[Desenvolvimento Infantil e Comportamento]

Desenvolvimento Infantil




Rivalidade entre Irmãos





Quando nasce um irmãozinho



A rivalidade entre irmãos é um fenômeno previsível e normal do desenvolvimento infantil quando nasce uma nova criança. Ela demonstra que a criança mais velha está adequadamente ligada à família e que é capaz de perceber e responder à ameaça que paira sobre a sua relação com os pais.
O surgimento de comportamentos que refletem esta rivalidade devem ser vistos pelos pais com naturalidade. Reações ambivalentes com relação ao bebê, comportamentos ora meigos, ora agressivos estão dentro do padrão esperado. A ausência destes comportamentos deverá sim preocupar os pais de que a criança mais velha esteja se sentindo tão ameaçada e reprimida pela família que não ousa 'se defender'.
A rivalidade deve ser vista como um passo desejável no desenvolvimento psicológico da criança.

Há várias formas de expressar esta rivalidade. A agressividade é dirigida geralmente contra a mãe, mas também pode ser contra o bebê, o pai, contra si mesmo, outras crianças ou brinquedos. O comportamento agressivo é mais comum se a criança mais velha tem entre 1 e 3 anos. Uma escalada desse comportamento ocorre em geral quando o bebê atinge 4 a 5 meses e se torna mais 'sociável' e quando no final do primeiro ano passa a ser mais independente e móvel.

Quebrar as regras da casa é uma forma de expressão desta rivalidade e ocorre em geral quando os pais estão se ocupando com o bebê. Essa estratégia serve para criar tensão e reassegurar o controle da criança maior em alterar o comportamento dos outros a sua volta.

Outra situação é a citada acima quando a criança se torna extremamente boazinha e cuidadosa com o bebê. Desta forma, em lugar de ser trocada por este ela se assegura de um lugar na família. Algumas vezes a criança está tão assustada e culpada com sua própria agressividade que passa a exercer um controle excessivo sobre suas reações. Esta é uma estratégia extenuante para a criança.

A regressão e a dependência são normalmente identificados com a manha, e incapacidade de completar tarefas que eram antes facilmente executadas. Isso inclui com grande freqüência molhar a cama, voltar a usar fraldas, chupar o dedo, dificuldade para dormir e linguagem infantilizada.

Todos esses sintomas tendem a diminuir mas não a desaparecer de todo durante o primeiro ano. Durante esse período a criança se reassegura do seu papel na família e passa a estabelecer uma relação própria com o bebê.

É comum observar que a criança desenvolve no final deste período de adaptação capacidades de auto-ajuda e independência em uma série de aspectos. Ela pode experimentar uma sensação crescente de competência com relação aos cuidados que é capaz de assumir com o bebê, procurando novas formas de interação com este.
Ela virá a se divertir ao perceber as tentativas do bebê em adquirir habilidades e ter mais confiança em si mesma ao ser capaz de fazer o bebê rir ou acalmá-lo. Esta é uma oportunidade de crescimento e realização para a criança se for compreendida e estimulada pelos pais.

Quando os pais permitem que a criança participe dos cuidados do bebê e discutem na sua presença as necessidades deste e aceitam sugestões da criança, a reação desta costuma ser positiva e gera menos tensão dentro da família. Deve-se, no entanto, tomar cuidado com a 'armadilha' de dar uma ênfase muito grande à posição 'você já é um/a menino/a grande, não é mesmo?'. Esta posição para a criança pode ser um preço muito alto a pagar pelo carinho dos pais e pode não dar chance para que ela trabalhe seus sentimentos íntimos negativos, ou para que assuma por algum tempo o papel de nenenzinho, o que também é curativo.

Há também comportamentos dos pais que afetam sua percepção do que está realmente ocorrendo com a criança. A própria ambivalência com relação ao bebê, a exaustão, sentimento de culpa por se sentir menos ligado ao bebê, sentimento de culpa por não ter tempo para a criança maior, tristeza pela desarmonia que surgiu na família e que ainda não foi equilibrada, assim como a própria depressão puerperal fisiológica.

Muitos pais se sentem também decepcionados de que apesar de terem se esforçado tanto em preparar a criança para o nascimento do bebê não conseguiram 'prevenir' a rivalidade. Este aspecto da relação melhora ao compreenderem que esta é uma reação normal de seus filhos e benéfica para seu desenvolvimento.


Sugestões Gerais:



Leva tempo para uma família se organizar após o nascimento de um bebê e a reação de ressentimento e medo de uma criança ao nascimento de um irmão é normal e esperada.

Ter um tempo específico para a criança, sempre no mesmo horário ajuda esta a se sentir mais segura. Fixe horários realizáveis ( 15 minutos)

Discuta na frente da criança e com esta as necessidades do bebê. Permita que ela exerça funções nos cuidados com este, sem empurrá-la para isso. Peça sugestões a ela.

Tanto meninos quanto meninas se beneficiam em ter uma boneca com que possam imitar a relação da mãe com o bebê e esta atividade deve ser estimulada pela mãe e pelo pai.

Planeje atividades estruturadas para a criança durante o horário do banho e da alimentação do bebê, desta forma há menor chance desta se sentir deslocada e precisar fazer algo para chamar atenção sobre si.

Não force que a criança reparta com o bebê seus brinquedos, mesmo se ela já não brincava mais com eles. Já é esforço suficiente para uma criança dividir as atenções maternas e paternas com o irmaõzinho. Não faça com que ela sinta culpa por agarrar-se ao que é seu.

Tente manter a vida da criança o mais estável possível pelo menos nos 3 últimos meses de gravidez e nos primeiros 3 meses após o nascimento do bebê. Não mude seu quarto, cama, escola, seus hábitos( no que for possível). Se você pretende tirar a fralda faça-o depois deste período. O objetivo é tornar a vida de sua criança mais fácil e previsível.

Forneça brinquedos à criança que permitam o extravasamento de sua agressividade. Ela precisa descarregar em algum lugar.

Não permita que a criança machuque o bebê. Não crie oportunidades para isso. Você se sentirá culpada e a criança também.

Seja muito tolerante com os comportamentos de regressão. Eles são realmente benéficos para sua criança. Ela precisa reviver estas fases para poder superá-las. Não se preocupe pois são temporários.

Lembre-se que a criança não está fazendo tudo isso só para deixar os pais malucos. Ela não tem culpa nem responsabilidade neste aspecto. Encare com naturalidade assim como os outros aspectos do seu desenvolvimento. Não se ressinta.

Encontre um tempo especial para o casal (uma noite a cada 15 dias). Isso não é fácil quando se está tão sobrecarregado, mas é importante pois traz uma força extra para a família. Neste tempo especial procurem não falar dos problemas da casa e das crianças mas curtir um pouco um ao outro. Os dois se sentirão mais felizes e isso refletirá na vida da casa.



Kraus de Camargo, L. (1997).Desenvolvimento Infantil ( ParentsLove)
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ENTRY DATE: January 1997



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