Em Off
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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Outubro/2005
ATUALIZAÇÃO N.º 286 - 03/10/2.005
TROCA – Quinta-feira, 28/10, o jornalista Beto Almeida é chamado, pela manhã, à sala da superintendência da TV Jangadeiro. Pouco tempo depois volta de lá e comunica aos companheiros de redação que a partir daquele momento não mais era o diretor de jornalismo da emissora. “Ajustes internos” teriam sido os motivos de sua substituição.
TROCA – Como novo diretor de jornalismo é nomeado Chagas Vieira, que dirigia o programa Barra Pesada. O momento do jornalismo da emissora é bastante complicado: ao mesmo tempo em que substitui o comando do jornalismo, tem se deparado com algumas situações inéditas com relações à concorrência.
TROCA – É fato que a emissora havia se distanciado visivelmente da linha “chapa-branca” que a caracterizou durante um longo tempo, quando funcionou como uma agência de notícias do governo estadual. Os telejornais já não eram mais ocupados, em boa parte, por matérias destacando ações governamentais. Claro que ainda há a nítida identificação da Jangadeiro com o governo estadual, afinal, seus proprietários são filiados ao partido que ocupa o Executivo e cadeira no Senado.
TROCA – A mensagem oficial, entretanto, continuou forte exatamente no programa Barra Pesada, onde quase cotidianamente os editoriais traduzem a opinião oficial, bem como sempre despersonalizou o grave problema da segurança pública no Ceará, responsabilidade constitucional do governo do Estado. Líder do Ibope em seu horário, o programa começou a sentir a concorrência do não menos policialesco Cidade 190 (TV Cidade) e, no confronto direto, acabou por perder o posto de primeiro, também provocado pela entrada no ar do programa Comando 22 (TV Diário), completando a tríade apelativa do horário do almoço.
TROCA – Teve seu horário modificado para evitar o confronto direto com seus principais concorrentes. Com isso o Jornal Jangadeiro, espremido entre um programa feminino e outro esportivo, também teve seus números reduzidos. Além dos dois programas policiais o Jornal do Meio Dia (TV Verdes Mares) esticou a duração do primeiro bloco e acirrou a disputa. Por isso as mudanças editoriais, ainda que tímidas, mas importantes pelo histórico da emissora, não foram percebidas com mais clareza. Como será o novo momento jornalístico da emissora é uma incógnita.
NOVA – Tem gente nova também na TV Cidade, que agora tem Mário Barbosa cuidando da parte comercial. Vem a ser o mesmo que foi demitido, após longos anos, da TV Verdes Mares e com uma meteórica passagem pela TV União. As circunstâncias da saída do publicitário nunca foram efetivamente esclarecidas. Barbosa sempre foi adepto do raciocínio de que todos os departamentos de uma emissora de TV devem ser ligados hierarquicamente em grau inferior ao comercial, pois “é quem sustenta a empresa”.
PALESTRA – Chamou a atenção a forma como o diretor de jornalismo da TV Diário, Roberto Moreira, expressou-se numa palestra ministrada aos alunos do curso de Administração do Instituto de Ensino Superior do Ceará (IESC), que funciona nas dependências do colégio Lourenço Filho, na rua Barão do Rio Branco. O jornalista fez algumas observações e utilizou expressões que causaram surpresa.
PALESTRA – Roberto disse que sentiu e sente dificuldades em encontrar profissionais de imprensa qualificados no mercado cearense para compor sua equipe. Também disse que estagiário, na emissora, passa no máximo um ano e que matéria no ar somente depois de seis meses de estágio. Sobre os números do Ibope declarou que a emissora chega a seguir de perto, no horário das 21:00h às 22:00h a Globo, incomodando a “toda poderosa” no horário da novela do chamado horário nobre. Disse ser o encarregado de “ensinar” os estudantes que na emissora chegam para estagiar, estando na ocasião, inclusive, acompanhado de uma de suas, digamos, “pupilas”.
PALESTRA – Vamos por partes, como diria Jack Estripador: primeiro, basta que se dê uma conferida na programação jornalística da TV Diário para perceber a “qualificação” da equipe, claro, com as raríssimas exceções. Segundo, até pode haver um ou outro estagiário que fica apenas um ano na emissora, pois quando conclui o curso ou aceitar receber salário como radialista, cujo piso é bem inferior ao já baixo piso de jornalista ou tchau. Terceiro, existem estagiários que têm matérias veiculadas quase no mesmo dia em que começam a estagiar. Quarto, os números do Ibope da emissora estão longe, mas muito longe de representarem qualquer tipo de atenção não apenas da Globo, mas das demais emissoras, não obstante o falso profissional e dublê de punk/gótico Walney Haidar já ter aberto a boca para dizer que a TV Diário era a quarta emissora mais assistida na cidade de São Paulo. Quinto, muitos são os “escraviários” que saem da emissora afirmando que tiveram que “aprender” na marra, porquê ninguém lhes explicava nem ensinava nada.
PALESTRA – Mas o mais inusitado ainda estava por vir. Ao falar sobre os salários pagos, Roberto Moreira disse: “pago muito bem aos meus funcionários”. “Meus funcionários?” A TV Diário mudou de dono ou o diretor de jornalismo entrou para a família Queiroz? Pelo que se sabe todos naquela emissora, inclusive ele, são funcionários da família Queiroz, proprietária, além dessa estação de TV, da TV Verdes Mares, das rádios Verdes Mares AM e FM 93, do jornal Diário do Nordeste – que compõem o Sistema Verdes Mares de Comunicação – e de diversas outras empresas, aglomeradas no Grupo Edson Queiroz. Para reforçar sua afirmação, o diretor de jornalismo da TV Diário disse que os alunos poderiam ir até a sede da emissora e ver o carro “dos meus (dele) funcionários”, listando Land Rover, Taurus e outras marcas. Nem a platéia de estudantes conseguiu digerir as palavras do Forrest Gump tupiniquim.
ARMAÇÕES – Salvo raríssimas exceções a chamada “imprensa esportiva” é marcada, infelizmente, por torcedores com microfones, câmeras e canetas nas mãos, além de uma infinidade de aproveitadores que utilizam o torcedor, que em sua maioria se deixa manipular, como massa de manobra para atender seus interesses pessoais, bem como se locupletarem. Os exemplos estão bem à mostra, em parlamentares e “cronistas” que têm se beneficiado desse tipo de estratagema.
ARMAÇÕES – Nas lojas da torcida organizada Cearamor e no restaurante Canto do Baião estão sendo vendidas camisas alusivas aos 91 anos do Ceará Sporting Club. Eis que as camisas foram idealizadas e confeccionadas por um tal Neto Lobo, que vem a ser nada menos do que um “testa de ferro” do setorista da rádio Verdes Mares AM no alvinegro, Hibernon Monteiro. O direito de exploração da marca do clube é da Wilson, que repassa royalties ao Ceará, mas como quem está comercializando as tais camisas não tem a permissão da empresa, nenhum centavo está indo para os cofres alvinegros. A detentora dos direitos de exploração até apregoa liberar para torcidas organizadas e grupos de apoio ao clube o uso do símbolo e do nome do alvinegro, mas não apenas somente em proveito próprio.
ARMAÇÕES – O mais grave é que já surgiu uma versão pirata dessas camisas comercializadas pelo laranja do setorista e a torcida organizada, estas vendidas no Centro, pela torcida Força Independente. O acerto teria sido feito entre alguns integrantes da torcida e o diretor do alvinegro Hélio Malveira. Obviamente, como no exemplo das camisas comercializadas pelo setorista da emissora de rádio, o clube também não verá nem a cor do dinheiro desses royalties. Infelizmente esse tipo de prática não é novidade, tampouco caso isolado, mas corriqueiro. Pior: os demais diretores do clube não tomam qualquer providência para acabar esse tipo de falcatrua.
PÉROLA I – Essa foi proferida pela falsa profissional Emanuele Braga, no programa Barra Pesada (TV Jangadeiro): “o bandido chegou a entrar dentro do veículo da vítima”. Depois, certamente, ele deve ter saído para fora...
PÉROLA II – Publicada na edição do jornal O Povo, dia 02/10: “Em Fortaleza são capturados, em média, cerca de 50 animais por dia. Francisco Barroso, veterinário do CCZ, explica que os cães recolhidos passam três dias à espera do dono. Depois deste tempo, são eutanasiados”. Danou-se! Mais um verbo foi criado. Melhor dizendo, houve a “promoção” de um substantivo a um verbo. Eutanásia é substantivo feminino, que significa “eliminação ou morte sem dor, dos doentes, em caso de moléstia incurável”, de acordo com o dicionário Michaelis. O redator da notícia resolveu “eutanasiar” a nossa sofrida língua pátria. Agora, como se conjugaria esse verbo? Essa dúvida somente poderá ser dissipada pelo autor da proeza...
BAJULAÇÃO - A entrevista com a filha do senador Tasso Jereissati, Joana Jereissati, cumpriu bem seu papel de bajular a moça. Dentre outras perguntas "relevantes", foram feitas sobre onde a moça passava suas férias, se o pai era severo, etc. O velho e condenável oba-oba.
DEMOROU – A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins finalmente resolveu dar um ponto final à inútil e natimorta Agência Reguladora de Serviços Delegados de Fortaleza (Arfor). O Órgão, criado no apagar das luzes da administração Juraci Magalhães, teria como função fiscalizar vários serviços, dentre eles a limpeza pública. Luizianne felizmente resolveu acabar com a inutilidade: exonerou os três conselheiros (Leonardo Girão, Flávio Aragão e Ageu Costa), além de quatorze pessoas que detinham cargos comissionados, todos no ocioso trabalho do come e dorme. Demorou nove meses para tomar a decisão.
AÇÃO – Felizmente, também, a Prefeitura de Fortaleza parece que vai retomar, juntamente com o Ministério Público Estadual, as blitze para coibir abuso de bares, restaurantes, casas de show e estabelecimentos congêneres no que se refere à ocupação irregular do espaço público e da poluição sonora. Com o fechamento e recolhimento de mesas e cadeiras do bar “Pitombeira” que passou décadas ocupando espaço destinado ao passeio pedestre, espera-se que o Poder Público não pare nessa ação.
FAVORECIMENTO – Há algum tempo o sítio Em Off alertou para o fato da Comissão de Licitação da Companhia de Transporte Coletivo (CTC) ter especificado uma determinada marca de produto num dos itens que estava licitando para fornecimento de cesta básica. A atitude fere o princípio da isonomia e é procedimento irregular, pois um órgão público não pode condicionar marca ou fabricante, exceto quando se tratar de fornecedor único.
FAVORECIMENTO – Eis que novamente a Comissão incorre em mesmo erro. Novamente para compor a cesta básica concedida aos trabalhadores, houve a especificação em dois itens: g) 2 (dois) pacotes de café União ou similar 250g cada, com selo da ABIC e i) 1 (um) pacote de bolacha Fortaleza 400g ou similar de 500g. Na primeira vez em que o Em Off abordou o fato, a Comissão enviou uma mensagem, dizendo que atendia a uma cláusula do acordo coletivo com os trabalhadores. Ocorre que o acordo não pode se sobrepor à lei de licitações, que impõe regras para compras ao serviço público, no qual está inserida a empresa pública CTC.
FAVORECIMENTO – O mais curioso é que outros itens da cesta básica não tiveram marcas especificadas, como leite integral e óleo de soja. Na primeira vez o produto também era a bolacha Fortaleza, do grupo M. Dias Branco. Existem muitas marcas de café, de vários fabricantes, muitos com o tal selo ABIC, bem como bolachas. Notem que a alternativa especificada no edital de licitação é um similar com peso acima do produto que teve especificação. Ao favorecer fornecedores em licitação fica caracterizada improbidade administrativa.
CAMPEÃ – Falando em compras da Prefeitura de Fortaleza, a empresa Maria Nunes Leal Sobreira, que possui como representante legal José Cláudio de Castro Pereira, vem conseguindo ganhar praticamente todas as seleções para o fornecimento de lanches nos mais diversos órgãos municipais, desde as secretarias regionais até fundações, como a Fundação da Criança e do Adolescente (Funci). Não são contratos com valores altos, mas bastante numerosos.
QUARTETO – Na área de prestação de serviços, os contratos vêm sendo divididos entre as empresas Nacional, Solução, Fortal e Dinâmica, com contratos que chegam, alguns deles, a quase R$ 700 mil de valor total. Todos os contratos têm duração de um ano. O quarteto vem conseguindo os contratos em diversos órgãos da Prefeitura.
TOVÁRITCH – Esteve em Fortaleza para a solenidade de filiação do deputado João Alfredo ao PSOL o senador pelo estado do Acre Geraldo Mesquita, que veio juntamente com sua colega de partido e também senadora Heloísa Helena prestigiar o ato. Geraldo foi eleito pelo PSB, mas deixou o partido quando o governo Lula distanciou-se do projeto tradicional dos partidos de esquerda. O senador é cearense e tem, geneticamente, a predisposição à coerência, à correção, à ética: é sobrinho da professora Adísia Sá.
REAPRECIAR – O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará julgou improcedente recurso interposto pelo Banco do Brasil contra sentença que condenou a empresa pública, juntamente com a Visa, a pagar uma indenização de nada menos de R$ 4 milhões (isso mesmo, quarto milhões), em ação para reparação de danos morais movida por uma cliente que, ao comprar um tapete. A cliente viajava com seu companheiro, em férias para Roma (Itália) e Atenas (Grécia), onde embarcou em um navio grego para cruzeiro de sete dias pelas Ilhas Gregas e Istambul (Turquia).
REAPRECIAR – Vejam o que disse o relatório do acórdão do TJCE: “O romântico cruzeiro transcorreu conforme esperado, num mar de rosas e felicidades, até que, ao chegar em Istambul, o casal resolveu desembarcar para fazer algumas compras na loja Kismet [...], cujo proprietário é o sr. [...], Cônsul honorário do Brasil, naquela cidade, tendo adquirido três tapetes para serem entregues em Fortaleza-CE, pagos os objetos através de Cartão de Crédito Ourocard Visa Internacional do qual era titular a autora, emitido com autorização das rés, através do Banco do Brasil S/A."
REAPRECIAR – Continuou o relatório: “Ainda em alto mar, o casal foi surpreendido com chamadas insistentes através do sistema de alto-falantes do navio para comparecer com urgência à cabine de comando, em virtude de um telefonema. A ligação era do próprio vendedor de tapetes que, bastante nervoso, transmitiu ter sido informado pela Visa Internacional que o cartão com o qual fora pago o preço dos tapetes era um cartão de crédito furtado e que a portadora o estava usando indevidamente com o propósito de ludibriar o vendedor, agindo, portanto, de má-fé, recomendando à Administradora Internacional a sua apreensão mediante recompensa em dinheiro. A mensagem fonada foi praticamente reproduzida em telefax message, através do sistema de comunicação do navio, gerando um grande constrangimento para a autora e seu companheiro, que passaram a sofrer humilhações, confinados na embarcação, tratados como marginais e evitados por todos os que viajavam no navio, desde o comandante até o taifeiro mais humilde". O Banco do Brasil recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que determinou renovação do julgamento do recurso.
REAPRECIAR – No entendimento do ministro Castro Filho, “o TJCE errou ao não julgar recurso (agravo retido) contra decisão que não admitiu a expedição de carta rogatória para ouvir testemunha pedida pelo banco e pela operadora do cartão de crédito, pedido expresso do apelo. A meu sentir, com a devida vênia, não agiu com o costumeiro acerto o tribunal estadual". Desde a primeira instância o TJCE ignorou o pedido para que se fizesse a oitiva do comandante do navio. A decisão foi objeto de agravo retido interposto pelo BB, que não concordou com as provas, tampouco com a negativa da expedição da carta rogatória para a oitiva do comandante. O TJCE também teve sua omissão questionada embargo declaratório, igualmente rejeitado.
REAPRECIAR – O caso tomou um certo vulto não apenas pelo valor da indenização estipulada – exemplar, poderia avaliar qualquer pessoa –, ou por demonstrar o Judiciário agindo em defesa de uma consumidora, abrindo um precedente para que outros inúmeros consumidores que são lesados diuturnamente e que quase sempre têm suas pretensões de ressarcimentos materiais e morais frustradas ou subavaliadas pela Justiça, mas pelos personagens envolvidos: a cliente que teve o problema com o cartão de crédito é nada menos do que a juíza Monique Gurgel de Souza, que viajava no “romântico cruzeiro”, segundo denominou o relatório do acórdão do TJCE, com seu companheiro, o desembargador Ernani Barreira Porto.
REAPRECIAR – Não se pretende aqui questionar o legítimo direito de qualquer consumidor buscar na Justiça a reparação de danos materiais e morais, direito que possui e, mais, dever que as empresas deveriam cumprir independentemente de litígio judicial. Mas não podemos deixar de pensar nas dezenas, centenas, milhares de pessoas que diariamente são lesadas das mais diferentes formas, seja pelas empresas públicas, seja pelas concessionárias de serviço outorgado pelo Poder Público, seja por empresas particulares, que muitas vezes esperam um enorme tempo para que sua reclamação transponha a morosidade judicial, ainda assim sujeito a não conseguir a garantia do cumprimento do seu direito, bem como um ressarcimento aquém do dano sofrido. Que o Judiciário abandone essa visão paroquial e passe a enxergar o clamor dos contribuintes para que sua ação seja voltada para os interesses coletivos.
MORDOMIA – De segunda a quinta o veículo de placas HUV 6096, chapa branca, pertencente ao governo do Estado, fica no estacionamento do curso Wizard, no Bairro de Fátima, onde seu condutor assiste aula. Tudo financiado pelo contribuinte.
PARA REFLETIR – Os maiores inimigos da liberdade não são aqueles que a oprimem, mas sim aqueles que a sujam. (Vincenzo Giobertí, filósofo e estadista italiano)
ATUALIZAÇÃO N.º 287 - 10/10/2.005
ENQUETE – O sítio Em Off está realizando uma enquete entre seus internautas sobre o referendo do próximo dia 23, que decidirá pela proibição ou não do comércio de armas e munição. Convidamos alguns de nossos leitores a se manifestarem, e os primeiros textos recebidos estão disponíveis no link http://geocities.datacellar.net/emoffbr/especial.htm. Os seis textos que inicialmente recebemos demonstram um equilíbrio entre os que defendem e os que são contra a proibição da venda de armas e munição: metade declarou e defendeu voto não, outra metade sim. Mentes privilegiadas – como a de todos os leitores desse sítio – enveredam pelas mais variadas vertentes, desde a fundamentação jurídica, com o brilhante advogado Feliciano de Carvalho Júnior, passando à estatística, como o jornalista Luciano Luque até a sociológica, como o também jornalista Norton Lima Júnior. A inconfundível verve do grande jornalista Moacir Japiassu dispara uma provocação – no bom sentido – aos que são a favor da proibição, num texto instigante. À medida que os leitores os quais convidamos nos enviarem os textos, estes serão adicionados aos que já estão disponibilizados, mas o espaço está aberto a todos, a fim de que também declarem seu voto, manifestem sua opinião e contestem os que se expressaram. Os textos devem ser enviados para emoffbr@hotmail.com
ABAFADO – Há alguns dias, durante um final de semana, houve uma festa na casa do diretor de programação da TV Jangadeiro, Daniel Arruda, localizada no Porto das Dunas. A casa possui dois pisos e a animação corria solta, até que um fato ocorreu: do segundo piso caiu um dos participantes, que teria sido identificada como a jornalista Cláudia Albuquerque, que trabalha no setor de documentação de memória do governo do Estado. O desastrado tombo teria ocorrido de uma altura de mais de cinco metros altura.
ABAFADO – A vítima, socorrida para um hospital de Fortaleza, teria sofrido muitas escoriações e até mesmo traumatismo craniano, tendo tido muita sorte em ter sobrevivido à queda. O caso não foi noticiado à Polícia, por isso mesmo não havendo informações oficiais. Também nada foi divulgado na imprensa local. Nem mesmo nos telejornais e programas da emissora, nem no Barra Pesada. Tudo foi abafado.
ABAFADO – O problema é que, não havendo a comunicação aos organismos de segurança competentes, não se sabe se a vítima caiu ou foi empurrada. Caso tenha caído, o responsável pela situação de perigo que culminou com a queda e colocou em risco a vida da vítima não responderá por sua negligência. Caso tenha sido empurrada, não se terá como averiguar quem foi o autor do crime – aí no caso lesão corporal ou tentativa de homicídio, dependendo da interpretação da autoridade acusadora – para que responda criminalmente por seu ato.
ABAFADO – A “operação abafa” teve muitos pesos: o local da ocorrência era a casa de um dos diretores da emissora que tem intrínseca ligação dos seus proprietários com o governo do Estado, com o qual a vítima também possui ligação. Governo que controla o aparelho policial e a maioria da mídia, direta ou indiretamente. Combinação explosiva, num caso explosivo ocorrido numa festa com combustível, muito provavelmente, ainda mais explosivo. A vítima – sortuda no caso, por não ter sofrido maiores lesões – está fora de perigo e se recupera bem.
PROCESSO – Semana passada o Banco do Brasil ajuizou ação de execução contra o deputado federal Leo Alcântara e seu sócio, Ricardo Mendes, filho do secretário estadual da Fazenda, José Maria Mendes. O processo, de número 0050.02.16047-3 está tramitando na 2ª Vara Cível de Fortaleza. A instituição cobra o pagamento de empréstimo no valor de R$ 7 milhões – muito dinheiro – à dupla. Embora sendo uma empresa de economia mista – e não empresa pública, como equivocadamente o sítio Em Off grafou na atualização passada – não é muito difícil imaginar quem vai acabar arcando com o prejuízo desse “papagaio” se este não for honrado por quem o tomou.
BAIXAS – Como resultado de mais ajustes em seu quadro de jornalismo, a TV Jangadeiro dispensou Leonardo Pedreira e Alyson Ribeiro, ambos do programa Jangadeiro Esporte Clube.
ENGANOSA – O governo do Estado vem veiculando propaganda institucional afirmando que o Ceará é o destino turístico mais procurado do País. Coincidentemente, a mesma interpretação errônea de dados oficiais dada pelo jornal O Povo, que estampou essa manchete há alguns dias em sua editoria de economia. O Ceará é o líder no ranking da venda de pacotes turísticos, que não representa o volume majoritário do fluxo turístico nacional. Os destinos turísticos mais procurados são Rio de Janeiro e São Paulo. Mas o governo manipula os dados à sua conveniência, distorcendo e omitindo informações.
VALOR – Quanto custa mesmo aos cofres estaduais, bancado pelo dinheiro tomado do suado bolso do contribuinte, os programas "Cearensidade" e "Força do trabalho", veiculados semanalmente pela TV Jangadeiro? Apesar de pertencer à proeminentes figuras do tucanato tupiniquim certamente a emissora não está prestando esse serviço por causa dos belos olhos de ninguém, mas por uma boa compensação financeira.
REPETIÇÃO – A falta de criatividade e obviedade dos telejornais locais produziu um episódio pitoresco semana passada: duas emissoras de TV fizeram transmissões ao vivo do mesmo local, com os mesmos entrevistados. Questão se segundos separaram o flash do Jornal Jangadeiro (TV Jangadeiro) do exibido no Jornal do Meio Dia (TV Verdes Mares). Por pouco o flash não foi simultâneo.
PERIGO – Há um bom tempo o Em Off vem abordando o processo de militarização da Guarda Municipal de Fortaleza, desde a criação de um “BP Choque”, nos mesmos moldes do existente na Polícia Militar, passando pelo belicismo que sua diretoria vem implantando nos componentes, como a indumentária e até o corte de cabelo, no estilo militar. A GMF não tem poder de polícia, com a incumbência de segurança pública, constitucionalmente, atribuído aos governos estaduais – através das polícias Civil e Militar – e Federal – através, das polícias Federal e Rodoviária –. A primeira conseqüência dessa postura equivocadamente difundida por sua diretoria ocorreu durante um assalto a uma agência bancária localizada nas dependências da Ettusa, onde um guarda municipal resolveu reagir e acabou baleado.
PERIGO – O episódio mais recente ocorreu no terminal do Siqueira, onde um guarda municipal efetuou um disparo contra um mototaxista que faz ponto nas imediações. O autor do disparo estaria fora de seu horário de serviço, à paisana e, lógico, armado, aproveitando a ocasião para ajustar contas com o desafeto, com quem já tinha uma rixa anterior. Felizmente não conseguiu acertar o tiro. Guarda municipal não pode andar armado nem em serviço, muito menos fora dele. Mas o pior ainda estava por vir.
PERIGO – Segundo testemunhas do fato, o guarda municipal teria ameaçado os demais mototaxistas que correram em socorro ao colega, ameaçando-os de prisão e dizendo que tinha autoridade para prendê-los. Acionada, a PM foi ao local, mas, inexplicavelmente, os policiais militares não o conduziram em sua viatura para uma Delegacia de Polícia para que fosse lavrado o flagrante, uma vez que com ele foi encontrada a arma utilizada no crime. Esperaram pela chegada de um carro da GMF, que o conduziu para uma DP, acompanhado da viatura policial. Mas o absurdo não parou por aí.
PERIGO – Conduzido para a 12ª DP (Conjunto Ceará), que se encontrava de plantão na noite do fato, lá o guarda municipal não foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma, mas contra ele foi lavrado apenas um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), constando que o guarda teria se apresentado espontaneamente. Com o caso transferido da delegacia plantonista para a DP da área de circunscrição do crime, a titular, Marília Fernandes, também não modificou o procedimento. O que deveria ter sido feito era a imediata convocação dos policiais militares que “escoltaram” o guarda municipal para a 12ª DP, do guarda municipal, das vítimas e testemunhas.
PERIGO – Os guardas municipais, além de não terem competência legal para realizar trabalho de segurança pública, não podem andar armados e, principalmente, não têm treinamento algum para fazer um trabalho que não lhes compete. Muito provavelmente o diretor da GMF, o “coronel” Arimá Rocha – como é chamado jocosamente por seus próprios pares – está esperando que alguma tragédia mais grave aconteça para frear seu ímpeto militarista.
ABSURDO – Que o programa Rota 22 é uma “atração” estrambótica, não há nenhuma novidade, mas uma das cenas mais grotescas acabou sendo protagonizada por seu próprio apresentador, Marcos Lima. Semana passada ele fazia um longo comentário, em close, enquanto o telespectador era “brindado” com a imagem do apresentador com o nariz escorrendo. Foi deprimente.
INCOERÊNCIA – Ainda sobre esse programa policial, o apresentador fez um comentário sobre o comportamento de populares quando da exibição de uma reportagem sobre um homicídio, veiculada instantes antes. Reclamou sobre a atitude da maioria, que ficou acenando rindo e fazendo chacota para a câmera. Ora, esse tipo de procedimento é alimentado pelos próprios programas policiais, que transformam a violência numa pantomima tragicômica deplorável – ou o apresentador não sabe que seu programa conta com um “repórter” dublê de palhaço/humorista, que faz “reportagens” de óculos escuros e sempre fazendo comentários dispensáveis na tentativa de ser engraçado? – e, se não era para mostrar esse tipo de pessoa que se alegra com a desgraça alheia, por qual motivo o cinegrafista faz imagens dos que correm para o local onde é cometido um delito?
RODOU – E mais um “VJ” da TV União foi dispensado. Dessa vez foi – a festejada e elogiada dias antes pela “colunista” Valentina Wharol, no jornal O Povo – Eve Butterfly, aquela que foi denominada de “Paris Hilton” tupiniquim e que “tem uma casa em Ibiza”. A moça foi uma dos três selecionados num concurso que a emissora promoveu no final do ano passado. Dos três dois já foram dispensados. Milhares de jovens se inscreveram, pagaram uma taxa, forraram o caixa da TV e disputaram a “oportunidade” de se tornarem VJ. Duas mulheres – exatamente as dispensadas – e um homem – que ainda está por lá – foram selecionados.
NÍVEL – A emissora já está em processo de escolha de uma nova, digamos, VJ. Cinco moçoilas concorrem ao posto. Para demonstrar o “alto nível” das pretendentes e a “preocupação” da TV com o conteúdo de sua programação, as cinco foram recrutadas em agências de modelos. Claro que a televisão é um veículo essencialmente de imagem e seria hipocrisia dizer que beleza física não exerce nos últimos tempos uma decisiva influência para composição de seus quadros, mas se não houver um conteúdo aliado a essa “beleza” a TV será apenas como uma loja com bela vitrine, mas sem nenhum produto dentro que tenha qualidade para satisfazer o consumidor. Pelo menos aquele que não está mergulhado na parvoíce na qual está coberta a maioria da população brasileira.
CÓPIA – Para exemplificar a falta de conteúdo e a nenhuma preocupação com a qualidade, há o exemplo do programa Rock Collection, apresentado pelo dublê de VJ/skinhead Rodrigo Vargas. O moço não se dá ao trabalho – ou, muito provavelmente, talvez não consiga – nem de escrever os textos da atração: copia da Internet na íntegra e transpõe para o teleprompter, lendo um texto que ele apresenta como sendo de sua (dele) autoria. Vamos citar apenas um exemplo desse procedimento.
CÓPIA – Num programa sobre a banda inglesa Black Sabbath, o VJ leu um texto, que também está disponível no sítio de TV União <http://www.redeuniao.com.br/programa_rockcollection.asp>. Ocorre que o mesmo texto, ipsis litteris, já estava publicado no sítio whiplash <http://whiplash.net/bandaslist.mv?cod=blacksabbath>, de onde o moço "chupou". Tudo foi transposto para o sítio da emissora e para o teleprompter quando da gravação do programa através do control+C(copiar) e control+V(colar). Até não poderia haver nada demais se o VJ citasse a fonte, ou melhor, a autoria do texto, isso, claro, após solicitar a prévia autorização dos responsáveis pelo sítio de onde copia, o que não aconteceu.
CÓPIA – Adversamente disso, há grafado no sítio da TV União, na descrição da atração: “O Programa – Apresentado e escrito pelo VJ Rodrigo Vargas, o programa é para os apaixonados pelo Rock n' roll. A cada semana, uma banda que faz parte da história desse estilo que continua influênciando (assim mesmo, com esse acento circunflexo) gerações”. Não, o programa não é escrito pelo VJ Rodrigo Vargas. Esse é apenas um dos inúmeros exemplos similares verificados não apenas no Rock Collection, mas em todos da grade de programação. Da mesma forma as traduções de clips no programa "Traduzidos", também apresentado pelo "V.J.", também são copiadas, mesmo ele se apresentando como professor de inglês e formado em literatura inglesa em Londres. Será?
REFLEXO – Como indício de que se faz necessária, urgentemente, a tomada de mudanças na forma como a administração municipal vem ocorrendo, repetindo e mantendo alguns vícios da desastrada administração passada, no sábado passado, dia 08/10, quando a Prefeitura realizou uma campanha de vacinação anti-rábica para cães e gatos, o telefone 180, do Centro de Controle de Zoonoses não estava atendendo. Quem recorreu ao número para obter informações ou esclarecimentos escutava o telefone chamar até cair a ligação.
REFORMA – A prefeita Luizianne Lins começou sua reforma administrativa, criando secretarias e extinguindo outros órgãos. Para acomodar a maior bancada de sua base aliada, criou uma secretaria para o Centro, uma pasta que terá jurisdição apenas restrita a um bairro. Inchou a já abarrotada estrutura administrativa para demonstrar que uma de suas prioridades é a revitalização do Centro de Fortaleza, mas para isso não era necessária a criação de uma secretaria municipal. Acomodou o presidente do PHS, o deputado estadual Francisco Caminha, presidente nacional do partido que possui a maior bancada da Câmara Municipal. Critério eminentemente político.
REFORMA – Criou também uma secretaria de turismo, entregando-a não à um turismólogo, mas a um proprietário de agência de turismo, coincidentemente um dos que mais fornece passagens para o governo do Estado, Assembléia Legislativa, Câmara Municipal e também Prefeitura de Fortaleza. Mais uma fermentada na máquina administrativa municipal.
REFORMA – A prefeita faz, ou pelo menos inicia, a reforma administrativa apenas um mês depois de contratar, sem licitação, a Finatec, de Brasília, por R$ 1.998.750,00 para que essa Fundação, exatamente, fizesse um estudo da máquina pública municipal para elaborar um projeto de reestruturação. Então, por qual motivo a PMF contratou a Fundação para esse trabalho? A conclusão dos trabalhos da Finatec está previsto, contratualmente, para o mês de janeiro do próximo ano. O mais lógico era que a reforma administrativa fosse feita a partir do recebimento do relatório da Finatec. Afinal, se era para se antecipar ao estudo técnico, para quê pagar um valor milionário?
PIADA – O senador Tasso Jereissati (PSDB) tem que se associar ao escritório de piadas que o ex-prefeito de Fortaleza Juraci Magalhães prometeu – e ainda não cumpriu – abrir quando deixou o cargo. Chamar o presidente Lula de "rei do trambique" é abdicar do posto de imperador. O senador poderia ter aproveitado a oportunidade para explicar como conseguiu construir seu shopping center numa área de preservação de mangue, protegida por lei federal anterior à edificação, como multiplicou infinitas vezes seu patrimônio desde que arrebatou o comando da máquina pública estadual, em 1986.
DIFÍCIL – Será difícil não haver punição para a vereadora Edvânia Matias Ferreira, conhecida na política e no submundo das boates de strip tease como “Deborah Soft”. A parlamentar foi indiciada por crime de estelionato – o velho 171, artigo do Código Penal Brasileiro – juntamente com o ex-companheiro, Romeu Aurélio Ferreira, conhecido pelo cognome de “Jonas”. Durante a campanha eleitoral de 2004 a vereadora obteve duas linhas telefônicas da Telemar utilizando o nome e documentos de uma então funcionária – agora ex – Luciana José da Silva Campos. A parlamentar e seu ex-parceiro deixaram uma dívida de aproximadamente R$ 14 mil de contas não pagas no nome de Luciana.
DIFÍCIL – A moça – trabalhou de março a outubro de 2004 numa das boates da legisladora, que tem o sugestivo nome de “Vaca Louca” – prestou queixa na 3ª Delegacia de Polícia. Na busca por uma solução para o caso e a punição dos responsáveis a denunciante acabou esbarrando em mais um problema: o então titular da 3ª DP, Francisco Braguinha, optou por, inicialmente, indiciar Jonas e a própria vítima. O delegado Braguinha é um policial com muito tempo de serviço, mas tem ligado seu nome a episódios absolutamente questionáveis nos últimos tempos. Quando das investigações sobre a morte do pároco da Igreja de Santo Afonso (Igreja Redonda), concluiu o inquérito apontando como causa mortis queda acidental.
DIFÍCIL – O diretor técnico e científico (nome pomposo para um profissional simples, mas muito competente) Francisco José Simão, em seu laudo, descartou a possibilidade de morte por queda acidental e atestou que o padre foi vítima de homicídio. Braguinha, que chegou a bater boca pela mídia com Simão, deixou o inquérito, avocado para outro delegado. Mais uma vez o policial conclui um inquérito de maneira equivocada, optando por indiciar um dos denunciados, a denunciante e deixando a vereadora fora da querela. Um detalhe apenas para registro: uma das boates da parlamentar, a “Studio Tropical”, localizada na avenida Bezerra de Menezes, está na jurisdição da DP que ele comandava.
DIFÍCIL – O promotor da 2ª Vara Criminal, Pedro Olímpio Monteiro Filho, devolveu o inquérito para que fossem feitas novas investigações, achando estranho o indiciamento feito. As investigações feitas pelo novo titular da 3ª DP, Jairo Pequeno, culminaram pelo indiciamento de Deborah Soft e Jonas. O fato é grave e com isso ficará caracterizada a quebra de decoro parlamentar. Com isso a Câmara Municipal de Fortaleza não poderá tomar outra atitude que não seja a abertura de processo contra a legisladora.
DIFÍCIL – Há bem pouco tempo a vereadora livrou-se de ter contra si a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar, através de denúncia segundo a qual embolsaria o salário de assessores, encaminhada à mesa diretora, que deliberou pelo arquivamento. Dessa vez será difícil o presidente do Poder, Tin Gomes, conseguir salvar a colega de Parlamento, que poderá ter o mandato cassado. Alguns meses atrás foi também o presidente da Câmara que, pessoalmente, comandou a “operação abafa” do episódio em que Deborah acabou sofrendo um profundo e extenso corte no pescoço. Na ocasião a vereadora e seu então companheiro Jonas apresentaram a versão de “acidente doméstico”, que não era compatível com o relato que o médico que a atendeu na emergência do Instituto Dr. José Frota forneceu extra-oficialmente e aqui reproduzido na época.
DIFÍCIL – Tin esteve no hospital Monte Klininkum, para onde a vereadora foi transferida após o atendimento de emergência no IJF-Centro, acompanhando-a, onde empreendeu o esforço para que o caso não vazasse, sem conseguir êxito. Caso o MP ofereça denúncia e a Justiça aceite, será difícil para o presidente da Câmara livrar a barra e para os demais vereadores se manterem omissos e alheios.
DIFÍCIL – Além dessa acusação de estelionato, protocolizada com o número 2005.01.13657-6 e distribuída para a segunda vara criminal, Deborah Soft, no âmbito cível, tem contra si três processos de execução de dívidas – o 1999.02.46259-6, no valor de R$ 518,72, movido pelo Mercantil São José e tramitando na 30ª vara cível; o 2002.02.09095-7, no valor de R$ 9.336,67, movido pela Norsa Refrigerantes Ltda., tramitando na 28ª vara cível e o 2003.02.00098-4, no valor de R4 5.898,23, movido pela Cervejaria Astra, tramitando na 21ª vara cível.
DIFÍCIL – Possui ainda o processo 2004.02.00579-1, movido pelo Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares, Turismo e Hospitalidade no Estado do Ceará (ufa!), cobrando o valor de R$ 1.080,00, de débito da Boate Studio Tropical, de propriedade da vereadora e de seu ex-companheiro, Jonas. Aliás, esse senhor tem contra si nada menos de 14 processos na área cível e é réu num processo criminal (0000.01.19300-7) acusado de estupro, tramitando na 2ª vara criminal.
CONVITE? – O jornal Diário do Nordeste publicou matéria sobre a total falta de condições de funcionamento e denúncias de irregularidades na Delegacia da Mulher de Sobral, que, inclusive, encontra-se sem delegada, já que a titular está de licença médica. Trazia a reportagem: “o superintendente da Polícia Civil, José Nival Freire, diz que os problemas existem, mas as medidas necessárias visando solucioná-los, estão sendo adotadas. ‘Já convidei algumas delegadas para assumirem esse cargo, mas nenhuma delas se dispôs a atender essa solicitação, por questões particulares. E lá tem de ser uma mulher’.” Convidou? O superintendente da Polícia Civil precisa valer a autoridade do seu cargo. O serviço público não pode ficar à mercê das conveniências de seus funcionários. Tem que fazer a escolha e administrativamente determinar o preenchimento da vaga. Como se não bastasse essa concepção tacanha de que somente uma delegada pode ocupar a titularidade de uma delegacia especializada.
PÉROLA – Essa foi proferida pelo falso profissional Júnior Diniz, no programa Barra Pesada (TV Jangadeiro), perguntando para um irmão de uma vítima de atropelamento fatal: “vocês esperavam por isso?”. E por acaso alguém espera que ele ou qualquer parente, aderente, amigo, conhecido, etc., seja vítima de um atropelamento fatal? Apenas para esclarecer: o atropelamento foi culposo, ocorreu num acidente, não numa atitude deliberada da vítima ou do condutor do veículo.
PARA REFLETIR – "Se um governo não confia em seu cidadão armado, quem não merece confiança é este governo." (Benjamin Franklin)
ATUALIZAÇÃO N.º 288 - 17/10/2.005
ENQUETE – Continua o debate entre os favoráveis ao voto “Não” e os que defendem o voto “Sim” no referendo do próximo dia 23/10. Nessa semana temos a honra da participação da jornalista e professora Adísia Sá, que votará “Não”, mesma posição dos brilhantes advogados Johnny Bezerra e Antônio Teles de Carvalho. A jornalista Luiza Amorim declara voto no "Sim", enquanto o também jornalista Anchieta Silveira, nobre colega, definiu seu voto por outra opção: nulo. Até o dia 23 o sítio Em Off continuará publicando os textos dos leitores, com atualização diária, à medida que forem chegando. Quem desejar participar pode enviar sua opinião para emoffbr@hotmail.com
RELAÇÃO – Há algumas semanas o Em Off abordou o fato do advogado Vitor Valim ter sido guindado ao posto de comentarista no programa Cidade 190 (TV Cidade), fato esclarecido através da revelação de que o rapaz é genro do dono da emissora, casado com a diretora da TV, Margarida Valim. Um comunicado interno informando da inclusão do “comentarista”, emitido pela diretora/filha do dono/esposa, inclusive, foi publicado no sítio.
RELAÇÃO – Um outro comentarista também passou a participar dos telejornais da TV, no Jornal da Cidade, chamado Márcio Lopes. Caracteriza-se pelo tom de discurso de sua fala e sua disposição permanente de criticar a Prefeitura de Fortaleza e sempre poupando o governo estadual. Segundo consta, o moço é genro do desembargador Edmilson Cruz. O problema é que Edmilson foi o relator do processo movido pelo proprietário da emissora, Miguel Dias de Souza, que envolvia um terreno onde foi construído o Hipermercantil, na avenida Washinton Soares.
RELAÇÃO – Miguel conseguiu ganho de causa no Tribunal de Justiça, fato que teve grande repercussão, uma vez que o supermercado acabou por cerrar suas portas, dispensar os empregados em virtude da decisão judicial. Márcio Lopes vem a ser a mesma pessoa para quem o pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, padre Manoel Lemos Amorim, pediu votos durante um sermão no ano passado, por ocasião da eleição para a Câmara Municipal, à qual o moço concorria. O curioso é que o processo de investigação de paternidade, movido contra o padre Amorim, “sumiu” há algum tempo do gabinete do desembargador Edmilson Cruz. Aliás, foi o segundo sumiço desse processo, que já havia desaparecido anteriormente de uma Vara de Família, o que fez o juiz titular da Vara passar a levar diariamente o processo para casa, deixando cópia na secretaria.
FAVORECIMENTO – Ainda com relação à TV Cidade, continua o favorecimento aberto ao deputado federal e candidato derrotado a prefeito de Fortaleza na eleição do ano passado Moroni Torgan (PFL). Toda vez que um tal correspondente da emissora em Brasília entra no Jornal da Cidade o telespectador já sabe que se trata de entrevista com o parlamentar para que ele critique o governo federal e a Prefeitura de Fortaleza. Além de Moroni o Estado possui outros 21 deputados que dificilmente são entrevistados pelo “correspondente”. Praticamente nunca apareceram.
PROPAGANDA – No texto publicado nas peças publicitárias da emissora nos jornais impressos foi grafado que a TV Cidade é referência de profissionalismo. Infelizmente os fatos apontam para uma outra direção.
MOTIVO – Encerrando o assunto, os ataques desferidos pelo jornalista Donizete Arruda no programa Ponto de Vista ao superintendente do Dnocs, Eudoro Santana, pode ter origem na eminência do julgamento do processo 2001.02.54177-9, tramitando na 25ª Vara Cível, onde Eudoro move ação de indenização por danos morais contra o jornalista, no valor de R$ 100 mil.
DISTÂNCIA – Na edição do dia 15/10, o jornal O Povo publicou matéria sobre a conclusão da sindicância instaurada pelo Banco do Nordeste, para apurar suspeita de favorecimento à empresa Sistema de Transmissão Nordeste (STN), em empréstimo concedido por aquele Banco para que a STN cumprisse o contrato para a construção de linha de transmissão de energia elétrica, ligando Fortaleza a Teresina (PI), assinada por Vicente Gioielli. O primeiro erro grosseiro foi a afirmação de que a investigação seria “sobre o suposto caso de favorecimento da empresa Sistema de Transmissão Nordeste (STN), em licitação para a construção de linhas de transmissão de energia elétrica ligando Fortaleza a Teresina (PI)”.
DISTÂNCIA – Não é competência do BN investigar esse tipo de denúncia. A sindicância não apurou nada referente à licitação para a construção das linhas de transmissão, mas ao empréstimo concedido à STN. As denúncias eram de que teria ocorrido favorecimento à STN pelo ex-chefe do Gapre, Kennedy Moura Ramos, além da provável ligação dessa suspeita com os dólares e reais apreendidos com o ex-assessor José Adalberto Vieira, que trabalhava para o deputado estadual José Guimarães (PT).
DISTÂNCIA – “Nenhuma irregularidade foi identificada, diz o banco. Também não foram encontradas provas que envolvessem Kennedy Moura Ramos, ex-assessor da presidência do BNB”, publicou o jornal, inclusive utilizando declarações atribuídas ao Superintendente de Auditoria do BN, Leovigildo Holanda, o Léo. Ocorre que a conclusão da sindicância não é exatamente pela constatação da inocência de Kennedy no caso, mas a da impossibilidade de comprovação desse favorecimento. A sindicância comprovou o encontro do então chefe do Gapre com representantes da STN, mas não conseguiu a materialidade comprobatória da denúncia.
DISTÂNCIA – Há uma distância abissal entre não encontrar irregularidade e não conseguir a materialidade dessa. Da forma como foi redigida a matéria ficou transparecendo que a sindicância acabou por comprovar a inocência de Kennedy Moura, o que não corresponde à verdade. As investigações não propiciaram a comprovação das denúncias, mas também não conduziram à inocência. Nesse caso foi aplicado o princípio “in dúbito pró réu”, ou seja, sem conseguir a materialidade, persistindo a dúvida, decide-se em favor do réu.
DISTÂNCIA – Também há uma contradição, quanto o texto trás: “os auditores do banco também tomaram depoimentos de funcionários e convidaram Moura para prestar esclarecimentos. O assessor compareceu”. Em seguida grafou, como declaração de Leovigildo: “Como a comissão tem uma abrangência interna, não podemos obrigar ninguém de fora do banco a vir se explicar. Kennedy não veio, mas isso não influenciou nossa investigação''. Mas afinal, Kennedy compareceu ou não atendeu ou não ao chamamento da Comissão de Sindicância?
ILEGAL – Ilegalmente a TV União vem veiculando propagandas institucionais defendendo o voto “sim” no referendo do próximo dia 23/10. Aplicam-se nesse referendo as normas vigentes na legislação eleitoral, segundo a qual é proibido aos meios de comunicação de massa propagar propaganda, reportagens, programas favoráveis à candidatura ou opção de voto. No caso do referendo, nenhuma empresa de comunicação pode veicular mensagem favorável a nenhuma opção de voto.
ILEGAL – A Justiça Eleitoral precisa atuar quanto a esse abuso. Aplicar as punições cabíveis. Emissora de TV é uma concessão do Poder Público, portanto não pode desrespeitar o princípio da isonomia, como vem fazendo a TV União. Típica demonstração de falta de comando.
FINATEC – Não apenas o fato da contratação – sem licitação – da Finatec, por parte da Prefeitura de Fortaleza, outros estão colocando em xeque essa atitude da PMF. Na mensagem enviada à Câmara Municipal, que criava a área de circunscrição da Secretaria Especial do Centro, o texto iniciava-se pelo Artigo 2º. Será que é para isso que o munícipe vai pagar quase R$ 2 milhões para a Finatec? Afinal, que tipo de eficiência e metodologia de trabalho é essa? Mas afinal, se a PMF já enviou praticamente o principal da reforma administrativa da gestão municipal, quando o trabalho da Fundação ainda está quase no início, por qual motivo a Finatec foi contratada?
FINATEC – Trata-se de um erro infantil, primário que não deveria absolutamente ser cometido por uma Fundação ligada à importante Universidade de Brasília (UnB). Será que a nossa UFC não teria condições de realizar esse trabalho, muito provavelmente com uma eficiência muito maior e com um custo infinitamente menor? Nenhuma outra Instituição local não teria condições de fazer isso? Por qual motivo essa contratação não foi licitada?
CONGRESSO – O jornalista Paulo Tadeu - Vice-Presidente da A.C.I. – Associação Cearense de Imprensa –, participou em Belém, do 13º Congresso das Associações de Imprensa do Brasil. Lá ele propôs que o próximo evento do gênero seja em Fortaleza. A proposta foi acatada pelo plenário e Fortaleza deverá sediar, na A.C.I., em junho de 2006, o importante evento de Imprensa.
MAIS UMA – Agora a fonoaudióloga Fabíola Alencar resolveu também atacar de apresentadora de TV. Mais uma a engrossar a longa lista de falsos profissionais, onde já estão nomes como Apolo Scherer, Cléia Petrelli, etc. A moça agora é “apresentadora” do programa Medicina VIP, veiculado nas manhãs de domingo pela TV Cidade.
BODEGA – No loteamento que o jornal O Povo promoveu no caderno "Buchicho", transformado em revista de futilidades, aumentou o número de falsos profissionais que estão assinando colunas, todos "trabalhando" de graça, apenas para satisfazer o ego. Nessa nova leva até o dublê de playboy/Dom Juan/falso profissional Pompeu Vasconcelos ganhou uma coluna, no jornal mais ortopédico no Estado. O moço é mais um a ilustrar as páginas do dispensável caderno com fotos do "high society" (até parece que são mesmo) e, para não perder o hábito nem a linha editorial, bajulações ao tucanato local.
BAJULAÇÃO – Em sua coluna publicada no jornal Diário do Nordeste do dia 15/10, Leda Maria escreveu o seguinte: “Resultados A procuradora-geral de Justiça, Iracema do Vale Holanda, comemora, neste sábado, um ano de gestão à frente do Ministério Público Estadual. Mesmo exigente em seu projeto de servir cada vez mais ao Estado, ela cita dentre as ações mais significativas: o combate aos grupos de extermínio, a redução do número de vereadores nas câmaras municipais (soma imoral) e a devolução de processos contra ex-gestores públicos às comarcas do Interior do Estado.” A realidade não é bem da forma como a colunista escreveu, no afã de puxar o saco da chefe da PGJ.
BAJULAÇÃO – Combate ao grupo de extermínio: pelo que se sabe os autos ficaram dormindo e somente após denuncia feita no Jornal Nacional foi que o Ministério Público veio se pronunciar oferecendo denúncia, sem esquecer que membros dos direitos humanos precisaram vir a nossa capital para impulsionar a ação da PGJ.
BAJULAÇÃO – Redução de numero de vereadores: esse questionamento é muito anterior à gestão da atual procuradora geral e, por sinal, uma ação praticada por valorosos Promotores Eleitorais que estão afeitos à Procuradoria Eleitoral chefiada pelo Dr. Oscar Costa Filho.
BAJULAÇÃO – Retorno dos autos de processos contra ex-gestores às promotorias do interior: os autos somente retornaram as comarcas do interior em razão de decisão tomada pelo STF após ser provocado pela CONAMP - Confederação Nacional do Ministério Público que é comandada pelo promotor cearense João de Deus, que julgou não ter fórum privilegiado ex-gestores.
BAJULAÇÃO – A colunista poderia, entretanto, abordar as questionáveis nomeações para cargos comissionados na PGJ, pois as informações apontam para parentes de Procuradores e Promotores, apadrinhados por pessoas dos mais diversos seguimentos da Justiça (estadual/federal), socialites, esposas de figurões, filhos, etc. Uma grande parcela dos membros do MP estadual aguarda a possível ida da Procuradora para o Tribunal onde exercerá o cargo de Desembargadora, isso porque entendem que sua passagem não foi muito produtiva no comando da PGJ.
BAJULAÇÃO –
Através do Ato 174/2005, publicado no Diário da Justiça do dia 10/10, a chefe da
PGJ nomeia, retroativo a 01/10, para o cargo em comissão de Gerente do
Departamento de Pessoal, símbolo DAS-1, Ticiana Vasconcelos Brígido, que vem a
ser irmã do chefe da Casa Militar do Governo do Estado, coronel Zenóbio Guedes
Alcoforado e esposa do publicitário Duda Brígido, o “bicho papão” da publicidade
oficial do Executivo Estadual. Nesse mesmo Diário foi publicada a nomeação,
através do ato 172/2005, de Márcia Mendonça Guedes Alcoforado Lima, para o cargo
em comissão de Assessor Técnico, também símbolo DAS-1. Márcia Guedes Alcoforado
já ocupava o cargo em comissão de Auxiliar Técnico, símbolo DAS-3, que deixou
para desempenhar a nova e mais bem remunerada função. Ticiana Brígido também já
ocupava outro cargo em comissão na PGJ: era Encarregada de Atividades
Administrativas, símbolo DAS-4.
DECIDIU – O presidente da Câmara Municipal, Tin Gomes (PHS), já decidiu: vai
bancar o desgaste do Legislativo Municipal e não vai permitir abertura de
processo de cassação do mandato da vereadora Deborah Soft. A parlamentar foi
indiciada por crime de estelionato, juntamente com seu ex-companheiro “Jonas”,
por ter requerido e utilizado duas linhas telefônicas com os documentos de uma
ex-funcionária, durante a campanha eleitoral do ano passado, deixando um débito
de mais de R$ 14 mil.
DECIDIU – Tin vai, mais uma vez, “comer a bronca” da legisladora, tal qual fez em duas ocasiões passadas: quando sofreu um corte profundo e extenso, num “acidente doméstico” – segundo a versão da vereadora –, mas “numa contusão provocada com instrumento pérfuro-cortante, compatível com faca, característico de agressão” – segundo descreveu o médico que a atendeu no IJF-Centro –. O segundo foi quando a parlamentar foi acusada de embolsar o salário de assessores.
DECIDIU – Nesse último caso o presidente comandou abertamente a operação aborto do processo. O problema é que nem todos os 39 demais vereadores concordam com essas atitudes. Pelos corredores muitos dizem que a Câmara Municipal de Fortaleza não pode mais ser aviltada com esse tipo de ação. Mas não apareceu nenhum(a) ainda com coragem suficiente para se insurgir contra mais essa demonstração de corporativismo.
CONFUSO – Está carecendo de uma “luz” o Jornal Jangadeiro. Semana passada, quando a apresentadora falava sobre o que funcionava ou não no feriado dedicado a Nossa Senhora Aparecida, atrás dela era exibida a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Será que o jeito é rezar para que esse tipo de coisa deixe de acontecer?
PÉROLA – Essa foi proferida pela “apresentadora” Simone Sucupira, no programa “Top Mais” (TV União): “Top Mais do estúdio da TV União ao vivo para as três Américas e todo o Brasil, inclusive Rio Grande do Norte, que passou a receber o sinal da TV União pela operadora Net”. Ora, e desde quando Rio Grande do Norte não faz parte do Brasil? Como a emissora apregoa transmitir via satélite, pela lógica, os potiguares já recebiam o sinal da emissora. Ou não há transmissão por satélite?
APELAÇÃO – O programa Comando 22 (TV Diário) está descumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta assinado pelas emissoras de TV com o Ministério Público Federal, onde se comprometeram a cumprir o que determina a lei. Semana passada o programa apresentou imagens de cadáveres banhados em sangue sem que a imagem fosse desfocada. Em pleno horário de almoço. Além disso, o apresentador, Ferreira Aragão, vem se excedendo em alguns comentários, chegando, em algumas oportunidades, a incitar à violência.
APELAÇÃO – Também com crise de identidade está seu colega Marcos Lima, que semana passada questionou a apreensão de táxis que faziam transporte irregular por parte da Ettusa, criticando o Órgão pela aplicação da lei, indagando qual o mal que os motoristas flagrados estavam causando. Em seguida, em outra matéria, criticou a não aplicação de lei e punição. Necessário se faz que o apresentador se decida: se quer ou não o cumprimento da lei ou se deseja isso apenas quando achar conveniente. Para que possa fazer um discurso fácil e populista.
EXEMPLO – O jornalista Renato Rovai, da Revista Fórum, na última edição, teve publicado um artigo que merece uma reflexão. O articulista discorreu sobre o jornalismo direcionado – clara e abertamente contra o governo federal, partidos políticos que se apresentam como esquerdistas ou progressistas, movimentos sociais e contra o voto “sim” no referendo –, abordando textos dos articulistas Otávio Cabral e Diogo Mainardi, relativos à eleição do deputado Aldo Rebelo (PC do B) para a presidência da Câmara Federal.
EXEMPLO – Abstraindo-se de qualquer divergência político-ideológica com o alagoano – mas eleito por São Paulo – que sucedeu o inábil e desastrado Severino Cavalcanti, são absolutamente pertinentes as observações de Rovai. O texto serve como base para análises em diversos casos semelhantes. Escreveu o jornalista: “Quando um Otávio Cabral compara membros do governo à turma do Sítio do Pica Pau Amarelo e escreve assim: ‘o governo vendeu a mãe, o pai e a mulher no primeiro turno”, descreveu um dos coordenadores da campanha de Rebelo, num surto de franqueza. “No segundo turno, ofereceu a irmã mais nova.’ Não só ele se desmoraliza. Ridicularizamo-nos todos. Se esse Otávio Cabral tem coragem de assinar uma matéria cujo enredo é ridicularizar personalidades públicas sem o menor constrangimento e direito à defesa para as partes envolvidas, por que não publicaria o nome de um ‘dos coordenadores da campanha de Rebelo’. Explico: porque inventou a frase para dar suporte ao texto”.
EXEMPLO – Sobre o que escreveu Mainardi, discorreu Rovai: “Da mesma forma como faz Diogo Mainardi, na mesma edição. Ele conta sua viagem a Brasília e narra a cobertura da eleição da presidência da Câmara e, ao fim, registra: ’Aldo Rebelo acaba de ser eleito. Os mensalistas atiram-no para o alto. Todos os deputados com quem falei hoje – foram mais de trinta – o consideram um perfeito idiota. Por isso estão tão felizes. Por isso não o deixam se espatifar no chão’.” A avaliação feita pelo articulista da Revista Fórum é brilhante.
EXEMPLO – “Por que a covardia de Mainardi não lhe permite dar nome àqueles que consideram Aldo um perfeito idiota? Porque mente. Ele não só não ouviu isso de trinta deputados, vou além, nem falou com quinze enquanto por lá esteve. Por motivos óbvios, eu e tantos outros colegas jornalistas, também estávamos em Brasília no dia das eleições da Câmara. Espero que outros também o digam. Vi esse Mainardi como um ratinho, encostado no fundo do plenário, por horas, falando baixinho e olhando pro chão. Parecia ter medo que alguém lhe fosse cobrar honestidade ou coisa do gênero. Algo ridículo. Deu umas zanzadas pelo salão verde e voltou para o seu esconderijo. Depois dessa sensacional ‘missão jornalística’, foi para o seu laptop e ‘corajosamente’ escreveu aquilo que o chefe adoraria ler. E ofendeu a quem o chefe gostaria de ofender. Sem ter compromisso com o real, só com sua corajosa missão de agradar a quem lhe garante a coluna”, argumentou.
EXEMPLO – Os exemplos da forma como Mainardi agiu pululam por todo o País. Aqui no Ceará muitos são os jornalistas que fazem questão de confundir seus interesses com os de seus empregadores. O compromisso de todo e qualquer jornalista ético e correto deve ser com os princípios fundamentais do jornalismo, da isenção, do compromisso com o leitor/telespectador/ouvinte, sempre priorizando o interesse público, defendendo a democratização da informação e impedindo toda e qualquer omissão, manipulação e atentado à liberdade de imprensa e da população em ter acesso à informação. Adversamente disso o que verificamos em matérias e colunas é exatamente o oposto disso. Muitos são os colunistas que utilizam seu precioso espaço como um balcão de negócios, um instrumento de negociação para vantagens pessoais.
EXEMPLO – Isso acontece quando, por exemplo, na coluna “Vale Tudo” (jornal O Povo) seu titular, Alan Neto, puxa o saco das mesmas figurinhas públicas aos quais vem bajulando desde que passaram a ocupar cargos públicos; quando a colunista Regina Marshal (jornal Diário do Nordeste) lança mão do mesmo artifício; quando o jornalista Donizete Arruda (TV Cidade) dispara críticas contra dirigentes de órgãos federais no Estado, contra a prefeita Luizianne Lins, mas fecha os olhos e a boca – mas abre buracos da indumentária – para os órgãos estaduais e o governador Lúcio Alcântara quanto às suas mazelas e incompetências; quando o dublê de apresentador/radialista/palhaço Paulo Oliveira puxa o saco descaradamente do tucanato cearense tanto em seu programa de rádio (Rádio Verdes Mares) quanto na TV (TV Diário). Esses são apenas poucos dos muitos exemplos que os leitores/telespectadores/ouvintes têm à disposição nos meios de comunicação de massa locais.
EXEMPLO – O arremate de Rovai é um primor: “Esse jornalismo farsante e sangue-azul de Veja não atenta apenas contra os valores da democracia e da ética profissional. Ele ainda abre o caminho para que outros veículos passem a fazer o mesmo e expõe ao ridículo a imprensa enquanto instituição e o jornalismo como profissão. Os tiros do padrão Veja de jornalismo estão sendo dados enquanto o silêncio acomodado da maior parte dos jornalistas segue impávido. Parece que é assim mesmo, que faz parte do jogo. Não é. Não se pode deixar que seja. Os profissionais mais jovens ainda merecem um desconto. Os mais experientes, calados, são cúmplices. Estão ajudando a desmoralizar a profissão. E pagaremos todos por isso.” Por aqui também a maior parte dos jornalistas segue impávida, parecendo fazer parte desse jogo, cúmplices, desmoralizando a profissão. O artigo está disponível no endereço: http://www.revistaforum.com.br/vs2/Artigos_Ler.asp?Artigo={145F07E1-2CF5-4FE5-BE0C-A29EED6DE5C0} . Rovai será o entrevistado na passagem do sexto aniversário de atividades do sítio Em Off.
CORREIO ELETRÔNICO – Do nosso ilustre leitor Paulo Rocha < paulurocha@uol.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
“Durante essa semana, ouvi e li muita abobrinha da crônica esportiva cobrando da Confederação Brasileira de Futebol um suposto compromisso assumido pelo presidente da CBF com o ex (já falecido) e o atual presidente da Federação Cearense de Futebol, para que a Seleção Brasileira realizasse seu ultimo compromisso antes da Copa do Mundo no Castelão.
De duas uma. Ou esses senhores cronistas não estão indo ao Castelão ou estão querendo (“para variar”) fazer média com os responsáveis pelo atual estado de abandono daquela que deveria ser a nossa principal praça de esportes, mas que não passa de um CHIQUEIRÃO.
Querer comparar o Castelão ao Mangueirão, é o mesmo que chamar urubu de meu louro. A beleza arquitetônica do Mangueirão, sua estrutura de estádio olímpico (onde são realizadas competições internacionais de atletismo) e seu bonito gramado deixam o Mangueirão anos luz à frente do sucateado e abandonado Castelão.
Daquela estrutura de estádio que foi reinaugurado no dia 27.03.2002 - com o jogo Brasil 1x0 Iugoslávia - sobrou pouca coisa. Do anel superior do Castelão, por exemplo, foram arrancadas milhares de cadeiras por ordem do próprio governo do estado atendendo a pedidos das torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza. As que sobraram são imundas. Aquilo que há três anos atrás era um gramado, hoje mais parece uma trilha de bicicross, com uma grama rala e cheia de buracos. Os banheiros estão depenados. As lanchonetes se confundem com os banheiros. Na entrada que dá acesso às cadeiras inferiores, o torcedor tem que ficar muito atento para não cair nas imensas valas que nunca foram aterradas. Mas, segundo os experts cearenses em complexos esportivos de grande porte, para que o Castelão fique totalmente concluído, faltam apenas 5% do seu projeto original. E dizem mais esses puxa-sacos, tudo de acordo com as exigências da FIFA. Ora meus senhores e minhas senhoras, a realidade é outra. O Castelão hoje não passa, repito, de um CHIQUEIRÃO e se duvidarem não tem mais que 5% da estrutura que é exigida pela FIFA para que um estádio de futebol possa sediar jogos internacionais.
Paulo Rocha”
RESPOSTA – A única coisa que podemos acrescentar ao lúcido e rico texto do nosso internauta é a lamentação pelo fato da Sejuv ter mandado retirar as cadeiras atendendo solicitação das torcidas organizadas. Ora, atender a solicitação de um grupo que é minoria frente aos demais que comparecem aos jogos realizados no nosso “Chiqueirão” é desrespeitar a maioria que paga um alto preço pelo ingresso e fica muitas vezes exposta à obrigação de ter que assistir às partidas em pé e à violência promovida por essas torcidas organizadas, sejam quais forem suas cores. Premiou quem conturba e prejudicou quem não é adepto desse tipo de organização que já deveria ter sido extinta há muito tempo pelo Poder Público.
PARA REFLETIR – “A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável. O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não”. (Mahatma Ghandi)
ATUALIZAÇÃO N.º 289 - 24/10/2.005
VITÓRIA – O bom censo e, principalmente, o restauro da lei prevaleceu. Por unanimidade os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo) aprovaram o pedido das entidades dos jornalistas (SJSP e Fenaj) e reformaram a decisão de primeira instância da juíza Carla Rister, que, ao arrepio do que dispõe o Decreto-Lei 972/69 e o inciso XIII do Artigo 5º da Constituição Federal, aboliu a obrigatoriedade do diploma de graduação superior em jornalismo para a obtenção do registro de jornalista profissional.
VITÓRIA – A vitória foi significativa pelo placar (3 x 0) e por seu alcance jurídico e social. Não era admissível para a Justiça a manutenção de uma decisão que violava princípio constitucional. Cabe agora ao Ministério Público Federal curvar-se à decisão da Justiça Federal e reconhecer o direito legítimo que possui os jornalistas desde 1969. A ação intentada pelo MPF foi equivocada, mas dela revigorou-se a união dos profissionais de jornalismo em defesa da profissão.
VITÓRIA – O “outubro vermelho”, convocado nacionalmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) resultou numa das mais significativas vitórias da categoria, desde a regulamentação da profissão. Sobre a vitória, o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade declarou: “esta vitória é da categoria, das entidades que se envolveram nesta luta e da sociedade, pois a formação universitária é fundamental para termos bons jornalistas e informações com qualidade”. Essa vitória é de cada jornalista brasileiro, é de toda a sociedade. Somos jornalistas, com graduação universitária e nossa profissão tem que ser respeitada.
VITÓRIA – Aqui no Ceará essa vitória tem um ícone especial: a professora Adísia Sá, que nos seus cinqüenta anos de jornalismo foi, sem dúvida, a mais voraz e feroz defensora da exigência da graduação universitária em jornalismo para o exercício da profissão. À mestra, mais uma vez, com carinho, essa guerra vencida é dedicada.
TRISTE - A nota triste da quarta-feira, dia 26, foi o assassinato do motorista José Maria Ramos da Silva, de 55 anos, que prestava serviço ao jornal Diário do Nordeste. Mais uma vítima da incompetência do Poder Público em garantir segurança pública. Foi assassinado durante uma pauta.
ESCANCARADO – Dois dias antes da realização do referendo sobre a proibição ou não da comercialização de armas e munição o jornal O Povo começou a publicar uma série de reportagens sobre tragédias envolvendo armas de fogo. Na sexta e no sábado o jornal publicou matérias sobre pessoas que perderam a vida por arma de fogo, seja em acidentes ou vítimas de balas perdidas.
ESCANCARADO – O jornal não poderia ter essa atitude parcial, condenável sob o ponto de vista da isenção e da ética. A intenção foi claramente tentar influenciar seus leitores, em favor do voto “sim” à proibição da venda de armas e munição. Em seu editorial, ainda que sob questionamento, o jornal poderia expressar seu apoio ao voto sim, mas não poderia em hipótese alguma publicar matérias com o nítido fito de cabalar o voto de seus leitores.
ESCANCARADO – Equiparou-se à revista Veja que, igualmente num posicionamento condenável, fez abertamente campanha pelo voto “não”. Aliás, o comportamento de boa parte das empresas de comunicação foi execrável quanto ao referendo. Infelizmente a Justiça Eleitoral não demonstrou a mesma energia na coibição de abusos como demonstrou em pleitos passados, quando, em determinados casos, chegou mesmo a ultrapassar o limite da legalidade. Por aqui, além do jornal O Povo a TV União também resolveu adotar uma postura parcial, chegando mesmo a veicular propaganda institucional pelo voto “sim”. Em nível nacional a poderosa Globo fez abertamente campanha pelo mesmo voto.
ESPERADO – O assassinato de Luiz Fernando Viana Salles, o “Fê”, seqüestrado na semana passada em São Paulo e encontrado morto no sul de Minas Gerais, não foi nenhuma novidade. Fê – que era fugitivo da Justiça, respondia vários processos, dentre eles por tráfico de drogas – foi um dos mentores do furto milionário realizado contra o Banco Central aqui de Fortaleza, onde R$ 164,7 milhões foram levados.
ESPERADO – Há dois meses, na atualização do sítio Em Off do dia 29/08 comentamos sobre o furto: “A PF tem hoje dois temores: primeiro que seja realizada uma outra grande ação na Cidade para dividir a atenção do aparelho policial e que outras quadrilhas de bandidos eliminem os autores do furto para roubar o dinheiro de quem o roubou”. A Polícia Federal já trabalhava com a possibilidade do seqüestro e assassinato dos bandidos que executaram o furto milionário por parte de outros marginais, para roubar o dinheiro subtraído.
ESPERADO – Naquela época fontes da PF revelaram esse temor, mas a possibilidade do envolvimento de policiais – há suspeitas da participação de policiais civis ou militares de São Paulo – numa ação dessa natureza era algo que não cogitado. Infelizmente não se pode descartar nem mesmo a participação de policiais federais. Na verdade bandidos que se encontram na condição de policiais, não o contrário.
COMENTÁRIO – O apresentador do programa Comando 22 (TV Diário), Ferreira Aragão, fez um comentário infeliz na semana passada. Chamando a atenção para as crianças de rua, falou: “a criança de rua de hoje é o marginal de amanhã”. Ora, o apresentador não poderia ter generalizado, pois da forma como afirmou, está afirmando que todas as crianças de rua são infratoras ou futuros infratores. Viver nas ruas não é pré-requisito para bandidagem e muitos são os exemplos de crianças de rua que hoje são pessoas que dão grande contribuição à sociedade.
COMENTÁRIO – As entidades de defesa das crianças são extremamente eficientes na produção de ações, muitas vezes, apenas midiáticas para expor seu trabalho, nesse e nos demais casos optam pela omissão. Preferem não confrontar os meios de comunicação de massa.
MAIOR – O imbróglio no qual se meteu o delegado da Polícia Civil Roberto de Castro é muito maior do que apenas as denúncias de corrupção, extorsão, abuso de autoridade e outros delitos. Há dois anos a Procuradoria Geral do Estado entrou com uma ação para que o delegado fosse expulso da Polícia, mas uma liminar manteve Roberto nos quadros da Instituição. Houve um erro, entretanto, em colocá-lo no serviço ativo estando nessa condição.
MAIOR – Diante da situação do delegado e das acusações que sob ele pairam, o comando da SSPDS deveria tê-lo colocado em serviços burocráticos. Resultado: novamente lotado no serviço ativo, surgiram denúncias de mais irregularidades. Faltou tutano aos que passaram pela SSPDS e pelo comando da Polícia Civil para evitar mais esse desgaste. Mostra como a segurança pública é feita de maneira descompromissada e com pouca seriedade. Mas a situação de Roberto de Castro é irregular há muito tempo e essa condição é estendida a outros policiais civis.
MAIOR – O delegado é um componente do grupo de policiais civis que foi “promovido” ilegalmente ao cargo. Há quinze anos, já com a vigência da atual Constituição, que conceituou o ingresso no serviço público apenas mediante concurso aberto, o que conseqüentemente extinguiu concursos internos ou “promoções” desse tipo, um grupo de policiais civis que ocupava o posto de inspetor foi “promovido” ilegalmente ao cargo de delegado, no final do primeiro governo Tasso Jereissati. A Procuradoria Geral do Estado recorreu à Justiça para anular as “promoções”, mas até o momento, passada uma década e meia, não houve decisão judicial.
MAIOR – Alguns desses privilegiados ilegais, inclusive, até já estão próximos de se aposentarem na função que ocupam sem respaldo legal. Muitos deles têm, diariamente, a cara estampada nos jornais e nas telas de TV, mediante os programas policiais que eivam as emissoras locais. Ano passado a PGE foi extremamente ágil e eficiente para defender os interesses de uma empresa particular, no caso e extinta Click Promoções, quando da realização do Fortal, chegando a enviar um procurador à Brasília para intentar ação no STJ, tudo às custas do contribuinte. Mas, estranhamente, não se empenha em reparar essa distorção cometida na Polícia Civil.
MAIOR – O assunto também nunca foi explorado pela mídia local, que preferiu fechar os olhos e ouvidos para essa ilegalidade. Apenas mais uma atitude lamentável dentre muitas. Caso o governo do Estado queira mesmo começar a moralizar o aparelho policial, varrendo dos quadros quem não possui condições morais de integrá-lo, poderia começar por cobrar da PGE por qual motivo não se empenha no combate a essa distorção. Dessa forma teria como convencer à sociedade que, de fato, não está apenas recorrendo à retórica quando apregoa priorizar a segurança pública como meta de governo.
ACERTOU – A TV Diário acertou ao entregar a mediação do debate sobre o referendo, realizado na última quarta-feira, dia 20/10, ao advogado José Júlio da Ponte Neto. Teve uma atuação firme e soube conduzir a discussão mesmo nos momentos mais críticos, de troca de acusações entre os partidários do “sim” e do “não”. O professor Júlio da Ponte Neto foi fundamental para o bom desempenho do debate.
OMISSA – O episódio da contratação do treinador Valdir Espinosa por parte do Fortaleza Esporte Clube comprovou a forma desonesta como a diretoria do Ceará Sporting vem agindo e tratando a torcida do time. O presidente do alvinegro, Eugênio Rabelo, passou duas semanas dizendo que aguardava o envio de uma proposta por parte de Espinosa, afirmando que isso iria ocorrer via fax. Depois surgiu dizendo que o aparelho de fax do clube estaria quebrado, mas continuava aguardando o contato do treinador.
OMISSA – Eugênio Rabelo não aguardava envio de fax algum. Em dez minutos o presidente tricolor Ribamar Bezerra, numa ligação telefônica, fechou a contratação do treinador. Trata-se de mais um Pinóchio a presidir o Ceará Sporting. Mais uma vez a imprensa esportiva (?) omitiu-se e não questionou a desculpa apresentada pelo mandatário alvinegro para a não definição da contratação do treinador. Somente depois da consumação da ida de Espinosa para o Fortaleza um ou outro “cronista esportivo” teceu moderadas críticas. Talvez o fato de Eugênio e seu irmão, João Rabelo, proprietários da rede de loja de eletrodomésticos Rabelo, serem generosos anunciantes pesou nesse posicionamento.
NOVIDADES – Nessa segunda, dia 24/10, a TV Jangadeiro inaugura nova programação, mais caracterizada pela renovação de cenário de programas e telejornais. Alguns programas serão lançados, mas o cerne da questão mesmo é saber se vai haver mudança na linha editorial da emissora, o que provavelmente não ocorra. Será apenas a troca do visual e a manutenção do conteúdo.
CORREIO ELETRÔNICO – Do internauta Reinaldo Salmito <reinaldosalmito@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:
“Caros editores do site "Em off"
A respeito da notícia publicada em 06-06-2005 gostaria de colaborar com algumas informações sobre o critério adotado para a nomeação de minha pessoa para o cargo aludido na matéria.
Tenho 27 anos, advogado há 5 anos, Fui Assessor do Cons. Pedro Ângelo do TCM-CE (Primeiro Conselheiro do Brasil advindo do Ministério Público por Concurso Público) durante quase 8 anos.
Além disso já fui aprovado em diversos concursos públicos, sendo que por último para Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Ceará.
Quanto as minhas funções aqui na Câmara, além de cumprir o expediente normal de trabalho, o que pode ser facilmente comprovado inclusive com as imagens da TV Fortaleza, acompanho a CPI da ENGEFORT e Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, prestando assessoramento jurídico.
Compreendo o importante trabalho realizado pelo site "em off" mas, não poderia deixar de colaborar com estas informações para um melhor entendimento dos fatos.
Na oportunidade me disponibilizo para quaisquer outros esclarecimentos.
Grato. Reinaldo Salmito”
RESPOSTA – O internauta refere-se à seguinte nota: “COMPANHEIRO – Seguindo o exemplo do Executivo, o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Tin Gomes, também acomoda os indicados dos aliados, sempre sem explicar os critérios adotados e utilizando o suado dinheiro tomado do munícipe. O vereador Salmito (PT) emplacou Reinaldo Rigaud Salmito na Comissão de Acompanhamento e Organização de Atividades Legislativas – olha aí mais um nome pomposo –, em cargo comissionado”. Em nenhum momento o internauta contestou que foi nomeado para o cargo comissionado pelo parentesco com o vereador Salmito (PT), citado no comentário da atualização do dia 06/06/2005 do sítio Em Off. Quanto a cumprir o expediente normal de trabalho é o mínimo que se podia esperar de um ocupante de cargo comissionado no Poder Público, isso não foi questionado pelo sítio, tampouco sua capacidade intelectual. O Em Off reafirma: a exemplo do que foi feito nas administrações passadas, tanto da Câmara Municipal quanto da Prefeitura de Fortaleza, os cargos comissionados são loteados e distribuídos seguindo um critério eminentemente político para seu preenchimento. Acomodando, dessa forma, aliados políticos. Vale lembrar que a mãe e o irmão da prefeita Luizianne Lins ocupam cargos comissionados na Câmara Municipal. Também na Prefeitura centenas de afilhados de vereadores, lideranças comunitárias e partidárias encontram-se em cargos comissionados. Até mesmo o vice-prefeito Carlos Veneranda emprega alguns parentes em seu gabinete. Há um nome para denominar essa prática: nepotismo.
PÉROLA – Essa foi publicada na charge do jornal O Povo, edição do dia 22/10: “Desculpe senhor, acabou as pizzas”. Para que esse erro não acabe se perdendo na massa, o correto é “acabaram-se as pizzas”.
PARA REFLETIR – "Jornalismo é um exercício de inteligência e uma prática cotidiana de caráter" (Cláudio Abramo).
ATUALIZAÇÃO N.º 290 - 31/10/2.005
ENTREVISTA – Para marcar os seis anos de atividades do sítio Em Off, está sendo disponibilizada uma entrevista com o jornalista Renato Rovai, mestre em comunicação pela ECA – USP, professor universitário e editor da revista Fórum. A entrevista pode ser conferida no link http://geocities.datacellar.net/emoffbr/entrevistarovai.htm
DIPLOMA – Felizmente o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo) restabeleceu a lei e acatou recurso interposto pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), contra decisão de juíza Carla Rister, que, ferindo dispositivo constitucional e o Decreto-Lei 972/69 proferiu sentença, em ação movida pelo Ministério Público Federal de São Paulo, abolindo a exigência do diploma de graduação superior em jornalismo para a obtenção do registro profissional.
DIPLOMA – Em decisão unânime os três desembargadores federais confirmaram a recepção, por parte da Constituição promulgada em 05/10/1988 do Decreto-Lei 972/69, que regulamentou a profissão de jornalista. Além do mais, o inciso XIII do Artigo 5º da Carta Magna já recepcionava a legislação que regulamentou as profissões antes de sua promulgação. Os prejuízos nesses quatro anos em que a sentença da equivocada juíza teve validade foram enormes, mas que começaram agora a serem reparados.
DIPLOMA – A primeira ação que a Fenaj e todos os sindicatos estaduais de jornalistas têm que tomar é pedir a imediata cassação dos registros precários emitidos com base na extinta decisão da magistrada federal. Tratam-se de pessoas que se aproveitaram de uma anomalia jurídica temporária para ingressarem numa profissão que possuía e possui requisitos claramente definidos em lei, para seu exercício. Precisam urgentemente serem extirpados do meio e banidos do convívio profissional.
DIPLOMA – A luta pelo restabelecimento da lei é apenas o primeiro passo para a total assepsia da categoria de jornalista. O próximo passo é retirar os falsos profissionais e, também de extrema importância, combater os inúmeros cursos de jornalismo que funcionam como verdadeiros balcões de negociação de diplomas universitários, onde o candidato a jornalista pode comprar esse documento pagando em suaves e longas prestações. Verdadeiras arapucas e que despejam no mercado “profissionais” maus preparados e que somente representam mão-de-obra barata para as empresas de comunicação.
DIPLOMA – Cabe agora ao Sindjorce, o mais rápido possível, solicitar ao Ministério Público do Trabalho que intente ação para anular os registros precários concedidos com base na decisão reformada. Esse grupo de aproveitadores precisa, o quanto antes, ser alcançado pela Lei. Infelizmente o Sindjorce não disponibiliza a lista integral dos espertalhões que requereram o registro precário.
DESLIZE – O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) anunciou a comemoração/discussão sobre a decisão do TRF da 3ª Região para o “Conversa Afinada”, onde debates são realizados no Espaço Cultural do Sindicato (Sindbar), seguido de um show musical. Tudo bem se a atração não fosse a dublê de performer/Mortícia Adams/Maga Patalógica/Amy Lee (não necessariamente nessa ordem) e falsa profissional Karine Alexandrino. Um pouco de atenção evitaria esse tipo de situação constrangedora. Devido o assassinato do motorista que prestava serviço ao Diário do Nordeste, José Maria, o evento foi suspenso. Ainda bem.
REFORÇO – O jornal Diário do Nordeste reforçou sua Redação com o jornalista Luciano Luque, que agora integra a editoria nacional. Deu um bom salto de qualidade, mas precisa de mais gente do mesmo nível.
SEGURANÇA – Seis policiais militares à paisana se revezam fazendo a segurança da sede da DRACO, agência de publicidade de propriedade dos jornalistas Donizete Arruda e Luzenor de Oliveira. Caso estejam designados para isso pela Corporação, trata-se de uma situação irregular e ilegal e quem autorizou também precisa ser responsabilizado. Caso estejam fazendo “bico”, da mesma forma há ilegalidade. Enquanto isso a população sofre com a falta de policiais por todo o Estado.
BINGOS – Mesmo proibidos de funcionarem pela Justiça Federal, os bingos parecem erva daninha, surgindo como praga em cada canto. A Procuradoria da República no Ceará vem atuando e conseguiu, inclusive, fechar um que funcionava de maneira discreta, na rua Floriano Peixoto, entre as ruas Pedro Pereira e Guilherme Rocha, no Centro de Fortaleza. Mas numa velocidade incrível esses estabelecimentos ilegais acabam por se multiplicarem.
BINGOS – Agora mais um iniciou atividades há algumas semanas, localizado na rua Major Facundo, entre as ruas Liberato Barroso e São Paulo. Ocorre que o bingo funciona de maneira ostensiva, sem nenhuma preocupação em esconder suas atividades. Tem um grande letreiro pintado na fachada e exibe um carro zero km que será sorteado. Através dos vidros escurecidos – mas não tanto – além dos painéis do bingo as máquinas caça-níqueis. Em pleno Centro da Capital e sem qualquer cerimônia.
COBRANÇA – A ação da Polícia no assassinato do motorista José Maria Ramos da Silva, morto por um assaltante quando estava a serviço do jornal Diário do Nordeste foi eficiente. Poucas horas depois do crime o bandido estava preso, junto com um comparsa, que acabou, estranhamente, liberado por falta de provas durante o plantão. A área onde ocorreu o crime – favela da Lagoa do Coração – cercada, crime solucionado e culpado preso. A Instituição precisa, entretanto, mostrar o mesmo empenho e mesma eficiência em todos os inúmeros casos idênticos que ocorrem todos os dias.
COBRANÇA – A tônica dos programas policiais que eivam as programações das emissoras de TV locais tem sido a crítica despersonalizada. Todos os apresentadores e dublês de repórteres proferem um discurso padronizado, recheado de chavões, mas nunca apontam os principais responsáveis pela situação insuportável que a violência e a insegurança pública atingiram, há muito tempo, no Estado.
COBRANÇA – Segurança pública é atribuição do Estado, para isso o Executivo é um dos principais responsáveis. Cabe ao governo estadual, ocupado agora por Lúcio Alcântara, prover os meios necessários para que as instituições envolvidas na segurança pública – polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros – realizem seu trabalho. Adversamente disso a realidade verificada é de total descaso: delegacias sem qualquer condições mínimas de funcionamento, polícias Militar e Civil despreparadas e mau equipadas, muito embora, vez por outra, o governo do Estado inunde os meios de comunicação com propagandas de ações inócuas e que somente têm a função de gerar uma falsa impressão de que o Executivo está cumprindo seu dever e encher o caixa das empresas de comunicação.
COBRANÇA – Com uma forte rede de mídia a seu serviço o governo vem evitando que essa incompetência gritante seja atribuída a quem de direito. As críticas feitas pela mídia – salvo uma ou outra exceção – não são endereçadas a quem tem o dever institucional de recebê-las. O discurso fácil e a não contrariedade dos interesses oficiais é o caminho adotado pela maioria da mídia. Mesmo quando um fato atinge pessoas relacionadas à Imprensa, essa não muda essa atitude condenável.
INEXPLICÁVEL – A atitude da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, de reconsiderar sua decisão e manter no cargo o conselheiro da ARFOR Ageu Costa, homem de confiança e ex-líder na Câmara Municipal do ex-prefeito Juraci Magalhães quando de sua gestão, não tem explicação. Luizianne agiu acertadamente quando demitiu os três conselheiros, além de uma penca de servidores comissionados que somente consumiam os impostos do munícipe sem retorno, mas cedeu a pressões e resolveu reconduzir Ageu. Os dois outros preferiram não retornar e vão cobrar judicialmente o que entendem terem direito à indenização.
INEXPLICÁVEL – A ARFOR foi criada no apagar da luzes do ex-prefeito Juraci Magalhães, com a finalidade de fiscalizar os serviços delegados do Município, mas que na prática serviu apenas para abrigar em sinecura ex-colaboradores do malfadado prefeito. O salário de conselheiro é de R$ 6,5 mil. A prefeita demonstrou fraqueza ao recuar e mostrou-se refém de um grupo de vereadores que, apesar de lhe dar sustentação na Câmara, representa tudo o que de mais atrasado existia e existe na política da Capital. Todos apoiadores da gestão Juraci.
INVESTIGAÇÃO – Caso a Assembléia Legislativa queira, de fato, investigar o uso de “caixa 2” nas eleições para o governo do Estado em 2002, além da campanha de José Airton (PT) – que voltou à baila após as denúncias de envio de dinheiro do "valerioduto" para o deputado estadual José Guimarães, coordenador da campanha petista na eleição passada – tem que investigar a campanha do governador Lúcio Alcântara (PSDB), que, óbvio, venceu o pleito.
INVESTIGAÇÃO – Naquela eleição a Procuradoria Eleitoral recebeu denúncias e esteve no comitê do candidato tucano para flagrar o encaminhamento de dinheiro para a compra de votos no interior do Estado e também na Capital. Na época a ação foi dificultada pelo então superintendente da Polícia Federal no Estado, Wilson Nascimento. O mesmo que acabou sendo aquinhoado com a Secretaria de Segurança Pública, cargo que exerceu até ser derrubado pelas denúncias do grupo de extermínio formado por policiais e contratado por empresários cearenses. Como possui maioria esmagadora na Assembléia, dificilmente essas investigações serão feitas, a exemplo do trabalho que o governo faz para barrar as CPI das dispensas de licitação e do grupo de extermínio.
INDÍCIOS – O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que detectou indícios de irregularidades na concessão de empréstimo para o consórcio STN para a construção de linhas de transmissão de energia, por parte do Banco do Nordeste, revela que a sindicância interna realizada pelo Órgão e que concluiu pela impossibilidade da comprovação se houve ou não irregularidade na operação, foi feita de maneira inconsistente.
INDÍCIOS – Pior do que isso: se o TCU encontrou indícios de irregularidades na transação, da qual o Ministério Público Federal suspeita que tenha participado o ex-chefe de gabinete da Presidência (Gapre), Kennedy Moura Ramos, além da ligação com os US$ 200 mil apreendidos na cueca do ex-assessor do deputado estadual José Guimarães, José Adalberto Vieira, isso dificilmente poderia ter ocorrido sem que o presidente do BN, Roberto Smith, tenha tomado conhecimento. Mas a moda atualmente é afirmar "eu não sabia de nada".
INDENIZAÇÃO – Alguns militantes de organizações e partidos de esquerda serão indenizados pelo contribuinte cearense por terem sido presos durante a ditadura militar. Abstraindo-se de comentários eivados de ira como do jornalista Temístocles de Castro e Silva, com efeito, é extremamente questionável essa atitude do governo estadual, muito mais preocupado na utilização midiática desse fato. Ora, por qual motivo os contribuintes cearenses devem arcar com o custo de uma opção pessoal dos agraciados? Quem optou por seguir seus ideais o fez de maneira consciente, sem pressões ou induções.
INDENIZAÇÃO – Não se está questionando se os presos e torturados agiram certo ou errado. Quem agiu de maneira errada foi o Estado, que praticou as barbáries. Dessa forma, quem foi o responsável pelos atos é que deveria arcar com esse ônus, civil e criminalmente. Não é justo que o contribuinte pague pelo erro de quem ocupava o poder por usurpação nem de quem resolveu seguir seus ideais.
APITO – A imprensa (?) esportiva local é formada, em sua maioria, por torcedores com microfones e canetas na mão, salvo raríssimas exceções. Caso realmente resolvessem fazer jornalismo – o que não seria possível ou fácil, uma vez que a quase totalidade dos que a compõem são falsos profissionais – poderia resultar num trabalho que, pelo menos, seria de muito mais importância para o esporte, notadamente o futebol. Alguns fatos – outros, dentre muitos – no futebol cearense são bastante questionáveis, mas conta com a vista grossa dos que se intitulam cronistas esportivos.
APITO – Coincidências e situações podem representar indícios de que exista também por aqui algo parecido com o que recentemente verificou-se no campeonato brasileiro Série A, com os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e José Danelon. Uma série de fatos que a “imprensa esportiva” ou ainda não atentou – o que seria difícil – ou prefere fechar os olhos – o que seria mais plausível –. Seja como for a Federação Cearense de Futebol (FCF) não é, há muito tempo, reduto de exemplos de correção e ética.
APITO – A Comissão Estadual de Árbitros de Futebol (CEAF) da FCF foi comandada, por muito tempo, pelo coronel PM Gomes da Silva, substituído após longos anos de desgaste provocado por escalações de árbitros que desagradavam não apenas a alguns clubes, mas principalmente à torcida. O ápice ocorreu exatamente nos últimos anos em que Gomes esteve à frente da Comissão, quando a arbitragem estadual atingiu seu nível qualitativo mais crítico. Erros grosseiros e reclamações muitas vezes de vencidos e vencedores, demonstrando que a insatisfação era generalizada.
APITO – Arbitragem de futebol é um setor que, além dos demais, exige uma imparcialidade e isenção total, inquestionável, de seus atos e ações, seja de quem apita e auxilia os jogos, seja de quem o comanda. Não contando mais com condições de permanecer na função, o coronel Gomes foi substituído pelo também coronel PM Humberto Maia. O novo presidente da CEAF aposentou árbitros com mais de 45 anos, afastou os que apresentavam baixo rendimento técnico. Como não poderia deixar de ser, acabou desagradando interesses clubísticos.
APITO – É fato e notório a influência que exercia o colunista (DN) Sílvio Carlos, presidente do Conselho Deliberativo do Fortaleza Esporte Clube, na gestão de Gomes da Silva frente à CEAF, o que não ocorreu com seu sucessor. Num dos últimos atos do ex-presidente da FCF, Fares Lopes, o coronel Humberto foi exonerado e substituído pelo também coronel PM Afrânio Carvalho Lima. O novo presidente da CEAF é, pessoalmente, pessoa muito educada, cortês, mas acumula dois cargos que ensejam questionamentos.
APITO – Afrânio é também presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Cearense de Futebol de Salão (FCFS), que tem como presidente Sílvio Carlos. Evidentemente essa coincidência não é pré-requisito para irregularidade, mas não é recomendável que o presidente da CEAF da FCF exerça, concomitantemente, um cargo onde seja subordinado a um dos cartolas do futebol profissional. Gomes da Silva, ex-presidente da CEAF da FCF, hoje é presidente do Sumov, eleito com o apoio do presidente da FCFS, Sílvio Carlos. Gomes da Silva continua funcionário da FCF, como diretor de futebol profissional.
APITO – Para compor a CEAF da FCF, foram nomeados Hilton Alcântara e João da Costa (assessores do presidente da CEAF da FCF também na FCFS), além dos ex-árbitros Joaquim Gregório e Leandro Serpa. As ações que a CEAF impõe sempre foram aprovadas pelo placar de 3 x 2 (Hilton, Costa e o voto de Minerva do presidente, contra Gregório e Serpa). Serpa já percebeu que sempre sairá vencedora a opinião da presidência da CEAF e pediu o boné. Gregório ainda resiste, mas não esconde a insatisfação e a intenção de tomar o mesmo rumo de Leandro Serpa.
APITO – Trata-se de um emaranhado de ligações que colocam em questionamento a imparcialidade e a lisura da arbitragem no futebol cearense. Em campo os erros cometidos no campeonato cearense desse ano foram visíveis. Trata-se de uma rede ligada a um cartola que, além da função esportiva, ainda possui uma coluna no jornal Diário do Nordeste. Não é possível que a “imprensa esportiva” não tenha acesso a essas informações. Mas prefere omitir-se, por motivos que, certamente, não são corretos. A quase totalidade dessa imprensa opta por puxar o saco de torcidas e cartolas, visando dividendos diversos, como mandatos eleitorais, por exemplo. Não se possui, ainda, indícios de que exista no futebol cearense uma situação semelhante à verificada na CBF quanto ao campeonato brasileiro, mas as relações descritas apontam para, no mínimo, um cenário de ligações perigosas, que precisam ser investigadas. Principalmente porque estamos a pouco mais dois meses do início do campeonato cearense de 2006.
APITO – Falando em apito, a arbitragem do jogo entre Fortaleza x Goiás foi absolutamente desastrosa. Dos dois pênaltis marcados para a equipe cearense pelo menos um não foi, o primeiro. O pior acabou sendo na marcação de um impedimento, num perigoso contra-ataque do Goiás, quando o jogador Rony saiu de seu próprio campo em direção ao ataque, não havendo, portanto, off side (é o novo!). Além de queda, coice: o time goiano teve o ataque abortado, a possibilidade de marcar outro gol – o jogo estava empatado em 1 x 1 – frustrada e o árbitro ainda expulsou o jogador por ter reclamado. Daí a torcida tem todo o direito de questionar se o árbitro faz parte ou não da turma do Edílson Pereira de Carvalho.
PÉROLA – Texto de off de
matéria feita pelo falso profissional Vitor Hannover e veiculada pela Tv Diário,
sobre uma exposição enfocando a tortura: “imagens em preto e branco, que mostram
o lado sombrio e sem brilho da tortura”. E por acaso tortura tem algum tipo de
brilho? Deixa de ser sombria?
PARA REFLETIR – “A
verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade
como o óleo sobre a água”. (Miguel de Cervantes)