Petroquímica - PET, o céu é o limite
 
Polietileno tereftalato grau garrafa (PET) constitui capítulo à parte entre as resinas produzidas no Brasil. Seu consumo interno, já esmagador, só não é maior devido ao esgotamento em tempo recorde da capacidade instalada no país, lacuna preenchida com importações e usada como pé de apoio para um punhado de investimentos anunciados em mais plantas no Mercosul. A intensidade da escalada de PET e o descompasso com a oferta local vieram à superfície a partir de 1994, quinto ano de produção brasileira da resina. Nos idos de 1989, quando partiu a fábrica pioneira no pólo da Bahia, o consumo aparente do termoplástico pairava em 1.300 toneladas para uma capacidade anual estimada em 1.750. Cinco anos depois, o consumo interno era arredondado em 62.500 toneladas. Após sete anos superava 127.000 toneladas para uma capacidade restrita a 96.000.
O pivô da mudança foi o mercado de refrigerantes, da ordem de nove bilhões de litros em 1995 e atrás apenas dos Estados Unidos e México. No início da década, em plena fase introdutória de PET, as garrafas sopradas para colas não passavam da marca de 164.500.000 litros. Cinco anos depois, roçavam o patamar de três bilhões de litros, numa trajetória movida a percentuais inatingíveis pelo movimento anual de qualquer termoplástico no país. Referência de impacto nesse sentido é o pulo projetado em 103% no consumo aparente da resina em 1995 contra o índice aferido no período anterior. Carro-chefe da resina, o mercado de carbonatados seguiu modelos como o norte-americano, aferrando-se a embalagens descartáveis (one way) e retraindo as investidas com as garrafas retornáveis, face às complexidades dos sistemas de coleta e higienização dos recipientes.
O movimento avassalador de refrigerantes refreou momentaneamente os esforços de diversificação de mercados para PET no país. Ainda assim, a resina já transita por nichos promissores como água mineral, óleo vegetal, energizantes e sucos ou molhos como atomatados envasados a quente. Bem mais discreto, por enquanto, é o avanço no país do PET soprado por extrusão contínua (PETG), justificado pela inexistência de produção local desses grades. Os frascos locais moldados com PETG têm sido dirigidos a mercados como cosméticos ou produtos de beleza.
De olho nas escalas de massa, entrevistas na demanda de refrigerantes, a cadeia produtiva de PET no país sofre uma reformulação radical. Além de novas plantas do poliéster prometidas no Brasil e Argentina, o reduto da transformação exibe a entrada de pesos-pesados internacionais na área, tal como acontece no nicho de autopeças, a exemplo da americana Plast Pack Packaging, articulada no suprimento de pré-formas com a Brahma, um dos maiores engarrafadores nacionais de carbonatados. Ao mesmo tempo, alastram-se os investimentos nacionais no fornecimento de pré-formas e embalagens. Entre eles sobressai o maior fornecedor do termoplástico no país, a Rhodia-ster. À sombra dessas passadas largas do consumo, tem aumentado o quadro de fabricantes locais de sopradoras de PET e prossegue acesa a demanda de injetoras de pré-formas e linhas de sopro importadas.

 
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