A alimentação do segundo ano de vida em diante é um desafio para a maior parte das famílias, principalmente porque nos sentimos de repente desamparados de informações e queremos dar aos nossos pequenos o que há de melhor desde o começo.
Isso não bastasse, estamos frente a frente com um ser que está descobrindo não só o mundo, seus sabores e consistências, como também, que a mamãe fica aflita se ele come ou não come...o quanto come...quando come.. uhm...o que come.... Mamães são interessantes....e essa brincadeira de comer, também.
Alguns dados importantes para começar:
Crianças tendem a manter uma dieta balanceada por si mesmas levando-se em conta o período de algumas semanas, se forem oferecidos alimentos nutricionalmente corretos (estes não sendo alimentos doces e/ou gordurosos) (Story e Brown,1987).
As crianças sabem o quanto necessitam de alimento. Não se deve empurrar comida. Sirva pequenas quantidades (mesmo !!) e deixe seu filho repetir se quiser. (Howard BJ,1992)
Para evitar que a criança se torne extremamente seletiva no seu apetite (crianças que só comem um certo alimento, feito de uma só forma, etc..) não se deve usar o alimento como recompensa ou recompensa-la por ter se alimentado com este ou aquele alimento. (Birch e Marlin, 1982)
Deve-se explorar a curiosidade da criança nessa fase, e não se assustar se ela rejeita algum alimento, isso não quer dizer que ela não goste do sabor, somente que está reconhecendo que o alimento lhe é estranho. Sempre que isso ocorrer, mostre para ela como você aprecia aquele alimento rejeitado, levando-o a sua boca e fazendo um sonoro" Uhm.. Que gostoso ! " Irmãos mais velhos podem ajudar nessa tarefa. (Pliner e Pelchat, 1986) Não insista, mas ofereça outras vezes o mesmo alimento junto com outros que você já sabe que a criança aprecia. (Birch e Marlin, 1982)
A alimentação básica da criança no seu segundo ano de vida (12 meses em diante) é a alimentação da família. Alimentar-se é uma atividade social e cultural. A criança a partir de um ano de idade necessita pertencer a este universo, e lentamente vai assimilando as bases da cultura alimentar que a cerca. Por isso é muito importante se discutir o que deve comer uma família hoje. Com pequenas modificações dos hábitos alimentares a dieta pode ser equilibrada e saudável e manter-se dentro dos padrões de sua cultura. O Brasil é um pais grande, com muitas tradições e variações alimentares regionais e não é difícil, dentro de cada uma, selecionar alimentos e maneiras de prepara-los que atendam ás necessidades nutricionais da família.
O ponto mais importante é que criança come o que os pais comem.
O que se considera hoje como boa nutrição:
A pirâmide nutricional é um conceito de quantidades diárias relativas de alimentos ou, em melhor português, o que está na base da pirâmide deve ser ingerido em maior quantidade do que aquilo que está no topo. Ter isso em mente já ajuda um bocado na alimentação da família.
Como se compõe a pirâmide do topo para a base
Gordura, óleos e doces ( usar o mínimo possível)
Leite e laticínios ( 2 a 3 porções dia)
Carne, frango, peixe, feijão, ovos e nozes(todos os tipos de castanhas) (2 a 3 porções dia)
Vegetais (3 a 5 porções ao dia) e Frutas ( 2 a 4 porções ao dia)
Pão, massas, arroz e cereais ( 6 a 10 porções ao dia)
Porções infantis:
Para 1 a 3 anos 1/3 da porção do adulto.
Para 4a7 anos 1/2 da porção do adulto.
Como a criança possui uma capacidade gástrica pequena, deverá comer com intervalos menores pequenas quantidades.
Porções do adulto:
Os exemplos abaixo são para passar a idéia do que se considera 1 porção de cada alimento ( em cada linha 1 porção)
Massas, pão e cereais:
1 fatia de pão, ou meio pão francês
4 bolachas água e sal
1/2 xícara de arroz cozido
Vegetais:
1 xícara de salada
1/2 xícara de legumes picados ( cozidos ou crus)
Frutas:
1 fruta de tamanho médio ( pêra, maçã, banana, laranja, caqui, manga...)
3/4 de xícara de suco de fruta
1/2 xícara de frutas pequenas( uvas, cerejas, letchy, nêsperas, jabuticaba...)
Carnes, peixes, aves, feijões:
80g de carne magra, frango ou peixe
2 ovos
1 xícara de feijão cozido
Leite e laticínios:
1 xícara de iogurte
1 xícara de leite
200g de queijo branco
60g de queijo prato
Uma pergunta comum dos pais é se as crianças podem comer comidas temperadas. Elas podem e devem . O tempero faz parte da cultura de um povo.
No que diz respeito a tempero deve-se usar o bom senso. As crianças são mais sensíveis que os adultos aos sabores e não convém sobrecarrega-las. Leve isso em conta quando temperar a comida ou fizer um pedido no restaurante.
No que difere a alimentação da criança de 1 a 3 anos em relação à do adulto:
- Não é necessário restringir o colesterol ou a gordura dos alimentos.
- Ovos podem ser consumidos em maior quantidade.
Nesta fase de crescimento rápido a criança necessita deles.
O que se deve evitar até três anos de idade:
Alimentos pequenos que possam fazer a criança engasgar:
pipoca, amendoim, nozes e balas.
Adoçar alimentos, sucos ou leite,bem como fornecer balas e pirulitos.
Bebidas que contenham cafeína devem ser evitadas. Nada contra que as crianças recebam um pouquinho de café para experimentar( ou mate não muito quente), se isso faz parte do hábito da casa, mas não deve usá-las no consumo diário.
Bibliografia:
Birch LL, Martin DW: I don't like it: I never tried it: Effects of exposure on two year old children's food preferences. Appetite 3:353, 1982
Finney JW: Preventing common feeding problems in infants and young children. Pediatr Clin of North Am 33: 775, 1986
Howard BJ, Common Issues in Feeding, Developmental-Behavioral Pediatrics 370-374,WB Sauders Company, 1992
Levine MD, Carey WB, Crocker AC,Developmental-Behavioral Pediatrics 276, 354-374,WB Sauders Company, 1992
Pliner P. Pelchat ML> Similarities in food preferences between children and their sibilings and parents, Appetite 7;333, 1986
Recommended Dietary Allowences, 10th edition. Food and Nutrition Board. Washington, D.C. National Academy Press, 1989
Story M, Brown JE: Do young children instinctively know what to eat? The studies of Clara Davis revisited. N Engl J Med 316: 103, 1987
Kraus de Camargo, L. (1997).Alimentação e Nutrição ( ParentsLove)
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