Em Off
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Opiniões sobre o referendo da comercialização de armas e munição
VOTO NÃO
Por mais que tenha lido e apreciado, e sempre que posso, praticado as lições de Ghandi; por mais que me considere uma pessoa dedicada em acreditar que a humanidade merece um futuro harmonioso e de paz; por mais que eu veja a classe artística e sua grande patroa, a rede Globo, envolvidos na síndrome de Michael Moore ou síndrome de Charlton Heston em “tiros em Columbine”; e talvez por estar convencido de que “ o medo venceu a esperança”, com a classe política brasileira e convencido de que os privilégios na repartição da riqueza ainda se perpetuarão, VOTO NÃO.
VOTO NÃO também porque a campanha visa retirar das mãos de DAVID a funda que o defendeu de Golias. VOTO NÃO porque de modo oblíquo se vai revogar a garantia constitucional da legítima defesa. A auto-defesa ficará ilegítima se alguém a praticar com arma de fogo, caso vença o SIM.
SOU CONTRA O PORTE DE ARMA e pelo que sei, a população ordeira possui arma em casa e não anda armada. Não ter o direito de possuir arma em casa é garantir aos bandidos a certeza de que, em qualquer hora, em qualquer casa, de quem quer que seja, ele poderá invadi-la e a população ordeira estará sem meios de auto-defesa. VOTO NÃO para não permitir que a violência das ruas possa entrar em minha casa ou na casa de qualquer cidadão partícipe da população ordeira.
Sem medo de dizer NÃO,
José Feliciano de Carvalho Júnior, advogado
VOTO SIM
O Brasil tem a imagem de campeão mundial de morte por armas de fogo. A cada 13 minutos morre alguém através de uma bala. Pesquisa da UNESCO constatou que de 1982 a 2002 subiu de 30 para 54 por 100 mil habitantes o número de assassinatos de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil, na sua maioria por armas de fogo. Significa que se antes tínhamos 50 mil vítimas por ano, hoje temos quase 100 mil. Um verdadeiro genocídio. A população jovem masculina neste país está sendo dizimada, a tal ponto que, segundo o IBGE, mudou o perfil populacional do Brasil, reduzindo o número de homens em relação ao de mulheres.
Esta é uma situação similar à de um país em guerra. A morte de um jovem de vinte e poucos anos (por arma de fogo) leva pelo ralo todo um investimento do Estado em educação e em saúde. Nos últimos 10 anos, 500 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Quase 10 vezes a mais do que em 12 anos de guerra do Vietnã, quando morreram 58.000 soldados norte-americanos. Mata-se mais neste país que nos EUA, que é considerado um país armado. Mata-se mais aqui do que na China, com 1,3 bilhões de habitantes. Mata-se mais neste país que na Índia, que tem um bilhão de habitantes.
O Brasil é um dos países em que a violência tem crescido em índices de 5,5% ao ano. Se esse índice significasse desenvolvimento, estaríamos no patamar das nações mais desenvolvidas do mundo. Lamentavelmente, a nossa imagem não é das melhores. Temos entre 2 a 3% da população mundial e entre 12 e 13% das vítimas mundiais por armas de fogo. Não podemos nos conformar. Não temos o direito de ficar omissos ou indiferentes. O contrário de paz não é a guerra, o contrário de paz é a omissão e a indiferença. Os homens do bem estão cada vez mais tímidos; os homens do mal estão cada vez mais ousados. Temos que deixar os discursos teóricos e passarmos à ação.
Não podemos nos conformar com o comodismo, enquanto nossos irmãos estão morrendo à bala. Temos que fazer reverter o quadro, deter a crescente violência. Precisamos voltar a olhar para as pessoas nas ruas, para as crianças nos cruzamentos, como seres humanos que são e não como ameaças potenciais.
Faço um apelo. Vem aí o referendo do desarmamento que visa proibir ou não o comércio de armas de fogo no país. Considerando que 57% dos criminosos, autores de assassinatos por arma de fogo nunca tiveram antecedentes criminais; que 57% dos criminosos matam numa discussão de bar; de futebol; em crimes passionais; temos votar SIM (opção 2) ao desarmamento. Caso o SIM ganhe os índices acima citados cairão para metade. Existem 20 milhões de armas de fogo nas mãos da população. A campanha do desarmamento já arrecadou 270 mil e ainda não terminou de pagar aos doadores. Não é nada, e como não existe dinheiro para pagar essas 20 milhões de armas, nós vamos ter que fazer uma campanha, para que haja o desarmamento espontâneo pela própria população, e que o ferro dessas armas seja transformado em matéria prima para fabricação de equipamentos hospitalares e escolares.
O mais grave é que uma arma em casa ou nas mãos de um cidadão de bem vai ser transferida para o bandido. Após o referendo a Lei virá com rigor quem for pegue com arma de fogo e aí a estrutura do legislativo terá a obrigação moral de criar a prisão perpétua e o executivo a obrigação de construir mais cadeias para quem portar arma de fogo. Será a solução definitiva do problema. Não podemos ir pela “banalização” do debate, como propõe a grande imprensa, principalmente a Revista Veja. É chegada a hora de mudarmos a situação. Vamos nos unir em favor da paz.
Luciano Luque, jornalista
VOTO SIM
Bandido compra arma da Polícia e arma em casa, está provado, causa mais tragédia
do que defende
alguém contra alguma coisa. Raríssimos são os casos de defesa bem sucedida com
arma de fogo, contra bandido.
Seriedade nas ações dos homens públicos, atitudes firmes por parte do
Estado,campanhas educativas, são
coisas necessárias. Sou a favor do desarmamento. As pesquisas estão aí mostrando
que diminuíram as mortes
por acidente com arma de fogo, depois da campanha pelo desarmamento,quando as
pessoas "entregaram" as armas em troca de alguns trocados. Tudo é possível, menos
o desamor, a brutalidade.
Guto Benevides, publicitário
VOTO NÃO
Ao participar em Belém do Pará, de 29 de
setembro a 3 de outubro, do 7º Ciclo de Conferência da Imprensa Brasileira e do
13º Encontro Nacional das Associações de Imprensa - ENAI, chamou-me a atenção a
palestra do comunicador e deputado federal Alberto Fraga, quer se auto-denomina
da "Líder da Bancada da BALA" e não "da Bancada da MALA"... Defensor do NÃO, ele
foi enfático e me convenceu a também votar NÃO à proibição do comércio de armas.
Ele afirma, entre outras coisas, que os governos americano, britânico e
australiano estariam por traz, torcendo pela proibição, "pois são os maiores
exportadores de armas curtas do mundo. Assim, se for proibida a venda de armas
no Pais, certamente, esse três paises poderão vendê-las ao Brasil, por
intermédio de importações". No seu questionamento o parlamentar envolve
interesses da Rede Globo e da ONG Viva Rio na vitória do SIM à proibição. Diz
ele: ... "Quando se liga a televisão e se assiste aos telejornais da Rede Globo
normalmente o que se vê e escuta é a vertente de fazer com que o povo de bem se
desarme e deixe tão somente o bandido armado"... Mais detalhes no site do
deputado Roberto Fraga, na Câmara dos Deputados.
Paulo Tadeu, jornalista
VOTO SIM
PELO "NÃO" MENTIR CONTRA O "SIM", PELO
NÃO ATACAR O "SIM"... NO REFERENDO DO DIA 23, É SIM... PARA DESARMAR A VIOLÊNCIA
HUMANA. Sim, sou da paz. Sim, sou a favor da proibição da venda das armas de
fogo no meu País. Sim, sou a favor da proibição da venda de munição para armas
de fogo no meu País, para que os violentos ou deprimidos ou irresponsáveis
fiquem sem instrumentos de desculpa legais para tirar a vida de outrem ou a
própria vida, para que os revólveres persistentes enferrujem sem balas e os
acidentes residenciais fiquem sem chances de acontecer.
O crime é uma coisa. A violência é
outra. Crime é revolta social. Violência é revolta humana. O nível, o volume e o
grau dos crimes dependem de cada sociedade. Por exemplo, o latrocínio é mais
profuso onde a concentração de renda e riqueza é maior e mais visível. Já a
violência é condição humana, agressividade que pode ser autodenominada, ganhar
coração alado; ou pode queimar feito palha nos corações em chamas...
Violência gera violência. Está escrito, nem dê importância as coisas que não são importantes. Como então valorizar uma arma? Por que escovar o cabelo com um pente de balas?
Só a paz pode vencer a violentos. O voto sim é um voto essencial para ajudar a implantar no Brasil a cultura da paz e da não violência. Além de ajudar a criar uma psicologia antiviolência, a fundar um Estado Democrático de Direito para fazer explodir o advento da Bossa Nova golpeada: assim como é impossível ser feliz sozinho, é impossível se defender sozinho...
Norton Lima Jr., jornalista
VOTO NÃO
Desde que se falou em “desarmamento da população” e instalaram-se bancas de recolhimento de armas, tenho escrito vários artigos contra esse movimento de inspiração fascista, porque a posse de arma comprada legalmente é direito inalienável do cidadão. Além do mais, constitui profundo desrespeito a alegação de que o confisco reduzirá consideravelmente o número de mortes, como se os crimes cometidos por aí afora fossem praticados por homens de bem.
O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que não chega a ser uma potência intelectual, anda a declarar: o confisco não pretende acabar com a violência no Brasil, mas preservar a vida daqueles que se envolvem em rusgas domésticas, altercações nos botequins, desentendimentos no tráfego. Ora, se pesquisarmos na mídia, veremos que são mínimos os casos que tanto impressionam o ministro e seus asseclas nesta cruzada perigosa e ridícula.
Fiz referência a confisco, embora o governo não tenha, pelo menos no momento, demonstrado a intenção de invadir os lares. Teoricamente, nem é preciso, porque, com a proibição do comércio, mais dia, menos dia, faltará munição e não passa pela cabeça dos luminares oficiais que as pessoas necessitadas de proteção se abasteçam no contrabando. Teremos, assim, uma situação conhecida de qualquer pessoa razoavelmente inteligente e alfabetizada: a ligação direta entre o cidadão de bem e o crime organizado, pois este sempre terá munição para vender.
As campanhas do horário gratuito revelam a impostura de quem defende o “Sim”, ao apresentar estatísticas falsas e depoimentos carregados de pieguice. Tais falácias, é importante lembrar, são produto da furiosa avulsão de direitos empreendida pela Rede Globo, que pretende desarmar a população, certamente para enriquecer a pauta do seu programa Linha Direta, pois até os cães da rua estão convencidos de que, com o caminho inteiramente livre, a bandidagem vai deitar e rolar.
Os do “Sim” são desonestos em todas as ações. Na última semana, recebi inúmeras mensagens, a respeito das quais escrevi o seguinte tópico em minha coluna do portal Comunique-se:
Esquerda X direita
O colunista tem recebido, de amigos e desconhecidos, todos empanzinados das melhores intenções, mensagem com anexo em pps, pleno de “efeitos especiais”, no qual tenta-se ideologizar o tal referendo do dia 23. A esta altura das provocações, quando o saco de todos anda a vazar besteirol pelo ladrão, é desmedido exagero exumar-se o debate entre “esquerda” e “direita”.
Inexistem posições políticas nessa campanha entre o “sim” e o “não”. Tanto que, se Janistraquis e eu tivéssemos passado longas férias em Bagdá, por exemplo, e, na volta, alguém nos perguntasse quem está contra o desarmamento, responderíamos assim: a esquerda, é claro, pois todo mundo sabe que somente com a revolução, ou seja, à bala, é possível impor-se a ditadura do proletariado. Só mesmo a inocência para acreditar no poder de fogo da “insurreição pelo voto”, segundo a História nos ensina pela lembrança de Salvador Allende e o fracasso de Lula e seu partido.
Aliás, a favor do “sim” está a Rede Globo, de passado altamente democrático e confiável, como sabemos; e a igreja católica e demais religiões, que representam a quinta-essência do obscurantismo. As mesmas amigas que enviam a hollywoodiana mensagem ao colunista (a maioria é, pasmem, de mulheres), parecem ter esquecido a luta pelo divórcio, vencida depois de décadas de boicote cristão. E o direito ao aborto? Bom, este assunto fica para outra “consulta popular”...
Moacir Japiassu, jornalista
VOTO NÃO
Antes de mais nada, o repúdio à confusão criada (de propósito?), com o emprego de plebiscito e referendo. E são diferentes e prerrogativas do Congresso Nacional autorizar e convocar um e outro, segundo reza a Constituição Federal.
As campanhas não falam nisto.
E mais. Será que no universo global só existam "astros e estrelas" no SIM?
Não
morro de amores pela unanimidade. Orquestração.
Vou além. As "pessoas de bem" são,pelo visto, assassinas em potencial ou, então, inocentes úteis fornecedoras indiretas de armas para os bandidos e assaltantes.
Falam em acidentes domésticos com armas de fogo... para quê, então, tê-las em casa? Já disse: acidentes com água quente (retiremos os fogões e fogareiros), queda de escada (escada? nunca mais)...
Ou então: crimes passionais usam revólver. Quem sabe quando explodem as paixões, os ódios, os ciúmes: só onde existem armas de fogo? Os acidentes de carros ocupam as páginas dos jornais: vamos retirar de circulação os caminhões, as vans, os automóveis.
É por isto e muito mais , que sou NÃO ao desarmamento: é sofisma demais para minha cabeça.
PS: esconder a realidade é preciso? E o financiamento da política não merece plebiscito?
Adísia Sá, jornalista
VOTO NÃO
A primeira pergunta que todos nós deveríamos fazer e discutir, seria: a quem interessa o desarmamento do cidadão?
Obviamente que falo em desarmamento do cidadão, porque não tive conhecimento que nenhum bandido tenha se deslocado até a policia federal, no intuito de entregar sua arma, muito menos, a queda dos índices de criminalidade, pelo contrário, observamos cada vez mais o crescente aumento das diversas modalidades de crime, principalmente o fenômeno que está ocorrendo, que é a elevada invasão em massa de residências e seqüestros relâmpagos, após o inicio da entrega das armas pelo cidadão.
Entendo que, quem não precisa portar uma arma não deve conduzi-la sob qualquer circunstância, e que, os valores do projeto estão invertidos, pois, primeiro seria preciso efetivamente as políticas de segurança serem executadas, de moldes a dar todas as garantias ao cidadão, como por exemplo desarmar os bandidos, para depois desarmar a população.
Historicamente, os grandes golpes e massacres ocorridos no mundo foram precedidos do desarmamento da população. Um País como Brasil, que já sofre descaradamente invasões oficiosas dos americanos como é o caso da Amazônia e a base de Alcântara no maranhão com a população armada, imaginem os senhores como seria mais fácil agora torná-las oficiais. Talvez, isso só não seja mais provável, porque, ainda teremos uma extensa população de bandidos armados, que certamente resistirão a concorrência.
Com certeza, as famílias dos políticos devam ser mais importantes do que as nossas, para que eles estejam fora do alcance da lei do desarmamento, pois, no texto da lei existe esta vergonhosa exceção.
Se o objetivo desses experts criadores de leis unilaterais em desfavor da população, fosse realmente baixar índices de violência e dar segurança ao povo brasileiro, porque não criar mecanismos de combate a criminalidade pondo em prática políticas sérias e eficazes de segurança?
Tirar o sagrado direito das pessoas de defenderem suas famílias, isso sim é um crime com conseqüências irreparáveis.
Por fim, deixo uma frase de Benjamim Franklin para reflexão: "Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades."
SE VOCÊ SE SENTE SEGURO EM NOSSO PAIS VOTE SIM.
Johnny Bezerra, advogado
VOTO NÃO
Por muitas razões, mas por estas principalmente:
- A liberdade de optar pelos meios de deffesa que o cidadão entender eficazes,
dentro da lei. o direito de defesa previsto constitucionalmente tem que ser
real, ou seja, permitir os meios de sua utilização eficaz sob pena de ser mais
uma miríade da nossa carta magna, como direito a saúde, educação etc.
- Os pobres já são impedidos de adquirir armas dentro da lei, pelos preços
proibitivos do produto em si e dos inúmeros "cursos" e "autorizações" que a
vítima, digo, consumidor vai ter que pagar.
- A proibição vai ferir a isonomia crianddo uma casta prevista em lei (que já
existe de fato) que pode ter segurança, porque pode pagar por ela.
- Pelo poderoso lobby das empresas de seggurança que querem ganhar muito dinheiro
com o abandono e temor da população indefesa (lembremos bush).
- Países estrangeiros que atuam nas sombrras para detonar nossa incipiente
indústria de defesa.
- Porque parece aquela coisa de eu posso ter bomba atômica e vocês não, o Bush é
responsável e o Irã, Coréia e Brasil não são.
- Vocês são assassinos potenciais e nós vvamos salvar vocês de si próprios.
Atenciosamente "NÃO"
Antônio Teles M de Carvalho, advogado
VOTO NULO
Esse referendum em 2005 é uma palhaçada! O governo Federal vai gastar R$ 700
milhões (já ouvi falar em R$ 500 milhões, R$ 350 milhões... não importa!) para
promover o Jungmann, o Renan Calheiros e as globelezas. Por
que não fazer a pergunta em 2006, quando formos votar em presidente, governador
etc.? Na eleição dos EUA, junto com o voto para presidente, vota-se também
plebiscitariamente em vários temas de interesse da nação.
Além da gastança e de autopromoções, o
que se quer de fato, a meu ver, é desviar o foco do real motivo da carnificina
nacional: a inoperância do nosso sistema policial preventivo, a chamada "polícia
inteligente". Sim,
por que é ela que desata o nó do crime organizado, um dos fornecedores de armas
aos bandidos. Outro grande fornecedor, como disse o Guto Benevides, é a própria
Polícia.
Sem termos um trabalho preventivo
inteligente de desarmamento nas áreas de risco da criminalidade, e sem taparmos
o ralo dos quartéis por onde escoam as armas para atravessadores repassarem aos
bandidos, os
assassinatos não vão diminuir.
Portanto, sem querer dar uma de Maria
Luíza e do pessoal da Crítica Radical, votarei nulo dia 23/10!
Anchieta Silveira, jornalista
VOTO SIM
Por mais que muitos vejam esse Referendo como uma bobagem, acho que é algo que deve ser levado muito a sério. Tanto por ser um importante exercício da democracia, onde o povo tem nas mãos o direito de decidir sobre algo; quanto pelo tema que envolve toda a sociedade em um debate polêmico. Desaprovo, como jornalista a decisão de alguns meios de comunicação de se manifestarem não apenas parcialmente, como também descaradamente sobre seus pontos de vista. Ora, se a mídia é uma entidade que ajuda a formar opiniões e não um ser concreto, um cidadão que tem opiniões próprias, porque mostrar de que lado está: bem ou mal? Penso que ela deve esclarecer ambigüidades e mitos, mostrar dados verídicos e concretos para que o leitor ou telespectador tire suas opiniões.
Além do perigo dos dados e estatísticas
manipulados, por interesses que vão além dos da população brasileira. Vejo como
um perigo deixar-se levar por interesses puramente comerciais, o que está em
jogo nessa votação: a vida ou um comércio lucrativo, que talvez encontre no
"mercado negro" a única forma de sobreviver? Como cidadão, percebo que esse
debate também é político, o que a oposição quer é ir contra tudo que diz
respeito ao governo Lula, se ele defende o desarmamento, então eles acham que
tem que discordar disso. Como jornalista posso dar minha opinião, embora que nas
minhas matérias, eu deixo tudo de lado, e procuro a razão, procuro esse mito da
imparcialidade. É possível mostrar dois, três, quatro lados ou mais possíveis, o
que não é possível, creio eu é deixar-se levar por interesses contrários e não
tão interessantes a população brasileira.
Voto sim, porque sou a favor da vida, e
com a circulação mais restrita de armas, que aja menos mortes. De um jeito ou de
outro, muitas armas legais ou não, param nas mãos de bandidos ou cidadãos que
por motivos
banais, tornam-se assassinos. Em pequenos comércios, quando os assaltantes
abordam, a primeira pergunta não é cadê o dinheiro, e sim cadê a arma. Tem como
o cidadão comum defender-se sozinho? O bandido não tem nada a perder. Mas,
sinceramente não sou ingênua de acreditar que isso vá acabar com a violência,
mas que pelo menos se atenue. E que o governo também possa fazer a sua parte
para modificar essa realidade, que está se tornando um caos. Afinal, é
responsabilidade do Estado nos proteger, não podemos e não temos condição de
assumir mais essa função, o que podemos fazer é cobrar atitudes.
Luiza Helena Amorim, jornalista
VOTO NÃO
Tudo nesse Referendo das Armas é ilegal, imoral e engorda, como diria uma música da dupla Roberto e Erasmo Carlos. A começar pela farra com o dinheiro público, esporte preferido (depois do “levantamento de copo”) do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Isso já foi dito várias vezes, mas sempre é bom lembrar, que serão R$ 700 milhões torrados desnecessariamente!
Para confundir a cabeça do povão – do jeito que o PT gosta – o eleitor terá que responder “não” para ser a favor e “sim” para ser contrário. Coisa de louco.
Como em toda campanha desonesta, essa também está cheia de artistas famosos mamando nas tetas da “viúva” e muitos idiotas acreditando que eles estão defendendo um ideal.
Essas estrelas que se dizem a favor do desarmamento, são as mesmas que participaram - ganhando altos cachês das instituições financeiras - ativamente do maior assalto coletivo e de longo prazo já praticado contra uma classe social.
Refiro-me ao trambique do empréstimo consignado para aposentados, que enriqueceu muitos bancos e rendeu muita reciprocidade para o Partido dos Trabalhadores, através do “valerioduto”.
Por essas e por outras (como a peça publicitária “Fome Zero”) sou contra mais esse golpe que o Governo Lula quer aplicar no povo brasileiro. Meu voto será N – Ã - 0, NÃO!
Paulo Rocha, empresário
VOTO SIM
No debate ontem à noite (quarta, 19), na TV Diário, entre tantas declarações sem consistência, baseadas unicamente na “experiência” dos deputados Pedro Uchoa (PSL) e Carlomano Marques (PMDB), defensores do não no próximo dia 23, duas me deixaram estarrecido: o deputado do PSL, que é promotor de justiça, afirmou que possuía uma espingarda 28 em uma de suas casas no interior do Estado, sem registro legal, com a qual mataria qualquer “bandido” que venha tentar invadir sua casa.
Por sua vez, o deputado peemedebista foi enfático ao afirmar que nenhuma lei, nem referendo, nada, absolutamente nada, lhe tiraria o direito de se defender e defender sua família (referia-se ao uso de arma de fogo).
Qual a leitura que podemos fazer do posicionamento desses dois parlamentares? O primeiro, um promotor de justiça que assume publicamente possuir ilegalmente uma arma com o claro objetivo de matar qualquer suspeito que tentar invadir sua casa. Qual a razão do nobre deputado não querer registrar sua arma? Ele desconhece a lei? Por certo não, pois admitiu no debate que ela poderia lhe ser tomada pelas autoridades. E qual a razão deste senhor admitir essa ilegalidade publicamente?
Além de acreditar na sua impunidade, creio que a resposta está nas próprias afirmações do outro deputado defensor do não: segundo ele, nenhuma lei pode tirar o direito individual de usar arma de fogo para matar em nome da legítima defesa.
Fica então a pergunta para todos nós, o resto do povo, que não tem imunidade parlamentar: se o que vale é o direito individual de cada um usar armar de fogo para se “defender”, então para que servem a Lei e a Justiça? Devemos agir iguais aos bandidos, como foras-da-lei, como nos tempos do bang-bang?
Essa idéia, de que o direito individual vale mais do que o direito coletivo à paz, em nome do qual as pessoas possam fazer justiça com as próprias mãos, a meu ver, é a pior conseqüência que poderá causar à sociedade a vitória do não no próximo dia 23. Será a vitória do EU sobre o NÓS, contribuindo para exacerbar o autoritarismo de certos indivíduos que são capazes de tirar a vida de outrem quando assim julgam agir em defesa da própria “honra”, de sua “autoridade” ou de sua “propriedade”: pode ser um marido, um juiz ou um fazendeiro. Mas pode ser uma criança ou adolescente, que fascinada pelos filmes indutores de violência, apodera-se da arma do pai e mata por acidente um colega de escola.
A vitória do SIM será, de outra forma, um grande passo na caminhada da sociedade brasileira rumo a uma cultura de paz, de negação da violência, de redução do número de mortes com menos armas em circulação, pois toda arma de fogo é fabricada para matar. Mas a melhor conseqüência do SIM será o resgate da cidadania, a reafirmação de que todo cidadão tem o direito não de se armar para se defender mas de exigir a sua proteção por parte de todos os governos e de seus órgãos de segurança pública.
É por isso que vou votar no número 2 e dizer SIM à proibição da venda de armas no Brasil, na esperança de que, algum dia, quem sabe, essa proibição que hoje já atinge 13 países se estenda por todos os demais dando “uma chance à paz no Mundo”.
José de Sousa Júnior, publicitário
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