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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Março/2008
ANO VIII - ATUALIZAÇÃO N.º 383 - 03/03/2.008
PARCIAL – Clóvis Rossi (foto), jornalista paulista com mais de 40 anos de batente com passagem em várias empresas de comunicação e autor de alguns livros sobre o jornalismo, a objetividade a a neutralidade são praticamente inatingíveis pelos profissionais da área. Em um de seus livros, escreveu que “a batalha pelas mentes e corações é temperada por um mito – o mito da objetividade – que a maior parte da imprensa brasileira importou dos padrões norte-americanos (...) em tese – salvo, é óbvio, nos jornais de cunho ideológico ou partidário – a imprensa, de acordo com o mito da objetividade, deveria colocar-se numa posição neutra e publicar tudo o que ocorresse, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões”.
PARCIAL – A objetividade e a neutralidade não são mitos a serem perseguidos, mas a tônica de todo e qualquer profissional do jornalismo. Não são inatingíveis, exceto para os que não sabem perceber em si mesmos o limite entre a emoção e a razão. Isso dificilmente se aprende nos bancos da faculdade de jornalismo. Trata-se, em sua maioria do resultado de um cabedal de conhecimentos, conceitos, preconceitos que o jornalista recebeu durante sua vida. Facílimo encontrar nos veículos de comunicação exemplos de como a não observação desses requisitos indispensáveis ao jornalismo resulta em distorções, muitas vezes traduzida em parcialidade. Fruto desse não reconhecimento dos limites entre a emoção e a razão, mas também resultado de deformação de caráter que implica na abdicação, digamos espontânea – mas não gratuita –, dessa premissa.
PARCIAL – Semana passada o presidente Lula veio ao Ceará, para a solenidade de lançamentos, anunciação, assinaturas de diversas obras em algumas cidades do Estado. Inquestionável a necessidade de o Executivo realizar obras que garantam desenvolvimento e que resultem na melhoria da qualidade de vida da população. Afinal, essa é sua função constitucional, para isso os cidadãos pagam seus impostos. A visita de um presidente sempre é objeto de uma cobertura especial da imprensa, uma vez que alimenta além do noticiário local o nacional.
PARCIAL – No centro dos holofotes das denúncias de irregularidades – aí não vindo ao caso de tratar-se de “futrica” – a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT) (foto) também se encontra em plena campanha para tentar reeleger-se nas eleições de outubro próximo. Depois das denúncias de superfaturamento na festa de réveillon de 2006, que repercutiu nacionalmente, Luizianne se vê às voltas com as denúncias feitas pela revista Época, sobre a Finatec, enrolada até o pescoço em sublocação de prestação de serviço e irregularidades em contratos celebrados sem licitação com prefeituras. A Entidade foi contratada por R$ 4,6 milhões, com dispensa de licitação pela PMF.
PARCIAL – Infelizmente, nossos governantes encontram-se em estágio mais atrasado do que o verificado no Estado Romano, onde as conquistas, os avanços e ações eram sempre personificados no Estado, não na pessoa que no momento estivesse à frente de seu comando. Dessa forma, césares passaram mas Roma sobreviveu por séculos. O presidente Lula – e não é “privilégio” dele, seus antecessores agiram da mesma forma – utiliza atos do Executivo para fazer política. Pior que isso: politicagem. Nessa última passagem pelo Ceará, resolveu sair em defesa da “companheira” denunciada, utilizando o microfone, o palanque, o circo armado para reforçar a campanha nada implícita que a prefeita vem fazendo.
PARCIAL – No dia seguinte à visita do presidente Lula, os dois principais jornais impressos do Estado circularam com matérias sobre o fato. O Diário do Nordeste (foto)estampou a presença do presidente com uma foto em cinco colunas, mas numa chamada secundária. Quase uma foto-legenda. A manchete foi para o fato de um dos integrantes de uma quadrilha de seqüestradores ter sido libertado pela Justiça, dias antes, mediante a apresentação de uma certidão falsa. A falsificação havia sido noticiada pelo jornal com exclusividade.
PARCIAL – O jornal O Povo, entretanto, preferiu optar por outro caminho. Ainda que tenha colocado na “cartola” (é o novo) “Em clima de campanha”, o jornal estampou na capa foto de seis colunas, metade do espaço da capa, com uma foto do presidente Lula apertando a mão da prefeita Luizianne Lins, tendo como plano de fundo o governador Cid Gomes (PSB) (foto). Afinal, qual foi o objetivo da visita do presidente? Anunciar obras de necessidade a alcance social ou fazer campanha para a “companheira”. Claro que o jornal vai justificar-se dizendo que o foco passou a ser as palavras do presidente, devido ao momento vivido pela prefeita e as denúncias em revista de circulação nacional. Mas abre também espaço – e grande – para questionamentos da real intenção com essa manchete.
PARCIAL – Para os petistas, que criaram o PIG – “Partido da Imprensa Golpista” – o DN ignorou o principal fato da passagem de Lula pelo Ceará, com o jornal O Povo sendo “sensível” ao verdadeiro foco jornalístico. O fato é que, para a Justiça Eleitoral, esse tipo de campanha implicitamente explícita não pode passar despercebido. Fato que dificilmente os adversários da prefeita irão utilizar esse flanco de batalha tendo como objeto no meio acionar um veículo de comunicação. Fato que isso é um caso que não pode passar despercebido pela Procuradoria Regional Eleitoral. Foi propaganda política travestida de matéria jornalística. Avaliação feita pelo ombudsman do jornal, Paulo Verlaine, em sua coluna do dia 02/03/08: “A visita do presidente foi fato político importante, sem sombra de dúvida. Mas O POVO teria agido melhor se não tivesse dado a declaração de Lula em favor da prefeita Luizianne Lins como manchete. A informação poderia ser dada como manchete de uma das páginas de Política, não na capa do jornal”. O questionamento não se dá quanto à manchete dada à visita de Lula, mas quanto ao enfoque de seu ato.
PARCIAL – Verlaine bem definiu no final de seu comentário sobre o episódio: “O jornal estabelece uma série de procedimentos para editores, repórteres e funcionários de uma maneira geral para evitar comprometimentos (ou possíveis interpretações de comprometimentos) públicos com esta ou aquela candidatura e, por isso mesmo, seria salutar que essa preocupação também estivesse refletida na vitrine do jornal: a primeira página”. Vale ressaltar que essa atitude d’O Povo ocorre numa semana onde uma decisão da Justiça Eleitoral também aborda o mesmo assunto: propaganda eleitoral irregular.
PARCIAL – No mesmo dia em que a edição do jornal circulava com a “foto-outdoor” da prefeita, o juiz Emanuel Leite Albuquerque, da 117ª Vara Eleitoral, deu provimento a ação movida pelo PSDB, feita em janeiro, quando Luzianne ocupou farto espaço na mídia, aproveitando o período de início do ano para misturar mensagem de felicitações ao fortalezense com propaganda pessoal. Até o final do mês de janeiro, passados muitos dias da passagem do ano, Luizianne ainda aparecia na telinha, expondo sua imagem, de sua administração e sua pré-campanha. Não obstante ter feito campanha irregular, a prefeita ainda fez com que o munícipe pagasse a conta.
PARCIAL – Segundo foi informado, a Procuradoria Geral do Município estuda a possibilidade de recorrer da decisão. Ora, ainda que tenha sido citado, o Município não teve qualquer prejuízo com essa decisão. Afinal, a Justiça Eleitoral não proibiu a divulgação dos atos do Executivo. Proibiu a propaganda pessoal da prefeita. Não há interesse público nesse recurso, então que a prefeita recorra por outros meios, não utilizando a PGM. Agora a imagem e o logotipo da atual gestão estão proibidos de aparecer na propaganda institucional da Prefeitura. Decisão que, além de corretíssima, nada mais faz do que determinar o cumprimento da lei. Coisa que a PMF não vinha fazendo.
APROVEITANDO – Nada é de graça. Literalmente. A TV Diário transmite, todo dia 04, missa de São Francisco, direto da Matriz de Canindé, considerado o maior santuário franciscano do continente. Do mundo, quem sabe, talvez maior até do que o da cidade natal do santo, Assis, na Itália. Não apenas na intenção de captar a audiência da imensa legião de devotos – o que já faz com outro “santo”, Padre Cícero, em Juazeiro do Norte – mas também com interesse financeiro. Agora a missa é patrocinada por uma empresa de antenas, o que, certamente, gera um bom dinheiro para os cofres da emissora. Com um detalhe: não repassa para a paróquia da cidade interiorana nenhum centavo da receita gerada. Como “justificativa” apresenta a exibição da divulgação de duas contas bancárias para que os fiéis depositem donativos para a basílica de Canindé.
FAGUNDES – Fazendo previsões no atacado, para tentar acertar pelo menos uma no varejo, o Fagundes alencarino previu – aliás, previu não, confirmou – a chapa Patrícia Saboya/Antônio Cambraia, como candidatos respectivamente a prefeita e vice, numa composição entre PDT e PMDB. Mesmo num cenário onde o fechamento de uma aliança entre PMDB e PT se mostra cada vez mais concretizado, o colunista resolveu mais uma vez incorporar a Mãe Dinah. Com relação ao “namoro” entre petistas e peemedebistas para a eleição de outubro, tudo não passa nada mais, nada menos, do que a garantia de que o tempo do PMDB no horário eleitoral – mais de sete minutos – não vá para partido de oposição à gestão municipal. Esse tempo para quem detém a máquina não faz muita diferença, mas pesa, indubitavelmente, se for destinado a quem está com o estilingue na mão.
PROCESSO – O vereador Paulo Mindêllo (PSB) (foto à dir.) anunciou na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza a disposição de processar o ombudsman do jornal O povo, Paulo Verlaine (foto à esq.) pelo fato do jornalista tê-lo chamado de "cabotino", na coluna publicada no dia 23/02/08, onde abordou a decisão do parlamentar em apresentar projeto de lei no sentido de mudar a denominação das avenidas Beira Mar e Universidade, que passariam a se chamar, respectivamente, Dom Aloísio Lorscheider e reitor Martins Filho. O parlamentar considerou-se constrangido pelas críticas feitas pelo ombudsman à sua proposta, dizendo-se ofendido pelos termos utilizados em sua referência. Pode-se questionar o espaço onde o jornalista expôs sua opinião, considerando-o não adequado ao assunto, bem como sua ligação com a função que exerce. São fatos passíveis de discussão. O que não se pode discutir é o direito não do ombudsman, mas de todo e qualquer cidadão expor seus pensamento. Isso é um princípio constitucional, garantido pelo inciso IV: "é livre a manifestação do pensamento (...)". Conviver com os contrário é exercer a democracia. Por sua vez, o legislador tem todo o direito de buscar na Justiça a reparação de qualquer dano que porventura julgue tenha sido vítima, o que também é assegurado pelo inciso V: "é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem". Assim como não se trata de erro do jornalista ao expressar sua opinião, também não caracteriza incorreção do vereador acioná-lo judicialmente. Desde, lógico, que se trata apenas de desejo de reparação, não de impedimento que o ombudsman volta a abordar o assunto ou citar o nome do parlamentar. Aí sim se configurará censura, prática inaceitável.
REDUÇÃO – Também na onda da campanha antecipada e implicitamente explícita, governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza resolveram celebrar uma parceria que implica redução de 50% no valor co ICMS sobre o óleo diesel, como forma de tentar baratear a tarifa do transporte público na Capital. Será uma das principais bandeiras da prefeita na tentativa de reeleição. O problema é que o privilégio abre espaço para que outras cidades façam a mesma reivindicação. Pelo menos da Região Metropolitana. Afinal nelas também existe um prefeito tentando reeleger-se ou fazer seu sucessor, ávido por essa “forcinha” do governo estadual para a campanha.
ERROS – Mesmo tendo sido uma das poucas afiliadas que transformou sua redação em news room (anglicismo desnecessário para denominar o ambiente onde redação e estúdio se fundem) como quer a cabeça de rede (Record), a TV Cidade peca em erros infantis e inexplicáveis. No telejornal do sábado, em determinado momento o teleprompter caiu e os apresentadores se perderam na seqüência das matérias. Em seguida, foi a vez do cochilo do cinegrafista, que não conseguiu focalizar o gol do time do Horizonte, na matéria sobre o jogo do time interiorano com o Ferrão. E foi ao ar assim mesmo: somente com as imagens dos jogadores do Horizonte comemorando.
OMISSÃO – Aproxima-se o segundo ano de fundação da TV Assembléia e até o momento nenhum sinal de que o Poder realizará concurso público para o provimento dos cargos, como determina a lei. Tudo com a omissão dos deputados, do MPE e do Sindjorce, que fazem olhos e ouvidos de mercador.
FINATEC – A imprensa cearense focou, após denúncias publicadas pela revista Época, a Prefeitura de Fortaleza em razão de contrato celebrado sem licitação com a Finatec, ligada à UnB, envolvida em suspeitas de irregularidades em contratos com prefeituras e órgãos públicos. Segundo a revista, a Finatec servia de mediação para a sublocação de serviço, uma vez que a Finatec é uma Entidade que pode ser contratada pelo Poder Público com dispensa de licitação, em seguida contratando a empresa de um casal de petistas para realizar efetivamente o serviço.
FINATEC – Habilmente a bancada de apoio da prefeita Luizianne Lins na Câmara Municipal e seus aliados na Assembléia Legislativa jogaram os holofotes sobre a forma como se deu a contratação da Finatec, o que, de fato, se deu de maneira legal. Foram R$ 4,6 milhões do munícipe pagos à Entidade, repassados à empresa dos petistas. O problema não está na contratação da Finatec, mas no resultado objetivo do contrato, coisa que a oposição – mínima na Câmara e os tucanos incoerentes da Assembléia – não consegue ou não tem tutano suficiente para captar.
FINATEC – Como execução do contrato, que previa consultoria para a elaboração de projeto de reestruturação administrativa da Prefeitura, entupiram órgãos municipais de engravatados e tailleurs oriundos de São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados sulistas e sudestinos, jogados de pára-quedas e sem conhecer absolutamente nada da realidade de Fortaleza. Muito pouco ou quase nada essa turma produziu em troca da soma milionária desembolsada pela Prefeitura. No pouco que fez, esse pessoal conseguiu impingir o absurdo e a irracionalidade.
FINATEC – A prefeita Luizianne Lins apresenta, como uma das contribuições da Entidade, o projeto de criação da Secretaria Especial do Centro (SECE), mas sequer leu o projeto que a Finatec elaborou. Na definição da lei, não havia a delimitação do quadrilátero de abrangência da Secretaria. Mas o absurdo maior não é esse. O texto do projeto de criação da SECE, a Finatec começou pelo Artigo 2º. Uma pérola do folclore administrativo. Três anos atrás o sítio Em Off já havia comentado o fato da contratação milionária e esse “detalhe” produzido pela Finatec. Em tempo: junto com as observações sobre a Finatec, o sítio também abordou a contratação, nos mesmos moldes, de uma entidade presidida pelo também petista Francisco Auto Filho – atual secretário estadual de cultura – que na época custou R$ 1,250 milhão do suado dinheiro tomado do contribuinte.
FINATEC – Infelizmente, como sempre, a oposição despreparada aponta seus canhões para onde o resultado prático é reduzido, bem como a situação aproveita para desviar o foco das atenções. Na Assembléia a oposição à prefeita é feita pela bancada tucana, que não tem cacoete nenhum para fazer esse papel, uma vez que o fisiologismo entranhado na plumagem dos ranfastídeos não permite arroubos fundamentados nesse campo. Na Câmara os poucos vereadores que se opõem à prefeita têm na desinformação e no despreparo, salvo uma ou outra exceção, sua marca. Fácil para a bancada fisiologista situacionista se contrapor.
TRANSFORMAÇÃO – Falando em oposição situação na Câmara Municipal, foi bastante interessante e alheio à imprensa a forma como o ex-opositor ferrenho da Prefeita Luizianne Lins, Carlos Mesquita (PMDB) (foto) acabou desaguando no bloco de sustentação da chefe do Executivo Municipal. Da função de opositor Mesquita passou à de integrante da bancada “calango”, balançando a cabeça para o que determina a prefeita, muito embora tenha optado por mergulhar em profundas águas. Hoje nem mais permanece em plenário após responder a chamada nas sessões legislativas. Para evitar ser cobrado e expor ainda mais sua incoerência.
TRANSFORMAÇÃO – O processo de transformação de Mesquita não passou, como a imprensa cearense apregoou, pelas negociações entre PT e PMDB para que houvesse apoio à tentativa de reeleição de Luizianne, mas por uma questão muito mais específica. Há algum tempo a Prefeitura embargou a construção do shopping center Via Sul, no bairro Edson Queiroz, realizado em área pública invadida. O shopping pertence aos proprietários do North Shopping, e pela sua localização concorre diretamente com o Iguatemi.
TRANSFORMAÇÃO – Após um entendimento, a Prefeitura acordou com os donos do empreendimento o seguinte: os empresários comprariam uma área maior do que a invadida para a construção do Via Sul, que foi doada ao Município, juntamente com projeto de “utilização social”, permutada pela área invadida. Com isso, a construção foi liberada e Luizianne, além de tudo, conseguiu mais um item para sua querela pessoal com o senador Tasso Jereissati, proprietário do Iguatemi.
TRANSFORMAÇÃO – O entendimento com a Prefeitura foi conduzida por Mesquita, via intercessão do presidente da Câmara Municipal e um dos principais aliados da prefeita, Tin Gomes (PHS) (foto). Com isso, o vereador do PMDB conseguiu caixa para sua campanha de reeleição. O parlamentar passou os últimos anos sob o guarda-chuva confortável do Executivo Municipal, nas administrações Juraci Magalhães, do qual foi líder e, com o apoio deste, presidente da Câmara. Chegou a ter mais de 140 cargos comissionados na Prefeitura ocupados por apadrinhados.
TRANSFORMAÇÃO – Com a administração petista, viu suas moedas de troca sumirem. Não por moralização da atual gestão, mas pela simples substituição de nomes, não de práticas. O principal sinal de que sua situação estava por um fio deu-se na eleição municipal de 2004 e na estadual de 2006. Na primeira ficou bem atrás dos demais candidatos de seu partido. Na segunda, teve uma votação abaixo da que obteve para vereador. O caminho foi a intermediação no caso Via Sul. O preço, abdicar do papel de opositor, com o ônus de incoerência. Nada que o abalasse. Coerência é característica que, definitivamente, não faz parte do acervo da maioria esmagadora da classe política. Para evitar cobranças, optou por vestir um pesado escafandro e mergulhar em profundas águas. Infelizmente a imprensa local preferiu enxergar a questão com a deturpação da catarata jornalística. Intencionalmente ou não. Mais uma vez descartou a lupa.
CONTRIBUINTES? – O Sistema Verdes Mares e o governo do Estado fizeram mais uma promoção para premiar os “maiores contribuintes de ICMS do Ceará”. Mais uma armação para afagar ego de empresário. Afinal, empresa nenhuma contribui com ICMS, ela é apenas um agente repassador do tributo que é pago pelo único e principal contribuinte: o consumidor. Na cadeia de produção e consumo, empresa nenhum arca com esse custo. Tudo é repassado ao custo final ao consumidor. Mas o SVM e o governo do Estado preferem deturpar os fatos. Pior: preferem apostar que o cidadão é burro o bastante para não entender isso.
PARA REFLETIR – "Mas se você achar que eu estou derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo não pára". (Agenor de Araújo Miranda, o Cazuza, na música "O tempo não pára").