo a responsável pelo silêncio quase absoluto da imprensa local. O empresário vitaminou as campanhas de políticos de diversos matizes nas eleições passadas. O caso Procapuí atingiu diversos segmentos da sociedade cearense.

PROCAPUÍ – O rombo do empresário norte-americano – que somado ao dinheiro tomado dos familiares e o captado por aqui supera os R$ 30 milhões – mostra quão provinciano é o nosso Estado. Um norte-americano vindo do nada consegue captar milhões de reais de grandes, pequenos e médios empresários locais, atraídos pela promessa de pagamento de juros acima do mercado. Caíram feito patinhos. Caso tivesse sido alguém da terrinha que tentasse captar essa vultosa soma, dificilmente obteria êxito. Mas como se tratava de um forasteiro, com papo bonito e fala enrolada, os incautos locais optaram por dar-lhe crédito. E dinheiro, muito dinheiro.

PROCAPUÍ – Os interesses são bastante grandes para manter a maioria esmagadora da mídia cearense calada e omissa quanto ao caso. Infelizmente os interesses pessoais se sobrepuseram, mais uma vez, ao coletivo, fazendo com que a sociedade seja impedida – ainda que em parte – de ser informada. A intenção de varrer esse imbróglio para debaixo do tapete é latente.

PROCAPUÍ – Um dos fatos – mais um – intrigantes desse caso é o grande número de ações de indenizações impetradas contra o norte-americano, todas por pessoas que se apresentavam como moradoras da área desapropriada pela Prefeitura de Icapuí e doada a Mike para a instalação da fazenda de carnicicultura. Em todas as ações surge como advogado constituído dos reclamantes um conhecido nome da cena local: Deodato Ramalho, ex-procurador do Município de Fortaleza e que foi cogitado, pela prefeita Luizianne Lins, para ser candidato a vice na chapa da coligação PSB-PT ao governo do Estado. Nada demais numa primeira leitura, pois afinal Deodato é advogado e tem todo o direito de ter como cliente quem quiser e entender.

PROCAPUÍ – Mas fica esquisito o fato do advogado ser um expoente do PT, advogando para pessoas que se apresentavam como posseiros de uma área desapropriada por uma prefeitura petista. Os reclamantes, lógico, cobravam judicialmente indenização para deixarem a área que diziam ocupar e inserida na desapropriada pela PMI. Área de Marinha, portanto, pertencente à União e não suscetível à ação de desapropriação da prefeitura de Icapuí, que não tem competência para isso. Basta que se verifique os processos que também eram protocolizados na SPU sobre terrenos na área doada a Mike. O tamanho do imbróglio será o principal motivo para que o sigilo dos depoimentos sobre a Procapuí na CPI dos grupos de extermínio seja mantido.

CPI – O episódio do aborto à CPI que visaria a investigação das dispensas de licitação por parte do governo do Estado do Ceará revelou fatos curiosos, surpreendentes, outros não tão surpreendentes e um festival de incoerência e cinismo. Com uma larga vantagem o governo conseguiu abortar a CPI que iria investigar as inúmeras contratações feitas pelo Estado sem licitação, dentre elas a da Conap – que administra alguns presídios e tem como um dos principais sócios Luis Gastão Bittencourt, um dos articuladores financeiro da campanha do então candidato Lúcio Alcântara ao governo em 2002.

CPI – Na ânsia de enterrar a CPI, aconteceu praticamente de tudo. A tônica foi a troca de acusações entre governo e oposição, claro. Os governistas tentavam justificar a não instalação com os mais estapafúrdios argumentos, até mesmo a justificativa de um erro pelo outro: diziam que o PT se empenha para abortar CPI no Congresso, então o PSDB faria o mesmo aqui. Um dos momentos de maior incoerência foi quando o recurso impetrado contra a decisão do presidente da Assembléia, Marcos Cals (PSDB), de arquivar o requerimento da CPI com base num parecer absurdo e sob encomenda feito pela procuradoria da Casa e assinado pelo procurador José Leite Jucá Filho.

CPI – O recurso foi impetrado, ironicamente, por um grupo de deputados governistas. O deputado Artur Bruno também quis apresentar um outro recurso da decisão de Cals, dentro do prazo regimental de três sessões. O líder do governo, Adahil Barreto (PSDB), levantou uma questão de ordem sobre a recepção ou não de mais de um recurso por parte da mesa diretora. Em desacordo com o parágrafo único do Artigo 347 do regimento, que preceitua o seguinte: “Se o Deputado não indicar, inicialmente, as disposições regimentais, legais ou constitucionais em que assenta a Questão de Ordem, o Presidente não permitirá o questionamento e determinará a exclusão da Ata das palavras por ele pronunciadas”.

CPI – Adahil não indicou inicialmente, a disposição regimental na qual fundamentava a questão de ordem. Essa ilegalidade foi levantada pelo deputado Domingos Filho (PMDB), mas a bancada governista calcou a argumentação de procedência da atitude nas práticas consuetudinárias do Poder. Até mesmo o presidente utilizou essa justificativa. Após exaustivas discussões e alguns dias de interstício, a questão de ordem, ao arrepio do regimento, foi votada e o plenário deliberou que apenas um recurso seria recebido da decisão de arquivamento do requerimento de instalação da CPI.

CPI – O velho chavão de Marcos Cals, que insistentemente repete ser um regimentalista, caiu por terra. Defende o regimento do Poder em consonância com seus interesses próprios e da bancada situacionista. O recurso foi, então, enviado para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça, onde os oposicionistas tentaram aditivar o requerimento com a indicação de alguns contratos feitos sem licitação. O presidente da CCJ, Francisco Aguiar (PSB) recusou o requerimento e o deputado Artur Bruno (PT) levantou uma questão de ordem, desconsiderada por Aguiar exatamente pela inobservância do que dispõe o parágrafo citado.

CPI – Ora, dias antes o regimento havia sido rasgado para que não fosse desconsiderada a questão de ordem do líder do governo. Para contemplar seus interesses, a bancada governista resolveu, convenientemente, invocar o regimento. Isso sem falar na rejeição do requerimento de aditivação, coisa que já havia sido feito na CPI dos grupos de extermínio, onde foram incluídas investigações sobre os crimes do setor lagosteiro e na Região do Cariri. Quando convém aos governistas, o regimento e cumprido fielmente, ao pé da letra e os que o fazem se apresentam como regimentalistas, legalistas. Quando não é conveniente, os mesmos bastiões do regimento não se furtam em rasgá-lo.

CPI – Lúcio Alcântara mobilizou fortemente sua bancada para barrar a instalação da CPI. Ora, se o governador não tem nada o que esconder e tem segurança de que tudo em seu governo é feito de maneira legal, por qual motivo não quis a instalação da CPI? O governo dele está longe, mas muito longe de ser um exemplo de correção, retidão, legalidade e provou agora, com todos os atestados, que não tem transparência. A oposição vai bater às portas do Judiciário para questionar a decisão do plenário da Assembléia. Caso haja com critérios apenas técnicos, o TJCE fatalmente anulará a deliberação dos deputados.

ILEGAL – A falsa profissional Simone Sucupira e a TV União infringiram a lei eleitoral no último sábado. A moça surgiu na tela interrompendo a programação, no estúdio, ao vivo, entrevistando a pré-candidata à presidência da República pelo PSOL, senadora Heloísa Helena. Declarou publicamente voto na senadora, apresentou-a como opção para o eleitorado jovem, enfim, fez campanha quando a legislação ainda não permite.

ILEGAL – Como não houve ainda as convenções que indicarão e oficializarão as candidaturas, tampouco a legislação eleitoral permite, não se pode fazer campanha nos meios de comunicação social. A Procuradoria Regional Eleitoral não pode ficar omissa quanto a este e outros casos de desrespeito à lei eleitoral. Eticamente também é condenável uma pessoa que ocupa um espaço num meio de comunicação social para fazer campanha política para qualquer candidato, utilizando o espaço que dispõe, numa emissora de TV que é concessão do Poder Público e não pode ter essa utilização. Para a propaganda nos meios de comunicação existe o horário eleitoral, regulamentado e autorizado pela Justiça Eleitoral.

OPORTUNIDADE – Numa TV Web, que se apresenta como a primeira emissora de TV voltada para a Internet no Ceará, o radialista Zairton Cavalcante exerce ilegalmente o jornalismo. O senhor em questão faz programa de entrevistas. Seria uma excelente oportunidade para que, por exemplo, ele entrevistasse o próprio filho, que carrega seu nome mas é conhecido pela alcunha de “Playboy”, o mesmo que há alguns anos matou a tiros um torcedor do Paysandu e um do Ceará, numa gráfica no bairro Pio XII. O homicida é – ou era – presidente da torcida organizada do Fortaleza Jovem Garra Tricolor. Fica a sugestão de pauta para o falso profissional e mais um alerta ao omisso e inoperante Sindjorce para mais um falso profissional.

DESPRESTÍGIO – Ou prestígio, talvez. Quem vai fazer a cobertura da Copa da Alemanha para o jornal O Povo lá no país sede não é nenhum integrante da editoria de esportes, mas os colunistas Fábio Campos e Jocélio Leal que escrevem, respectivamente, sobre política e economia.

PÉROLA I – O jornal O Povo, na edição do dia 26/04, em sua última página, onde publica uma espécie de resumo de todas as matérias, publicou a foto do goleiro Jéferson numa chamada para a reportagem sobre o também goleiro Ivanoé, que sofreu cirurgia no joelho e corre o risco de ter que abandonar o futebol. O editor, provavelmente, deve achar que goleiro é igual a japonês: tudo igual. Corre o risco, dessa forma, de colocar uma foto do ex-presidente peruano Alberto Fujimori numa matéria sobre o primeiro-ministro japonês...

PÉROLA II – Essa nem é bem uma pérola, mas uma demonstração de cara-de-pau. Na coluna Confidencial (jornal O Povo) do dia 27/04, o colunista Alan Neto publicou a seguinte nota: “Exclusivo. Mota veio de tão longe, mais precisamente da Coréia do Sul, onde joga atualmente, para operar aqui o tornozelo avariado. Ficará de três a quatro meses fora de combate. Poderia ter feito a cirurgia lá mesmo, ou em São Paulo, como lhe foi sugerido. Optou por Fortaleza onde ficará mais tempo perto da família e dos amigos. Nenhuma objeção desde que, semanalmente, seja remetido um relatório médico que será acompanhado pelo médico coreano. (...)”. Não havia exclusividade nenhuma: a notícia já corria a cidade há dias. A informação já havia sido divulgada, cinco dias antes, na comunidade do Ceará Sporting Club no Orkut.

PÉROLA III – Essa foi proferida pelo falso profissional, dublê de palhaço/humorista Ely Aguiar, nos programas policiais da TV Diário: "a sua situação está meia ruim". "Meia ruim"? Essa foi para chutar a canela. E não tem caneleira, chuteira, sapato ou meia que proteja. O indivíduo não está meio, mas totalmente fora do que dita a gramática da nossa aviltada língua pátria.

 

TRANSFORMOU – O jornal O Povo transformou o caderno Buchicho, dos domingos, em uma cópia mal feita da revista Caras. Ora, se a original já é uma mer...cadoria, imaginem a cópia apagada e borrada.

SIM, E AÍ? – Afinal, passados mais de dois meses, quem matou o morador da comunidade Rosalina, Integrantes da Guarda Municipal de Fortaleza, policiais militares ou seus próprios colegas de ocupação? O caso do caminhão apreendido cheio de documentos retirados ilegalmente da prefeitura de Acaraú, pertencente ao deputado estadual João Jaime (PSDB), ficou por isso mesmo? Os indícios de participação de um promotor de Justiça estadual na gangue de clonadores de cartões, juntamente com a esposa, citada em gravações telefônicas gravadas pela Polícia Federal por integrantes da quadrilha, também ficará por isso mesmo? Afinal, de quem foi a responsabilidade pelo assalto praticado no estádio Castelão, onde membros das torcidas de Ceará e Fortaleza adquiriam ingressos e de onde foram roubados quase R$ 100 mil e quem vai ressarcir quem? Os advogados flagrados em conversas com bandidos, inclusive acertando pagamento de honorários em troca de cartões clonados, continuarão sem punição por parte da OAB-CE?

CORREIO ELETRÔNICO – Do jornalista Francisco das Chagas Rodrigues, o “Bilas” <bilas@gabgov.ce.gov.br>, coordenador de imprensa do governo estadual, recebemos a seguinte mensagem:

O governador Lúcio Alcântara não foi conduzido a nenhum hospital no feriado do dia 21, como informou o site Em Off. Na sexta-feira, o governador estava em Tabuleiro do Norte autorizando licitações, assinando ordem de serviço e inaugurando obras. No sábado, dia 22, no final da tarde, quando se dirigia à Igreja Nossa Senhora Aparecida para a missa de 60 anos do Grande Montese, o governador fez uma rápida visita a um amigo, médico da família, que se encontra internado no Hospital Monte Klinikum. Quem se insinua com guardião da ética e da moral do jornalismo cearense não pode atropelar o princípio elementar da atividade - checar a informação”.

RESPOSTA – O governador esteve, sim, no hospital Monte Klinikum e não foi para visitar nenhum amigo. O assessor não contesta o deslocamento, mas apresenta uma outra justificativa para a ida ao hospital. A fonte do sítio tem total credibilidade. O sítio não é guardião de absolutamente nada, não se insinua como nada, tampouco atropelou princípio elementar do jornalismo. Apenas não vai revelar a fonte, posto que se trata de integrante do primeiro escalão desse mesmo governo ao qual o assessor presta serviço. A informação foi checada com a fonte e com o hospital. Mas o jornalista Chico Bilas tem o total direito de apresentar sua versão do fato.

AÇÃO – Esgotou-se, no último dia 20/04, o prazo para que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) apresente contestação da ação movida pelos procuradores da República Márcio Andrade Torres e Nilce Cunha Rodrigues, na qual pedem a anulação do concurso para preenchimento do cargo de Técnico em Comunicação Social Júnior, realizado em janeiro passado. A ação (2006.81.00.002276-5) está na 10ª Vara Federal. A PRCE pede a tutela antecipada, para que a EBCT não nomeie nenhum aprovado e determine a imediata anulação do certame, com a realização de um novo. O juiz determinou que fossem citados a Fenaj e o Sindjorce a se pronunciarem se têm interesse no feito. Não se sabe se o Sindjorce resolveu, finalmente, abdicar de sua omissão ou manter-se nela.

PARA REFLETIR – "Os homens enganam-se com maior frequência por serem demasiado espertos do que por serem bons em demasia".(Bernard Shaw)

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 317 - 08/05/2.006

DIVERGENTE – O jornal O Povo publicou matéria na edição do dia 06/05, assinada por Erick Guimarães e Erivaldo Carvalho, com o título “Tasso descarta disputar governo”. Adversamente do que é apregoado no título, o corpo da matéria traz outra informação. No texto há grafado: “O senador Tasso Jereissati (PSDB) descartou ontem qualquer possibilidade de disputar o governo do Estado pela quarta vez."Não serei candidato em hipótese alguma", sustentou o tucano, segundo o líder do partido na Assembléia, deputado João Jaime. A conversa entre os dois aconteceu na tarde de ontem, um dia depois de o deputado federal Bismarck Maia (PSDB) admitir que o acirramento da crise interna poderia resultar numa nova candidatura de Tasso para o governo.

DIVERGENTE – Não houve uma confirmação da declaração diretamente com o senador e os autores da matéria optaram por fundamentar a matéria a partir do que o deputado estadual João Jaime afirmou. Tudo bem que a relação entre repórter e fonte se baseia na confiança, mas daí a titular a matéria com a afirmação de que o senador não vai disputar o governo, é outra coisa. Como não havia a oitiva direta do cacique tucano, não poderia ser afirmado no título que ele descartou disputar o governo. A alusão à fonte deveria ter sido citada também.

DIVERGENTE – Da maneira como foi publicada a matéria, a garantia do descarte da candidatura passou da fonte para os autores. Títulos dúbios têm sido a tônica do jornal O Povo nos últimos tempos. Isso ocorre geralmente quando se quer criar um impacto e passar uma informação que se deseja, não a que corresponde à verdade. E se, por uma das inúmeras ironias do destino, o senador acabar por resolver disputar o governo do Estado? Como ficará o jornal? Como ficará o editor da página? Colocarão a culpa no deputado João Jaime? Para se resguardar o jornal deveria ter ouvido o senador. Não o fez. Tampouco tentou.

DIVERGENTE – Nessas atitudes um veículo de comunicação vai perdendo a credibilidade e sofrendo prejuízos que podem ser irreversíveis. Quando isso acontece, acaba lançando mão da terceirização da culpa, transferindo-a a quem participou apenas como coadjuvante. O posicionamento d’O Povo com relação à crise no PSDB cearense tem sido curiosa: num dia publica matéria com parlamentar que defende a candidatura do cacique emplumado, no outro com um que descarta e discursa em consonância com o lucismo.

INOPORTUNO – A viagem da prefeita Luizianne Lins para a cidade argentina de Rosário não poderia ter sido em momento mais inoportuno: quando a cidade é castigada ainda mais com fortes chuvas, que significam problemas e aflição na periferia da Cidade. Não se discute a importância da viagem, mas o momento. Luizianne teria que ficar em Fortaleza para que essas pessoas não se sentissem mais órfãs do que já são. Mas assim como fez quando do incêndio na favela Cidade de Deus, a prefeita se mantém distante dos problemas emergenciais da população. Naquela época, além de não ter ido pessoalmente ao local do sinistro para dar uma palavra de conforto e esperança às centenas de pessoas que perderam suas “casas” e tudo o que possuíam, ainda deu um longo “chá de cadeira” nas lideranças da comunidade que lhe procuraram na Prefeitura, antes de resolver atendê-las. Mas ainda teve profissional de imprensa que elogiou a viagem da prefeita.

PUNIÇÃO – A Justiça Eleitoral, através de ação impetrada pelo procurador regional eleitoral, Oscar Costa Filho, aplicou multa ao pré-candidato ao governo do Estado Cid Gomes e ao partido dele, o PSB, por propaganda irregular. Ora, Oscar também não pode ficar – sob pena de ter sua isenção e atuação questionadas – alheio, por exemplo, às irregularidades verificadas nos meios de comunicação, que o Em Off já vem denunciando há muito tempo. Na TV Cidade é aberta e descarada a propaganda que a emissora faz do presidente estadual do PFL, deputado federal Moroni Torgan. Diz sim, dia não o parlamentar aparece no telejornal da estação de TV, fazendo sua propaganda não subliminar, mas explícita mesmo. O dublê de apresentador/radialista/falso profissional Edson Silva já se pronunciou ser pré-candidato ao governo do Estado pelo mesmo partido. O “comentarista” Vítor Valim também vem se auto-promovendo. O trio, inclusive, realiza comícios nos finais de semana nos bairros de Fortaleza e até da Região Metropolitana. Tudo travestido de show artístico e programação da emissora.

PUNIÇÃO – Oscar não pode utilizar dois pesos e duas medidas. Agiu acertadamente quanto a Cid Gomes e o PSB, mas está sendo omisso quanto aos demais casos existentes. Outros programas televisivos também vêm fazendo propaganda política irregular, mas não se tem notícia de atuação do procurador eleitoral.

INCOERENTE – A imprensa local – como está sendo de costume – vem ignorando alguns fatos políticos que têm um significado expressivo. Na votação que sepultou a CPI das licitações, o deputado estadual Francisco Caminha (PHS) votou com a bancada governista. Ano de eleição optou, como a maioria, não ficar contra quem tem a chave do cofre na mão. O problema foi quando se pronunciou justificando seu voto. As declarações do parlamentar passaram em branco pela mídia local.

INCOERENTE – Para justificar seu voto, Caminha desafiou o PT. Perguntou se os petistas teriam o mesmo posicionamento de defesa da instalação da CPI, para investigar dispensas de licitação da Prefeitura de Fortaleza. O problema é que o deputado, até pouquíssimo tempo, integrava o primeiro escalão da prefeita Luizianne Lins, que criou a Secretaria Especial do Centro para abrigar o parlamentar. O deputado desincompatibilizou-se para disputar a reeleição, mas deixou em seu lugar Paulo de Tarso, presidente do diretório municipal do PHS. Além disso, o PHS faz parte do bloco de sustentação da prefeita de Fortaleza na Câmara Municipal, liderado pelo presidente do Poder, Tin Gomes.

INCOERENTE – Afinal, que partido é esse que apóia o PT em Fortaleza e justifica seu apoio ao governo do Estado na Assembléia fazendo uma provocação aos aliados municipais? Caminha – que preside nacionalmente o PHS – age de acordo com seus interesses pessoais: apóia quem significa retorno. Mas pior do que a atitude do incoerente deputado foi o posicionamento da bancada estadual petista: silenciou diante do pronunciamento do dúbio aliado municipal.

INCOERENTE – Mas afinal, a prefeita Luizianne Lins coloca o peso dos votos do PHS na Câmara acima da questão ética? Trata-se de um exemplo prático e clássico das alianças espúrias que a prefeita fez para dar sustentação à sua gestão. Não existe ideologia nas alianças costuradas, apenas fisiologismo. O peso de ter a maior bancada na Câmara Municipal faz com que Caminha aja dessa forma e conte com a omissão não apenas dos deputados estaduais petistas, mas da própria prefeita.

LAVAGEM – Não é apenas envolvimento com grupo de extermínio que o grupo Pague Menos deve ser investigado. Existem também outras irregularidades: as farmácias da rede não aceitam pagamento com cheque nominal do cliente à empresa credora do débito. O cheque tem que ser nominal à Pague Menos, não ao credor. Dessa forma, o dinheiro é creditado ao agente recebedor, que o repassa ao credor. Nesse ínterim, a empresa utiliza o dinheiro das mais diversas formas. Utiliza para barganhar preço mais barato dos produtos, pagando em dinheiro.

LAVAGEM – A Pague Menos recebe as contas de empresas públicas e privadas sem cobrar taxa, mas exige, em contrapartida, um prazo maior para repassar o dinheiro. Nesse interstício, a empresa utiliza o dinheiro em diversas operações. Não é à toa que em pouco tempo a Pague Menos chegou ao patamar que hoje ocupa no ranking nacional. Também não será a primeira vez que a Pague Menos é citada com envolvimento em ilícitos financeiros: há alguns anos uma matéria da revista IstoÉ citou a ligação do proprietário da empresa, Deusmar Queiroz, com um doleiro preso pela Polícia Federal.

FOTOCÓPIA – Para reforçar a transformação do caderno Buchicho (jornal O Povo) numa fotocópia apagada da risível revista Caras, 22 das 40 páginas da edição do domingo, dia 07/05, foram ocupadas com fotografias de “pessoas vips” (?). Um álbum de figurinhas absolutamente dispensável e que não acrescenta absolutamente nada na imprensa local. A não ser afagar o ego de pessoas megalômanas, fúteis e vazias.

PALHAÇADA – O dublê de falso profissional/apresentador/palhaço/repórter Nilson Fagata, que está substituindo o apresentador Carlos Augusto na TV Diário, foi entrevistar uma mulher que não tinha dentes, deu um punhado de farinha para ela colocar na boca e pediu que ela tentasse falar alguma coisa. Um episódio dantesco, mas que não surpreende em se tratando do indivíduo e da emissora em questão. Fazer a mulher passar pelo ridículo, ser exposta dessa maneira não contribui em nada, nem mesmo para a finalidade da tal “reportagem”: ela queria uma dentadura. Infelizmente ainda existe espaço – até de sobra – para pessoas que agem dessa forma nos meios de comunicação local. O indivíduo deveria respeitar não apenas a pobre mulher, mas também os telespectadores.

DESMENTIU – Semana passada o jornal Diário do Nordeste publicou matéria segundo a qual a bancada estadual do PMDB, excetuando-se os deputados Sávio Pontes e Domingos Filho, teriam decidido apoiar a candidatura à reeleição de Lúcio Alcântara (PSDB). No mesmo dia o deputado Carlomano Marques ocupou a tribuna para negar qualquer acordo. Com palavras delicadas, disse que o jornal havia mentido. Afinal, quem faltou com a verdade? O jornal publicou matéria inverídica ou os que se declararam apoiadores da candidatura Lúcio tomaram uma “lenhada” do cacique Eunício Oliveira e resolveram desmentir publicamente esse provável apoio?

CORREIO ELETRÔNICO – Do internauta Tito Oliveira <titocsc@uol.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

"Alan Neto pode até exagerar(...), mas seu programa Trem Bala, caiu no gosto do torcedor ninguém pode negar. Há um segredo para isso: procura fazer jornalismo num campo onde para muitos é mais fácil elogiar e afagar ego de dirigente..." coluna do Abidoral (jornal O POVO de 07.05.06).

Como é que é Abidoral, o Alan Neto faz jornalismo sem puxar saco? Tcha dioidio omi... Tu é mouco bichin? Tu ouve mesmo o besteirol do "trem-bala"? Se não ouve passe a ouvir e anote quantas vezes ele puxa-o-saco do Eugênio Rabelo, João Rabelo, Ribamar Bezerra, e Silvio "zinheiro" Carlos.

Mesmo sendo um programa focado (pelo menos deveria ser) no futebol, a babação do Alan Neto atinge a todos os segmentos da sociedade, basta ter grana.

Na semana que passou ele dedicou um programa inteiro ao seu alvo preferido, o empresário Beto Studart que estava aniversariando. Deu nojo.

Tenho a impressão de que quando ele dispara dizendo: "não pára, não pára, não pára......não pára, não pára...não pára... ele estar agarrado no saco de algum empresário. Além do homem da AGRIPEC, fazem parte da lista de "babados" do "trem-bala" os empresários José Otoch, Boris, Deusmar Queiroz, e Humberto Aragão.

Tito Oliveira"

RESPOSTA – Não é para menos que ele é comparado ao personagem "Fagundes, o puxa-saco", que há algum tempo era publicado pelo próprio jornal O Povo, nas "tirinhas".

PARA REFLETIR – "A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" (Mahatma Gandhi)

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 318 - 15/05/2.006

RETORNO – Está muito próximo o retorno do empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerald Layani a Fortaleza. Ocasião em que se poderá começar a desenlinhar um dos maiores imbróglios envolvendo o mundo político e empresarial local. Um rombo que pode beirar os R$ 40 milhões, seja pelo dinheiro que o empresário desviou de Josef e Leyla Anavian, respectivamente tio e mãe do próprio, seja pelo dinheiro que captou de grandes, médios e pequenos investidores locais, atraídos pela promessa de pagamento de juros acima de mercado.

RETORNO – Com a volta do empresário, também poderá ser investigada a ligação dele com personalidades da vida política local, através da doação de dinheiro para campanhas e para outros tipos de “serviços”. O jeito é torcer para que “forças ocultas” não impeçam que todas as ações do empresário no Ceará sejam investigadas com profundidade, transparência e imparcialidade. Com certeza o retorno irá provocar comichões em muita gente.

REVELAR – O quebra-pau entre os deputados tucanos/delegados Paulo Duarte e Francisco Cavalcante, respectivamente das polícias Federal e Civil, sobre a inclusão ou não da investigação do assassinato do radialista Nicanor Linhares, perpetrado no município de Limoeiro do Norte, pode propiciar que outros personagens desse episódio possam, finalmente, serem revelados: o proeminente advogado e o jornalista que acompanhou o deputado estadual que trouxe o acusado de ter matado o radialista, Antonio Nilson Maia, para prestar depoimento perante uma autoridade pública em Fortaleza.

REVELAR – Pelo fato da autoridade que tomou o depoimento não ter fornecido cópia e ter enviado o documento imediatamente a seu superior, o trio levou o acusado até um cartório em Pacajus onde registrou um depoimento num cartório. Quem sabe com esse confronto entre os dois delegados/deputados os nomes não venham, finalmente, à tona, pois no caso do jornalista que acompanhou toda essa história, há de se apurar que interesse havia no caso, uma vez que nada chegou chegou à mídia local.

EXPOSIÇÃO – Em seu pronunciamento no entrevero que está tendo com Paulo Duarte, Francisco Cavalcante, no dia 10/05, discursou e acusou magistrados de estarem “armando” para lhe prejudicar. Na sua fala, acusou um magistrado de pederastia e citou o nome de um menor que teria acusado o juiz de haver tentado molestá-lo. Não poderia ter citado o nome. No máximo, as iniciais. Ninguém no plenário chamou a atenção do parlamentar quanto a isso.

PROPAGANDA – Vai ser difícil acreditar em imparcialidade do procurador regional eleitoral, Oscar Costa Filho, se este não tomar atitude contra abusos cometidos pelos meios de comunicação locais. Nos últimos dias o procurador, corretamente, teve pedido seu acatado pela Justiça Eleitoral, de suspender propaganda do pré-candidato ao governo pelo PSB, Cid Gomes, bem como a aplicação de multa pecuniária ao governamentável e ao partido. O problema é que os abusos vêm se avolumando a cada dia, sem que o procurador tenha a mesma atuação.

PROPAGANDA – Além da propaganda subliminar e explícita, por exemplo, que a TV Cidade faz do deputado federal Moroni Torgan (PFL) – além de ter um de seus integrantes, o radialista Edson Silva, pré-candidato declarado ao governo também pelo PFL – o governador Lúcio Alcântara vem utilizando programas veiculados pela TV Jangadeiro para fazer propaganda irregular. No último sábado, o governador ocupou boa parte do programa “Cearensidade” para fazer autopromoção.

PROPAGANDA – No caso dos programas veiculados pela TV Jangadeiro há um agravante: são pagos com o dinheiro do contribuinte. A propaganda que Oscar considerou irregular de Cid Gomes foi veiculada dentro do tempo previsto na lei eleitoral, que não é gratuito posto que as empresas de comunicação recebem uma compensação na carga tributária pelo espaço cedido, mas o programa Cearensidade, assim como outros veiculados aos sábados pela emissora, são custeados diretamente com o dinheiro do contribuinte.

PROPAGANDA – Em suma, o povo está pagando a propaganda irregular do governador. Há, portanto, um duplo ilícito: a propaganda irregular e a utilização de dinheiro público para autopromoção, que caracteriza improbidade administrativa. Ou o procurador eleitoral Oscar Costa Filho passa a utilizar o mesmo critério para todos os partidos, pré-candidatos e empresas de comunicação ou vai ser complicado conduzir o Ministério Público Eleitoral durante as eleições desse ano.

OMISSÃO – No jogo entre Ceará x Paulista, no fatídico dia 09/05 – quando o alvinegro perdeu nove pontos, seis no tapetão e três em campo – houve um fato trágico: a morte de um torcedor, nas arquibancadas do estádio Presidente Vargas. O problema é que não foi a única perda. Outro torcedor foi assassinado numa briga entre as alas Guanabara e Jereissati, ambas da torcida organizada Cearamor. A vítima foi assassinada a golpes de gargalo de garrafa. O curioso é que algumas emissores de rádio chegaram a divulgar o fato, mas nem os jornais impressos, muito menos as emissoras de TV reportaram o fato. Estranho... Afinal, porquê a maior fatia da mídia local quis esconder mais esse triste episódio envolvendo torcida organizada? Mais grave: duelo entre torcedores do mesmo time.

CONDENAÇÃO – A dublê de striper/vereadora Edvânia Matias Ferreira, conhecida pela alcunha de Deborah Soft, foi condenada, juntamente com o ex-marido, Romeu Aurélio Ferreira, o “Jonas”, a pagarem indenização de R$ 5 mil a Luciana José da Silva Campos, ex-funcionária dos dois. A indenização refere-se ao período de março a novembro de 2004. Até aí não há quebra de decoro, uma vez que se trata de uma questão trabalhista e relativa a um período no qual ela ainda não estava no exercício do mandato.

CONDENAÇÃO – Ocorre que Luciana vem a ser a mesma pessoa que acusou o casal de terem falsificado seus documentos para solicitar linhas telefônicas, deixando um débito elevado. Inquérito foi instaurado no 3º Distrito Policial, resultando em processo que corre na 2ª Vara Criminal, por estelionato e fraude. Caso seja condenada criminalmente, configurar-se-á quebra de decoro e, portanto, punido com a cassação do mandato. Ou será que mais uma vez o presidente da Câmara Municipal, Tim Gomes, vai passar a mão na cabeça da legisladora e “comer a bronca”?

ARMAÇÃO – Para proporcionar uma ponte entre estudantes e o mercado de trabalho, o governo federal criou o Centro de Integração Escola-Empresa, também conhecido como CIEE. Através do Centro, o estudante pode se cadastrar e ficar no aguardo do surgimento de vagas para estágio. As empresas, por sua vez, utilizam os serviços de banco de dados e seleção do CIEE, através do pagamento de uma taxa por casa estudante aproveitado.

ARMAÇÃO – O Centro deveria funcionar dessa forma. Deveria, mas não é o que vem acontecendo, pelo menos no Ceará. Por aqui, empresas de comunicação vêm se utilizando desse expediente para substituir mão de obra profissional por estudantes, mascarando essa prática ilegal como forma de estágio e, pior, com o amparo legal – ou quase – do CIEE. O problema é que está sendo realizado o caminho inverso.

ARMAÇÃO – Algumas emissoras de TV – como as TV União e Diário – procuram o CIEE apenas para “regularizar” os estagiários que já estão em suas redações. A empresa entra em contato com o Centro apenas para que seja feito um contrato de estágio formal, com a chancela do CIEE. Normalmente o “estagiário” já vem “trabalhando” há algum tempo e esse recurso é utilizado apenas quando há ameaça de fiscalização ou o “escraviário” reclama e não há como repô-lo de imediato. O CIEE entra apenas para dar “legalidade” ao estágio, que é feito, muitas vezes sem profissional supervisionando e nas condições mais adversas possíveis, como carga diária igual ou superior a de um profissional do jornalismo. Alguns ainda recebem um salário mínimo a título de “bolsa”, outros apenas os vales-transportes. Alguns nem isso.

ARMAÇÃO – Muitos reclamam de que sequer recebem uma cópia do contrato que assinam. O negócio é ilegal e rende dinheiro para o CIEE, enquanto as empresas de comunicação fazem uma maquiagem da substituição de mão de obra profissional por estudantes. São pessoas submetidas às piores intempéries e a mais primitiva forma de exploração da mão de obra, além de submetidas à contravenção de exercício ilegal de profissão. Isso tudo ocorre diante da omissão e inoperância da Delegacia Regional do Trabalho e sob a benevolência do Sindjorce, que anuncia estar estudando ação para retirar estudantes das redações.

ARMAÇÃO – Durante uma semana o Em Off tentou ouvir a versão do responsável pelo CIEE no Ceará, de nome Roberio, mas ele não enviou resposta aos questionamentos enviados. Há algum tempo houve a tentativa de fazer o mesmo com a Divisão de Integração Aluno-Empresa (DIAE), da UFC, felizmente abortada a tempo pela Reitoria. O CIEE possui postos de atendimento em algumas universidades particulares locais, além de ter uma sede na avenida Barão de Studart e unidades em Sobral e Juazeiro do Norte.

CONFLITANTE – Na quinta-feira, dia 11/05, o programa Rota 22 (TV Diário) exibiu matéria com três pessoas presas, acusadas de triplo homicídio. Na matéria, feita pelo dublê de falso profissional/palhaço Ely Aguiar, um dos detidos pedia que o programa ouvisse os moradores próximos à residência dele, uma vez que o falso profissional havia feito isso com relação às vítimas. O que fez a solicitação negou qualquer envolvimento com o crime, embora contasse já com antecedentes criminais.

CONFLITANTE – No estúdio, o também falso profissional/apresentador Marcos Lima disse que não era preciso ouvir os moradores da área onde o preso morava porquê os moradores iriam se calar com medo do detido. Eis que, não mais do que surpresamente, no dia seguinte, o programa veiculou uma matéria onde os moradores das proximidades da residência do preso que requereu a oitiva se manifestavam em apoio a ele. Nos comentários, o apresentador disse que no dia anterior havia sido divulgada a versão dos acusadores e naquele dia dos defensores dos acusados e que o telespectador tirasse suas conclusões. Ora, depois que emitiu juízo de valor, inclusive impingindo a classificação de periculosos aos três presos, por qual motivo o apresentador resolver desdizer o que havia afirmado no dia anterior? Isso mostra como os programas policiais que infestam a grade de programação das emissoras locais não têm qualquer lógica de raciocínio.

SIM, E AÍ? – A Assembléia vai continuar sem explicar porquê existem mais de trezentas pessoas lotadas no gabinete do primeiro-secretário do Poder, Gony Arruda (PSDB), algumas delas residindo em longínquos municípios que integram a base eleitoral do deputado? Difícil ver o legislador discursando cobrando moralidade, ética e responsabilidade com os gastos públicos. Não pode ser nem tanto à terra, nem tanto ao mar, mas, digamos, meio a meio...

 

PÉROLA – Mais uma contribuição do colunista Alan Neto, que publicou na Confidencial (jornal O Povo), edição do dia 09/05, o seguinte: “MOVIDA A ELETRICIDADE Não esquecer de que foi um bom jogo pelo empenho posto em prática pelos dois adversários. Eles buscaram a vitória a partir do instante em que a bola começou a rolar. O Paulista encarou o Ceará de frente pouco se importando de que o PV era um caldeirão efervescente favorável ao time alvinegro”. Ora, e é possível encarar alguma coisa de costas? A não ser que ele esteja considerando como olho... deixa pra lá.

PARCIAL – Falando no colunista, foi vergonhosa a forma parcial como ele abordou o caso Preto, episódio no qual o Ceará foi punido com a perda de seis pontos na Série B, por parte do STJD, em virtude de ter utilizado o zagueiro Preto no jogo contra o Paysandu, realizado no estádio Castelão, no dia 15/04. O jogador tinha que cumprir uma partida de suspensão, pelo fato de ter sido condenado pela expulsão no último time que havia jogado antes do Vovô, na Série C do ano passado. A CBF enviou comunicação por fax à Federação Cearense de Futebol (FCF) no dia 12/05, quarta-feira da semana santa, no final da tarde. No dia seguinte, quinta-feira, a Entidade funcionou, ainda que argumente ter havido atividade apenas no setor de registro.

PARCIAL – A Federação somente oficiou a punição ao Ceará na segunda-feira, dia 17/04, após o jogo contra o Paysandu. A FCF mentiu aos advogados alvinegros quando informou não ter funcionado na quinta-feira. Baseada nisso, a defesa foi montada, tese derrubada pelo STJD, que provou o funcionamento da Federação no dia em que enviou a comunicação, dois dias antes da partida. Alan jogou a culpa toda, na coluna do dia 10/05, no jogador e no departamento administrativo do alvinegro campeão estadual. Com efeito, ambos possuem uma parcela de culpa, mas ínfima, mínima diante da (ir)responsabilidade da Federação.

PARCIAL – No dia seguinte, talvez sentindo que havia forçado demais a barra, o colunista ocupou dois tópicos – no dia anterior havia dedicado o espaço por completo – para dizer que alguém na Federação também tinha culpa e que o presidente da mentora, Mário Degésio, somente instalando uma CPI poderia identificar o culpado. Ora, o maior culpado é o presidente, que responde pela Entidade. O colunista optou por não confrontar com Degésio, terceirizando a culpa. O maior culpado do fato é a FCF e, portanto, na figura de seu presidente. Ele é o responsável. Mas Alan Neto, como sempre, preferiu enveredar, como sempre, pela parcialidade. Pior: jogar o maior peso desse fardo no lado mais fraco: o jogador e o departamento administrativo do Ceará Sporting Club.

PARCIAL – Por sua vez o presidente do clube, Eugênio Rabelo, precisa chamar à responsabilidade quem tem a incumbência de checar a condição legal de jogo dos atletas. Afinal, desse triste episódio o alvinegro perdeu todos os seis pontos que havia conquistado na competição e passou a segurar a lanterna da Série B. Caso ocorra uma catástrofe e, por causa desses seis pontos, o Vozão caia para a Série C, ficará muito difícil para conter a ira da torcida. Vejam o exemplo do que fez a torcida do Corinthians por ocasião da eliminação da Taça Libertadores da América. Vai ser difícil conter a revolta da massa alvinegra.

CHOQUE – Na edição do dia 13/05, o jornal O Povo publicou matéria sobre a prisão de um dos envolvidos no assassinato do policial militar Francisco Josafá Rocha, ocorrido no dia 08/05, na calçada do shopping Del Paseo. O título da matéria, assinada por Rocélia Santos, foi: “Assassino de PM é preso em Amontada”. O problema é que, no corpo da matéria, logo no lide, havia grafado o seguinte: “A Polícia prendeu, na madrugada de ontem, 12, José Messias Holanda, no município de Amontada. Ele confessou ter participado do assassinato do policial militar Francisco Josafá Rocha na última segunda-feira, pilotando a moto utilizada para fugir após o crime”. Ou seja: o preso não era – pelo menos em sua confissão – o assassino, mas o elemento que deu fuga ao homicida.

CHOQUE – Para contradizer ainda mais o título, há mais adiante grafado: “Também já foi identificado o autor dos disparos. Segundo a delegada Marta Reis, trata-se de Eugênio Marques Bezerra, 26, ex-detento do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), residente no Conjunto Jereissati I, que continua foragido”. Para coroar com chave de ouro o samba do crioulo doido, ainda havia dois erros crassos de português: “De acordo com o major João Batista, comandante da 3ª Cia do 5º BPM, os policiais passaram à noite em Amontada, esperando o melhor momento para fazer a prisão. Batista afirma que Messias passou à noite bebendo em um bar, em Itarema”. Em ambos casos o sinal indicativo de crase está incorretamente utilizado. O erro do título deve ser creditado ao editor da página, enquanto os de gramática à autora do texto.

RADICALIZOU – A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, resolveu radicalizar com o movimento grevista dos professores da rede pública. A prefeita resolveu cortar o diálogo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindiute). Luizianne vai tentar negociar diretamente com os professores. Primeiro é incrível como a prefeita, filiado a um partido que chegou ao patamar atual no cenário político graças a sua base sindical, tomar a atitude de exatamente descartar uma entidade representativa dos trabalhadores na condução da negociação salarial.

RADICALIZOU – Luizianne afirmou, em coletiva na sede do Sindjorce, que a diretoria do Sindiute estaria utilizando a paralização como meio de disputa política para as eleições no Sindicato. Acusou a diretoria, ainda, de estar passando informações falsas sobre o processo de negociação com a Prefeitura. Ora, a prefeita detém no orçamento verba para publicidade. Trata-se, então, da luta do canhão contra a baladeira. Há muito mais condições da PMF de chegar aos professores pelos meios de comunicação do que o Sindiute.

RADICALIZOU – Segundo, é extremamente infeliz esse tipo de atitude no momento em que Luizianne viaja para a Argentina, deixando o ônus de encaminhar projeto que taxa os inativos da PMF ao presidente da Câmara Municipal, Tim Gomes, no exercício da Prefeitura por conta da viagem da prefeita e do vice-prefeito. Soou como se quisesse se eximir dessa responsabilidade repassando-a ao presidente do Legislativo. Como de fato ocorreu. Terceiro, pelo abono compensatório que Luizianne resolveu criar como forma de compensar os funcionários aposentados que serão atingidos pela taxação de 11% do que exceder ao limite mínimo.

RADICALIZOU – Ora, como sustentar a tese de indisponibilidade de recursos para oferecer um percentual maior para os professores, no momento em que a prefeita concede um abono para beneficiar um grupo de 670 aposentados, todos com salário superior a R$ 2,7 mil, que serão atingidos pelo desconto previdenciário? Ou seja: criou um mecanismo para beneficiar quem ganha um salário “alto”, se comparados aos outros aposentados e pensionistas que recebem abaixo do teto mínimo para taxação, mas argumenta não dispor de condições de conceder um aumento maior ao proposto aos professores, que está entre 9% e 12 %.

RADICALIZOU – Ademais, ainda está bem viva na memória de todos, por exemplo, algumas atitudes inteiramente questionáveis da prefeita, como a contratação de um instituto controlado pelo também petista Auto Filho, sem licitação, onde mais de R$ 1 milhão tomados do bolso do munícipe foram escoados. E por aí vai. É muito fácil e coerente o discurso dos grevistas. É contraditório e oco o da Prefeitura. Em tempo: o Em Off não está dizendo que nenhum dos lados está correto, até porquê a paralização dos professores está prejudicando quem não tem absolutamente nada com essa pendenga: os estudantes. O fato de haver coerência na ação dos trabalhadores não significa que estejam corretos. O que não pode haver continuidade é o prejuízo para os estudantes.

RADICALIZOU – Caso persista o impasse, que as partes recorram à mediação da Justiça Trabalhista, para que os valores de reajuste sejam revistos pela Prefeitura ou que a greve seja considerada abusiva e conceda meios para o Poder Público garantir o direito à educação de quem não tem nada a ver com esse impasse.

QUEIMOU – Pegou mal o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) defender, em nota oficial, que a Petrobrás não seja indenizada pelo governo da Bolívia, após a nacionalização do gás daquele País. "Defendemos a nacionalização, sem indenização, dos recursos de hidrocarbonetos da Bolívia. Que estes recursos naturais, assim como a sua industrialização e comercialização, passem para as mãos dos trabalhadores e o povo boliviano. Da mesma forma, defendemos a nacionalização de todas as reservas de petróleo do Brasil, sob controle dos trabalhadores", foi divulgado. Ora, o vizinho País tem todo o direito – o dever, poderíamos dizer – de nacionalizar seus recursos naturais, mas não pode expropriar o patrimônio da Petrobras. O PSTU igualou o Brasil às nações imperialistas predatórias.

QUEIMOU – Continuou a nota: "O PSTU defende que a nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia não pare em uma negociação de maiores impostos, como aponta o governo de Evo Morales. É necessário que se avance para a expropriação sem indenização de todas as empresas estrangeiras petrolíferas. Foi para isso que o povo boliviano derrubou dois governos, e foi essa a promessa eleitoral de Evo". Além do patrimônio brasileiro o PSTU também está desconsiderando a parcela da população que depende do gás natural boliviano no seu cotidiano, sem falar nas indústrias que geram emprego e renda. Mas o PSTU não está só nessa: o PSOL também tomou o mesmo posicionamento.

CORREIO ELETRÔNICO I – Do nobre internauta Paulo Rocha <paulurocha@uol.com.br>, recebemos a seguinte mensagem:

"O vigilante Deusimar Neves Queiroz - acusado de ter participado do super-assalto ao Banco Central do Brasil (filial de Fortaleza) - é um sujeito que nasceu com a “blusa” virada para a lua. Ter como advogado de defesa o ilustre jurista Dr. Paulo Quezado (e equipe), sócio de uma das bancas de advogados mais caras desse país não é para qualquer um endinheirado, muito menos para um descamisado. Diante das noticias e imagens divulgadas na mídia nos últimos dias a respeito da liberdade do vigilante, uma importante pergunta deixou de ser feita: quem estará pagando todo esse luxo jurídico dado a um “pobre” trabalhador assalariado? Ou será que a empresa do ex – Presidente da OAB-CE faz tudo isso apenas por responsabilidade social, dando parte do seu tempo, dinheiro e experiência em prol da comunidade?

Paulo Rocha"

RESPOSTA – Mistérios...Quem sabe o ilustre causídico citado não esteja planejando entrar para a defensoria pública...

CORREIO ELETRÔNICO II – Da internauta Melissa Torriicelli <melissa_torriiceli@hotmail.com>, recebemos a seguinte mensagem:

O sindicalismo sempre foi visto como o movimento de união de forças em busca de melhores condições de trabalho e salários, entre outros. Reunidos, os trabalhadores não seriam esmagados pelos seus empregadores. A consciência coletiva posta pelo reconhecimento de direitos que sempre estiveram na corda bamba e deixaram-nos sempre a mercê da mão forte do capitalismo que pouco se importa em termos condições saudáveis para viver e não tão somente sobreviver.

Apesar do PT e de outros partidos de esquerda sempre terem movimentado o sindicalismo no Brasil, não se deve esquecer que a luta de classes permanece, mesmo estando o PT no poder no Brasil e em Fortaleza. Esta que vem passando por um verdadeiro jogo de informações na atual greve dos professores municipais. Reivindicações antigas como reajuste linear, índices superiores à inflamação (o ganho real), abono não é aumento, o direito à greve e o reconhecimento do sindicato de classe como o outro lado da negociação passam por um tênue subjetivismo de interpretação.

Os nossos governantes agora brincam com definições e não mostram claramente à sociedade, que precisa ser esclarecida sem trocadilhos, qual o verdadeiro índice a ser aplicado sobre o vencimento base. Este que é maior garantia ao trabalhador e não disfarçados aumentos dados como gratificações ou abonos que podem ser alterados ao bel de prazer de cada administração.

Os mandatários atuais do poder municipal por considerarem a ocupação da sede da Prefeitura como um ato ilegal e a greve como um ato esquizofrênico, então, é melhor repensar o passado deles no movimento grevista aqui no Estado, além do suporte que determinados políticos da esquerda dados ao MST quando ocupa o INCRA. Devemos lembrar aos manifestantes radicais que nenhum prédio público ou via "não é hotel, nem alojamento", conforme proferido por nossa Prefeita.

Ao estar no poder, não se deve esquecer ideais e nem agir com o famoso "dois pesos, duas medidas".
Se há uma data-base historicamente definida, por que nossos administradores não chamaram a categoria para negociar antes e não esperar para que as rixas sejam exploradas? Por que negociar diretamente com os professores e esquecer o sindicato da classe? Usar o argumento da próxima eleição para nova diretoria da entidade não é o mais indicado. Afinal, a atual diretoria ainda tem um mandado a ser cumprida e tem todo o direito de negociar e lutas pelos direitos da classe.

Querer uma educação eficiente, além de um bom projeto educacional, necessário também que professores tenham condições satisfatórias de dedicarem-se a uma das mais importantes profissões que temos.
Que possamos não ler ou ouvir ou interpretar o lema "esqueçam tudo que escrevemos e as lutas que foram encampadas no passado".

Melissa Torriicelli
Fortaleza-Cajazeiras
”.

RESPOSTA – Com a palavra os citados...

PARA REFLETIR "Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. . . Se não houver flores, valeu a sombra das folhas . . . Se não houver folhas, valeu a intenção da semente . . ." (Henfil)

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 319 - 25/05/2.006

PROCAPUI – A acareação entre o empresário Mike Layani, a ex-gestora das empresas Procapuí, Iglomar e Interbras Eunice Leal Oliveira, os advogados Atílio Paracampos e Alberto Carapeba não aconteceu na CPI dos grupos de extermínio da Assembléia Legislativa, em virtude de ausência dos três primeiros. Apenas o advogado Alberto Carapeba compareceu. O empresário, através de seu advogado, João Augusto Neto, justificou a ausência afirmando não ter dinheiro para a passagem aérea para vir depor. A ex-gestora enviou atestado médico e Paracampos não foi localizado para ser citado da acareação.

PROCAPUI – A desculpa apresentada pelo advogado de Mike Layani foi rebatida pelos deputados da CPI. O relator Paulo Duarte questionou como uma pessoa que movimentou milhões de dólares não teria dinheiro para comprar uma passagem aérea para vir a Fortaleza. Os deputados aceitaram o atestado médico enviado pela ex-gestora, mas constataram que ela não estava internada na unidade hospitalar que havia informado. A presidência determinou que uma junta médica da Assembléia visite a convocada para atestar suas condições de saúde.

PROCAPUI – A CPI informou ao advogado do empresário que tanto Mike Layani quanto Eunice Leal figuram nos trabalhos como investigados, não como testemunhas. Os deputados aprovaram o pedido de quebra de sigilo bancário da ex-gestora e da empresa Procapuí. O advogado Alberto Carapeba entregou aos parlamentares edital da Receita Federal no qual o Órgão declara a Procapuí como em endereço incerto e insabido, para fins de citação. Vale lembrar que o endereço impresso nas notas fiscais emitidas pela empresa é o mesmo do escritório da ex-gestora.

PROCAPUI – O presidente da CPI, Manoel de Castro Neto, bem como o relator Paulo Duarte e o vice-presidente, José Nobre Guimarães, informaram que o não comparecimento do empresário e da ex-gestora na acareação remarcada para o próximo dia 31/05 implicará na solicitação ao Judiciário da condução coercitiva, no qual os convocados faltosos podem ser levados à CPI sob força policial. Duarte confirmou que não possui dúvida da participação de Mike e Eunice em vários crimes, como homicídio – citando provavelmente cinco a seis vítimas – , formação de quadrilha, evasão de receita, sonegação fiscal e vários outros. Também confirmou a solicitação feita pela CPI à Justiça, da custódia preventiva do empresário.

PROCAPUI – Um dos pontos esquisitos foi um ofício enviado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Secção do Ceará (OAB-CE), Hélio Leitão, no qual indica o conselheiro Paulo César Barbosa Pimentel para assistir a ex-gestora e advogada Eunice Leal Oliveira nos trabalhos da CPI. O problema é que a ex-gestora não está sendo investigada por sua atuação como advogada, mas exatamente por sua função de gestora administrativa das empresas Procapuí, Iglomar e Interbras, sendo, inclusive, sócia dessa última, junto com Mike Layani. Portanto, não há ligação com sua atuação como advogada e, dessa forma, sem a necessidade da Ordem tomar a atitude. Adversamente existe indícios, inclusive, para o contrário: a OAB investigar alguns atos da ex-gestora que feriram a lei e a ética.

PROCAPUI – O advogado José Augusto Neto assegurou ao presidente da CPI a presença de seu cliente na acareação remarcada. Com o pedido de habeas corpus negado pela Justiça, a probabilidade de ser preso ao depor foi apontado pelo patrono do empresário como uma das causas de sua ausência, contradizendo o que inicialmente havia informado, sobre não haver condições de adquirir passagem aérea para vir depor. O curioso, ainda, foi o fato da TV Assembléia não ter transmitido a reunião da CPI, como havia sido acordado há alguns dias pela mesa diretora e vinha acontecendo. Por qual motivo a mesa diretora resolveu não transmitir justamente a reunião na qual estaria programada as presenças de Mike e Eunice? Será que no próximo dia 31/05 a mesa diretora tomará a mesma decisão?

RESPOSTAS – Caso realmente compareça à acareação desse dia 24/05 na CPI dos grupos de extermínios da Assembléia, existe uma grande possibilidade do empresário norte-americano Mike Layani sair preso. A Justiça Federal negou pedido de habeas corpus feito por seu advogado, Roberio Rios, para que seu cliente não fosse preso antes, durante ou depois da acareação. Semana passada a CPI enviou solicitação à Procuradoria da República no Ceará para que fosse pedida a prisão preventiva do empresário.

RESPOSTAS – Na acareação – que contará com a presença da ex-gestora da Procapuí, Eunice Leal Oliveira e dos advogados Atílio Paracampos e Alberto Carapeba – muitas perguntas poderão ser respondidas, caso Mike e Eunice resolvam falar. A principal é saber onde estão os cerca de US$ 18 milhões que desviou, seja do tio e mãe Josef e Leyla Anavian, dos demais parentes e dos pequenos, médios e grandes investidores locais. Afinal, esse dinheiro não sumiu, não evaporou, não se desintegrou.

RESPOSTAS – Outras perguntas poderão obter respostas: como justificar o não pagamento de todos os encargos trabalhistas e previdenciários das empresas Procapuí, Iglomar e Interbras – todas pertencentes ao empresário e geridas pela advogada – sendo a gestora ex-procuradora do INSS? Mais de 100 funcionários foram prejudicados, não recebendo FGTS, indenizações trabalhistas, seguro desemprego e outros benefícios, mesmo todos os descontos previdenciários tendo sido feitos nos salários dos trabalhadores.

RESPOSTAS – Como a ex-procuradora do INSS justifica ter recebido R$ 200 mil a título de "serviço" para conseguir a liberação de um projeto com financiamento da Sudene, órgão estatal extinto na época do acerto com Josef Anavian, que mais uma vez foi enganado e lesado? Como a gestora das empresas não recolheu nenhum tributo federal durante todo o período à frente da administração?

RESPOSTAS – Por qual motivo todas as faturas das empresas eram emitidas com valor abaixo do real? Por qual motivo o endereço do escritório das empresas Procapuí, Iglomar e Interbras, impresso nas notas fiscais emitidas, era o mesmo do escritório da ex-procuradora do INSS? São algumas das indagações às quais poderão ser respondidas. Tudo dependerá de como os deputados inquirirão os dois. Além do rombo financeiro, do prejuízo social para os ex-trabalhadores, de uma série de ilícitos cometidos, o imbróglio envolvendo as empresas de Mike Layani representa um dos maiores casos de sonegação fiscal, evasão de renda, lavagem de dinheiro e toda uma gama de crimes.

RESPOSTAS – No próximo dia 24/05 ocorrerá uma acareação entre o empresário Mike Layani, a ex-gerente administrativa das empresas Procapuí e Iglomar, Eunice Leal Oliveira e os advogados Alberto Carapeba – representante dos investidores Josef e Leyla Anavian – e Geraldo Atílio Paracampos, que denunciou Mike à CPI dos grupos de extermínio, instalada pela Assembléia Legislativa. Ficarão cara a cara acusadores e acusados, a fim de que sejam confrontadas as duas teses.

ACAREAÇÃO – Na semana passada, os membros da CPI indeferiram por unanimidade requerimento encaminhado por Eunice Leal Oliveira e pelos advogados do empresário, de cópias dos depoimentos de Carapeba e Paracampos. A justificativa dos deputados é de que isso iria propiciar que os dois orientassem o que irão dizer na acareação com base nos depoimentos dos denunciantes.

ACAREAÇÃO – Pelas robustas provas – que resultaram, inclusive, em inquéritos e procedimentos na Polícia Civil e no Ministério Público Federal – vai ser muito difícil Mike e sua ex-gerente rebaterem as evidências. Pela abrangência e complexidade das ações do empresário, vai ser difícil que a Assembléia – que é uma casa política – se aprofunde nas ligações que ele teve com personagens do mundo político local.

ACAREAÇÃO – Afinal, se os deputados resolverem fazer uma investigação isenta e imparcial, muitos nomes surgirão como beneficiários das generosas doações que Mike Layani fez tanto para financiamento de campanha quanto para obter favorecimentos e privilégios em órgãos públicos. Mas isso parece ser algo difícil de acontecer e o exemplo já se verificou no depoimento do major Ernani Castro, apontado como um dos responsáveis pelo grupo de extermínio acusado de prestar serviço à rede de farmácias Pague Menos.

ACAREAÇÃO – Na ocasião, apenas os deputados Delegado Cavalcante e Paulo Duarte foram mais incisivos nas perguntas e colocações – ainda assim, sempre com cautela – enquanto o deputado Pedro Uchoa alternou momentos de questionamento com visível intenção de minimizar as acusações contra o depoente. Ainda não se sabe quando e se o proprietário da rede de farmácias Pague Menos, Deusmar Queiroz, também será convocado a depor na CPI.

ACAREAÇÃO – Vale lembrar que além da acusação de formação de um grupo de extermínio há um outro pairando sobre a rede de farmácias. Nos dois últimos anos que antecederam a eclosão das mortes dos bandidos que assaltavam as filiais da farmácia, os assaltos ultrapassaram ao impressionante número de 1.500 por ano, numa média de cinco assaltos por dia. Naquela época, a empresa ainda tinha seguro contra roubo e era ressarcida pelos valores que eram subtraídos.

ACAREAÇÃO – Ocorre que nenhuma seguradora quis firmar novo contrato, ocasião em que começaram os assassinatos dos bandidos que assaltavam as filiais da rede, que fizeram o número de assaltos cair para menos de 20% da média que vinha se registrando. Há uma forte suspeita de que antes o esquema era outro: o alto número de assaltos poderia estar camuflando uma fraude contra a seguradora. Afinal, a seguradora não tinha como fazer o controle de quanto dinheiro ficava nas filiais da empresa, que além da venda de medicamentos, vende produtos das mais variadas espécies – do biscoito ao filme fotográfico – e funciona como correspondente bancário.

ACAREAÇÃO – Mas o que se está vendo é um direcionamento para que isso não venha à tona. Impossível não notar que há um enorme esforço para que todo esse imbróglio respingue o menos possível na empresa e seu proprietário. Até mesmo os dois deputados que foram mais incisivos no depoimento tomado do major agiram de forma a dissociar o militar à Pague Menos. A mídia local vem ignorando solenemente os desdobramentos da apuração do caso Procapuí.

FINALMENTE – E finalmente o procurador regional eleitoral, Oscar Costa Filho, resolveu agir também quanto aos programas da mídia local que fazem propaganda política subliminar e ilegal. O problema é que a Justiça Eleitoral vem dificultando as coisas e indeferindo pedidos do MP Eleitoral. A juíza Sérgia Miranda negou pedidos do procurador eleitoral relativo à programas de TV e rádio locais. Ficarão cara a cara acusadores e acusados, a fim de que sejam confrontadas as duas teses. Nessa hora é necessária isenção e imparcialidade e o estrito cumprimento da lei.

GRACINHA – O jornal Diário do Nordeste publica, dominicalmente, uma coluna sob o título “Parabólica”, uma espécie de versão da “Coluna do Abdoral”, publicada no mesmo dia pelo jornal O Povo. O problema é que a coluna do DN funciona apenas como instrumento de promoção dos programas da TV Diário, que, juntamente com o DN, integra o Sistema Verdes Mares de Comunicação. Elogios gratuitos e informações sem qualquer veracidade são as bases da coluna, que trilha pelo mais ineficaz método de divulgação e promoção. Na coluna Parabólica, todos os programas da TV Diário estão entre os melhores situados nas pesquisas de preferência e a “qualidade” é apontada como fator constante. Completamente adverso à realidade.

GRACINHA – Excetuando-se uma ou outra honrosa e rara exceção, a programação da emissora está longe de ser o que a coluna apregoa. Para que se tenha idéia do disparate, a coluna publicou os seguinte comentário: “Esqueça-se o improviso do Big Brega Brasil I. Atente-se para o nível dos atores e para a construção do texto. A primeira novela da TV Diário se trata de uma sátira em formato de minissérie trazendo grandes nomes da dramaturgia local, como: Helena Vilar, Amadeu Maia, Zuleica Araripe, Luís Marcelo, Regininha Duarte, Bartozinho Galeno e muitos outros. Aqui, o riso é coisa muito séria. Estréia: próxima quinta, às 20h, no Clube do Brega, sobre o comando do originalíssimo Silvino Neves”. Primeiro, a tal “novela” é a marca da emissora: improvisada e sem maiores objetivos.

GRACINHA – A coluna nomeou como “grande nome da dramaturgia local” a dublê de apresentadora/pin up Regininha Duarte e o dublê de cantor brega/galã de periferia Bartozinho Galeno, que é lembrado apenas por ser filho do “brega star” Bartô Galeno, que fez relativo sucesso nos anos 70. A tal novela é marcada pela escatologia e tem, entre seus “astros”, o dublê de cabeleireiro/transformista/jurado de tv Barná. Confundiu sátira com palhaçada.

GRACINHA – Ainda sobre a “originalidade” da emissora, a coluna mandou mais essa: “Nilson Fagata pode ganhar programa novo na TV Diário. Depois do sucesso no comando do ‘Amigão’, ele poderá apresentar o ‘Porta da Felicidade’, uma espécie de programa de auto-ajuda, para realizar os mais diversos sonhos dos telespectadores. Se depender da determinação de Fagata, Sílvio Santos que se cuide”. Mais uma da galeria de cópias: trata-se de uma fotocópia apagada do progama “Porta da Esperança”, apresentada pelo dono do SBT nos anos 80. Como se já não houvesse tantos outros clones de Sílvio Santos na TV Diário... Ênio Carlos que o diga!

CÓPIA – Falando em cópia, o programa Jangadeiro Esporte Clube é uma cópia descarada do SportTV Esporte Clube, com as mesmas cores e quase o mesmo logotipo. Infelizmente por aqui ainda predomina a mentalidade de copiar o que é feito fora, muito embora a experiência com a “criatividade” local não seja das mais positivas, por causa da estreiteza de pensamento e da falta de profissionalismo.

VERSÃO – Não é difícil haver diferenças acentuadas em matérias que versam sobre o mesmo assunto entre os meios de comunicação. Afinal as pessoas têm pensamentos e percepções distintas. Mas quando as disparidades ocorrem por fatores alheios à interpretação jornalística, há de se preocupar com essa distorção. Semana passada houve um caso em que os jornais O Povo e Diário do Nordeste publicaram matérias com interpretações extremamente díspares relacionadas a um mesmo fato.

VERSÃO – O caso foi sobre a explosão de um botijão de gás de cozinha, ocorrido no bairro Autran Nunes, onde uma vítima faleceu e outras três das dês vítimas  foram socorridas para unidades hospitalares. Antes de se entrar no fato, é preciso fazer um lembrete: há algum tempo, quando era comum profissionais de imprensa acumularem empregos em mais de uma empresa de comunicação – em veículos diferentes – era comum muitos solicitarem dispensa de cobrir explosões de botijões de gás de cozinha, notadamente os que tinham como um dos empregadores o Sistema Verdes Mares de Comunicação, componente do Grupo Edson Queiroz, também proprietário da hoje Nacional Gás Butano (NGB).

VERSÃO – Também durante muito tempo as empresas do SVM não noticiavam esse tipo de sinistro. O jornal Diário do Nordeste publicou matéria sobre a explosão do botijão, colocando no lead o seguinte: “Um provável vazamento de gás de cozinha ocasionou, ontem de manhã, a explosão de uma casa na Rua Três, no bairro Autran Nunes. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Sérgio Gomes, disse que “conforme o que foi apurado no local, os primeiros indícios levam a crer que não houve um vazamento do recipiente de armazenamento de gás, mas da mangueira que ligava o botijão ao fogão”.

VERSÃO – Coincidentemente o DN logo procurou dissociar a explosão à um provável defeito do botijão, procurando o porta voz do CBM para que oficialmente houvesse uma tese de que a causa do acidente não teria qualquer relação com o botijão, que era na NGB. O jornal O Povo, entretanto, trouxe informações diferentes. “Como a explosão envolveu um botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP), foram destacados para o local duas viaturas Auto-Bomba-Tanque (ABT) e outras duas de resgate, todas do Corpo de Bombeiros. De acordo com o capitão José Aureliano Alves, coordenador de operações do dia do Corpo de Bombeiros, ainda havia chamas quando as equipes de socorro chegaram”, foi publicado. Em nenhum momento foi feita alusão a teses sobre o ocorrido.

VERSÃO – Continuou o texto: “O botijão que provavelmente provocou a explosão está sendo analisado pelo Instituto de Criminalística do Ceará (IC). ‘Em um primeiro momento, ainda não dá para dizer nada’, afirmou ao O POVO o gerente do IC, Roberto Luciano Dantas. De acordo com ele, o perito que estava de plantão ontem recolheu o botijão para fazer uma análise detalhada na próxima segunda-feira, 22 “. Bom, poderia ser uma abordagem com enfoque mais técnico se não fosse o complemento do texto: ”Dantas adiantou, porém, que não houve explosão do vasilhame e que ele não abriu.” Ora, é praticamente impossível o vasilhame (botijão) não ter explodido, tampouco aberto, pois se o impacto foi suficiente para praticamente demolir uma casa com um andar e outras duas laterais, não iria provocar também a abertura do botijão, que continha gás sob pressão? Isso seria impossível.

VERSÃO – Em momento algum a autora do texto, Raquel Chaves, questionou o diretor do Instituto de Criminalística sobre isso. A tese equivale, mais ou menos, como se tivesse ocorrido uma explosão de bombas de gasolina e os tanques tivessem ficado intactos, muito embora estejam contíguos às bombas e ligados diretamente a elas. Por um lado, por razões organizacionais, o DN apressou-se em apresentar a versão de que a causa do acidente não estaria ligada ao botijão. Por outro, O Povo preferiu passar o recibo de uma versão similar. No meio o leitor que, adversamente do que pensam os dois jornais, não é burro.

CONFLITANTE – Dois episódios ocorridos semana passada demonstram a relação nada harmoniosa entre o governo do Estado e a Câmara Municipal de Fortaleza, onde o PSDB nunca conseguiu uma representação significativa, tampouco uma bancada que representasse os interesses da agremiação. O primeiro ocorreu por conta da entrega do título de cidadão de Fortaleza ao governador Lúcio Alcântara, natural do município de São Gonçalo do Amarante. Na solenidade, havia tão pouca gente que as cadeiras dispostas no plenário foram ocupadas com pessoas arregimentadas na hora: motoristas, assessores parlamentares, terceirizados e até parentes de funcionários que estavam no local de passagem. Tudo para que não ficasse aparente o fato do plenário ter recebido um número reduzido, quase insignificante de pessoas, inclusive a pouca importância que a maioria dos vereadores deu ao ato. E olha que aguardava os presentes um farto rega-bofe...

CONFLITANTE – O segundo episódio aconteceu no dia seguinte ao narrado acima. Convidado para falar no grande expediente sobre a problemática do turismo sexual em Fortaleza, o secretário estadual de turismo, Alan Aguiar, chegou à sede da Câmara com mais de 50 minutos de atraso. Mesmo com a presidência atrasando a sessão, para que a lacuna fosse menor, o grande expediente foi iniciado e a sessão dada continuidade normalmente. Ao ser informado da chegada do secretário, o presidente do Poder, Tin Gomes, disse que Alan até poderia falar sobre o assunto no grande expediente, mas não naquele dia, dizendo que o atraso era desrespeitoso e demonstrava descaso do governo do Estado com o Legislativo Municipal. O clima ficou tenso, e o secretário de turismo do Estado acabou por dar meia volta e ir embora.

DESCONTROLADO – Teve muita gente que se surpreendeu com a forma histérica, descontrolada, desproporcionada como o senador Tasso Jereissati (PSDB) se mostrou no plenário do Senado com relação ao fato do petista Tarso Genro ter declarado que a situação de caos na segurança pública que havia explodido em São Paulo era reflexo da má administração do candidato tucano à presidência, Geraldo Alckmin. Num pronunciamento colérico Tasso vociferou todo um rosário de ataques ao petista, exigindo inclusive a exclusão de Genro da equipe presidencial. Somente quem não conhece – ou não conhecia – a faceta arrogante, prepotente, autoritária do "coronel" Jereissati se impressionou e se surpreendeu com o episódio. O senador estava acostumado ao quadro que impôs nas últimas duas décadas no Ceará: sufocando a oposição e calando a ferro e fogo quem "ousa" levantar-se contra seu jugo autoritário e saqueador, estranhando quando se deparou num episódio onde as pessoas não temem sua cara amarrada e suas ameaças. Nem seus discursos pueris, carregado de bravatas e num tom descontrolado. Foi patético.

AUTORITARISMO – A marca autoritária é uma identidade tucana e o governador Lúcio Alcântara expressou publicamente, mais uma fez, essa faceta do PSDB: declarou que não negocia com categorias em greve, manifestando-se sobre a paralisação dos professores da rede pública, que entraram em greve na semana passada, em mais uma campanha salarial. Dessa forma Lúcio descumpre e desrespeita o constitucional direito de greve. Uma atitude que relembra seu berço político: Arena, ditadura militar onde viveu sob os auspícios das sinecuras oficiais.

PEQUENO – Apesar de ter uma torcida que já demonstrou inúmeras vezes sua força, o Ceará Sporting Club padece de uma diretoria atual inexperiente e fraca, além de uma grande parte da imprensa esportiva (?) aproveitadora e sanguessuga. Mas o que ocorreu no jogo contra o Náutico foi coisa de time pequeno, que não pensa em voltar à primeira divisão do futebol brasileiro. Para o jogo contra o time pernambucano, realizado em Recife, o clube não levou seu médico. Em contrapartida, viajou parente de diretor. Ora, que tipo de mentalidade é essa que deixa de levar um médico para dar lugar a um parente de cartola? Uma palhaçada e que, logicamente, não foi noticiado pela maioria da tal imprensa esportiva local.

CORREIO ELETRÔNICO I – Do internauta Fernandes Filho <fernandesfilho@cearatour.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

"A Morte do Estado de Direito...

Aqui Jaz o "Estado Democrático de Direito da Republica Federativa do Brasil" é o que estará escrito em cada lápide de policiais mortos na demonstração de força do crime organizado em São Paulo e seguirá as lápides de cada policial morto daqui para frente em qualquer Estado da Federação.

Platão advertiu que o caráter natural da sociedade política mostra que ela decorre da necessidade da consecução dos fins da mesma natureza individual do homem. Tais fins naturais do homem são a felicidade, o prazer e até as exigências mais elementares da vida humana, fins estes que não se realizam senão em comunidade social.

Então que dizer de um país que elege representantes egoístas, fracos, covardes, interesseiros, politiqueiros, homens que farão qualquer coisa para se manter no poder, menos o real motivo pelo qual foram eleitos, ou seja, o serviço público.

Uns dizem que o problema é social, outros dizem que é educação, outros que precisamos ter mãos limpas, outros que a culpa é deste ou daquele, da corrupção, do partido A ou do partido B.

Chega... A verdade é uma só se não tivermos homens e mulheres de coragem e espírito público para combater o caos que aí já se instalou, a exemplo destes atentados que temos acompanhado, será a propagação do fim da ordem social.

Se formos ouvir estes atrapalhados "politiqueiros" que há anos estão comandando nossa política, e chefiando os partidos políticos que corrompem seus próprios programas e estatutos em nome de manter seus nomes no poder, o povo brasileiro que assiste a quebra da última barricada que separa o caos da ordem cair por terra, verá o terror e caos se instalarem definitivamente.

Não se reorganizará e não se restabelecerá a ordem no Brasil através da educação, porque educação sem segurança pública levará o medo aos estudantes e muitos deles a morte. Não se reorganizará o Estado de Direito no Brasil com a segurança pública apenas, porque a segurança pública sem combate a corrupção, sem educação, levará as pessoas a desrespeitarem-se mutuamente avançarem espaços não permitidos em um pacto social apenas por acharem que tudo podem. Não se restabelecerá o Estado Democrático de Direito, sem uma ampla reforma partidária, sem uma reforma na constituição, sem reforma no Judiciário.

Não se restabelecerão Estado de direito sem igualdades de oportunidades, de aprendizado e trabalho, pois são a base da democracia.  Não se restabelecerá o Estado de Direito sem qualidade de vida e o direito ao lazer saudável através da cultura e do esporte, a falta disto fará com que nossos jovens busquem alternativas muitas vezes fora
da lei para compensar a falta do lazer sadio.

Em absoluto confio nos homens que estão no poder hoje e o porquê disto eu vejo todos os dias nos jornais, nos noticiários da TV ou nas ruas de minha cidade.

Judiciário relaxa pena para crimes hediondos, Congresso corrupto, penitenciárias lotadas, policia federal invadida por criminosos, governo quer culpar o cidadão de bem por onda de violência (vide referendo de outubro de 2005), traficantes transferidos de penitenciaras, super protegidos como se fossem chefes de Estado, roubo de armas das forças armadas, roubo do banco Central, operação sanguessuga, juízes presos, artistas e desportistas envolvidos com o tráfico, policiais mortos como demonstração de força do crime organizado.

Precisamos de mais provas? Politiqueiros hipócritas, demagogos, ladrões e assassinos, sobre suas almas pesam o sofrimento, a involução e a morte não só de nossos valentes policiais, mas de toda uma nação.

Fernandes Filho (Parque Araxá - Fortaleza-Ce)."

RESPOSTA – Palavras endossadas e corroboradas.

CORREIO ELETRÔNICO II Do internauta que se identificou como ediogenes <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

"Hoje estamos perplexo em saber como os as informações chegaram ao Bandidos. Um funcionário terceirizado. Todo mundo quer a prisão do Funcionário, eu também. Mas ninguém quer fazer uma analise de porque o Funcionarei agiu assim. Ora a impunidade faz escola. O Funcionário, assistiu o que a pizzaria que aconteceu no Congresso Nacional. Viu que a nova lógica é que bandidos são defendidos e Pessoas de bem são investigadas, como aconteceu com o Caseiro. Pode ter passado pela cabeça do servidor, que agiria desonestamente e teria Dança em sua defesa. Mourão, Valverde, Fontana, faria discursos dizendo que não havia prova. Ideli, Tião Viana, Mercadante e Flavio Arns, faria manobras para ele não depor. Mas, ele esqueceu de avaliar uma coisa, ele não era político, portanto tinha consciência, e esta consciência do homem comum não deixaria que seu ato ficasse impune. E foi que acontecesse, sua consciência o delatou, fez com que ele confessasse sem pressão o ato maldito. Felizmente ela vai preso....mas a danças, as manobras a defesas aos mensaleiros , sanguessuga continuara impunes, embalados pela dança da impunidade.

Quando o ato criminoso é feito por um Cidadão comum, é fácil de ser solucionado...o Diabo é quando é feito por políticos".

RESPOSTA – E por aqui certamente teria Adahil Barreto, João Jaime, Moésio Loyola, Fernando Hugo, Pedro Uchôa e todo o BP Choque do governo do Estado a fazer o mesmo...

PARA REFLETIR – "Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo desprezível". (Albert Einstein)

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 320 - 01/06/2.006

ACAREAÇÃO – Para surpresa de alguns o empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerard Layani (foto) compareceu à acareação na CPI dos grupos de extermínio da Assembléia Estadual, onde também estiveram a ex-gestora das empresas Procapuí e Iglomar, Eunice Leal Oliveira (foto) e os advogados Atílio Paracampos e Alberto Carapeba. Infelizmente, por se tratar de uma casa política, a Assembléia não se aprofundou mais nas importantes revelações que o empresário poderia ter feito. Mesmo assim, o que declarou perante os deputados confirma a intrínseca ligação dele com personalidades políticas locais. Durante a acareação o relator da CPI, Paulo Duarte, disse não ter dúvidas de que o caso Procapuí/Iglomar envolve diversos tipos de ilícitos dentre os quais sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha e outros. Mike confirmou ter doado dinheiro para campanhas políticas, mas o interesse político não fez com que os parlamentares mergulhassem mais profundamente nessa vertente. Caso isso tivesse acontecido, com certeza muitas surpresas poderiam ter vindo à tona.

ACAREAÇÃO – Mike confirmou ter doado dinheiro ao ex-candidato do PT ao governo do Estado em 2002, José Airton Cirilo. Também confirmou ter dado dinheiro à ex-presidente da Câmara Municipal de Icapuí, Fátima Lacerda (PSDB) e outros políticos daquele Município. Mas o mais importante foi a confirmação de que doou dinheiro à campanha do então também candidato ao governo do Estado pelo PSDB Lúcio Alcântara. Mike revelou ter sido a doação intermediada pelo senador Luiz Pontes (PSDB) e que o montante doado chegou a R$ 200 mil. No caso do petista, o nome do empresário consta da prestação de contas à Justiça Eleitoral. Quanto ao hoje governador, não se tem notícia da declaração desse dinheiro. O deputado Osmar Baquit (PSDB) ainda tentou ligar a doação à alguma operação comercial entre o empresário e o senador Luiz Pontes – que também atua na produção e exportação de tilápias –, mas Mike negou e confirmou que a doação do dinheiro foi para a campanha de Lúcio Alcântara, via Pontes.

ACAREAÇÃO – Também informou ter doado dinheiro à campanha do deputado federal José Pimentel (PT), através do pagamento de serviços prestados por uma gráfica. A lista dos que receberam o dinheiro, entretanto, é bem maior do que o depoente declarou e dos nomes que a CPI teve interesse em saber. O empresário doou dinheiro para as campanhas de muitos outros parlamentares, dentre eles Vicente Arruda (PSDB), Teodorico Menezes (PSDB) – que renunciou ao mandato para assumir vaga no TCE –, Patrícia Gomes (PSB). Também há ligação com o deputado federal Luciano Castro (PL-RR).

ACAREAÇÃO – Mike apresentou-se como graduado em Direito e em Ciência Política na França, mas, curiosamente, trabalhava como vendedor de loja de roupas em Nova York, antes de vir para o Brasil. Negou ter desviado dinheiro de seu tio, Josef Anavian e que tivesse participação nos crimes que estão lhe sendo imputados: tráfico de drogas, homicídio, estelionato, fraude, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, etc. Admitiu, entretanto, que captou dinheiro de grandes, médios e pequenos investidores locais e que não honrou os compromissos. Também negou qualquer envolvimento com casas de câmbio e doleiros. Ex-funcionários da Procapuí, em depoimento em inquérito instaurado na Polícia Civil, declararam ter conduzido várias vezes o empresário ao escritório de um doleiro chamado “Zezé”, instalado na avenida Santos Dumont.

ACAREAÇÃO – O empresário acusou o advogado Atílio Paracampos de falsificar sua assinatura, de tentar extorqui-lo e de ter oferecido a intermediação de um suposto empréstimo de R$ 15 milhões do BN, para tanto tendo recebido R$ 100 mil. Na acareação Paracampos negou as acusações. Confirmou ter recebido cerca de R$ 80 mil, que afirmou ter sido um adiantamento de honorários. Questionado várias vezes pelo relator Paulo Duarte sobre como havia conseguido recursos para a abertura das empresas o depoente não explicou de maneira clara. Declarou ter recebido apenas US$ 300 mil de Josef Anavian e que havia conseguido o restante exatamente nas captações que fez dos investidores.

ACAREAÇÃO – O advogado Alberto Carapeba apresentou documentos do envio de mais de US$ 3 milhões por parte de Josef. Afirmou, ainda, que a Procapuí enviou vários containers de camarão para o importador F.G. Higgins, em Nova York, sem que tivessem sido declarados. Segundo Carapeba há informação do Banco Central de diversas operações de câmbio não justificadas pela Procapuí. O relator Paulo Duarte disse haver muitos conflitos entre os depoimentos de Mike e Carapeba e que a CPI vai solicitar da Receita Federal, da Justiça Eleitoral e outros órgãos públicos documentos relativos às informações prestadas por ambos.

ACAREAÇÃO – Mike disse, ainda, que a presidente do Sindicato das indústrias de exportação de lagosta, Elisa Gradvol, o convidou a participar do cartel formado pelos grandes exportadores locais, mas que havia recusado o convite, acusando Elisa de tê-lo ameaçado caso não se aliasse ao grupo. Negou, também, qualquer envolvimento no assassinato do lagosteiro Cláudio Kment. A ex-gestora da Procapuí e Iglomar, Eunice Leal Oliveira, negou qualquer tipo de relação com o empresário e seus empreendimentos que não fosse de assessoramento jurídico.

ACAREAÇÃO – Difícil sustentação da tese diante do fato de que existem, nos autos do inquérito instaurado pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Polícia Civil, cópia de dois cheques das contas das empresas Procapuí e Iglomar, dados em garantia de pagamento de um mútuo financeiro, assinados por Eunice. Ora, se a advogada não era gestora das duas empresas, por qual motivo assinou os cheques? Isso somente poderia ter ocorrido se, efetivamente, fosse a gestora das empresas – o que era – e se tivesse embasamento legal para isso. Também há nos autos do inquérito um substabelecimento de procuração em nome dela, dando poderes de gestão nas empresas. O advogado Carapeba também questionou a ex-gestora como ela figurava num empréstimo feito à Procapuí se não respondia legalmente pela empresa, ficando a indagação sem resposta.

ACAREAÇÃO – Carapeba afirmou que nenhum dos empréstimos captados de investidores locais foi declarado, nomeando de “sistema financeiro genérico” a fonte que alimentou a Procapuí e Iglomar financeiramente. A configuração, também, de um esquema de agiotagem ficou patente. As versões de Mike e Eunice foram as mesmas. Argumentações e justificativas idênticas. Ainda que o propósito da CPI não seja investigar o complexo e pesado esquema das empresas Procapuí e Iglomar, a Comissão tem a obrigação institucional de enviar documentos e relatório para o ministério público Federal e Estadual sobre os crimes que comprovou nesse imbróglio. Também é necessário que se requeira à Promotoria da 1ª Vara Criminal, para onde foi remetido o inquérito da DDF, a apresentação de denúncia contra os investigados: Mike Layani e Eunice Leal Oliveira. O jornal O Povo publicou matéria sobre a acareação, mas mais uma vez o jornal Diário do Nordeste não publicou matéria sobre o fato. Nem na editoria de política, tampouco na de polícia.

PROCAPUÍ – A acareação entre o proprietário da empresa de carnicicultura Procapui, Marcial (Mike) Gerald Layani (foto), sua sócia e ex-funcionária Eunice Leal Oliveira (foto) e os advogados Atílio Paracampos e Alberto Carapeba, marcado para o próximo dia 31/05 pela CPI dos grupos de extermínio, instalada pela Assembléia Legislativa, está sendo esperada com muita expectativa. A principal é se os dois primeiros comparecerão à acareação. Semana passada o empresário norte-americano alegou não ter dinheiro para a passagem para vir a Fortaleza – atualmente, segundo consta, ele está morando em Santos, litoral de São Paulo –, enquanto a ex-gestora da Procapuí e Iglomar e sócia da Interbras, apresentou um atestado médico, alegando estar acometida de enfermidade dermatológica. Os deputados terão a oportunidade de obter respostas para diversos questionamentos e ficarem frente a frente com os acusados de montar um dos maiores esquemas de desvio de dinheiro, fraude, sonegação fiscal, remessa ilegal de dinheiro – somente numa operação Mike teria enviado mais de R$ 5 milhões para um paraíso fiscal, através do Bank Boston – e mais outros crimes.

PROCAPUÍ – Caso não compareçam o presidente da CPI, Manoel de Castro Neto (PMDB) já anunciou que vai solicitar a condução coercitiva dos faltosos. Dessa forma, serão levados à Comissão mediante força policial. O advogado do empresário norte-americano comprometeu-se a apresentar seu constituinte.

PROCAPUÍ – A ex-gestora Eunice Leal – procuradora aposentada do INSS –, segundo consta, também solicitou à Justiça um habeas corpus preventivo para depor, solicitação indeferida. Igual intento havia sido encetado por Mike Layani, igualmente negado. A CPI já solicitou ao Judiciário a custódia preventiva do empresário.

PROCAPUÍ – O rastreamento das ações do empresário norte-americano levou às ligações que extrapolaram as fronteiras do Estado. Não apenas pela atual atuação empresarial, na Ita Fish, empresa de exportação de pescado sediada em Santos, mas no estado de Roraima. Naquele Estado Mike atuou de maneira semelhante e também figura como alimentador financeiro de expoentes da política.

PROCAPUÍ – Entre os políticos que receberam dinheiro para financiamento de campanha está o deputado federal pelo PL de Roraima Luciano Santos (foto), que teve parte de sua campanha em 2002 financiada pelo empresário. Aqui no Ceará Mike doou dinheiro para políticos dos mais diferentes matizes partidários. Caso a CPI faça um trabalho isento e imparcial, poderá trazer à baila esses nomes, mas, como a Assembléia é uma casa política, essa possibilidade é remota.

PROCAPUÍ – Ao que tudo indica o deputado federal Luciano Santos recebeu doações de campanha do empresário para intermediar benesses e privilégios oficiais, numa operação similar à verificada aqui, onde conseguiu inúmeras regalias do Poder Público pela ação dos agentes políticos de sua área de interesse. Essas ligações não podem passar ao largo da Justiça Eleitoral.

PROCAPUÍ – Repercutiu mal o fato da OAB-CE ter designado um conselheiro para assistir a ex-gestora das empresas Eunice Leal. Primeiro pelo fato dela não estar sendo investigada pela CPI quanto à sua atuação como advogada. Segundo porque o interesse da Ordem deveria ser não o de assistir, mas de apurar se houve conduta anética por parte da ex-gestora para tomar as medidas cabíveis.

PROCAPUÍ – Na semana passada a imprensa local praticamente se omitiu quanto à acareação. O jornal O Povo publicou apenas uma pequena nota, com um breve registro e sem as informações principais. O Diário do Nordeste optou por não falar sobre o assunto, muito embora houvesse matéria pronta para ser publicada, que acabou por ser suprimida. A TV Assembléia também não transmitiu a reunião, contrariando o que apregoou dias antes o presidente do Poder, Marcos Cals (PSDB), de que todas as reuniões seriam transmitidas ao vivo.

PARCIAL – Numa edição do Jornal Jangadeiro (TV Jangadeiro) na semana passada, foi abordada a greve dos professores da rede municipal de ensino. Uma matéria foi veiculada, mostrando a mobilização dos professores, a dificuldade das negociações, o posicionamento da Prefeitura de Fortaleza, etc. O assunto ocupou mais de três minutos. O problema é que os professores da rede estadual também se encontravam na mesma situação, mas para esse assunto foram destinados apenas dez segundos, num texto lido pelo apresentador, informando que os professores da rede estadual também estavam em greve.

PARCIAL – Esses posicionamentos – que não são nenhuma surpresa – demonstram a maneira parcial como a emissora trata os assuntos jornalísticos: quando envolve interesses do governo do Estado tudo é tratado de maneira extremamente parcial e anética. Nunca é demais lembrar que, além de ter entre seus proprietários o senador Tasso Jereissati e o ex-secretário de governo de sua administração, Sérgio Machado, a TV Jangadeiro é aquinhoada com generosa verba publicitária, canalizada, ainda, no pagamento de programas que fazem propaganda política abertamente, travestida de jornalismo. Por esse e outros inúmeros motivos os números do Ibope indicam que a emissora teria caído para a quarta colocação, com relação à sua programação local.

PÉROLA I – Falando em Jornal Jangadeiro, na edição do dia 27/05, a “agenda cultural”, lida pela apresentadora Juliana Castanha, trouxe o seguinte: “um tributo em homenagem aos 25 anos da morte de Bob Marley”. Homenagem aos 25 anos de falecimento? Ora, e desde quando se homenageia esse tipo de acontecimento? A não ser que o tributo tenha sido organizado pelos inimigos do inesquecível cantor de reggae.

PÉROLA II – Não contente, no mesmo dia, em flash ao vivo com a falsa profissional Kezya Diniz, sobre a seleção de "novos valores" por parte da produção do Programa do Ratinho, colocaram um cidadão para contar uma piada quilométrica, sem graça, sobre Joãozinho e Jesus Cristo, encerrada com: "aquele filho da puta disse que voltava logo". Sem comentários.

DEMISSÃO – Mês passado um cinegrafista da TV Diário foi demitido pelo fato de ter se envolvido com uma colega de trabalho. Dois outros cinegrafistas que também estão na mesma situação se encontram no mesmo caminho. O problema é que se cobra dos demais a mesma postura quanto à esse procedimento, independentemente se o cargo for de cinegrafista ou de chefia.

DEMISSÃO – Mas um fato que mais revoltou os queixosos foi da aluna do curso de jornalismo da FGF Jéssica Costa, que ascendeu, meteoricamente, do posto de estagiária à chefia de reportagem, passando pela produção. Antes disso a moça foi demitida, passou três meses em casa, recebeu indenização, seguro-desemprego e retornou assim que o benefício cessou para o cargo de chefia. Revoltou ainda mais pela cidadã ser prima de diretor da emissora. Por essas e outras tem profissional – dos poucos que ainda restam – veterano propenso a pedir o boné.

COLUNA – Semana passada o Em Off abordou a coluna “Parabólica”, publicada dominicalmente pelo jornal Diário do Nordeste, que funciona como instrumento para puxar o saco da TV Diário. Os programas da emissora, segundo a coluna, são sempre os campeões de audiência. O texto emana da própria direção, explicando o teor das notas. Trata-se do velho e condenável vitupério.

PRESSÃO – Crescem os rumores de que a Globo estaria pressionando o Sistema Verdes Mares de Comunicação para retirar a programação da TV Diário do satélite. A justificativa seria a concorrência direta em nichos localizados. Nada que tenha a ver com pontuação de Ibope, mas com questão de estratégia da “toda poderosa”. Estaria havendo, inclusive, ameaça de retirada do sinal da rede da TV Verdes Mares.

IMPASSE – Permanece impasse entre a família de um motorista terceirizado que foi assassinado quando fazia matéria para o Diário do Nordeste e a direção do Grupo Edson Queiroz. Segundo consta a empresa não está querendo pagar indenização. O caso está afeito às lides judiciais.

BINGO – Mesmo com a proibição judicial e a atuação da Polícia Federal na coibição, os bingos teimam em continuar funcionando. Agora um funciona na rua Major Facundo, vizinho ao restaurante Mixtura Paulista, no Centro. Na porta, robustos seguranças com cara de poucos amigos. Dentro, máquinas de videopôquer e todos as modalidades de jogos proibidos.

BRINCADEIRA – Eis que surgiu um gaiato para produzir e realizar um vídeo sobre o “repórter” Ely Aguiar, falso profissional da TV Diário. O autor da proeza é Carlos Normando, que, pasmem, é jornalista profissional formado pela UFC e professor do curso de jornalismo da Unifor. Abstraindo-se das questões que contribuem para que o dublê de palhaço/falso profissional se popularize – identificação pessoal – há diversos fatores que deveriam ser levados em consideração. Primeiro a questão legal, do exercício ilegal do jornalismo, sob as vistas omissas do Sindjorce, do Ministério Público e da Justiça.

BRINCADEIRA – Segundo a forma distorcida e anética como o “repórter” conduz seu “trabalho”. Acima da “descontração” ou de qualquer outro recurso cômico que ele utilize, está a forma distorcida como ele faz suas “reportagens”: acusando, desrespeitando direitos e leis, muito mais preocupado em se promover do que com o principal motivo da matéria, a notícia. Isso somado a um visual que somente reforça a imagem de “jeca” que preconceituosamente os sulistas e sudestinos possuem de nós nordestinos. Afinal, nem todos os cearenses se vestem da maneira espalhafatosa, têm seu comportamento pernóstico e tampouco usam o vocabulário parco que caracteriza o “repórter”.

BRINCADEIRA – O “vídeo-documentário” titulado de “Ele, Ely”, foi exibido para estudantes de Jornalismo da Unifor e de Comunicação das Faculdades Evolutivo (FACE). Deve ser utilizado como manual sobre como não fazer jornalismo. Pior: o grotesco vídeo será exibido no XVI Cine Ceará.

ESTÁGIO – O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) promoveu uma reunião com representantes dos cursos de Jornalismo locais para discutir uma campanha contra o estágio irregular. Foi definida uma parceria entre a Entidade e os cursos. Ora, mas qual será mesmo o interesse das faculdades de Jornalismo no combate à substituição da mão de obra profissional por estagiários? Afinal, isso lhe garante o faturamento, pois esse “mercado de trabalho” atrai os candidatos a universitários. Depois que se formam e são enxotados da redação para darem lugar a novos estagiários, eles não geram mais lucro para as faculdades.

ESTÁGIO – Representantes de cinco faculdades participaram da discussão e quatro – Fanor, Unifor, UFC e FA7 – se manifestaram contra a remuneração do estágio. Somente a FIC concordou. A Fenaj tem proposta de que o estagiário deve receber das empresas uma bolsa auxílio equivalente a 40% do piso da categoria – aproximadamente R$ 400,00 –. A Unifor é contra, obviamente, o estágio remunerado porquê fornece às empresas do SVM os estagiários – ou “escraviários”, como alguns chamam – gratuitamente. Mão de obra gratuita, ainda que de baixa ou nenhuma qualidade, mas que ajuda a compor o quadro de quantidade.

ESTÁGIO – Ora, não é mais momento do Sindjorce discutir o estágio, mas de agir, efetivamente, quanto a esse problema. A legislação é clara: o estágio somente pode ocorrer com a supervisão de um profissional – alguém imaginaria, por exemplo, um hospital entregando sua emergência a estudantes sem a supervisão de um médico graduado, ou uma construtora com um estudante tocando uma obra sem a supervisão direta de um engenheiro? O CRM e o CREA não permitiriam isso, mas o Sindjorce, de maneira omissa, convive com isso – o que não se verifica em muitos casos. Afinal, é impossível que o Sindjorce não saiba quem são os estudantes que atuam como se profissionais fossem, de maneira ilegal. O tempo de dialogar já se exauriu há muito. A hora é de agir.

ESTÁGIO – Também é impossível que não saiba do fato que esses “estagiários” cumprem carga de trabalho idêntica a de um profissional, quando o permitido são no máximo quatro horas diárias, vinte semanais. Mas infelizmente o Sindjorce vem, há muito tempo, fazendo vistas grossas e se omitindo nas principais questões relacionadas aos jornalistas.

COVARDIA – A rádio Tempo FM incorporou à sua excelente programação o peso, respaldo e credibilidade da grande mestra Adísia Sá. A professora tece comentários ao longo da programação, sempre com sua análise precisa, concisa, coerente, inigualável, insubstituível. Aí já é até covardia da emissora...

APROVEITADOR – No jogo Ceará x Gama (DF), dia 26/05, no estádio Castelão, duas faixas desfilaram por toda a borda do campo, nas quais as torcidas Cearamor e Força Independente agradeciam ao deputado federal André Figueiredo (PDT) "os seis pontos devolvidos", numa alusão à decisão do pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBF, que reverteu a decisão de uma de suas câmaras que penalizou o Ceará com a perda de seis pontos, pelo fato de ter utilizado o zagueiro Preto quando ele ainda tinha uma partida de suspensão a cumprir, fruto de julgamento por causa de uma expulsão quando ainda disputava a Série C, ano passado, por outro time. O Vozão não havia sido notificado a tempo e o jogador foi a campo na estréia na Série B, contra o Paysandu, partida ganha pelo alvinegro de Porangabuçu.

APROVEITADOR – O fato causou revolta na maioria dos torcedores. Primeiro pelo fato do deputado não ter tido nenhuma participação na decisão do STJD. Foi uma decisão de um tribunal e nada teve de participação do parlamentar. Segundo por tratar-se de uma demonstração patente de como esse tipo de sanguessuga se utiliza do clube para aferir lucros pessoais. Às vésperas da eleição, candidato à mais um período na Câmara Federal – André somente assumiu o mandato com a renúncia de deputados federais do Estado que se elegeram prefeitos na eleição de 2004 – o deputado nada mais almeja do que tirar proveito do fato, a exemplo do que também faz o deputado estadual Gomes Farias (PSDC).

APROVEITADOR – Mostra também a relação perniciosa que essas torcidas organizadas mantêm com parlamentares. O fato chegou a irritar até mesmo o presidente do clube, Eugênio Rabelo, que não poupou o deputado nas entrevistas que concedeu às emissoras de rádio após o jogo. Corretamente o presidente alvinegro condenou a atitude do parlamentar. Aproveitadores como André e Gomes Farias devem receber lição exemplar da torcida, que tem de responder não traduzindo em votos essa atitude. O mais curioso é que os jornais impressos e os programas esportivos da TV não fizeram qualquer menção a esse episódio.

DÁ LICENÇA, MEU! – O risível programa do vereador Alri Nogueira, veiculado dominicalmente pela TV Cidade, além das mais absurdas aberrações e a autopromoção descarada do dublê de vereador/apresentador/bobo da corte, tem mais pontos grotescos: ele passou a adotar o mesmo prefixo característico que era utilizado pelo apresentador Amaury Júnior, no tradicional programa Flash. Como se não bastasse o fato de não acrescentar absolutamente nada para a TV local o indivíduo ainda "brinda" os telespectadores com tosqueira total. Seria muito mais proveitoso a emissora esticar o programa do radialista Jurandi Mitoso, que vai ao ar logo após a "atração" comandada por Alri – que arrenda o horário, ou seja, paga para que o programa seja veiculado –. Mitoso é esculhambado mas pelo menos as gargalhadas seriam muito mais proveitosas do que o programinha barato de autopromoção do vereador.

CORREIO ELETRÔNICO – Do internauta que se identificou como “Atento”, recebemos a seguinte mensagem:

Este episódio da explosão do botijão de gás butano, numa casa duplex, no bairro de Autran Nunes – cercado, talvez, de N versões distanciadas da realidade – vai resultar culpando a pessoa que morreu. Aliás, esta história fúnebre lembra um fato ocorrido, ainda em 1964, em plena ditadura, quando foi encontrado, em Belo Horizonte, um homem todo esquartejado dentro de um saco de boca fechada com fios de cobre, num terreno baldio. O saudoso talento do humor brasileiro, Stanislaw Ponte Preta, narrou o fato em sua coluna no jornal Última Hora – mais lido do Brasil, na época. Mas, não deixou de anunciar a palavra da autoridade policial  que acompanhava o caso. ‘O delegado afastou qualquer probabilidade de suicídio’.

NÃO VALEM UMA BOLACHA

O conteúdo dos jornais locais está tão ruim que ninguém mais se dispõe a gastar um centavo por um exemplar. Tanto é verdade que as empresas estão usando a política comercial de levar o consumidor de pão a ter direito a quatro bisnagas, se levar um O POVO e cinco, se aceitar um DN. Essa quase inexistência do jornalismo cearense, não se deve a qualidade dos profissionais. Mas, ao compromisso comercial vergonhoso que os jornais têm com quase todos os grupos econômico-financeiros ou partidários que sempre colocaram os interesses sociais da comunidade abaixo de suas trampolinagens. Por isso, a população cearense já diz que os jornais da terra não valem uma bolacha.

TESOURAPRESS

A população de baixo poder aquisitivo não lê jornal - ouve rádio de pilha, adquirido do camelô - por não poder comprar, mesmo se seus conteúdos prestassem. Aqueles com poder aquisitivo compram jornais e revista do sul do País. Porquanto, só assim estão lendo notícias e artigos de qualidade que os jornais Tesourapress locais utilizam, no dia seguinte, recortando as matérias de melhor valor.

PAGAR AS AGÊNCIAS

A afamada grande imprensa local prefere pagar as agências de notícias fora do Ceará, para publicar as matérias apuradas e produzidas por suas equipes, cujos temas nada têm com a realidade nordestina. Pelo contrário, quando a imprensa do centro sul destaca uma notícia do Nordeste é de conteúdo pejorativo para a nossa sociedade. E os beréus dos diretores de jornais cearenses desconhecem os grandes temas existentes na nossa região, cuja essência tem inspirado grandes reportagens para os próprios jornais do centro sul que sobrevivem, também, da venda de matérias frias aos jornais cearenses. Até para a boa literatura e cinema. É a burrice do mesquinho interesse por migalhas de centavos que cega a visão dos nossos empresários de jornais. 

FORA DA POLÍCIA

Fora do noticiário policial que têm nos delegados e policiais não exterminadores as fontes de notícias mais fáceis e gratuitas para os jornais locais, nenhum outro tema de consistência social ou econômica merece destaque e análise na imprensa sobrevivente da revenda de pães carioquinhas. Somente aqueles já noticiados na imprensa sulista no dia anterior.  

NEM UM PRÊMIO...

No lugar de procurar atrair um leitor oferecendo-lhe unidades de pães, sugerimos que os donos dos  jornais locais façam  um concurso mais compatível com a atividade cultural. Oferecer, por exemplo, a assinatura do jornal a quem fosse encontrado no ônibus, no táxi, na fila do cinema, nas praças, nos cafés, lendo um exemplar de um desses impressos da afamada imprensa - como ocorre muito nas grandes cidades de nível cultural elevado e onde a imprensa prima pelos temas dos interesses sociais das comunidades em que sobrevivem. Fiquem tranqüilos os senhores proprietários de jornais...nenhum prêmio sairia”.

RESPOSTA – Observações absolutamente pertinentes.

PARA REFLETIR"A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela". (Max Frisch)

 

 

Volta

1